terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

[Bíblia] Fim da Escravidão

 Eis que iniciamos o Êxodo! Inicialmente, antes de ler o Gênesis na íntegra, achei que esse era o livro que eu mais ia gostar, em especial por já ter visto alguns filmes sobre Moisés várias vezes. Porém, não foi bem como aconteceu, embora seja um livro incrível como todos, atualmente estou em Judite, foi um livro por vezes revoltante de engolir pela ingratidão do povo. Do mesmo modo, Levítico e Juízes foram livros bem difíceis de digerir. Mas, vamos por partes.

Após a morte de José e seus irmãos, sua descendência continuou e se multiplicavam cada vez mais. Acontece que subiu ao trono Ramsés II, um faraó que não havia conhecido José e, temendo o aumento dos hebreus no Egito, começou a tramar contra eles, pois de acordo com seu pensamento, em caso de uma guerra se aquele povo se aliasse ao inimigo ou invadisse, o país sofreria danos. Inicialmente, começou a impor-lhes trabalhos, fazendo ainda com que as parteiras dos hebreus matassem os meninos já no nascimento, mas poupassem as meninas. Tendo elas se recusado, decretou que os meninos hebreus nascidos fossem atirados no Nilo.

Uma mulher, filha de Levi, casou-se com um homem da casa de seu pai e deu a ele um filho. Conseguiu ainda escondê-lo por três meses, mas sabendo que não poderia estender-se, colocou-o numa cesta e escondeu-a nos juncos do Nilo. Eis que a cesta foi encontrada pela filha do faraó que ordenou à sua escrava que a pegasse, mesmo vendo que era um filho dos hebreus, seu coração amoleceu e a irmã do menino, escondida, apareceu e perguntou se ela queria que buscasse uma mulher hebreia para amamentar a criança, trazendo a própria mãe que, mais tarde, viu seu filho ser adotado pela princesa e receber o nome de Moisés.

Moisés cresceu e, certo dia, ao presenciar um guarda egípcio maltratando um hebreu, matou-o e escondeu o corpo na areia. O fato acabou indo aos ouvidos do faraó que intentou matar moisés, este fugiu para Madiã e, após ajudar as filhas do sacerdote, foi convidado por este a residir em sua casa. O sacerdote deu ele uma de suas filhas e esta concebeu para ele um filho. Não fica muito claro aqui se Moisés sempre soube que era um hebreu. Morrendo o faraó, o povo começou a clamar ao Senhor e, vendo seu sofrimento, o Senhor deveras lembrou-se da aliança com seus pais e ouviu seu clamor.

Um dia, enquanto pastoreava o rebanho de seu sogro, Moisés viu uma sarça ardendo na montanha de Horeb, contudo, embora ardesse, não se consumia. Curioso, ele se aproximou e Deus falou com ele, exortando-o a ir ao Egito ter com o faraó e libertar o seu povo. Instruiu-o a procurar os sacerdotes de Israel e com eles ir ver o faraó, alertou-o ainda que o faraó não o ouviria e, por isso, Ele feriria o Egito, forçando-o a libertar seu povo.

Moisés hesita, fica com medo e começa a colocar empecilhos no seu caminho fazendo com que o Senhor se irrite com ele e volte a dizê-lo para obedecer, ele então vai de volta ao Egito. Deus acalma Moisés dizendo que todos os que queriam matar já haviam morrido e lhe instrui no que deve dizer ao faraó, alertando-o que este com duro coração não lhe dará ouvidos. Mas, por algum motivo que não se explica, Deus tentou matar Moisés no caminho! (Gente...) como ele era egípcio (criado por eles, no caso) não fora circuncidado e, por isso, sua esposa Sefra circunda o filho e atira a pele do prepúcio aos pés do marido e, segundo as notas, dá a entender que esse gesto era para expurgar a culpa de Moisés por ter negligenciado esse sinal da aliança.

Deus ainda envia Aarão para acompanhar Moisés ao Egito e falar ao povo, aqui eu entendo que mesmo salvo pela filha do faraó, Moisés sabia a sua origem desde o começo. O povo acredita em Moisés e suas esperanças retornam, pois Deus ouviu seu clamor. Foram então ao faraó, mas este, endurecido, não só não permitiu que fossem como passou a oprimi-los com mais violência. Mandando-os novamente ao faraó, ordenou-lhes o que deviam dizer e fazer, mas o coração endurecido continuava a recusar a ordem do Senhor e o povo, cada vez mais subjugado, começava a se voltar contra Moisés. Assim, recai sobre o Egito a fúria de Deus através das chamadas dez pragas:

1. Águas Corrompidas

Segundo a ordem do Senhor, Aarão ergueu seu cajado sobre as águas do Nilo e estas tornaram-se sangue, os peixes morreram e não se podia dela beber. Mesmo assim, Ramsés não cedeu, os egípcios cavaram nas proximidades do rio em busca de água, sete dias transcorreram.

2. As rãs

Confessar para vocês que, Deus me livre, se eu tivesse vivido nessa época, provavelmente era aqui que eu ia morrer. Eu tenho pavor de rãs, na verdade, de anfíbios em geral. Infestou-se de rãs a terra do Egito após Aarão estender sua vara sobre o rio, o faraó pediu a Moisés que intercedesse ao Senhor e em troca libertaria seu povo, mas tendo-lhe livrado das rãs, endureceu mais uma vez seu coração e não deixou ir Israel.

3. Piolhos

Disse Deus a Aarão para levantar a vara e ferir o pó da terra e este o fez, houve então mosquitos sobre os homens, animais e terra em todo o Egito.

4. As Moscas

O Senhor mandou Moisés e Aarão mais uma vez ao encontro de Ramsés ordenando que deixasse partir Israel ou moscas como nunca antes se viu cobririam o Egito, contudo, faria ele uma distinção entre os egípcios e os hebreus sobre os quais nada cairia. E assim se cumpriu. Mais uma vez, o faraó consentiu em deixar ir o povo, contudo, tão logo a praga se foi, voltou atrás.

5. Morte do Gado

Por Moisés, Deus fez saber que faria perecer todos os animais da terra do Egito, contudo, pouparia os rebanhos israelitas e assim se cumpriu, mas o faraó não cedeu.

Até aqui fico me perguntando quão duro é o coração desse homem pra ver isso tudo acontecendo e não dar o braço a torcer.

 

6. As Úlceras

Ordenando que tomassem as cinzas do forno, o Senhor disse que as lançassem ao céu diante do faraó. As cinzas cobriram o Egito fazendo surgir no povo feridas que viravam úlceras e mesmo assim o faraó não os ouviu como predisse o Senhor.


7. A Saraiva

Anunciou ainda o Senhor ao faraó por meio de Moisés que, se fosse de sua vontade, há muito ele teria deixado de existir e que se o deixava incólume era para se fazer ver seu poder sobre a terra. Se não ouvisse a ordem de deixar partir o seu povo, cairia sobre o Egito o flagelo em forma de uma chuva de pedras como nunca se viu desde a fundação e assim o fez, trovões cortaram o céu e pedras ardentes caíram sobre todo o Egito, matando animais, árvores, ervas e todos nos campos e ruas, os hebreus, porém, foram poupados. O faraó intercedeu a Moisés novamente com a promessa de deixá-los ir, mas endureceu seu coração outra vez e voltou atrás tão logo cessou o flagelo.

8. Os Gafanhotos

Essa é outra praga que eu glorifico a Deus não ter visto, tal como as rãs, não consigo ver esses bichos nem em foto. Tenho fobia só de imaginar!
Mais uma vez, Aarão e Moisés vão à presença do faraó a mando do Senhor, mas são tratados com ironia e, como dito, ao estender o cajado, sobre o Egito milhões de gafanhotos cobriram toda a terra destruindo as árvores e ervas que não foram exterminados pelo granito. Novamente o rei intercedeu a Moisés e a praga se foi, mas o povo não foi liberto.

9. As Trevas

Por ordem de Deus, Moisés estendeu a mão sobre o Egito e por três dias as trevas cobriram tudo, nada se via de tal modo que as pessoas não se locomoviam. Os hebreus, porém, tinham luz onde iam. Essa parte me chamou a atenção por dois motivos, primeiro, em Apocalipse fala que haverá esse evento novamente, trevas cobrirão a terra por três dias, imagina o horror disso se a gente não suporta uma hora de apagão '-', mas veja o outro detalhe "os hebreus tinham luz onde iam" isso não é apenas literalmente falando, no caso do evento, mas os hebreus tinham Deus, então independente da escuridão do mundo, a luz permanecia com eles. Achei tão lindo e tão forte.
O faraó propôs que Moisés se fosse  com seu povo, mas deixasse ali os animais, ele, contudo recusou e o faraó o expulsou sob pena de morte caso o visse outra vez.

10. O Anjo da Morte

O Senhor instruiu ao povo que, no crepúsculo do décimo quarto dia daquele mês, se imolasse um cordeiro e cingisse com seu sangue as ombreiras e a moldura da porta, pois onde o sangue fosse visto não cairia ali o flagelo. Olha como essa simbologia é perfeita! Mais tarde, o cordeiro na pessoa de Cristo seria imolado para, com seu sangue, livrar da morte todo aquele que nele crê. A bíblia é fascinante! 
Dever-se-ia comer o cordeiro todo naquela noite, assado inteiro — com cabeça e vísceras — no fogo. O que não se comesse, deveria ser queimado. Era a primeira páscoa, que deveria ser comemorada na posteridade durante sete dias (festa dos ázimos). Assim, desceu o Senhor e ceifou todos os primogênitos do Egito fazendo subir grande clamor. Igual ao que aconteceu com os filhos de Israel mortos a mando dele.

O faraó finalmente os deixou partir.

Uma das melhores coisas para mim ao postar essa tag é rever minhas anotações e, estando já um pouco à frente, rememorar esses primeiros livros e todo o caminho percorrido para a vinda de Cristo. A jornada do povo judeu me faz pensar em tanta coisa, mesmo após milênios de luta e perseguição, ainda não acabou... é um povo que continua com Deus na boca e, muitas vezes, longe do coração. E nós, que fomos acolhidos como filhos de Deus pela vida de Cristo, não estamos nos comportando tal e qual? É assustador pensar que pragas muito piores e mais violentas que essas nos esperam pelos nossos inúmeros crimes...


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