Em uma situação de nervos beirando o colapso, Clare é levada pela avó que a cria como uma mulher forte. Mas nunca foi capaz de esquecer o que aconteceu no passado. Agora, com a avó muito doente, ela se vê forçada a largar seu emprego no ramo de hotelaria para cuidar dela e os custos da cirurgia são muito altos. Por isso, aceita o emprego de governanta na casa de Giles, um empresário no ramo do paisagismo. Clare tem a sensação de já tê-lo visto antes, mas sua mente se recusa a acreditar que ele é o mesmo homem que a tocou anos atrás.
Giles, porém, a reconhece e vai usar todo o seu poder para se vingar dela por ter sido enganado anos atrás, algo que culminou na destruição da sua vida.
Olha, não importa o quanto o sentimento seja profundo, mágoa ou "amor", não é não. Forçar uma mulher a ter relações sem consentimento, mesmo que o corpo dela grite por isso, se a boca diz NÃO, o homem PARA. É como deve ser. O mesmo vale pro contrário. Quando cheguei em determinada parte desse livro não tive como não me sentir muito enjoada e enojada. Estupro não tem justificativa. Romantizar isso com amenizações só torna tudo pior. Me lembrava muito pouco dessa história, mas fiquei realmente chocadíssima quando vi aquelas cenas absurdas de chantagem dele. Repito: NADA JUSTIFICA.
Pra mim esse é o tipo de crime mais covarde e hediondo que se pode cometer contra uma mulher. Então, seja em livro, drama, série, no que for, quando ler sobre um CEO ou multimilionário humilhando mulheres, tratando-as como objeto pra se vingar de X ou Y que aconteceu na sua vida, mas depois se arrepende como cachorrinho por descobrir que não era culpa dela, não ache bonito e nem torça por ele só pela boa aparência.
A segunda história se redime um pouco, embora não seja muito melhor em termos de problema. Mas vamos lá. Sorrel é uma jornalista enviada pelo seu editor para conseguir provas de que o banqueiro milionário Matt Ramirez tem parte no comércio ilegal de armas e drogas. O que ela não esperava, contudo, era se apaixonar por Matt no meio da sua investigação. Porém, Matt é avisado por um amigo sobre o fato de ela ser jornalista e a confronta, colocando um fim ao relacionamento dos dois e no noivado que planejava iniciar.
Devastada, ela vai embora, larga o emprego no jornal e tenta esquecer de Matt, embora não tenha sucesso nessa parte. Cinco anos depois, agora sócia de uma empresa de tecnologia, Sorrel tenta levar sua vida da melhor forma, doente, se refugia alguns dias na praia, na casa do seu sócio. Todavia, o destino está mais que empenhado em colocar Matt na sua vida e, sem querer, eles acabam se encontrando num momento muito ruim. Dois empresários poderosos do país dele estão travando um grande acordo comercial e, desconfiado que ela está ali apenas para espioná-los para o jornal, ele a sequestra.
Sim. Sequestro. Essas autoras americanas tem uns fetiches bem duvidosos. Contudo, ao contrário do embuste da história anterior, esse pelo menos respeita o "não" da personagem. Sempre que está para acontecer uma coisa e ela expressa que não quer, ele recua como deve ser. Pelo menos isso. Claro que os velhos sentimentos começam a dar as caras, mas ela acaba perdendo a esperança de provar inocência porque não importa o que diga ele não acredita nela. E mesmo quando se prova que ela não estava ali para espiar, ele continua desconfiando dela.
Age como idiota, admite que é um idiota e pede perdão. Dos ruins, foi o mais justificável e só relendo isso é que vejo como a falta de criticidade e informação na adolescência pode ser perigoso quando vemos certos comportamentos sendo romantizados e achamos perdoável ou normal quando, na verdade, não é. Basicamente é sempre homens cheios de dinheiro se achando no acima de qualquer lei com mulheres de espírito fraco sendo coagidas por problemas financeiros e ficando à mercê desses homens. Masculinidade tóxica e mulheres que perdem qualquer argumento quando veem um corpo sarado. Deus, eu era uma adolescente muito cabeça oca mesmo. Pelo menos se justifica que, na minha época, falar de sexo era tabu, não é como hoje que se conversa sobre isso no chá da tarde, ainda assim, preocupante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar seja sempre respeitoso à opinião do outro. Nem todo mundo pensa como você e a diversidade existe para isso. Exponha suas ideias sem ofender a crença ou a opinião de ninguém. Comentários com insultos ou discriminação de qualquer natureza serão excluídos.