Também em 2018 fizeram essa peculiar animação que tinha o intuito de funcionar como uma subversão do conto original. A premissa é similar a ideia do filme Deu a Louca na Cinderela (que, por sinal, eu não coloquei nessa lista) mas reimagina o mundo no qual a fada madrinha é a vilã.
Vou contar a vocês que a ideia era boa, mas o desenvolvimento foi péssimo, não somente pela escolha do enredo cíclico, mas o gráfico da animação é pavoroso, a história não se esforça muito de modo que em dois minutos de filme eu já tinha matado toda a charada, é uma pena porque a ideia era realmente interessante e, nas mãos do roteirista certo, teria se saído muito bem.
Confesso pra vocês que não tinha nem conhecimento da existência dessa animação, descobri quando comecei a listar e procurar outras versões da Cinderella. Não recomendo. Nem pra criança esse é um filme decente por melhor que a ideia tenha sido.
E voltamos para outra "nova" Cinderella, dessa vez no longa Milagre de Natal lançado em 2019 trazendo a Disney star Laura Marano, cuja existência descobri nesse filme, e Gregg Sulkin. Esse é daqueles filmes natalinos bem cara Sessão da Tarde e se entrou na minha lista foi porque minha irmã ama filmes de natal.
Mas confesso que me surpreendi bastante. Ele conta a história de Kat Dekker, cuja mãe morreu na infância e o pai, um explorador famoso e defensor dos animais, faleceu dois anos antes deixando-a sozinha sob a tutela da madrasta e das irmãs postiças até fazer dezoito anos, quando finalmente poderia tomar posse da sua herança — se sobrasse alguma — e viver a própria vida.
Ela trabalha na Noelândia junto com sua melhor amiga Isla, como uma duende cantora e tem uma voz muito bonita. Seu sonho é ser cantora e poder cantar suas composições no teatro ou fazer trilha sonora para filmes. Ela acaba conhecendo o "príncipe" Dominik Wintergarden de um jeito bem constrangedor e espera não vê-lo nunca mais, contudo o destino tem outros planos e ele acaba indo trabalhar no mesmo lugar que ela, mesmo sendo o dono de todo o lugar. Todos os anos, o bilionário pai dele oferece um baile de natal para arrecadar fundos para animais em perigo de extinção e doentes ou desabrigados.
A madrasta de Kat vê nisso a oportunidade de empurrar sua filha Joy para Dominik e tentar laçar o bilionário, enquanto Kat continua se escondendo dele de todas as formas. A sorte está lançada.
Embora não seja daqueles filmes memoráveis, o timing cômico dele é muito bom, o romancinho é fofo e o desenvolvimento da história, apesar de bem previsível, funciona bem. Gostei bem mais do que esperava e recomendo bastante.
Saindo das cidades modernas americanas ou da medieval sociedade francesa, Três desejos para Cinderela, lançado em 2021, nos transporta para as planícies geladas da Noruega. O pai de Cinderela tinha uma modesta propriedade no inóspito reino das montanhas geladas da Noruega medieval. Sua filha única Cinderela era uma encantadora e inteligente jovem a quem ele ensinou a caçar, mas acabou se casando novamente com uma sofisticada mulher que tinha uma filha desajeitada e, apesar de bonita, sem qualquer vontade própria.
Com a morte do pai, Cinderela passou a viver sozinha com a madrasta que a tratava como uma serva e a proibia de sair de casa, forçando-a a dormir no estábulo e excluindo-a de qualquer evento envolvendo a família. Ainda assim, a jovem contava com a bondade e amizade de todos os servos da propriedade que a adoravam, além de ter uma profunda conexão com os animais.
O rei estava preparando um baile para seu inescrupuloso e mimado filho escolhesse uma esposa — antes que ele mesmo fizesse por ele — e é claro que a madrasta queria sua filha com a coroa. Ela não tinha nem ideia que, em uma de suas fugas durante a visita real, Cinderela acabaria conhecendo o príncipe que lhe deixou encantado com sua impetuosidade. Seu melhor amigo e principal criado da casa lhe traz três nozes e a garota descobre que são encantadas. Três chances de conquistar o príncipe e encontrar o verdadeiro amor, ela será capaz de arriscar?
O longa é um frescor na já batida história da Cinderela, trazendo um gélido ar novo e seguindo de perto o conto original, mas mantendo sua própria identidade. Uma princesa que é frágil, mas não inútil, um príncipe inconveniente e mimado em busca da própria identidade e uma madrasta egoísta e sedenta de poder. Tudo isso embalado pelas belas e geladas planícies norueguesas. Recomendo demais essa versão, é a prova que a mesma história nas mãos de um roteirista competente pode sim se renovar. Não tenho certeza, mas esse filme parecer ser um remake de um outro de mesmo novo produzido pela Alemanha oriental e Tchecoeslováquia em 1973.
Esse foi outro que achei por acaso enquanto pesquisava sobre as adaptações. Em outra "nova" Cinderela, dessa vez Superstar, lançada também em 2021, nós temos Finley, cujo pai era dono de uma bela propriedade rural onde ela cresceu. Infelizmente, ele teve a infame ideia de se casar de novo com uma mulher fútil que tinha um casal de filhos, uma garota com nada no lugar do cérebro e um garoto com o melhor perfil de sociopata.
Quando as gravações de um filme do famoso ator Jackson Stone vão para a cidade, claro que Finley quer ir às audições, pois seu sonho é se tornar uma famosa atriz, e é claro que tanto a madrasta quanto a irmã não querem isso. Ainda assim, ela consegue escapar, mas as coisas não saem como ela gostaria e, para não perder de vez a oportunidade, ela recorre a um recurso de emergência. Agora, vivendo duas vidas enquanto se aproxima de um modo perigoso de Jackson, Finley precisa dar tudo de si para agarrar sua última chance de salvar sua casa e realizar seu sonho.
Olha, depois da Cinderela mecânica, duende de natal e garçonete, uma Cinderela fanzendeira era o que estava faltando, concorda? E eis que temos uma! Com pouquíssimas novidades narrativas, o longa se confia na comédia para funcionar e até que dá certo, embora seja tudo quanto nós já vimos um milhão de vezes antes. Esse recurso do crossdressing já está bem batido. É o tipo de filme também sessão da tarde, não acrescenta muito, mas dá para passar o tempo e de quebra umas risadas. Não é ruim, tampouco marcante.
Filmes que não consegui assistir:
Rodgers & Hammerstein's Cinderella (1997) — Queria muito ver, mas não encontrei legendado em lugar nenhum. Na verdade, não encontrei. É um telefilme com ninguém menos que Withney Houston no papel da fada madrinha! E conta com uma Cinderela negra e um príncipe asiático, um super elenco diversificado para uma Disney sumariamente branca até pouco tempo.
O filme é baseado em um musical da Broadway contando com, além da imortal Withney, Whoopi Goldberg, Paolo Montalbán e Bernadette Peters no elenco.
Cinderela: Depois do Para Sempre (2019) — Esse também não encontrei. Tem cara de ser duvidoso? Tem. Ainda assim a premissa é interessante e explora uma ótica que os outros filmes, além do Cinderella 2 da Disney, não se preocuparam em usar.
Filmes que não vi porque não quis mesmo:
Cinderella (2021) — Nada contra a Camila Cabello, eu nem escuto as músicas dela e nem sei nada da carreira dela tampouco, mas que esse filme dela soa forçado e com muita vontade de ser revolucionário — mas só soando forçado mesmo — isso é. Até comecei a ver uma parte, mas dropei. Narrativa insossa, personagens caricatos e um roteiro que luta muito para se levar a sério e acaba falhando. Quem gostou me desculpe, mas não pretendo terminar.
Cinderela Pop (2019) — Esse conto apareceu no Livro das Princesas, e depois Paula Pimenta foi convidada a fazer uma versão estendida que eu não li. Achei a versão do conto tão sem sal que não me interessei em ler a outra. E tampouco dei atenção ao longa quando foi lançado. E não tenho nada contra o cinema e a literatura nacional, mas nem o estilo da Paula Pimenta me atrai, e já li outros livros dela antes, nem a história me pareceu boa suficiente para me fazer sentar uma hora na frente do computador pra ver o filme.
E é isso, pessoas. Deve ter algum filme da Cinderela que eu deixei passar porque parece que a lista não termina. Mas esses foram os que vi, os que queria, mas não consegui e os que não quero mesmo assistir. Talvez mude de ideia depois? Talvez. Caso aconteça, trago as resenhas separadas. Espero que tenham gostado e me contem qual versão da Cinderela vocês mais gostam!
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