Data da primeira publicação: 16 de outubro de 1847
Autora: Charlotte Brontë
Editora: Smith, Elder & Co.
Gênero: Literatura gótica, Crítica social
Páginas: 527
Sinopse: Conta como Jane, órfã de pai e mãe, vive infeliz na casa de uma tia que a detesta. Após um confronto com esta, Jane é enviada para uma escola, onde conhece os primeiros momentos de felicidade. Após seis anos como aluna e mais dois como professora, decide procurar uma nova posição. Encontra-a em Thornfield Hall, como preceptora da jovem Adèle, a pupila de Edward Rochester.
O que eu achei:
Eu deveria ter postado essa resenha a mais de duas semanas, quando finalmente terminei o livro, mas acabei procrastinando e não levei para frente. Mas, finalmente, aqui está.
Órfã, Jane Eyre é deixada aos cuidados da família Reed, cujo tio era irmão de sua mãe, mas infelizmente falecera antes que ela pudesse lembrar-se dele, deixando-a sob a proteção de sua tia Reed que a detestava. Desde criança, Jane era tratada com indiferença pela tia, as primas e as criadas — com exceção de Bessie que lhe tinha certo apreço — e maltratada pelo primo mais velho, John Reed que sempre lhe batia e fazia com que ela mesma fosse culpada causando-lhe castigos severos por coisas que ela não fez, já que sua mãe o protegia. Depois de uma briga na qual ele lhe batera ao ponto de lhe escoriar a cabeça, tomada pela fúria Jane revidou, derrubando-o no chão.
Ignorando o machucado da menina e surda às suas explicações, a tia mandou que lhe trancassem em um quarto da casa conhecido como quarto vermelho que tinha a fama de ser amaldiçoado uma vez que os últimos dias de vida do senhor Reed se passaram lá. Magoada, machucada, assustada e injustiçada, Jane implora por uma piedade que não chega ao ponto de ser escorraçada pela tia e passar mal devido ao susto que sofreu no quarto. Atendida pelo médico ela finalmente sente um pouco de carinho e conta-lhe sua triste história, ele orienta a senhora Reed que envie a menina para uma escola, pois ela necessita de uma mudança de ares.
A senhora Reed, então, manda chamar um pastor detestável que é responsável por um colégio interno de caridade chamado Lowood, lar para crianças órfãs. Conhecido por ter um regimento muito rígido, ela assegura que Jane terá uma disciplina muito mais rigorosa do que merece e será tão solitária quanto é em casa, pois é uma menina falsa e mentirosa. Tentado a acreditar na respeitável mulher, o pastor interroga Jane e lhe garante que na escola tirarão dela “o mal que carrega em si”. Apesar do medo de ser tão rejeitada e solitária quanto é em Gateshead, Jane se sente feliz por finalmente sair da casa odiosa onde vive e por nunca mais ter de ver a tia ou os primos que sempre foram incapazes de ver que tudo que ela queria era ser amada e fazer parte de uma família.
Vai, então, sozinha em uma carruagem para Lowood onde é imediatamente bem recebida por uma boa mulher, mas também onde descobre o rígido tratamento e as péssimas condições a que as alunas eram submetidas como castigos físicos humilhantes, pouca nutrição — e às vezes mal feita — e a caminhada tortuosa aos domingos até a igreja para ouvir o interminável sermão do pastor. Na escola, Jane se torna amiga de Helen, uma garotinha ruiva que parece dócil e centrada, ela fica indignada ao ver os constantes castigos a que a menina é imposta pela professora, mas, ao questioná-la, vê como ela é submissa e sempre procura nas escrituras e na passividade uma razão para merecer as punições.
Quando o pastor vai à escola, expõe Jane como a tia ordenara: uma garota falsa e mentirosa, alertando as professoras e as outras alunas que não se aproximem dela, que lhe tratem com frieza. Mas como ela já havia conquistado a afeição da maioria das pessoas e mostrado seu jeito interessado, dedicado e carinhoso, as alegações falsas do pastor caem por terra e ela tem, dentro do possível, uma estada feliz em Lowood. As péssimas condições da escola logo dissemina uma epidemia de tifo entre as alunas colocando o lugar em quarentena e suspendendo as aulas. Helen, a única amiga de Jane, fica gravemente doente — por já ter uma saúde delicada — e acaba falecendo, um golpe muito duro para a pequena menina.
As mortes em massa das meninas na escola, acaba virando notícia e fazendo vir à tona as condições lamentáveis às quais elas eram expostas na escola, o que provocou o rebaixamento do pastor para tesoureiro e uma era de calmaria e tratamento justo para as alunas. Jane se dedicara com afinco aos estudos tornando-se uma brilhante aluna e, mais tarde, professora na escola.
Ansiosa por algo mais da vida, ela coloca um anúncio no jornal em busca de um emprego como preceptora e acaba recebendo uma resposta para ensinar uma criança chamada Adèle Varrens em uma rica propriedade da Inglaterra chamada Thornfield Hall. Extasiada com a oportunidade e o salário muito além das expectativas, Jane abandona seu posto em Lowood e parte para sua nova casa.
A cansativa viagem se mostra recompensadora quando ela conhece a senhora Fairfax, de gentileza e hospitalidade encantadores que fazem com que Jane se sinta acolhida e querida, logo descobre que a casa não pertence à doce senhora, mas sim a Edward Rochester, que ela vem a conhecer semanas depois, um homem rude, temperamental e cheio de segredos. A convivência na casa é tranquila, ensinar a Adèle se mostra mais que uma obrigação, mas um prazer para Jane, a aproximação com seu patrão é gradual e logo desperta na jovem de dezoito anos um carinho e admiração profundos. Tal qual sua felicidade, é o mistério que envolve a mansão Thornfield, cujos barulhos noturnos e risadas histéricas no terceiro andar moldam a imaginação de Jane que anseia desvendar seus segredos, principalmente quando a vida de seu patrão parece correr perigo.
Suas suspeitas recaem sobre Grace Poole, uma criada que tranca-se no terceiro andar e que tem uma conduta muito suspeita e hábitos tal qual estranhos. As coisas se tornam ainda mais estranhas quando o senhor Rochester traz para casa amigos das redondezas, entre eles Blanche Ingram, uma jovem belíssima e de boa família, embora sem fortuna. Um visitante inesperado aparece em Thornfield Hall e ela percebe o estranho comportamento do seu patrão com relação a ele. No meio da noite, gritos e barulhos de luta acordam Jane e os demais convidados da casa, que o senhor Rochester manda de volta para seus quartos sob o pretexto que nada aconteceu, ele leva, então, Jane para o terceiro andar onde o visitante inesperado estava gravemente ferido. Jane não consegue entender o que está acontecendo e, principalmente, as ordens severas de seu patrão para que o estranho não lhe dirigisse a palavra enquanto ele estivesse fora. A senhora Fairfax assegura a Jane que seu patrão pedirá a socialite em casamento, nesse momento a jovem percebe que os sentimentos que nutre por seu patrão vão muito além de apenas admiração e carinho, mas desenvolveram-se para algo além, um sentimento ao qual ela não tem coragem de dar ouvidos diante da sua baixa posição social, origens ainda mais simples e da grandeza da noiva do seu patrão.
Sozinha na melancolia de seu ciúme e sua tristeza, ela se vê sem perspectivas quanto ao que fará no futuro, pois está certa de que Adèle será mandada para um colégio — uma vez que a noiva de seu patrão, tanto quanto ele, não a suporta — e que ela mesma precisará procurar outro emprego. É quando lhe chega a revelação diretamente do senhor Rochester: seus sentimentos são recíprocos. Jane não pode se conter de felicidade ao ver a vida lhe sorrir daquela forma, saber que é amada por Edward Rochester é, para ela, a amostra terrena do paraíso. Nesse ínterim, vem a notícia, através de Bessie, que sua tia está gravemente doente após a morte de John e solicita sua presença. Ela pede então permissão para sua viagem e tenta reconciliar-se com a tia em seus últimos momentos de vida, mas vê que em seu coração frio não há nenhum arrependimento sincero, e descobre ainda que há um parente vivo que, três anos antes, escreveu à senhora procurando por ela, mas Reed dissera que ela havia morrido na escola.
Mesmo indignada, Jane perdoa a mulher que morre alguns dias depois, fica ainda um tempo em companhia das primas e, ao retornar para casa, é pedida em casamento por seu patrão. Extasiada ela aceita e escreve ao tio informando que está viva e prestes a casar-se com seu patrão. No dia da cerimônia, vem a tona a verdade que Edward Rochester tem uma esposa viva em sua casa, e o duro golpe do destino recai mais uma vez sobre o coração de Jane Eyre. A mulher, louca e trancafiada, é apresentada e os segredos de Thornfield Hall são revelados através dela, de sua insanidade que tem cercado Jane e os demais habitantes desavisados do casarão durante todo o tempo.
Sem saber o que fazer e ardendo de amor pelo patrão, Jane acaba fugindo de casa e pega uma carruagem em direção ignorada. Chegando à terras distantes e ermas da Inglaterra, ela se depara com a fome e a falta de solidariedade dos homens até que acaba na porta de St. John Rivers em uma noite chuvosa e é acolhida por ele e suas irmãs, Diana e Mary que cuidam dela até que sua saúde seja reestabelecida. Jane passa então a conviver com os irmãos a quem nutre um carinho imenso e divide gostos e opiniões. St. John, apesar de reservado, frio e inexorável, se mostra digno com ela arrumando-lhe um emprego de professora em uma escola pública — emprego esse que Jane passa a sentir prazer em executar — e uma casa pequena e própria dando à jovem a sensação de independência tão almejada.
Apesar da sorte que tivera de não morrer na tempestade e de ter conquistado o carinho dos Rivers, Jane não consegue se desfazer dos sentimentos que a prendem ao seu antigo patrão. Descobre então, meses depois, que recebeu uma soma de vinte mil libras do seu falecido tio e que tem um grau próximo de parentesco com os Rivers. As notícias não podiam deixa-la mais feliz, ela manda repartir sua fortuna em quatro partes iguais e faz dos três tão ricos quanto ela, os irmãos voltam a viver juntos — as duas irmãs eram preceptoras em Londres — e Jane passa a morar com eles, como se fossem irmãos.
St. John, que ela vem a descobrir ser apaixonado pela jovem mais rica da região, propõe a Jane casamento determinado a leva-la com ele para a Índia, mas a jovem declina da proposta por saber que ele não nutre por ela um sentimento suficientemente forte como amor e por não sentir por ele nada mais que um amor fraterno. A insistência do primo começa a sufocar-lhe ao ponto de ela começar a cogitar ceder no meio de todo o discurso religioso e ao choque dos seus ideais a respeito do certo e do errado. Mas ela não poderia tomar nenhuma decisão sem antes rever e assegurar-se do bem estar de seu estimado patrão.
O que eu achei:
Eu deveria ter postado essa resenha a mais de duas semanas, quando finalmente terminei o livro, mas acabei procrastinando e não levei para frente. Mas, finalmente, aqui está.
Órfã, Jane Eyre é deixada aos cuidados da família Reed, cujo tio era irmão de sua mãe, mas infelizmente falecera antes que ela pudesse lembrar-se dele, deixando-a sob a proteção de sua tia Reed que a detestava. Desde criança, Jane era tratada com indiferença pela tia, as primas e as criadas — com exceção de Bessie que lhe tinha certo apreço — e maltratada pelo primo mais velho, John Reed que sempre lhe batia e fazia com que ela mesma fosse culpada causando-lhe castigos severos por coisas que ela não fez, já que sua mãe o protegia. Depois de uma briga na qual ele lhe batera ao ponto de lhe escoriar a cabeça, tomada pela fúria Jane revidou, derrubando-o no chão.
Ignorando o machucado da menina e surda às suas explicações, a tia mandou que lhe trancassem em um quarto da casa conhecido como quarto vermelho que tinha a fama de ser amaldiçoado uma vez que os últimos dias de vida do senhor Reed se passaram lá. Magoada, machucada, assustada e injustiçada, Jane implora por uma piedade que não chega ao ponto de ser escorraçada pela tia e passar mal devido ao susto que sofreu no quarto. Atendida pelo médico ela finalmente sente um pouco de carinho e conta-lhe sua triste história, ele orienta a senhora Reed que envie a menina para uma escola, pois ela necessita de uma mudança de ares.
A senhora Reed, então, manda chamar um pastor detestável que é responsável por um colégio interno de caridade chamado Lowood, lar para crianças órfãs. Conhecido por ter um regimento muito rígido, ela assegura que Jane terá uma disciplina muito mais rigorosa do que merece e será tão solitária quanto é em casa, pois é uma menina falsa e mentirosa. Tentado a acreditar na respeitável mulher, o pastor interroga Jane e lhe garante que na escola tirarão dela “o mal que carrega em si”. Apesar do medo de ser tão rejeitada e solitária quanto é em Gateshead, Jane se sente feliz por finalmente sair da casa odiosa onde vive e por nunca mais ter de ver a tia ou os primos que sempre foram incapazes de ver que tudo que ela queria era ser amada e fazer parte de uma família.
Vai, então, sozinha em uma carruagem para Lowood onde é imediatamente bem recebida por uma boa mulher, mas também onde descobre o rígido tratamento e as péssimas condições a que as alunas eram submetidas como castigos físicos humilhantes, pouca nutrição — e às vezes mal feita — e a caminhada tortuosa aos domingos até a igreja para ouvir o interminável sermão do pastor. Na escola, Jane se torna amiga de Helen, uma garotinha ruiva que parece dócil e centrada, ela fica indignada ao ver os constantes castigos a que a menina é imposta pela professora, mas, ao questioná-la, vê como ela é submissa e sempre procura nas escrituras e na passividade uma razão para merecer as punições.
Quando o pastor vai à escola, expõe Jane como a tia ordenara: uma garota falsa e mentirosa, alertando as professoras e as outras alunas que não se aproximem dela, que lhe tratem com frieza. Mas como ela já havia conquistado a afeição da maioria das pessoas e mostrado seu jeito interessado, dedicado e carinhoso, as alegações falsas do pastor caem por terra e ela tem, dentro do possível, uma estada feliz em Lowood. As péssimas condições da escola logo dissemina uma epidemia de tifo entre as alunas colocando o lugar em quarentena e suspendendo as aulas. Helen, a única amiga de Jane, fica gravemente doente — por já ter uma saúde delicada — e acaba falecendo, um golpe muito duro para a pequena menina.
As mortes em massa das meninas na escola, acaba virando notícia e fazendo vir à tona as condições lamentáveis às quais elas eram expostas na escola, o que provocou o rebaixamento do pastor para tesoureiro e uma era de calmaria e tratamento justo para as alunas. Jane se dedicara com afinco aos estudos tornando-se uma brilhante aluna e, mais tarde, professora na escola.
Ansiosa por algo mais da vida, ela coloca um anúncio no jornal em busca de um emprego como preceptora e acaba recebendo uma resposta para ensinar uma criança chamada Adèle Varrens em uma rica propriedade da Inglaterra chamada Thornfield Hall. Extasiada com a oportunidade e o salário muito além das expectativas, Jane abandona seu posto em Lowood e parte para sua nova casa.
A cansativa viagem se mostra recompensadora quando ela conhece a senhora Fairfax, de gentileza e hospitalidade encantadores que fazem com que Jane se sinta acolhida e querida, logo descobre que a casa não pertence à doce senhora, mas sim a Edward Rochester, que ela vem a conhecer semanas depois, um homem rude, temperamental e cheio de segredos. A convivência na casa é tranquila, ensinar a Adèle se mostra mais que uma obrigação, mas um prazer para Jane, a aproximação com seu patrão é gradual e logo desperta na jovem de dezoito anos um carinho e admiração profundos. Tal qual sua felicidade, é o mistério que envolve a mansão Thornfield, cujos barulhos noturnos e risadas histéricas no terceiro andar moldam a imaginação de Jane que anseia desvendar seus segredos, principalmente quando a vida de seu patrão parece correr perigo.
Suas suspeitas recaem sobre Grace Poole, uma criada que tranca-se no terceiro andar e que tem uma conduta muito suspeita e hábitos tal qual estranhos. As coisas se tornam ainda mais estranhas quando o senhor Rochester traz para casa amigos das redondezas, entre eles Blanche Ingram, uma jovem belíssima e de boa família, embora sem fortuna. Um visitante inesperado aparece em Thornfield Hall e ela percebe o estranho comportamento do seu patrão com relação a ele. No meio da noite, gritos e barulhos de luta acordam Jane e os demais convidados da casa, que o senhor Rochester manda de volta para seus quartos sob o pretexto que nada aconteceu, ele leva, então, Jane para o terceiro andar onde o visitante inesperado estava gravemente ferido. Jane não consegue entender o que está acontecendo e, principalmente, as ordens severas de seu patrão para que o estranho não lhe dirigisse a palavra enquanto ele estivesse fora. A senhora Fairfax assegura a Jane que seu patrão pedirá a socialite em casamento, nesse momento a jovem percebe que os sentimentos que nutre por seu patrão vão muito além de apenas admiração e carinho, mas desenvolveram-se para algo além, um sentimento ao qual ela não tem coragem de dar ouvidos diante da sua baixa posição social, origens ainda mais simples e da grandeza da noiva do seu patrão.
Sozinha na melancolia de seu ciúme e sua tristeza, ela se vê sem perspectivas quanto ao que fará no futuro, pois está certa de que Adèle será mandada para um colégio — uma vez que a noiva de seu patrão, tanto quanto ele, não a suporta — e que ela mesma precisará procurar outro emprego. É quando lhe chega a revelação diretamente do senhor Rochester: seus sentimentos são recíprocos. Jane não pode se conter de felicidade ao ver a vida lhe sorrir daquela forma, saber que é amada por Edward Rochester é, para ela, a amostra terrena do paraíso. Nesse ínterim, vem a notícia, através de Bessie, que sua tia está gravemente doente após a morte de John e solicita sua presença. Ela pede então permissão para sua viagem e tenta reconciliar-se com a tia em seus últimos momentos de vida, mas vê que em seu coração frio não há nenhum arrependimento sincero, e descobre ainda que há um parente vivo que, três anos antes, escreveu à senhora procurando por ela, mas Reed dissera que ela havia morrido na escola.
Mesmo indignada, Jane perdoa a mulher que morre alguns dias depois, fica ainda um tempo em companhia das primas e, ao retornar para casa, é pedida em casamento por seu patrão. Extasiada ela aceita e escreve ao tio informando que está viva e prestes a casar-se com seu patrão. No dia da cerimônia, vem a tona a verdade que Edward Rochester tem uma esposa viva em sua casa, e o duro golpe do destino recai mais uma vez sobre o coração de Jane Eyre. A mulher, louca e trancafiada, é apresentada e os segredos de Thornfield Hall são revelados através dela, de sua insanidade que tem cercado Jane e os demais habitantes desavisados do casarão durante todo o tempo.
Sem saber o que fazer e ardendo de amor pelo patrão, Jane acaba fugindo de casa e pega uma carruagem em direção ignorada. Chegando à terras distantes e ermas da Inglaterra, ela se depara com a fome e a falta de solidariedade dos homens até que acaba na porta de St. John Rivers em uma noite chuvosa e é acolhida por ele e suas irmãs, Diana e Mary que cuidam dela até que sua saúde seja reestabelecida. Jane passa então a conviver com os irmãos a quem nutre um carinho imenso e divide gostos e opiniões. St. John, apesar de reservado, frio e inexorável, se mostra digno com ela arrumando-lhe um emprego de professora em uma escola pública — emprego esse que Jane passa a sentir prazer em executar — e uma casa pequena e própria dando à jovem a sensação de independência tão almejada.
Apesar da sorte que tivera de não morrer na tempestade e de ter conquistado o carinho dos Rivers, Jane não consegue se desfazer dos sentimentos que a prendem ao seu antigo patrão. Descobre então, meses depois, que recebeu uma soma de vinte mil libras do seu falecido tio e que tem um grau próximo de parentesco com os Rivers. As notícias não podiam deixa-la mais feliz, ela manda repartir sua fortuna em quatro partes iguais e faz dos três tão ricos quanto ela, os irmãos voltam a viver juntos — as duas irmãs eram preceptoras em Londres — e Jane passa a morar com eles, como se fossem irmãos.
St. John, que ela vem a descobrir ser apaixonado pela jovem mais rica da região, propõe a Jane casamento determinado a leva-la com ele para a Índia, mas a jovem declina da proposta por saber que ele não nutre por ela um sentimento suficientemente forte como amor e por não sentir por ele nada mais que um amor fraterno. A insistência do primo começa a sufocar-lhe ao ponto de ela começar a cogitar ceder no meio de todo o discurso religioso e ao choque dos seus ideais a respeito do certo e do errado. Mas ela não poderia tomar nenhuma decisão sem antes rever e assegurar-se do bem estar de seu estimado patrão.
O livro é bem amarrado, apesar de Charlotte ser menos tórrida que sua irmã, Emily, seus personagens são igualmente fascinantes cheios de vida e com uma personalidade intensa. Jane Eyre, protagonista da trama, é uma jovem focada, as vezes incompreendida e com um passado rodeado de tristezas. Para sua época, é uma mulher forte que busca acima de tudo a independência, o livro tem traços de fortes críticas sociais e é um bom retrato da sociedade rural de sua época. Encantador.