Me aproximo com cautela,
Você toca o ar formando castelos de sonhos
Eis que surge o principe com sua linda donzela
Mas só você nota seu olhar medonho
Pois a ela o nobre não possui o amor que tem pela pura campona
Assim como a ela seu coração está destinado a bater tristonho
Seus dedos tornam a se mover,
tempestades se formam no jardim
As flores de uma alma, ah, tão puras elas começam a morrer
E a indiferença se formou no mesmo momento em que ele a vê
O grafite se quebra, a caneta seca
As palavras digitalizadas tornam maior seu sofrer
E seu coração segue a implorar em silencio
Pela campona que nunca mais virá a ver
Havia sido ela um sonho
A bela visão de um anjo que se tornaria seu vicio?
A linda donzela com quem casara-se também se feria neste conto ficticio
Sua mente impiedosa a torturava,
Pois ela sabia que o principe não a amava
E enquanto sua mente entrava em estado critico
Resolveu ela sussurrar ao amado em seu ouvido:
Não me deixes, pois minha alma é de ti escrava
O silencio comoveu os lençois bagunçados
O amor carnal perdeu-se em meio ao escuro do quarto
E a princesa suplicou então, quebrada:
Por favor, a esqueça!
Mas o principe não espantou seus pensamentos da jovem plebeia
Amava-a mais que qualquer outra mulher e por ela iria até o fim
Ele partiu em sua busca pela amada enfim
E a princesa rejeitada e abandonada no leito estremecia
Inquieta chorava e clamava por Deus para ser novamente adorada e desejada
Mas no fundo sua esperança não existia
E sozinha iniciava sua jornada
O principe não tardou a encontrar a camponesa
Isto era algo que ele almejava e já não aguentava resistir mais
Tomou-a da pobreza e viu por trás da sujeira e dos remendos sua tristeza
Então jurou torna-la rainha
Jurou faze-la ter tudo que uma nobre tinha
E disse-lhe que nenhuma outra tinha tanta beleza
Levou-a ao padre, mas o novo casamento foi negado
Levou-a ao papa, mas o novo casamento era errado
Levou-a ao bruxo, mas um novo casamento seria amaldiçoado
Por fim, ignorou tudo que fosse oficial e deu por si casando-se com as próprias palavras reais
Apesar das mordomias a camponesa não se arrumava
Não fazia questão de quando ele lhe falava ou beijava
Mas quando com ela ele ficava bravo,
A jovem lhe sorria e tudo se ajeitava
Mas a tristeza em seu olhar persistia e seu brilho era fraco
Ele apenas não entendia e insistia que ela deveria se abrir com ele
Mas os olhos verdes por trás da tela escondem as verdades verdadeiras
E mostram que apenas uma pessoa sabe o desenrolar da história
O principe adoece repentinamente
Os cuidados da camponesa são preocupados e carinhosos,
Para um bom entendedor até mesmo culpados.
Seus cabelos desarrumados mais que de costume incomodam o olhar dos demais nobres ao redor do leito
Mas o rosto fino e o corpo bem formado agradava-os de volta recebendo olhares suspeitos
Mesmo que sua atenção fosse voltada apenas ao marido doente
Que observava o rosto da jovem com um amor envolvente
Passaram-se noites e dias,
E apenas os olhos verdes por trás da tela
Sabiam que o principe não mais se confundia
Ele havia notado por fim os olhares esperançosos
Os movimentos sutis de uma alma abandonada um dia
E só os olhos verdes que aquele romance escrevia
Sabia sobre a verdade que a princesa por amor escondia
Ela entendeu seu sorriso
O abraçou com cuidado docemente
E disse com medo, com pavor do presente,
com horror do que poderia ocorrer novamente:
Eu sempre fui sua e por isso
Apenas por isso aceitei entrar em sua mente
Mesmo que de uma maneira tão suja,
Me tornando seu velho e pobre tormento
Eu sempre te amei e sempre o irei
Não pode notar que isso estava bem na sua frente?
Aquela campona não irá aparecer para o futuro rei
Mudou-se para a cidade natal do Karlo, o velho que se diz vidente
E por você vesti esse peso
Por você me fiz como ela, por você não é ela e sim eu quem reza
E por você eu sempre voltarei, pois você é o homem que sempre desejei
O principe mexeu-se em seus braços delicados
Observou com cuidado seus olhos chorosos
Lembrou da sua vaidade e de seu doce riso
De como ela sussurrava seu nome nas noites quentes
De como seu vestido de seda esvoaçava ao vento
E comparou-a com a campona que fingia ser
Com forçados atos grossos
Com um estranho olhar indeciso
Com falsa sedução cobrindo o que restou de sua honra
Acariciou o rosto fino cuja mascara desabou e revelou um olhar desesperado
Lhe sorriu e deu-lhe as mais doces palavras que achou
Me espanto por você ter me procurado
Por ter verdadeiramente me amado
Mas o que mais me assusta é o fato de eu nunca ter notado o monstro que sou
Rejeitando assim seu coração
Agora entendo por que seu sorriso se quebrou
E vejo que foi sua pureza que meu coração sempre esperou
Uma lagrima caiu dos olhos verdes,
Um sorriso se fez nos lábios por trás da tela
As emoções que saem da criação direto para seu coração são fortes
A magia se forma a partir de cada tecla,
A partir de cada letra, de cada pensamento dela
E o amor se intensifica sincero
Puro, mesmo após as mortes
E sempre, sempre belo
Se eu disser que não fiquei me sentindo eu vou estar mentindo descaradamente! Ficou perfeito em todos os sentidos da palavra. Quem também me deu presente hoje foi a linda da Sandy Maria, lá da faculdade, ela me presenteou com um exemplar de Eu sou o mensageiro do autor Markus Zusack, amei!
Eu sei que a resenha de Cidades de Papel está demorando, isso porque infelizmente eu estou demorando para ler, por razões sérias eu garanto e vou dividi-las com vocês:
- Essa semana que se passou fiquei trabalhando arduamente na segunda metade de um original que está sendo revisado para a editora com a qual eu assinei um contrato. (Converso isso com vocês outra hora.)
- Estou nos últimos ajustes do livro Sleeping Beauty
- Minhas aulas voltaram hoje.
Super beijo blogueiros e torçam por mim!
The Lost Girl.
Olá Kathy, Estarei na torcida como sempre, e parabéns!
ResponderExcluirOi Luize! Obrigada pelo carinho! Super beijo!
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