E eis que estou de volta com a segunda parte das adaptações da Cinderela, gente nem eu fazia ideia que eram tantas, meu Deus, galera espremeu até o sumo da história. Mas, como bem dizem, um tema clichê nas mãos da pessoa certa pode se tornar único.
Como falei na primeira parte, depois do lançamento de A Nova Cinderella com Hillary Duff, um boom de 'novas cinderelas' surgiram bem no estilo 'copiar e colar' com pouquíssimas novidades e acertos. É deles que vamos conversar nesse post e, já adianto, se você gosta de um deles com todo seu coração, tudo bem, não venho aqui causar intriga, tampouco minha opinião é a única que vale. Podemos seguir sendo amigos.
Em 2008, com o auge das estrelas Disney, surge Outro Conto da Nova Cinderella (nem se dignaram a escolher um título decente), estrelado por Selena Gomez e Drew Seeley. Na história, Mary Santiago é a filha órfã de uma dançarina que ficou sob a tutela da patroa de sua mãe após a morte desta.
A coisa que ela mais quer é se formar e ir para faculdade para poder se livrar da patroa e das filhas insuportáveis dela. A oportunidade vem quando Joey Parker, um famoso ator e dançarino, volta para sua cidade natal a fim de encontrar a dançarina perfeita para seu novo vídeo.
Com aquela cara de Camp Rock sem o 'rock', o filme é bem fraquinho, sem muita novidade e ela deixa para trás o MP3 quando foge do baile de máscaras onde dançou com Joey. Enredo fraco, comédia fraca e antagonistas que não se levam a sério, é aquele filme bem pré-adolescente mesmo que não empolga muito porque você já começa sabendo como termina e o final foi bem mais ou menos.
Três anos mais tarde, em 2011, Lucy Hale (Pretty Little Liars) se junta a Freddie Stroma em A Nova Cinderella: Era Uma Vez Uma Canção. A proposta era ser uma comédia romântica contando a história de Katie, uma garota adotada por uma família rica que só pensa no próprio umbigo.
Sua irmã adotiva Bev quer muito ser uma cantora, mas não consegue emitir uma nota sem arrebentar os tímpanos de alguém, enquanto Katie é muito talentosa e não somente tem uma bela voz, mas também é compositora. Um empresário de sucesso coloca seu filho Luke para estudar na mesma escola de Katie com o propósito de escolher o novo próximo talento de sua gravadora.
Sorrateiramente, Katie coloca sua demo na bolsa do empresário que escuta e fica fascinado, mas ao ligar para a mãe adotiva da garota, ela diz que a demo é de Bev e a confusão começa. Esse filme tem aquela cara de High School Musical só que menos carismático, a comédia funciona em partes, e tem horas que o filme parece não se levar mesmo a sério. Um romance meia boca e um final bem previsível. Não é o pior da lista, claro, mas não é marcante o suficiente.
Eis que em 2016 tivemos Sofia Carson e Thomas Law em A Nova Cinderela: Se o Sapato Encaixar, e apesar do título ninguém perde sapato nesse filme. Embora ele não seja um longa marcante e que a gente quer ver e rever todo ano, pelo menos se preocupou em agregar alguns elementos novos ao roteiro.
Em alguns pontos, ele parece uma cópia do anterior. Bella é tratada como criada por sua madrasta, ela sonha em se tornar uma estrela pop, quando um famoso ator está procurando uma atriz e cantora para sua peça musical com direito a estrelar um filme, as irmãs de Bella logo decidem tentar, mas a madrasta, claro, não quer nem sonhar com a enteada ofuscando suas filhas.
Detalhe interessante: essa Cinderela aqui é mecânica, a mina entende tudo de carros e motos, é assim que ela e o "príncipe" se aproximam. Ajudada por uma amiga, Bella se disfarça com uma peruca loura e um sotaque britânico que não enganaria ninguém para poder participar do concurso e, é claro, chama a atenção do príncipe conseguindo o papel. Mas se dividir em duas pessoas diferentes não vai ser fácil para ela.
O final desse filme é bem ridículo, mas ele não é de um todo horrível. A comédia funciona a maior parte do tempo e embora a química entre os atores seja bem ruim, ao menos o enredo compensa a falta com um desenvolvimento razoável. É bem estilo Cheetah Girls, sabe?
Para finalizar, sabe quando alguém te pergunta se quer a notícia ruim ou boa primeiro? Pois bem, em 2018 foram feitas duas adaptações da Cinderela. Vou começar pela ruim.
Gente, esse filme é ruim. Mas é ruim num nível que chega a ser cômico! Para vocês terem uma ideia, ele tem nota 3 de 10 no IMDB. E eu ainda acho muito. Sabe o que parece? Um grupo de atores de bairro se juntou para fazer um filme independente e eles realmente se levaram a sério para pegar a câmera do amigo rico emprestada e gravar. As atuações são tão ruins e tão artificiais que nem um aluno de atuação no primeiro período de artes cênicas fariam tão mal.
Cinderela tinha um pai amoroso que a criou para ser uma garota que faz tudo, embora tivessem muito dinheiro. Então ela sabia cozinhar e arrumava a casa de salto alto. Ele se casou de novo com uma mulher que tinha duas filhas e a única coisa que sabia fazer era gastar dinheiro. No dia do aniversário dela, ele saiu para ir numa reunião e nunca mais voltou. Embora tenha uma tia com plenas condições de cuidar dela, a garota escolhe sofrer o pão que o diabo amassou nas mãos da madrasta sem qualquer motivo! Com a desculpa esfarrapada de estar cuidando das coisas do pai.
Não bastasse isso, a madrasta vende a casa para um empresário rico para quem pretende vender a empresa também através de um acordo matrimonial com uma das suas filhas. E é claro que no baile dos acionistas (que só tem uns seis figurantes com idade de estar no segundo ano de administração) a garota consegue escapar da madrasta e vai na festa com a ajuda da tia. O "príncipe" em questão parece aqueles garotos de Boyband estilo CNCO. Sério, não dá para levar esse filme a sério. E o final é a pior parte, é a verdadeira definição de deux ex machina, se você quer aprender o recurso, só assistir.
O longa é um manual do que não fazer em um roteiro. Dizer que é péssimo soa até elogioso. E de tão ruim, não se acha nem onde ele foi feito. Na verdade se acha muito pouco sobre ele na internet, mas se você for masoquista, ele está completo no youtube.
Também em 2018 surgiu Não o Tipo da Cinderela, filme que, ao que parece, foi baseado em um livro que eu queria muito ler porque em meio a tantos filmes parecidos, ele mostrou que o clichê nas mãos do roteirista certo (do escritor, no caso) pode sim render bons frutos.
Após a morte dos pais, Cindy Ella fica sob a custódia do tio. Ele e a esposa já tem duas filhas e não queriam de forma alguma ficar com ela, de modo que a menina é tratada com indiferença e como uma criada na casa. Indy, como gosta de ser chamada, não tem muitas perspectivas na vida e sua estima é bem baixa.
Ela conhece o príncipe encantado, Bryant, de maneira inusitada. Apesar de ele ser o garoto mais popular do colégio e dos dois estudarem por anos na mesma escola, sua primeira interação acontece quando ele mata a gata dela atropelada (sem querer, é claro). A partir daí, uma série de reviravoltas vai virar a vida de Indy de cabeça para baixo.
Embora as atuações desse filme não sejam as melhores, não chegam a ser sofríveis. A história é muito boa e se sustenta por si mesma, trazendo a pauta do abuso psicológico e com um "príncipe" que é exatamente como todos os homens deveriam ser na opinião desta autora. Fofo, dramático e romântico na dose certa, é o tipo de filme que eu veria duas ou três vezes no ano quando quisesse ficar com o coração quentinho. Recomendo e você também acha inteiro no youtube. Inclusive, se alguém souber onde tem o livro, por favor me diz, quero ler.
Vai ter parte 3 desse post porque ainda tem muitas versões da Cinderella que eu ainda não assisti, então vou maratonar com a minha irmã e volto com o que achei. Mas e aí, conhecia alguma dessas adaptações? Gostou de alguma? Me conta aí.
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