terça-feira, 31 de maio de 2022

[Livro] Dama da Meia-Noite

Título Original: Lady Midnight

Autor: Cassandra Clare

Ano: 2016

Série: Os Artifícios das Trevas #1

Gênero: Fantasia, Romance, Mistério

Páginas: 560

Sinopse: Cinco anos após os acontecimentos de Cidade do Fogo Celestial, acompanhamos os Caçadores de Sombras do Instituto de Los Angeles enquanto tentam descobrir os responsáveis por uma série de assassinatos que vitimam tanto humanos quanto fadas. Emma Carstairs é uma guerreira, uma Caçadora de Sombras: a melhor de sua geração. Ela vive para lutar. E faz isso ao lado de seu parabatai, Julian Blackthorn. Juntos eles patrulham as ruas de Los Angeles, onde vampiros fazem a festa na Sunset Strip, e fadas - as mais poderosas das criaturas sobrenaturais - tentam se manter na linha depois de uma guerra com os Caçadores de Sombras.

Quando os corpos de fadas e de humanos assassinados começam a aparecer com as mesmas marcas encontradas nos pais de Emma, há alguns anos, uma aliança preocupante se forma. É a chance de Emma se vingar, mas também a oportunidade de Julian recuperar o irmão mais velho, Mark, prisioneiro do Povo das Fadas e integrante da Caçada Selvagem desde a Guerra Maligna - que alçou Clary Fairchild e Jace Herondale ao posto de Caçadores de Sombras-celebridade. Tudo que Emma, Mark e Julian precisam fazer é resolver o mistério dos assassinatos em duas semanas...


No primeiro volume de Os Artifícios das Trevas, Emma Carstairs e Julian Blackthorn precisam lidar com o amor silencioso que cresceu entre eles com o passar dos anos e que é proibido para aqueles ligados pelo juramento Parabatai. Embora não saibam porque a lei da Clave proíbe o envolvimento romântico dos parabatai, está cada vez mais difícil esconder um do outro esse sentimento. 

Enquanto isso, as fadas procuram o Instituto prometendo dar a Mark Blackthorn a chance de voltar para casa caso eles descubram quem está por trás de uma série de assassinatos de fadas e humanos. Mark, completamente destruído psicologicamente pelos anos vivendo com a caçada selvagem, se vê de volta para uma família que não reconhece enquanto Emma tem nas mãos a chance de finalmente descobrir a verdade por trás da morte de seus pais a quem a Clave assumia ter sido morto por Sebastian Morgertern.

O Instituto de Los Angeles, que deveria ser dirigido por Arthur, tio de Julian, é na verdade dirigido pelo próprio menino já que o homem parece ter deteriorado sua mente. Além disso, ele também tem de lidar com o autismo de seu irmão Ty, condição que não é bem vista no mundo dos caçadores e esconder a condição dos adultos, tal como a mente deteriorada do tio, do contrário, a Clave pode separá-lo dos irmãos que serão mandados para outros lugares.

Emma se torna muito amiga de Cristina Rosales, que está no Instituto de Los Angeles para um intercâmbio e um estudo sobre Mark Blackthorn, a chegada repentina do garoto enche o Instituto de apreensão e cautela e Cristina parece ser a única capaz de se comunicar realmente com ele, para desespero dos seus irmãos. Enquanto investigam juntos os assassinatos, com a ajuda de Malcon Fade, o alto feiticeiro de LA e Diego, um centurião que tem um passado com Cristina, eles são levados a uma série de assassinatos cujo propósito parece ser um ritual de necromancia.

Levados aos limites de sua resistência e sentimentos, Emma, Julian e os demais Blackthorn, são levados para um passado obscuro de sua família e das duras leis impostas aos caçadores de sombras, enquanto tentam esconder o amor que nasce entre eles, tal como as consequências que esse sentimento começa a despertar em seus poderes como nephilins, o grupo vai precisar de mais coragem e determinação para se manter unido e, sobretudo, trazer Mark de volta a quem ele era antes de ser levado pelas fadas.

Uma guerra é travada outra vez no mundo oculto e Emma e Julian vão precisar tomar decisões difíceis se quiserem salvar aqueles que amam.

Algo particular que gosto muito nesse universo dos caçadores de sombras é que a Cassandra não o fez perfeito ao ponto de você almejar com todas as forças ser um. Ela deixa os pontos negativos de seu governo autoritário e de suas atribuições muitas vezes suicidas bem claro, e o mais incrível é que, mesmo assim, a gente gostaria de se tornar um se fosse dada a oportunidade. O que é bizarro, mas prova que o universo foi magistralmente construído.

A história é muito envolvente como todos os demais livros da tia Cassie, aqui mais especial ainda por se tratar da questão tão interessante dos parabatai com um casal que eu shippo desde o final de Cidade do Fogo Celestial. Contudo, tal como as outras personagens de Clare, Emma e Julian tem um sério problema de comunicação. As coisas acontecem, mas eles sempre arrumam confusão entre si pelo simples fato de não falarem! Jace e Clary tinham esse problema tal como Tessa e Jem. É muito irritante, fica na cara que tudo seria resolvido se eles apenas conversassem e isso parece ser uma regra no mundo de romances YA, diálogo para quê? Vai arrastar por três livros um drama que podia facilmente ser resolvido em um sem precisar dessa volta ao mundo.

Ainda assim, colocando isso de lado, foi muito bom rever Jem (meu crush) e descobrir um pouco mais sobre os parabatai, sua ligação e como ela é afetada pelo amor romântico, além, claro, de sofrer horrores com esse casal e se pegar surpreso com a maldição envolvendo os parabatai que é mencionada muito superficialmente em TMI. Esse sempre foi um tema do meu interesse e foi muito triste ele ter sido tratado de forma tão breve no Códex, o que é explicado por Jem a Emma nesse livro sobre ser um assunto proibido pela Clave de ser divulgado entre os caçadores de sombras.

As novas personagens são incríveis e o enredo maravilhoso. Acho que não há como não gostar de um livro desse universo, a narrativa da Clare é muito deliciosa, apesar do problema enorme dela em dividir capítulos nessa trilogia, são capítulos enormes que a meu ver seriam melhor distribuídos se divididos em duas e alguns até em 3 capítulos menores, fluiria melhor a leitura. Mas eu gastei quase uma plaquinha de post-it no livro do mesmo jeito haha. Amo as referências que ela usa e a forma como encaixou o poema de Poe aqui foi genial. 

Outro ponto que tem se mostrado muito legal nessa série foi a diversidade das personagens, desde Alec com a representação LGBT até Tiberius com uma representação divina do autismo, sem estereótipos e de maneira sutil o bastante para que só quem teve algum contato prévio com a condição poder notar. Achei isso muito bacana. Confesso que o "plot twist" sobre quem seria o vilão da trama não me surpreendeu, as pistas que ela deu ao longo dos capítulos deixaram a descoberta um pouco óbvia, especialmente pelas atitudes do próprio personagem em questão. Nem preciso dizer que recomendo demais todos os livros do universo, todos são incríveis.

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