Gênero: Ficção literária
Ano: 2006
Sinopse: O livro reúne seis contos que têm em comum personagens que gostam de ler histórias de terror e acabam atormentados pelo medo na vida real, quando o que está nas páginas de seus livros começa a acontecer de verdade. De forma muito bem amarrada, as tramas se desenrolam num ritmo envolvente em que aquele friozinho na barriga indispensável a qualquer boa história de terror vem junto com uma curiosidade irresistível de virar a próxima página. O duplo terror do título está ligado à idéia de narrativas que carregam outras narrativas. Alguns contos fazem referências a clássicos do gênero de terror, como em "Gatos pretos", em que um rapaz está lendo o célebre conto "O gato preto", de Edgar Alan Poe, e vê surgir em sua janela, no décimo andar, um gato negro de olhos cintilantes que irá mudar sua percepção das coisas; no último conto do livro, "Frenesi", uma história que se passa em pleno carnaval carioca, os homenageados são João do Rio e Jean Lorrain e seus assustadores "O bebê de tarlatana rosa" e "Os buracos da máscara". Para quem está acostumado com as crônicas delicadas de Heloísa Seixas sobre o cotidiano carioca, Frenesi é uma surpresa. No entanto, a autora é fã de histórias de terror desde criança e conhece muito bem a vasta literatura do gênero. Ao misturar histórias inspiradas na literatura fantástica do século XIX a personagens jovens e cenários atuais, ela conquista leitores de todas as idades e mostra, mais uma vez, que é uma escritora de múltiplos talentos.
Em A Ilha, cinco amigos vão em uma viagem inóspita para viverem uma aventura longe de qualquer civilização. Entre eles está Lucas, o amigo de um dos amigos que passou por recentes problemas psicóticos, mas está, segundo o outro, curado. Explorando a ilha, eles encontram um velho presídio onde, anos atrás, aconteceu uma tragédia e Lucas fica em estado de transe, se separando dos demais, algo muito estranho está acontecendo.
Histórias de Fantasma conta sobre o vigia de um museu histórico mal assombrado que começa a ter vislumbres de outra presença dentro do prédio. Para se acalmar e não prestar atenção às assombrações, ele começa a contar e rememorar histórias de terror que sua avó costumava contar na infância. Meses atrás, o museu havia sido assaltado e, desde então, o guarda relata que tudo estava "diferente", o que poderia de fato estar errado?
Em gatos pretos, Pedro é um fã de histórias de terror, mas não as modernas cheias de sangue e vísceras desnecessárias, e sim as clássicas, onde o medo reside nos detalhes e sussurros do vento pelas frestas de uma casa velha. Introduzido desde cedo a vários autores renomados no gênero, ele iniciou sua leitura de Poe e ficou fascinado com o conto do Gato Preto, qual não é sua surpresa ao terminar o conto e notar um gato preto muito similar ao do conto parado na sacada do seu quarto.
Frio da Noite nos transporta de novo para a natureza onde Mariana, contrariada, acompanha o namorado Caio para praticar esportes radicais. Na pousada onde ficam, ela acaba encontrando um livro que tem um conto se passando exatamente onde ela vai descer o rio no dia seguinte, é verdadeiramente assustador e a deixa nervosa. Quando eventos estranhos e muito similares ao conto começam a acontecer no meio de seu passeio radical, Mariana começa a se perguntar até onde o conto é ficção.
A seguir vem Passos na Areia, durante uma festa de Halloween, Malu é convidada pelos amigos a comemorar e se depara com uma estranha figura que parece observá-la. Curiosa, ela a segue e, em paralelo, é contada a história de Natanael que, anos atrás, foi perseguido pela mesma figura macabra. Realidades se chocam e, de repente, a festa de Malu não será a mesma.
Frenesi se passa no carnaval, um grupo de amigos faz fantasias tradicionais para seguir seu bloco favorito, mas essas fantasias calham de ser as mesmas de uma história de terror. Uma das integrantes do grupo é atraída por um mascarado misterioso durante a passeata e se depara com algo que pode acabar não sendo humano.
Esse livro é bem antigo, pra ter noção minha irmã trocou na época do orkut! Tinha lido a primeira vez em 2012, mas, por alguma razão, não resenhei. Bem, fazendo meu caderno de leitura ano passado me dei conta disso e decidi reler. Não lembrava que ele era tão sinistrinho assim hahaha. São uns contos pra deixar a gente com o cabelo em pé mesmo, tem um clímax ótimo e como todo bom texto do gênero dá espaço para nossa tenebrosa imaginação. Quem curte histórias de terror está aí uma boa indicação. Leitura fluida, rápida e bem macabra.