Pois é, faz tempo que eu ando me fazendo essa pergunta, e ainda não achei nenhuma resposta plausível. Eu estou profundamente deprimida, e por alguma razão medonha eu não consigo chorar! As lágrimas vem mais dividas que prestação de casa própria em 90 vezes sem juros. Por alguma razão, desde que eu parei de tomar aqueles remédios algo no meu corpo mudou e eu não consigo desabafar como me sinto, resultado: Fica aquele nó na garganta, aquela sensação de peso no peito, aquela dor insuportável que parece que está te partindo em dois mil pedaços e você se sente sufocar porque não tem como colocar pra fora. É complicado. Ta dando um surto de virose por aqui, Deus permita que passe bem longe de mim e dos meus, a última coisa que eu preciso agora pra completar a desgraça é ficar doente. Graças ao meu bom Jesus, eu não tenho um sistema imunológico fraco, quando eu venho ficar doente é porque a coisa ta mesmo muito feia, Até agora, as coisas na semana de provas estão razoáveis, eu consegui 9,5 numa prova de Latim que eu não sabia quase nada. Fiz duas provas no curso de inglês - com exclusividade, nenhum outro aluno fez. - e até posso dizer que o meu dia hoje não foi muito ruim. Teve a festa de fim de período lá na sala, eu não participei, eu sei muito bem que tem gente lá que não gosta de mim, as únicas pessoas que não me tratam muito diferente são Aricélia, Juliana, Helena e Cícera... Todos os outros de certa forma me rejeitam ou acham que eu me sinto superior. Eles nem me conhecem... Mas isso não é nenhuma novidade pra mim. O lado ruim do meu dia foi topar com o Raul hoje na faculdade, quatro vezes! Por mais que eu odeie admitir isso, E EU ODEIO, ele ainda mexe muito comigo. Eu vim para casa me perguntando o que tem de tão errado comigo... Será que eu ando fazendo coisas tão ruins comigo mesma para merecer um destino desse? Não. É algo que já é predestinado a você.
Quando eu era criança, eu dizia que um dia eu cresceria -embora essa ideia me frustrasse - faria faculdade de letras, moraria em um apartamento e trabalharia em uma livraria ou como professora e seria escritora. Agora, com vinte três anos, eu sou frustrada em dobro. O curso de letras é um pesadelo! Completamente OPOSTO a tudo que eu pensava. Eu ainda vivo com os meus pais, os apartamentos dessa cidade são mais caros que o custo total da minha faculdade, aqui só tem uma livraria e mesmo assim a última coisa que eu poderia seria trabalhar lá, e ser professora é a última das minhas opções eu peguei completo pânico da profissão depois do magistério forçado, quanto a se escritora, bem... Não é algo que eu diga que possa fazer, o mercado editorial consegue ser ainda pior que encontrar a cura do câncer. E outra coisa que eu tinha muito forte comigo também era o fato de que eu sempre seria sozinha... E os fatos reforçavam essa visão. Eu não sabia bem o porque, mas eu vejo o quão nítido era essa profecia, até hoje eu sou completamente sozinha. E creio que isso perdurará durante o pouco tempo que tenho de vida.
Eu voltei caminhando pra casa, tinha esperança de conseguir chorar no percurso, mas nada. Eu to mais seca que deserto! Sobre o meio milhão de coisas que se passavam na minha cabeça, uma delas foi o medo que a minha mãe tem de eu andar sozinha a noite principalmente pelas ruas de volta da faculdade até a minha casa, que é de fato muito estranho e até mesmo perigoso, mas que lugar não é perigoso hoje em dia? Só que o que me chamou atenção é que eu não sinto medo. Não porque eu me ache corajosa demais... Mas porque eu nunca me sinto desprotegida. Primeiro tem Deus, e depois... O David. Quando vivo, sempre que eu estava pela rua a noite ele parecia me seguir porque ele estava sempre por perto pra me levar em casa e garantir que eu chegaria em segurança. Ele era absurdamente protetor e eu me sentia absurdamente segura. Sinto muito a falta dele, principalmente do abraço dele, quando ele me abraçava ele conseguia me cobrir completamente e era como se eu estivesse dentro das assas de um anjo, segura o bastante para não temer mais nada. Ainda hoje, quando eu ando a noite sozinha, eu olho o céu e vejo as estrelas, mesmo que o céu esteja nublado e carregado com nuvens pesadas como hoje, há sempre uma estrela presente e eu sei que essa estrela é o David me dizendo que está ali, andando comigo pra casa e que eu nunca estou sozinha. Eu já ouvi muita história de assalto, estupro, e outras coisas pelas ruas onde eu venho embora, mas graças a Deus eu nunca sofri nada disso, porque eu sei que ele nunca permitiria, assim como eu o amava, ele me amava o bastante para sempre me manter segura, e agora eu acredito piamente que ele é o meu anjo da guarda e que está sempre comigo... Mesmo que não haja estrelas no céu... Ele fala comigo através do vento, da chuva, das sombras... Mas a sua presença nunca me deixa, ele vive fortemente ainda, dentro de mim, do meu coração.
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