quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

[Livro] A Casa Torta

Original: Crooked House

Ano: 1949

Autora: Agatha Christie

Gêneros: Romance, Mistério, Ficção policial

Sinopse: Nos arredores de Londres há uma mansão com uma inusitada característica: ela é torta. É ali que o milionário octogenário Aristide Leonides mora com a esposa, cinquenta anos mais jovem, além de filhos, noras, netos e uma cunhada, irmã da primeira mulher. Quando a polícia descobre que o patriarca foi envenenado, todos os habitantes da casa se tornam suspeitos, e a discórdia passa a imperar entre os membros da família – sobretudo, olhares desconfiados recaem sobre a jovem viúva. A neta mais velha de Aristide, Sophia, junta-se ao namorado para tentar chegar ao fundo do mistério sobre a morte do avô. Muito mais que um romance policial, A casa torta foi considerado pela própria Agatha Christie como um de seus melhores livros.

Minha irmã comprou esse livro recentemente em uma de nossas idas às Americanas, como eu e o senhor Dickens não estávamos nos entendendo, acabei abandonando e peguei esse para me entreter. Logo no prefácio, a própria Agatha Christie diz que esse foi o livro que ela mais se divertiu escrevendo, mas confesso, não achei seu melhor livro. Na verdade, tanto este quanto o Noite Sem Fim que ela afirmou ser seu "melhor livro", a meu ver como leitora dela, não se equiparam à sua genialidade em O Assassinato de Roger Ackroyd. Mas tudo bem, é questão de ponto de vista e concordo com ela que nem sempre nós autores somos os melhores juízes da nossa obra.

Em A Casa Torta, um jovem chamado Charles, filho do superintendente das forças especiais, vai investigar um assasinato na casa da sua desejada futura noiva Sofia Leonides. Os dois haviam se conhecido no Cairo e se apaixonado, mas diante dessa ocasião funesta, ela se recusa a aceitar o pedido de casamento se não resolverem a situação. 

Juntamente com o inspetor, Charles começa a sondar os membros da casa como um consultor da polícia, dando uma visão de fora já que anteriormente ele trabalhara para a Scotland Yard. Porém, para sua surpresa, o caso de envenenamento parece muito mais intricado do que a superfície mostra. Todos são suspeitos, todos têm motivações para o crime e nem mesmo as crianças da casa estão livres de qualquer suspeita.

As coisas se complicam ainda mais quando o testamento do velho senhor desaparece e a fortuna fica em risco de cair toda nas mãos da viúva de quem todos suspeitam. Cabe a Charles encontrar a verdade numa casa onde ninguém parece dizer a verdade e mais mortes começam a acontecer. Se ele quiser colocar um anel no dedo de sua querida Sophia, vai precisar impedir que a vida dela se torne um lago de sangue e pior - que ela seja a próxima vítima.

Não dá para falar muito da história porque o livro é muito curto, ia acabar sendo spoiler. Confessar para vocês que os livros nos quais Poirot não aparece costumam me ser menos interessantes. Mesmo os livros de Miss Marple eu não gosto muito, em geral, os casos são mais sem graça e ela sempre descobre tudo na base da fofoca, não acho muita graça. Com Poirot, entretanto, é diferente. Ele vai à cena do crime, ele levanta suas hipóteses em conversas com os suspeitos e sempre recapitula o caso da forma mais divertida, com aquele monólogo enorme nos últimos capítulos.

 Tal como Noite Sem Fim, esse livro traz a observação parcial de uma pessoa de fora que não tem qualquer tipo de vínculo com o trabalho de detetive e, mesmo sendo um soldado, Charles é um completo leigo no que diz respeito à investigação. Se por um lado isso é válido para nos aproximar da história, uma vez que conseguimos nos colocar na pele do protagonista e só recebemos as informações que ele recebe, se torna um pouco massante porque a fluidez da narrativa não ganha a mesma emoção de ver aquilo tudo na terceira visão limitada - mas ampla - de Poirot. Opinião minha, só para salientar.

Inclusive, esse foi um dos poucos livros dela em que eu acertei o assassino sem querer, praticamente. Claro que, com isso, não estou querendo dizer que o livro é ruim, de jeito nenhum. Agatha não conseguiria escrever um livro ruim, talvez nem se quisesse. Mas não me deixou sem fôlego como costuma acontecer nas leituras dela (e eu já li um bocado de livros dela). Todavia, recomendo, é uma história interessante, bem mais simples do que ela costuma criar, mas não menos divertida. Especialmente se você só quer algo para espairecer um pouco.


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