domingo, 31 de março de 2019

[Relendo&Resenhando] A Lenda dos Cinco Povos: A Terra de Almar

Autor: Raul G.M. Silva
Páginas: 495
Ano: 2013
Gênero: Fantasia

Sinopse: Arthur Ghridff é um menino magro e louro que mora com a avó na pequena cidade de Flores. Certo dia ao voltar da escola ele e seus amigos se deparam com um estranho acontecimento, ao passarem em frente a uma velha casa abandonada. Eles então resolvem investigar e ao fazer isso descobrem que existe muito mais entre o céu e a terra do que nós meros mortais podemos imaginar. Juntos os quatro mergulham numa aventura onde a amizade e a coragem podem significar a mesma diferença entre a vida e a morte, nessa aventura cheia de perigos e magia, Arthur, Tom, Gui e Hally irão descobrir muito mais sobre si mesmos e suas reais origens e também a verdadeira história deste e daquele mundo, a história que nunca nos foi revelada.

Com a morte em seu encalço e poderes inimagináveis brincando com seus destinos Arthur e seus amigos descobriram que possuem um papel de destaque nos acontecimentos vindouros e que o destino de muitos está sobre seus ombros.

Li a primeira versão desse livro quando ainda estava na faculdade. Como eu, o Raul também caiu na ansiedade de publicar logo, acho que acontece com todos. Ano passado, em um evento na faculdade, ele apresentou a segunda edição da história e minha irmã acabou trazendo para casa, então, como eu estava planejando o projeto, acabei por colocá-lo na lista já que não tinha escrito resenha para ele na época, e, claro, lê-lo com um olhar desprovido de emoções desnecessárias.

Bem, a história acompanha um grupo de quatro amigos vivendo sua vidinha normal numa cidade pequena e fictícia chamada Flores. Arthur poderia ser tido como o líder do grupinho, a maior parte da narrativa é contada sob o ponto de vista dele. Gui seria o entremeio do inteligente e problemático, mas sem dúvida dos quatro é o mais corajoso (perdoa, Art, mas justiça seja feita), Hally é praticamente uma Hermione da vida (se não foi homenagem não sei o que eu diga) e Tom, bem, Tom é a prescrição de Rony, medroso como ele só. Então, os quatro viviam uma vida comum até uma noite que tem a genial ideia de seguir uma luz estranha dentro de uma casa abandonada numa rua que dá arrepios (tinha tudo pra dar certo, né?) e, com isso, acabam caindo em uma terra medieval de dois sóis (misericórdia, um só já tá quase nos matando, imagina dois!).

Explorando essa terra, eles acabam se deparando com uma mulher que lhes conta mais sobre aquela terra e sobre o papel deles no futuro daquele o do nosso mundo (nada demais, eles só precisam salvar a humanidade, coisa normal!). Incapazes de voltar para casa antes de completar sua missão, que é deter o temível Hoo Woov, os amigos partem em uma jornada cheia de perigos que porá a prova sua lealdade uns aos outros, além de testar toda a sua coragem e habilidades, uma vez que precisarão passar por um rígido treinamento enquanto buscam sobreviver naquela terra selvagem que os está caçando, sendo suscetíveis a jogos de poder e tendo de lidar com as perdas dolorosas no meio do caminho. Até alcançar o seu destino, Arthur vai descobrir não apenas a força da sua amizade com Tom, Gui e Hally, mas vai se deparar com sentimentos nunca antes imaginados e descobrir que a história que conheceu até então pode não ser tão verdadeira quanto ele pensava.

Então, se comparado a primeira versão (que eu já tinha achado muito boa) essa está nitidamente superior. Ele se atentou mais não apenas a lógica temporal, mas as próprias atitudes dos personagens na situação em que se encontravam e isso fez uma diferença enorme no enredo. É um livro bom, tem uma história interessante, personagens simpáticos que despertam certa empatia na gente, cada qual oferece um certo conflito interno que acrescenta na trama, a criação de mundo é boa, mas acho que pode melhorar mais. São poucos aspectos, claro, mas dá sim. Alguns diálogos ficaram um pouco incoerentes, mas nada que atrapalhe o enredo.

Por alguma razão, as cenas de magia desse livro me lembraram os animes de ação com magos do tipo Zero no Tsukaima, e também um pouco Fullmetal Alchemist, a magia aqui não é exatamente uma ciência, mas por algum motivo me remeti a isso. As cenas de batalha eu não conseguia imaginar de outro modo que não dos jogos de MMORPG e de filmes como O Senhor dos Anéis ou o próprio Harry Potter que parece ser uma referência clara na história ainda que de modo sutil até certo ponto. Boa parte da história se foca no treinamento de Arthur e na adaptação deles em Almar, mas como ele usa o recurso de alternar pontos de vista (ainda que o livro seja narrado em terceira pessoa no mesmo estilo Harry Potter), fiquei meio desapontada por não ter aparecido o treinamento de Hally e Tom de modo mais explícito. Esse último a gente nem vê resquícios na verdade. O envolvimento de certos personagens também ficou meio que como uma incógnita de "como aconteceu? Quando?".

Num cômputo geral achei o livro muito bom, houve algumas perguntas que ficaram sem resposta, mas acho que isso será resolvido no segundo livro. Há algumas coisas que gostei mais do que outras, mas essa é uma impressão totalmente pessoal que prefiro não expor nesta resenha. É um bom livro, vale a pena ser lido. Quem gostou de Harry Potter e gosta de fantasia, recomendo.

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