Original: The Mysterious Affair at Styles
Ano: 1920
Autor: Agatha Christie
Gêneros: Romance, Mistério, História de detetives, Ficção policial, Obra de referência
Ano: 1920
Autor: Agatha Christie
Gêneros: Romance, Mistério, História de detetives, Ficção policial, Obra de referência
Sinopse: No meio da madrugada, a rica proprietária da mansão Styles é encontrada morta em sua cama, aparentemente vítima de um ataque cardíaco. As portas do quarto estavam trancadas por dentro e tudo indicava morte natural. Mas o médico da família levanta uma suspeita: assassinato por envenenamento. Todos os hóspedes da velha mansão tinham motivos para matar a Sra. Inglethorp e nenhum deles possuía um álibi convincente. Para solucionar o crime entra em ação o detetive Hercule Poirot, irresistível personagem criado por Agatha Christie, que faz a sua estréia neste caso intrigante. Um marco da literatura policial e um dos maiores romances do gênero.
Styles é a primeira aparição de Poirot nos livros da Agatha e, geralmente, em todo livro de apresentação de personagem (nos casos das séries, claro) não é nada extraordinário, apenas o protagonista no meio de uma situação que evidencie quem ele é, do que é capaz e o que procura, apesar de nem todos esses aspectos ficarem claros no caso de Poirot. Alguns estudiosos da literatura de Agatha defendem que ela não construiu um background muito sólido para o seu detetive e, por isso, tantas informações a respeito dele ficam subtendidas ou deduzidas pelo leitor ao longo dos seus livros. E, após ler vários de seus casos, sou obrigada a concordar com eles.
Quando uma velha matrona é envenenada em sua mansão, Hastings, que era hóspede na casa por intermédio do enteado desta que era seu amigo de longa data, acaba encontrando Poirot como um refugiado belga na Inglaterra graças ao apoio financeiro da matrona morta. O pequeno detetive imediatamente aceita o caso e começa sua investigação, apesar de todas as pistas apontarem para o marido da mulher, Poirot não quer que ele seja preso, mas não explica o motivo e começa a juntar as peças que montam o quebra-cabeça dos últimos dias da mulher consciente de que todos na casa podem ser autores do crime.
Mesmo que fique claro desde o começo que Hastings e Poirot se conheciam anteriormente — apesar de não ser explicado como — e por já ter lido vários outros livros com o detetive, inclusive na companhia desta sua versão de Watson, aqui é bem clara a "iniciação" de Hastings como investigador. Em outros casos como Os 4 Grandes, por exemplo, que foi o primeiro livro dela que li, ele está bem mais afiado, fazendo algumas boas observações. Contudo, aqui em Styles ele é ingênuo, não se dá muito ao trabalho de juntar as peças e sempre espera que o detetive esmiúce tudo para ele.
Para um renomado detetive tão exaustivamente louvado nesse livro, Poirot mostra nesse primeiro romance alguns sinais de humildade que não se veem em outros livros, não apenas ao admitir a complexidade das informações que coleta, mas ao se mostrar frustrado com o rumo dos acontecimentos. Contudo, nada disso diminui o brilhantismo de sua investigação que é gloriosamente aprimorado nos demais romances. Para uma primeira aparição, é um bom livro, não o melhor da autora com ele, sem dúvida, mas uma boa introdução ao personagem.
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