quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

[Relendo&Resenhando] A Intuitiva

Original: If He's Wild
Ano: 2011
Autor: Hannah Howell
Gênero: histórico, romance, fantasia
Páginas: 224

Sinopse: Inglaterra, século XVIII. Assim como a maioria de seus familiares, Alethea Vaughn Channing possui dons especiais. Desde pequena ela tem visões recorrentes de um homem desconhecido. Passados 15 anos desde a primeira visão, ela prevê um risco de morte. Ela precisa encontrá-lo, contar sobre sua visão e convencê-lo de que corre perigo. Mas quem acreditaria numa estranha com uma conversa dessas? Ainda sob um ceticismo inicial, ele percebe sinceridade na desconhecida e, agindo emocionalmente, decide acreditar na estranha para tentar novamente descobrir o paradeiro de seus dois sobrinhos, que desapareceram após a trágica morte de sua irmã e do esposo. Durante essa busca, começa então a florescer uma forte admiração entre os dois, até surgir a perigosa Claudete, uma antiga amante de Hartley, e que Alethea descobrirá estar entre as pessoas mais ameaçadoras da alta sociedade de Londres. Então, a sua vida também passa a correr perigo e ela precisará mais do que nunca de seus poderes para garantir a sua segurança.

Alethea Vaughn tem visões com um estranho homem desde os cinco anos de idade. Ela já passeou pelos mais diversos momentos da vida desse homem através de suas visões, vivendo uma vida reclusa em sua propriedade rural de Colstruth ela é uma viúva jovem de um homem que nunca a tocou e por quem não nutria qualquer sentimento. Quando, uma noite, ela tem uma aterradora visão do assassinato do homem, decide ir à Londres hospedar-se com seu tio, Iago, para salvar o marquês do seu cruel e injusto destino.

Hartley, o marquês de Headgrave, é conhecido pelas rodas da sociedade por ser um libertino. A verdade é que, como um agente do governo, ele coloca o dever acima do próprio prazer, de modo que a má fama o ajuda a manter longe as mães casamenteiras. Ele está na missão de seduzir a francesa Claudette, de quem suspeita estar em um esquema de espionagem para o país inimigo bem no meio dos conflitos. Contudo, suas tentativas são frustradas quando ele avista Alethea pela primeira vez e ela demonstra saber bem mais sobre ele e seu plano do que os próprios envolvidos. Inicialmente, ele se mantêm cético, mas a autopreservação sobrepõem-se e ele decide aceitar a ajuda que ela lhe oferece.

Com a ajuda de Iago, Aldus e Gifford, Hartley descobre que Claudette está longe de ser uma vadia comum, mas carrega sob o rosto bonito uma assassina fria e orgulhosa que não aceita ser diminuída ou passada para trás e que pode estar envolvida no assassinato de seu cunhado e a última esposa além do desaparecimento de seus sobrinhos. Além disso, sua proximidade com Alethea e o claro interesse que o marquês tem por ela não agrada nem um pouco a cruel mulher que torna a jovem Vaughn um alvo. Usando o dom de Alethea, ele consegue uma pista de onde as crianças podem estar e contam com o apoio de Leopold Werlocke e Benned para encontrá-los.

Entretanto, condenar Claudette por seus crimes pode ser muito mais difícil do que o marquês ou seus companheiros possam imaginar e na luta pra aceitar seus sentimentos pela jovem esposa intuitiva, ele vai precisar de todas as cartas na manga para mantê-la segura junto aos seus sobrinhos e, sobretudo, manter-se vivo para garantir que nada de mal lhes aconteça.

A primeira vez que li A Intuitiva foi em 2013 junto dos outros dois primeiros livros da série, consolidando minha paixão por romances históricos, tinha ouvido falar que este era o melhor livro da série, apesar de ter gostado mais do anterior, A Sensitiva, concordo que este tem mais ação e é de longe o mais engraçado dos três tendo umas tiradas cômicas muito boas. O primeiro marido de Alethea, desconfio, era assexuado e com alguma tendência a psico ou sociopatia, pelo que ela descreve sobre ele foi a impressão que tive coisa que, na primeira leitura, não levei em consideração. Alethea, como as demais personagens femininas de Howell, é uma mulher a frente do seu tempo, determinada, inteligente, com certo ar feminista e ciente das suas fraquezas.

Quando resenhei A Esposa do Rei tive a impressão que a autora queria fazer algo parecido, contudo a Everlin dela se tornava apenas meio forçada nesse aspecto, Alethea em contrapartida é aquele tipo de personagem que tem uma personalidade bem definida, é forte e ao mesmo tempo que escapa do esterótipo da mocinha indefesa em perigo, não deixa de cumprir seu papel com a fragilidade inerente a sua posição e ao seu tempo. E veja que eu disse frágil, não passiva. Hartley é o típico homem "não acredito no amor" e blábláblá, mas pelo menos tenho que louvar que ele não é estúpido, mais que isso, sabe usar sua inteligência de modo muito útil.

Mas se há uma coisa que eu amo nesse livro é que Modred aparece um pouco mais! Ainda não me conformo que em toda a série lançada ela não escreveu um único livro sobre ele. De longe, para mim, ele é o personagem mais fascinante de toda a família Wherlocke Vaughn! A pitada de pimenta também é um pouco maior nesse livro (embora pelo que me lembre o de Argus não é muito diferente). Foi realmente maravilhoso revisitar essa história com um enredo intricado, personagens bem construídos e tiradas cômicas muito boas! Mais que recomendado!

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