domingo, 28 de junho de 2015

Anime-Se! - Ōkami Shōjo to Kuro Ōji

Informações:

Título Original: オオカミ少女と黒王子
Gênero: Comédia romântica
Autor: Ayuko Hatta
Nº de Episódios: 12 

Nota: **** 


Sinopse: Erika Shinohara é uma garota de 16 anos que diz as suas amigas que tem um namorado, embora não tenha. Ela afirma que o garoto bonito da foto de seu celular é seu namorado, mas esse rapaz na verdade é um colega de escola chamado Kyōya Sata. Para levar a mentira adiante, ela o faz seu namorado de mentira. Infelizmente, embora Sata aparente ser uma pessoa doce, ele possui um coração maldoso. Assim, Sata diz que aceita ser seu namorado de mentira, mas apenas se ela aceitar ser tratada como um animal de estimação.

O que eu achei: Quando comecei a ver não dei muita coisa nele não, Erika me irritou um pouco por ser manipulável e dar muita importância ao que os outros pensam. Ela é uma mentirosa de carteirinha e acabou indo parar em uma sala diferente da sua melhor (e aparentemente única) amiga, então acabou fazendo amizade com duas gurias que só tem garotos e maquiagem na cabeça, por ser muito ruim em se enturmar e por não querer ficar muito diferente das garotas, até por inveja mesmo, Erika acaba mentindo e dizendo que tem um namorado, as duas meninas então pedem para ver uma foto dele, na rua, Erika encontra um belo rapaz e acaba tirando uma foto dele para mostrar as amigas, sem saber que o rapaz é Sata Kyoya, o garoto mais popular e desejado da escola. Quando o rapaz descobre a mentira decide participar do joguinho de Erika, mas em troca ela tem que se submeter a ser o "bicho de estimação" dele. Sem saída, Erika acaba aceitando e passa a ser brinquedo de Sata, mas no meio do caminho acaba se apaixonando por ele sem querer, contudo, como quebrar o gelo e as barreiras que ele impôs a si mesmo? Determinada a conquistá-lo, Erika vai fazer tudo para não perdê-lo e se meter em uma confusão atrás da outra. Engraçado, romântico embora nem tanto, o anime foge bem pouco dos clichês do shoujo, mas é uma pedida mais que boa para quem curte o gênero! Eu ri demais, e o Kyoya com ciúmes da Erika é tão fofo quanto o Usui, aliás, a primeira impressão que eu tive foi de que ele era parecido demais com o Usui, a diferença é que, além de ser perfeito em tudo, Usui é muito mais atencioso e carinhoso com Misaki enquanto Kyoya é frio, distante e até mesmo cruel com a Erika, mas vale ver ela derretendo o coração dele! Quatro estrelinhas!

sábado, 27 de junho de 2015

Contos de Imaginação e Mistério - Edgar Allan Poe

Título: Contos de Imaginação e Mistério
Autor: Edgar Allan Poe
Nº de Páginas: 192
Ano: 2012
Editora: Tordesilhas
Gênero: Sobrenatural, Contos, Terror

Sinopse: Contos de Imaginação e Mistério - 1917. O exímio artista irlandês Harry Clarke se encarrega de um dos trabalhos que determinariam sua fama: a ilustração de Contos de imaginação e mistério. Preparada pela editora Harrap e publicada em Londres em 1919, a edição foi reconhecida imediatamente como uma das joias bibliográficas da época.
Desde Então, os desenhos de Clarke continuam exercendo um estranho magnetismo, fruto de uma bela e trabalhosa execução que honrou as histórias sublimes que a inspiraram.

O que eu achei: Então, pessoas, eu realmente demorei pra ler essas cento e poucas páginas, isso porque desde que entrei de férias tenho vivido uma maratona de adaptações e aproveitando o máximo que posso o tempo extra de não ir pra faculdade, então comecei a me dedicar ao Japonês, iniciei o estudo do alfabeto Coreano, comecei a praticar dança - é, eu não queria, mas entrei na dieta :'( - então, tirar tempo pra tudo isso tem sido uma batalha, sem contar o tempo pra escrever também que tem que ser espremidinho na rotina junto com os animes, os livros e o sono e.e bem, mas vamos ao livro. Estudei um pouco sobre Poe no quarto período da faculdade, bem pouco mesmo, e esse livro foi meu primeiro contato "real" com ele. Fiz minha mãe comprar esse livro pra mim na Avon, pela vontade de conhecer o trabalho do Allan, mas quando comecei a ler o livro achei que ele era a versão estrangeira do Machado de Assis. O livro é dividido em dez contos, o primeiro O Poço e o Pêndulo conta a história de um homem em plena condenação pela justiça, no entanto não sabemos o que ele fez para ser condenado. Não obstante, ele é posto em uma espécie de calabouço onde, no centro, há um poço cuja profundidade ele desconhece e, pela ausência de luz no calabouço, tampouco pode ver. Em determinado momento ele é atado a uma espécie de estrutura inclinada e um pêndulo com uma lâmina cortante desce vagarosamente em direção ao seu peito pronto para fatiá-lo, lentamente, até a morte. O clima de suspense e agonia nesse conto foi beeem tenso. No segundo conto, O Gato Preto, somos levados a uma história sobrenatural de um homem outrora apaixonado por animais que, em determinado momento adquire um gato preto que se torna seu melhor amigo, quando esse homem condena-se ao vício do álcool acaba tomando repulsa pelo gato e o tortura  arrancando-lhe o olho e depois o enforca. Após o assassinato que aparentemente não lhe causa nenhum remorso, um estranho fato se assoma sobre sua vida, poderia aquele gatinho preto que nenhum mal lhe fizera vir a cobrar justiça pelo seu ato leviano e cruel? No terceiro conto, O Coração do Denunciador nós acompanhamos a trama da mente de um homem perturbado que cuida de um senhor com catarata em um dos olhos. Não sabemos o grau de parentesco entre eles (ou mesmo se são parentes) sabemos que o olho doente do pobre velhinho causava repulsa no homem, a ponto de fazê-lo tramar sua morte de forma fria e cruel. Cometido o crime, o homem acha que escapará impune da justiça, mas logo vai passar a ser perseguido pelo coração da sua própria consciência insana. Em Uma Descida no Maeltröm temos a história de um aventureiro que acabou caindo, junto aos irmãos, na garganta de um redemoinho marinho e algo assustador e sobrenatural lhe aconteceu e por um milagre ele sobreviveu para contar a história. Esse foi um dos contos que achei mais chatinho de ler. Assim como ele, em O Barril de Amontilhado vemos um caso de vingança de um homem a fria crueldade de emparedar um homem doente por tê-lo insultado. Também não achei muita graça nesse não. A Máscara da Morte Vermelha foi mais bizarro que qualquer outra coisa, uma peste acomete o reino de um príncipe que escolhe mil amigos e se tranca numa fortaleza para festejar "em segurança" do seu jeito grotesco e estranho enquanto seus súditos morrem do outro lado. Mas, durante sua festa de bizarrices e luxúria, um convidado penetra promete vingar os súditos vitimados pela indiferença de seu líder. O Encontro Marcado foi uma história de amor um pouco desconexa. Primeiro temos uma mulher cujo filho aparentemente se afogou e ela por pouco não morreu de igual modo. Após isso, o narrador faz uma visita a um estranho homem que parece sofrer de alguma "desconjuntura" mental, assim, somos levados por uma narração de amor aparentemente impossível à la Romeu e Julieta, em um encontro marcado entre dois corações e uma promessa. Já na Queda da casa de Usher nosso narrador é convidado por seu amigo a visitá-lo, pois ele está sofrendo de uma doença mental que provavelmente o matará. A casa em que mora é rondada por supertições nas quais nosso narrador não acredita embora admita a aura sinistra que ronda o lugar de aparência macabra. Quando chega à sua visita ao amigo, descobre-o de fato doente, assim como sua irmã, nisso, somos levados a imergir em uma atmosfera de insanidade e obscuridade sem muito sentido, mas com um desfecho de gelar a alma. Os Assassinatos da Rue Morgue tinham cara de Agatha Christie, tenho certeza que a rainha do romance policial aprovaria o clima de mistério e a brutalidade do conto, mas nem mesmo a grande Agatha colocaria um tal desfecho para seu assassino, confesso que fiquei, ao mesmo tempo, impressionada com a pitada de Sherlock Holmes do conto, mas estupefata com o assassino em questão. Não dá mesmo para acreditar nisso. Assim como ele, O Mistério de Marie Roget, que foi inspirado em uma história real, também tem uma pitada de mistério, mas não tem um desfecho, apenas uma reunião de suposições e deduções que, no fim, não levam a lugar nenhum. De todos os contos do livro esse foi o pior de ler, o mais massante. 
De uma forma geral, o livro fala sobre a natureza humana em suas formas mais complexas e profundas, com um misto de sobrenaturalidade e bizarrice. Percebi que Poe era um observador do comportamento e seus contos tratam não apenas do psicológico humano, mas da influencia de suas ações nesse psicológico tal como suas consequências, é um livro feito não apenas para entreter, mas para analisar. Gostei mais de O Gato Preto, de todos foi o meu favorito, embora sua consistência bizarra e sinistra de terror psicológico seja de gelar a alma. De todo modo, valeu a pena ter lido. Não recomendo para pessoas que não curtem livros com palavras realmente rebuscadas, esse tem de montes. Mas vale para os amantes de clássico e os amantes de horror.

terça-feira, 23 de junho de 2015

EXO Next Door

Informações:

Título Original: 우리 옆집에 엑소가 산다 (Uri Yeobjibe Eksoga Sanda;)
País de Origem: Coréia do Sul
Ano: 2015
Gênero: Comédia, Romance, Drama
Número de Episódios: 16

Sinopse: E se o EXO se mudasse para a casa ao lado?? 
Esse seria o sonho de todas os fãs, certo?? 
Pois foi exatamente isso que aconteceu com Ji YeonHee. 
Ela era apenas uma garota normal vivendo com a mãe e o irmão. Sua mãe, uma corretora de imóveis, vivia ameaçando alugar o quarto dela caso ela não arrumasse algo para fazer da vida. Um belo dia um grupo de garotos se muda para a casa ao lado da dela e sua mãe a obriga a ir lá dar-lhe as boas vindas, mas adivinhem só, ELES SÃO O EXO!!! 
Depois que Suho sofre um acidente e fica ferido, as atividades do grupo são suspensas e Chanyeol, D.O, Sehun e Baekhyun resolvem se mudar para uma "vizinhança tranquila" e dar um tempo nas suas vidas agitadas. 

Abençoada YonHee (nunca vou me acostumar a escrever esses nomes coreanos!) sua sortuda dos diabos! Quem acompanha o blog sabe que eu estou imersa e afogada no universo K/J pop e afins e o EXO foi quem me apresentou o mundo K-Pop pela primeira vez. Até então eu já havia ouvido algumas músicas em Japonês, mas nunca pensei que me aventuraria pelo Coreano também. O motivo principal para eu ter visto esse drama foi, antes de tudo, o Baekhyun, que de todo o EXO é o meu favorito, sou apaixonadíssima por ele, seguido diretamente por Suho, Kai, Chen e Sehun. Isso porque a minha irmã reivindicou o D.O. pra ela e eu respeito U.U na trama, nós acompanhamos Ji YeonHee (vamos chamar a guria de Ji porque esse nome dela é complicado demais U.U) uma garota tímida além da conta, introvertida e que fica da cor de uma tomate quando está perto de um garoto do qual gosta, ela era apaixonada por um cara na escola, mas nunca conseguia falar com ele, razão pela qual ela também nunca teve um namorado. Sua mãe é corretora de imóveis e vive prometendo alugar o quarto dela se ela não pagar aluguel ou não fizer suas vontades, dando toda a atenção ao filho mais novo que é viciado em artes marciais e vive com a cabeça no mundo da lua. 
Quando Suho sofre um acidente durante um ensaio, Chanyeol, Baekhyun, Sehun e D.O, se mudam para uma vizinhança pacata, em uma casa que pertencera ao avô de Chanyeol, a razão de ele ter levado os amigos de grupo para lá é porque precisava encontrar algo que supostamente seu avô, que havia morrido recentemente, havia deixado lá. Chanyeol acredita que é o culpado das últimas coisas que haviam dado errado para o EXO, enquanto Suho estava hospitalizado, Kai saiu do país e os demais integrantes estavam descansando em outro lugar e participando de promoções da banda. Quando Ji descobre que é o EXO que está vivendo na casa em frente a sua começa um tumulto enorme, começando com a apresentação entre eles que não é nada amistosa (ela estava bebendo água e acaba, de tanto susto, cuspindo tudo em cima de Chanyeol). 
Com tudo que aconteceu, Chanyeol (que é o personagem foco do drama), está estressado e sentindo-se mal, por isso fica um pouco rabugento e só vamos descobrir a razão de ele infernizar tanto a Ji lá pelo meio do drama, o que faz com que a gente ache que a guria é a mais idiota sobre a terra! Eita, guria lenta, viu? Enquanto ela passa a trabalhar de faxineira na casa dos garotos, acaba despertando os sentimentos de D.O, que se apaixona por ela. Enquanto Sehun, que fica amigo do irmão da garota, começa a fazer uma confusão enorme ao dizer que ela é apaixonada por Kai. Muita gargalhada, fofura e lágrimas com esse drama. D.O que já é ator fez um papel muito cute no dorama, os outros membros, que eu ainda não tinha visto atuando, fizeram um trabalho mais que excelente! O único defeito do dorama é ser minúsculo, os episódios, além de só serem 16, são tão curtinhos que dá pra ver em um dia! Mas vale muito a pena e se você, como eu, é apaixonado pela banda vai suspirar, gargalhar e amar!

Anime-Se! Kaichou wa Maid-sama!


Informações

Título Original: 会長はメイド様!
Gênero: Shoujo (romance), comédia
Autor: Hiro Fujiwara
Nº de Episódios: 26 + OVA
Nota: *****

Sinopse: O colégio Seika era uma academia para garotos e recentemente se tornou um colégio misto, por isso cerca de 80% de seus alunos ainda são meninos. Ainda por cima, era conhecido por seus alunos selvagens e sem a menor disciplina, sendo um ambiente bem impróprio para as meninas que vivem assustadas devido às brincadeiras exageradas dos garotos e a falta de modos deles. Visando proteger as garotas e fazer com que esse lugar tenha padrões aceitáveis de comportamento e disciplina, Misaki Ayuzawa se torna a primeira presidente mulher do conselho estudantil do colégio. Logo ela se torna uma tirana para os garotos, sendo conhecida como “Presidente Demoníaca”, fazendo com que muitos deles a temam ou a odeiem. Por outro lado, é muito adorada pelas outras meninas e pelos professores. Mas, devido a problemas financeiros, é obrigada a trabalhar em meio período em um Maid Café, uma cafeteria onde as garçonetes se vestem de maids (empregadas) e tratam seus clientes como seus patrões. Isso certamente arruinaria sua imagem como presidente rigorosa e séria, então ela tenta esconder isso a todo custo. Porém, seu segredo é ameaçado quando Takumi Usui, o garoto mais popular do colégio, descobre sobre sua vida dupla.

Então, pessoas, demorei, mas cheguei! E vamos conversar hoje sobre Kaichou wa Maid-sama, esse shoujo recomendadíssimo para todos os fãs de romance! Quando eu estava vendo Kimi ni Todoke, todos os comentários apontavam esse como o melhor shoujo do mundo, confesso que pela sinopse dele eu não dei muito, mas assim que comecei a ver não consegui mais parar! Como vocês podem ver na sinopse, nós acompanhamos Misaki Ayuzawa, a tão amada Misaki-chan, uma garota pobre que trabalha meio expediente em um Maid Café (café de empregadas) e é, ao mesmo tempo, presidente do conselho escolar da escola, sendo bastante famosa pela sua rigorosa disciplina e seu feminismo (inicialmente meio cego) que protege as garotas da escola, antes vítimas dos meninos. Mas, quando Usui Takumi descobre seu segredo, tudo na vida de Misaki vira uma constante fuga para não ser descoberta e ela acaba aprendendo com o misterioso rapaz, aparentemente frio e indiferente a tudo, a ser mais condescendente e ver-se com outros olhos. Usui é o tipo perfeito, bom em tudo que faz e seu passado, assim como sua família, são um completo mistério para todos. Ele passa a proteger Misaki de uma forma tão fofa que é impossível não apaixonar-se por ele, mesmo que suas ações sejam mal interpretadas por ela, ele continua ao lado dela sem hesitar e acaba conquistando a atenção dos seus amigos também, graças a ele, Misaki descobre o quanto ama seu trabalho e que não há nada vergonhoso no que faz, então não há razão para esconder das pessoas. Ao mesmo tempo, ela vai sendo inevitavelmente conquistada por Usui, mas por achar que ele só tem intenções sexuais com ela (o que sabemos desde o início que não é verdade) ela reprime esses sentimentos e faz de tudo para esconder dele o que sente. A trama é engraçada, equilibrada com muitos momentos fofos e o ciumento Usui que dá um tempero a mais na história.  Valeu muito a pena cada episódio, tanto é que vi duas vezes! Se você não conhece, Kaichou wa Maid-Sama é um dos shoujos mais recomendados de todos e está na maioria dos top 10 de melhores animes do gênero, então, corre lá!

sábado, 20 de junho de 2015

Tormento - Jonh Boyne

Informações:

Autor: John Boyne
Ano: 2009

Sinopse: Apesar de sentir falta do irmão mais velho, que estava fazendo faculdade em outro país, Danny aproveitava o tempo livre das férias para andar de bicicleta e jogar bola com seu melhor amigo, Luke Kennedy. Até que um dia volta para casa e, estranhamente, não vê sinal de sua mãe.
Quando a sra. Delaney finalmente chega, vem acompanhada de dois policiais. Ela havia se envolvido em um acidente - atropelara um garotinho que agora estava em coma, com poucas chances de sobreviver. A sra. Delaney se afoga em culpa e se isola de todo mundo, inclusive do marido e de Danny. O garoto, por sua vez, não entende o que está acontecendo. Por que sua mãe se sente tão culpada quando a própria polícia disse que ela não era responsável pelo que tinha acontecido? E para complicar ainda mais a situação, uma garota estranha fica parada em frente à casa de Danny, claramente observando seus passos...

O que eu achei: O único arrependimento que eu tenho foi de ter feito minha mãe dar dezoito reais em um livro tão pequeno. Mesmo que eu deteste e-books, deveria ter baixo esse livro e lido no celular. Não levei mais que quarenta minutos para terminá-lo! Mas, vale a pena, pelo menos isso. A história gira em torno de Danny, um garoto de doze anos que está no meio das férias e certo dia sua mãe chega em casa atrasada e escoltada pela polícia, o pai entra em pânico e uma grande confusão se inicia, logo o garoto descobre que a mãe se envolveu em um acidente e um garotinho foi atropelado e está mal no hospital. Corroída pela culpa, a mãe de Danny se isola e as coisas na casa dele ficam de pernas para o ar, o pai lutando para estabilizar a situação emocional da esposa e Danny sem entender nada, só desejando que o irmão mais velho, Pete, estivesse ali ao seu lado para que ele não se sentisse tão sozinho. Em meio a tudo isso ele só pode contar consigo mesmo, com seu vizinho Luke que está ocupado demais com a ausência do pai divorciado que não liga pra ele e Sarah, uma garota misteriosa que, logo após o acidente, passou a observá-lo. Um clima de constante realidade, certa dose de mistério e muita sensibilidade envolvem a história dessas três famílias, amizades nascem, outras se fortalecem e temos retratos de famílias marcadas por suas próprias tormentas pessoais. Foi o primeiro livro do John que eu li e gostei muito! É um livro que faz a gente refletir sobre muitas coisas e ainda nos toca pela forma como ele expõe os sentimentos inocentes de Danny, um tipo de inocência que, infelizmente, eu não vejo mais em garotos e garotas com essa idade. Vale a pena ler! Como o livro é muito pequeno eu não vou falar muito pra não acabar dando spoiler.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Julieta - Anne Fortier (Finalmente!)

Informações:

Título: Julieta
Editora: Arqueiro
Ano: 2010
Páginas: 399
Autor: Anne Fortier

Sinopse: Julieta - Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, na Itália, mas desde os 3 anos foram criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose, que as adotou depois de seus pais morrerem num acidente de carro.
Passados mais de 20 anos, a morte de Rose transforma completamente a vida de Julie. Enquanto sua irmã herda a casa da tia, para ela restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente: seu verdadeiro nome é Giulietta Tolomei.
A carta diz que sua mãe havia descoberto um tesouro familiar, muito antigo e misterioso. Mesmo acreditando que sua busca será infrutífera, Julie parte para Siena.
Seus temores se confirmam ao ver que tudo o que sua mãe deixou foram papéis velhos – um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. Mas logo ela descobre que a caça ao tesouro está apenas começando.
O diário conta uma história trágica: há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível maldição persegue essas duas famílias.
E, levando-se em conta a linhagem e o nome de batismo de Julie, ela provavelmente é a próxima vítima. Tentando quebrar a maldição, ela começa a explorar a cidade e a se relacionar com os sienenses. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo.
Instigante, repleto de romance, suspense e reviravoltas, Julieta – livro de estreia de Anne Fortier – nos leva a uma deliciosa viagem a duas Sienas: a de 1340 e a de hoje. É a história de uma lenda de mais de 600 anos que atravessou os séculos e foi imortalizada por Shakespeare. Mas é também a história de uma mulher moderna, que descobre suas origens, sua identidade e um sentimento devastador e completamente novo para ela: o amor.

O que eu achei: Depois que eu li Julieta Imortal eu coloquei na minha cabeça que todos os livros com relação a Romeu e Julieta eram bons, mesmo que nunca tenha lido a obra original simplesmente pelo fato de me sentir incapaz de encarar uma peça teatral como um livro comum. Recebi várias indicações para ler Julieta, li pelo menos duas resenhas antes de me aventurar a comprar o livro e, finalmente, este ano o coloquei na minha meta de leitura. Foi o último livro da meta que peguei para ler e antes tivesse sido o primeiro! Vocês viram como eu demorei para terminar de ler e, ainda mais, pausei a leitura duas vezes para ler outra coisa. O motivo é que esse livro, a despeito de todas as recomendações e promessas da sinopse, não funcionou comigo. Achei a narração massante e a protagonista uma completa estúpida! Foi mais ou menos o que aconteceu com a Ever na série Imortais, a protagonista - que é quem narra a história - me fez penar para ler o livro. De fato, acompanhamos a vida de Julie Jacobs que após a morte da tia com quem morava descobre-se sozinha com uma carta que lhe diz que ela se chama Giullieta Tolomei e que a morte de seus pais não foi acidente, sua tia não lhe deixou nada além dessa carta lhe mandando para Itália em busca de um tesouro enquanto a casa e os bens ficaram para Janice a, inicialmente, detestável irmã gêmea de Julie. Assim, Julie vai para a Itália em busca da verdade sobre sua origem, a morte da mãe e se depara com Alessandro, um policial que a primeira vista lhe parece encantador, arrogante e misterioso, assim como sua madrinha, Eva Maria, que demonstra por Julie um carinho fora do convencional para um estranho e parece saber mais sobre a história de sua verdadeira família do que parece contar. Assim, Julie começa a entrar em um jogo perigoso de intrigas atrás de um tesouro que realmente existe por trás da verdadeira história de Romeu e Julieta na Siena de 1340, cheia de sangue, conspiração, maldições e mortes. O clima de mistério que envolve a história realmente merece aplausos, você nunca ia acreditar no real culpado de tudo e isso de fato ficou meio obscuro no fim das contas, mas a explicação realmente surpreende, só que achei a narração arrastada demais e a protagonista não ajuda, é sonsa e manipulável chegando ao ponto de ser irritante, isso acabou comprometendo a história no meu ponto de vista. De fato, só passei a gostar do livro por volta da página 270,290. A parte histórica foi a melhor, o jeito como foi desenvolvido essa outra face de Romeu e Julieta foi magistral, cheio de sangue, tortura, conspiração, mentiras, sem nenhum pingo de fantasia, mas com crueza de fatos e detalhes, gostei. Em compensação a caçada do presente foi uma mistura de Indiana Jones com a Lagoa Azul, de todos os personagens, por incrível que pareça, eu só gostei realmente da irmã gêmea de Julie, Janice, que mesmo apesar de ser uma estraga festas, foi a única personagem com personalidade realmente marcante na história. Julie é tola, de gênio fraco, manipulável, medrosa, totalmente tosca, não consegui gostar dela e o fato de ela contar a história não ajuda. O que salvou o livro foi o toque de Agatha Christie em que você começa a deduzir mil suspeitos e, no fim, é pego totalmente de surpresa pela verdade. Dei nota 3,0 de 5,0 no skoob.

Bem blogueiros, finalmente estou de férias, então é aproveitar para descansar e ler, assistir doramas e animes o máximo que puder! Até a próxima resenha!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O Assassinato de Roger Ackroyd - Agatha Christie

Informações:

Título Original: The Murder of Roger Ackroyd
Título no Brasil: O assassinato de Roger Ackroyd
Ano de Lançamento Original: Junho de 1926
Ano de Lançamento no Brasil: 1933
Gênero: Romance Policial
País de Origem: Reino Unido
Editoras: Willian Collins & Sons (Reino Unido)
                  Livros do Brasil (Portugal)
                  Edibolso (Brasil)
Autor: Agatha Christie
Série: --

Enredo: Na sossegada vila britânica de King's Abbott, o passatempo é o mexerico. Muito frequentemente, discutem a vida de Roger Ackroyd, um homem considerado um "fidalgo rural". Esse grupo de fofoca é liderado por uma senhora inglesa de meia idade, Caroline Sheppard, irmã do prestigiado doutor James Sheppard. Recentemente, o grupo da má língua andava a especular sobre o relacionamento da então viúva Miss Ferrars e de Mr. Ackroyd. As fofocas não param, embora miss Ferrars tenha se suicidado. Ackroyd, no meio da confusão, pede a Sheppard para jantar com ele, e revela que Miss Ferrars matara o marido e andara a ser chantageada. Ackroyd recebe uma carta que devia ler mais tarde (onde saberia quem era o chantagista), mas não pôde, pois aconteceu um assassinato que ele não poderia investigar: o seu próprio. Por pura coincidência, Poirot está a descansar na vila, plantando abobrinhas. Com a ajuda do Doutor Sheppard, Poirot passa a investigar o crime, qualificado de bizarro, visto que Akroyd fora morto com a sua própria adaga no seu escritório. A investigação é tortuosa e Poirot concebe que cada um tem uma mão no assunto, um segredo sendo escondido. No entanto, no final Poirot encontra o verdadeiro autor do crime.

Esse é, provavelmente, meu quinto livro de Agatha Christie, ela foi a mulher que me fez gostar de ler, realmente. Sempre fui fascinada pelo mistério que envolvia os livros dela, e Os Quatro Grandes, até hoje, é meu livro favorito. Peguei O Assassinato de Roger Ackroyd emprestado, e pelos livros que já li da Agatha, sem dúvida esse foi o mais inusitado! A trama gira em torno da morte de Roger Ackroyd, que parece estar intimamente ligada à morte de Mrs. Ferrars, que morrera meses antes. O marido desta última fora envenenado e suspeitavam dela. Roger foi encontrado em seu escritório com uma adaga enfiada nas costas. Haviam sumido do local uma carta escrita pela falecida Mrs. Ferras e um ditafone comprado pelo defunto algumas semanas antes de sua morte. O clima de suspense se estende uma vez que todos na casa são suspeitos e entra em cena Hercule Poirot, o detetive mais inteligente de todos os tempos, com suas celulazinhas cinzentas ele mergulha totalmente no caso cujas pistas apontam para o enteado do falecido que tinha problemas com dinheiro. Nesse livro, Hastings não está presente e a história é então narrada por Sheppard, o médico da pequena cidade de King's Abbot, que surpresa nossa esse novo amigo de Poirot que, ao longo de toda essa trama na qual é quase impossível imaginar o verdadeiro assassino, o final do livro promete te deixar, verdadeiramente, de queixo no chão! Ainda não consigo acreditar que quem matou o homem foi realmente aquela pessoa. Um final diferente dos livros da Agatha que eu já li e senti muita saudade dessa sensação fantástica que é ser totalmente pego de surpresa ao final do livro. Atuação brilhante do detetive aposentado Poirot, como sempre, e mais uma teia de suspeitos que gira em torno de um assassinato cercado de chantagem, roubo e conspiração. Valeu muito a pena ler! Agora, vou voltar pra Julieta acho que já dá pra terminar finalmente.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Hana Yori Dango & Boys Over Flowers


Informações Técnicas:

Título Original: 花より男子 (Hana Yori Dango)
País de Origem: Japão
Ano de Lançamento: 2006
Número de Episódios: 20 (Duas temporadas) + Filme
Gênero: Romance, Comédia, Drama
Elenco:  Jun Matsumoto, Mao Inoue, Shun Oguri, Shota Matsuda e Tsuyoshi Abe
Escrito por: Yoko Kamio

Sinopse: Makino Tsukushi, personagem principal, é uma garota de uma família pobre que, apesar das dificuldades financeiras, conseguiu ser admitida em uma escola de pessoas extremamente ricas. Para que ela possa estudar, sua família passa, com orgulho, por muitas privações, na esperança de que a filha consiga conquistar um herdeiro milionário. Nessa escola, Eitoku Gakuen, os alunos esbanjam suas vantagens financeiras, porém, os que mais se destacam é um famoso grupo de quatro rapazes chamado de Flower Four, os F4 (flores no sentido de preciosos), que são os herdeiros das mais poderosas famílias do Japão. Pelo poder financeiro dos seus nomes, eles ditam as regras na escola, passando por cima até mesmo dos professores e diretores.

Ei, povo! Pois é, eu estou rezando para que as minhas férias cheguem logo, tenho tanta coisa pra fazer e tão pouca vontade... Enfim, estou de volta com mais uma série incrível pra contar um pouco pra vocês e esse post vai ser duplo. Eu vou tentar não spoilar nada de nenhuma das versões, okay? Eu assisti Hana Yori Dango ano passado, revi a pouco tempo e comecei a assistir sua versão coreana que vou falar mais para frente. Mas vamos partir do princípio, né? O nome vem do provérbio japonês ‘Melhor doces do que flores’, em referência ao Hanami (festival que celebra o desabrochar das flores de cerejeiras). O dorama foi feito em 2006 com 9 episódios. O dorama fez tanto sucesso que criaram uma 2º temporada com 11 episódios em 2007 e um filme em 2008. O dorama é baseado em uma série de mangá que foi, anteriormente, em 2001, adaptada para a TV Chinesa (Taiwan) com o nome Meteor Garden (Em chinês  流星花園 "Liúxīng Huāyuán") e tem também o anime que eu descobri recentemente, mas ainda não assisti. Então, se preparem porque o post vai ser GRANDE!

Okay, agora falando um pouco da história, como vocês viram na sinopse a gente acompanha a trajetória de Makino Tsukushi em uma escola de ricos, ela é uma garota pobre que só quer se formar em paz, o dorama não conta como ela conseguiu entrar nessa escola, nós só sabemos que os pais dela passam grande aperto para mantê-la lá e mesmo que Makino não se sinta confortável com a situação, o orgulho que a família sente por ela frequentar a Eitoku Gakuen lhe impede de sair de lá. A escola é comandada pelo grupo conhecido como F4, os quatro príncipes do Japão, herdeiros das famílias mais poderosas que regem a economia do país, pelo fato dos pais deles fazerem grandes doações à escola, eles dominam tudo coagindo até mesmo os professores. São eles: Tsukasa Doumyouji, Rui Hanazawa, Soujiro Nishikado e Akira Mimasaka. Quando sua "amiga" "Sem querer" acorda a furia de Tsukasa, o líder dos F4, Makino o enfrenta para que a amiga não sofra as consequências, mas acaba recebendo a tarja vermelha que é a declaração de guerra de Doumyoji, quem a recebe é maltratado por todos os alunos da escola, e os professores ou mesmo a direção não fazem nada para impedir. Makino suporta tudo e, secretamente, é geralmente salva por Rui, por quem se apaixona. Rui é diferente dos outros três garotos, e mesmo que inicialmente ele não demonstre nenhum interesse especial por Makino, ele a defende quando está por perto e algo ruim está para acontecer com ela. Cansada, ela declara guerra a Doumyoji e é quando o garoto se apaixona por ela (não vou dizer o que ela faz hehehe assistam!) aos poucos, Makino começa a perceber que na verdade Tsukasa é apenas um garoto solitário, com profundo desejo de ser amado por alguém. Mas ela ainda é apaixonada por Rui, que, por sua vez, não corresponde aos sentimentos dela, estando apaixonado por Shizuka Todo, uma modelo internacional que e´amiga comum do F4 e a inspiração de Makino.

Quando Rui viaja para França para ficar com Shizuka, por conselho da própria Makino, ela e Doumyoji acabam inevitavelmente se aproximando, e Soujiro e Akira acabam se apegando à garota também, passando a protegê-la e ajudá-la em tudo que podem.  Makino inicialmente fica muito dividida entre a sua tristeza por Rui e as estranhas sensações que o garoto que odiava lhe causam, mas acaba inevitavelmente se apaixonando por ele, e é quando Rui volta para o Japão que os sentimentos dela são postos à prova, uma vez que ela já está namorando Doumyoji. Mas a mãe de Tsukasa não gosta nada de saber que o filho herdeiro está namorando uma plebéia e começa a infernizar a vida de Makino e das pessoas à sua volta, numa tentativa cruel de afastá-la de Tsukasa, que não está disposto a abrir mão dela e, para tal, conta com o apoio de sua irmã Tsubaki. A mãe dele finalmente consegue uma forma de fazê-lo cumprir sua vontade e Tsukasa é obrigado a ir para Nova Iorque estudar administração para proteger Makino, prometendo não esquecê-la, mas quando ele para de dar notícias, ela acaba indo atrás dele e descobrindo que os eu Doumyoji se transformara em um completo estranho, triste, ela retorna ao Japão junto aos três outros membros do F4 e tenta recomeçar sua vida fingindo para si mesma que não sente mais nada por Tuskasa, mesmo quando descobre, meses depois, que ele está noivo da filha do maior portador de petróleo do mundo. Rui vê nessa oportunidade a chance de descobrir os verdadeiros sentimentos do melhor amigo e, ao perceber que ele está decidido e Makino está sofrendo, decide por fim tentar conquistá-la, mal sabe ele que um sentimento como o de Makino e Tsukasa não desaparece tão facilmente e a partir daí é muita confusão, tensão e lágrimas nesse dorama mais que perfeito!

A Versão Coreana: Boys Over Flowers (꽃보다 남자)

Informações Técnicas:

Título Original: 꽃보다 남자 
País de Origem: Coréia do Sul
Ano de Lançamento: 2009
Número de Episódios: 25
Gênero: Romance, Comédia, Drama
Elenco:  Kim Hyun Joong, Lee Min-Ho, Kim Bum, Ku Hye Sun, Kim Joon.

Uma versão Coreana de Hana Yori Dango foi feita em 2009, tendo no elenco Kim Hyun Joong (SS501), Lee Min-Ho (The Heirs), Kim Bum, Ku Hye Sun e Kim Joon. O enredo segue basicamente a mesma linha da história japonesa com algumas mudanças mínimas no enredo, como o fato de adaptarem-se as coisas da trama para a Coréia do Sul. Os personagens, Geum Jan Di, Gu Jun Pyo, Yoon Ji Hoo, So Yi Jung e Song Woo Bin são estudantes da escola elitista Shinhwa, que leva o nome da corporação plurocrata da família de Gu Jun Pyo, o líder dos F4, Jan Di trabalha em uma lanchonete especializada em aveia e tem como melhor amiga Ga Eul. O bullying da escola Coreana é um pouquinho mais violento que o da Japonesa, e esse foi ao mesmo tempo um dos pontos fortes e fracos da versão. Uma coisa muito positiva dessa versão é a exploração dos personagens, que ao contrário da versão Japonesa foram muito mais expostos, nós podemos conhecer a fundo a história dos 4 príncipes da Coréia e foi um ponto que pra mim mereceu aplausos! A mãe de Jun Pyo é um pouco menos "satânica" que a mãe de Doumyoji (porque aquela mulher veio do inferno, só pode!), há muito mais acontecimentos com o Yoon Ji Hoo, que é a versão coreana (e linda) do Hanazawa Rui e muito mais interação entre os F4 e a Jan Di o que é um ponto muito forte nessa versão. O que eu tenho a falar de crítica é realmente por parte de sequência de fatos relacionados aos personagens que, eu vou reclamar quando for falar um pouco deles, Mas com relação a trama, em certos pontos a carga dramática superou a versão Japonesa, há muitas cenas extras que não vemos em Hana Yori Dango, e a trama foi moldada de maneira realmente mais surpreendente, embora, na minha opinião, ainda assim não conseguiu superar totalmente a magnitude da versão Japonesa que é fantástica. As mudanças de enredo são positivas e não afetam muito a trama com relação a Japonesa.



Os Personagens:


Doumyoji Tsukasa - Quem leu meu post sobre Boku wa Imouto ni Koi wo Suru sabe que o Jun Matsumoto é sem palavras! Ele desempenhou um papel brilhante como Tsukasa, o filho mimado e esquecido pela mãe cuja única utilidade é servir como resolução dos problemas da empresa, um garoto sem limites que abusa do poder que tem sem medir consequências. Mas que, ao conhecer Makino, começa a perceber seu lado humano, a ter a necessidade de ser amado e de conhecer o amor, a generosidade, a paciência, a vida. Ele é muito inocente, e por isso cai como joguete nas mãos da maldosa mãe e se torna difícil de ser compreendido. Mas é um garoto doce, muito engraçado e uma gracinha quando está nervoso.
Uma das minhas cenas favoritas foi quando ele ficou quatro horas embaixo de chuva esperando por Makino. Doumyoji não conhece outra maneira de expressar seus sentimentos sem ser com violência e arrogância e, por isso, sua evolução ao conhecer Makino é tão tocante que se torna impossível você não se apegar a ele. E o Jun é lindo, né? *-*
Mas ao contrário dele, sua versão Coreana, Gu Jun  Pyo, não me convenceu. Por mais que os traços entre os personagens tenham sido feitos para ser o mais próximo possível um do outro, não sei se foi o Lee Min-Ho que não me desceu ou o personagem mesmo, mas eu não gostei de Gu Jun Pyo em nenhum momento da trama. Ele me pareceu totalmente superficial, sem sal, submisso e para resumir tudo: inútil U.U, ao contrário de sua versão Japonesa, Doumyoji, não consegui torcer por ele durante a trama, e sim sempre contra ele. Achei ele um completo e total idiota! A única cena que me lembro de ter realmente gostado com ele, depois de desconfiar dela e fazer ela apanhar da escola toda, foi salva-la de quase morrer nas mãos dos alunos da escola. Como diria Makino: "Ontoni baka ja nai"


Tsukushi Makino - Filha mais velha de uma família muito pobre, Makino é uma garota de gênio forte e personalidade vívida, que não abaixa a cabeça diante das dificuldades. Pensa sempre no bem dos outros sendo seu senso de justiça e misericórdia um dos seus pontos mais fortes e também grande alvo de seus problemas. É muito frágil apesar de tentar se cobrir com uma casca de força, na tentativa de sobreviver dentro da Eitoku Gakuen, trabalha em uma loja de Dangos (é um bolinho japonês feito de mochiko, relacionado ao mochi. É geralmente servido com chá verde.) junto com Yuki, sua melhor amiga. O empenho e a personalidade de Makino conseguem nos sensibilizar e fazer com que tenhamos empatia com ela, além de forte e esforçada ela sempre se preocupa com todos antes dela, mesmo que isso lhe custe sofrimentos. Uma das minhas cenas favoritas é quando ela decide trabalhar em dois empregos ao mesmo tempo e se esforça tanto que acaba passando mal, é levada para o hospital e ajudada por Rui, dá uma cena fofíssima entre os dois!
Ao contrário dela, Geum Jan Di, cujo nome também significa Erva Daninha, de erva daninha não tem nada. Assim como Gu Jun Pyo, ela não me convenceu! Juro que acho que essa guria não faz parte da classe racional da humanidade, isso é, se é que ela faz parte da classe humana mesmo. Nunca vi uma garota tão tapada! Nem mesmo o tal sentimento por Gu Jun Pyo é capaz de explicar ou mesmo justificar sua estupidez, e ainda agora me pergunto porque esse drama teve que seguir a risca a versão Japonesa quando eu torcia tanto para que essa idiota ficasse com Yoon Ji Hoo que em todos os aspectos possíveis e imagináveis é melhor que Gu Jun Pyo na versão Coreana. Infelizmente, isso não acontece e causa muita, muita raiva. Ela consegue ser ainda mais idiota que o seu par coreano! A única cena dela que eu realmente gostei foi quando o Ji Hoo pega ela no banheiro e ela tem um ataque, foi muito engraçado e eu ri demais!
 
Morri de rir disso, sério. Foi uma das minhas cenas favoritas do Dorama, o Ji Hoo depois disso foi tão fofo que é ainda mais impossível não apaixonar-se por ele. Vendo que a tapada da Jan Di estava realmente envergonhada ao ponto de não querer sair do quarto, preparou o café e deixou pra ela na sala de jantar, dizendo que ia sair para que ela pudesse ir comer. Quando ela criou coragem e chegou à sala, encontrou o café com um bilhetinho dele escrito: Memória Apagada. Morri de amores nessa hora.
O cara certo: Rui e sua versão coreana, Ji Hoo

Hanazawa Rui - E por falar em Yoon Ji Hoo, vamos conversar um pouco sobre o personagem mais perfeito do dorama. Tanto Rui quanto sua versão Coreana são indiscutivelmente lindos, os pares perfeitos e, ao mesmo tempo, os mais sem sorte. É aquele tipo de personagem que te faz ficar revoltada ao fim do dorama porque ele não teve o fim que você queria. Rui é aquele tipo de personagem frio que não liga para nada que acontece à sua volta, e consegue incrivelmente dormir em qualquer lugar. Está sempre pegado à um livro, é quieto e muito observador, apesar de não se importar com nada. Mas quando Makino começa a ser vítima da fúria de Doumyoji, por alguma razão o senso protetor de Rui desperta, e é assim que ela (e nós) nos apaixonamos por ele. É o cara que sempre está lá, para protegê-la de caras que querem violentá-la, de humilhações públicas, o cara que está a postos para salvar sua família e fazer qualquer coisa para que ela sorria. Mesmo que, inicialmente, ele não se dê conta do que sente por ela por causa de sua paixão cega e antiga por Shizuka, a partir do momento que ele começou a demonstrar interesse pelo que acontecia a Makino ele mudou e para melhor. Por mais que você torça para que ele tenha um final feliz, na versão Japonesa é meio impossível não amar Tsukasa, então dá pra pedir perdão e torcer pra Shizuka acordar e não deixar esse homem escapar! O relacionamento dos dois não fica claro se vai ou não dar certo. E, assim como sua versão Japonesa, Yoon Ji Hoo é o cara perfeito, mas na versão coreana o personagem foi muito mais trabalhado que na versão Japonesa, deixando as coisas sob uma perspectiva nova, Ji Hoo também o cara observador que não dá a mínima para nada que acontece à sua volta, apaixonado por Min Seo Hyun, que cuidou dele quando criança depois da morte dos seus pais, ele não demonstra nenhum tipo de emoção sincera até Jan Di começar a sofrer bullying por causa da tarja vermelha, então ele passa a ser o garoto que está sempre lá, de uma forma discreta, sem deixar sua aparente indiferença cair, ele a salva de situações complicadas como a cena em que ela é quase violentada na frente do vestiário.
O Ji Hoo sempre estava lá pela Jan Di. E, na maioria das vezes, teve que reconfortá-la por causa de alguma briga ou problema com o Jun Pyo, chegando até mesmo que sufocar esse sentimento pela Jan Di em razão da amizade pelo Jun Pyo, o que o tornou o mais fofo do dorama, inclusive, grande parte dos conflitos que aconteciam entre os dois era o Ji Hoo que consertava, ele sempre estava atento à felicidade da Jan Di, mesmo que isso significasse abrir mão dela pelo melhor amigo, foi ele quem juntou os dois, e quando o Jun Pyo idiota perdeu-a, o Ji Hoo lutou por ela, mas tapada como ela só, não foi capaz de aceitá-lo, e isso me revoltou ao extremo.
Porque ao contrário de Hana Yori Dango, em Boys Over Flowers, o Ji Hoo supera o Jun Pyo, e no meu ponto de vista era com ele que a baka da Jan Di deveria ter ficado. Ele era mais que o "cara que estava sempre lá", ele era literalmente o cara certo. Não apenas porque foi o primeiro amor dessa baka, mas porque seus sentimentos evoluíram no tempo certo, e ele realmente se doou por ela sem esperar nada em troca, sacrificou sua própria felicidade pela dela, e o fato de mesmo assim ela escolher o a ho do Jun Pyo me revoltou ao ponto de escrever um livro só pra fazer justiça ao Ji Hoo! Já estou com todo o projeto pronto e vou começar a trabalhar nele assim que puder. Por que, sério, o Ji Hoo foi o personagem mais perfeito de todo o dorama e ele merecia a idiota da Geum Jan Di mais que o Jun Pyo. Provas disso são que ele não pensou duas vezes em atirar-se na água quando ela teve câimbra e quase se afogou, nem mesmo se meter no meio de uma nevasca para salvá-la (e só não o fez porque os amigos não deixaram), ele a protegeu da mãe do Jun Pyo, sempre que ela estava cabisbaixa ele estava lá para fazê-la sorrir, quando os dois foram atrás de Jun Pyo em Macau, ele foi enganado por um amigo e cantou em praça pública só pra comprar pra ela algo que ela queria, e passou por várias experiências pela primeira vez só por causa dela, superou seus medos para que ela não fosse expulsa da escola, enfrentou seu melhor amigo por ela, uma das cenas mais bonitinhas (além da do banheiro e de muitas outras) foi quando ele descobriu que ela estava no lugar da mãe dela limpando a universidade na qual ele estudava e arregaçou as mangas para ajudá-la a limpar o lugar, gente, foi muito amorzinho isso! Ou mesmo quando o salto dela quebrou e ele a carregou nas costas, quando ela estava deprimida e ele fez panquecas pra ela, quando ainda fechou um museu de arte só pra ela ver a exposição e fazer um relatório pra escola, ou ainda a cena do casamento de mentirinha que ele participou só para ganhar algo que ela queria para a família dela:
Ele nunca hesitou em nenhum momento por ela, nunca foi esnobe ou arrogante pela sua classe social, comeu o que ela come, nunca teve nenhum tipo de hesitação em entrar no mundo dela e fazer parte dele e isso tornou Ji Hoo o personagem que eu mais amei no dorama e por quem, apesar de saber o desfecho, eu mais torci. A ponto de planejar toda uma história só para fazer-lhe justiça e dar-lhe o fina que ele merecia. O Kim Hyun Joong totalmente perfeito no papel, vou assistir Playfull Kiss só por causa dele.
Nishikado Soujiro - E além do Ji Hoo e do Rui, quem também esbanjou fofura e ganhou um lugar ao sol foi o Soujiro, igualmente lindo nas duas versões *-*. Em Hana Yori Dango ele é um mestre do chá, dono da maior casa de chá do Japão, inteligente e o maior mulherengo do grupo, chamado, inclusive, de casanova, Soujiro acaba ganhando o coração de Yuki, mas por causa de uma decepção amorosa no passado, que o tornou basicamente o mulherengo que é, até o fim da segunda temporada a relação dos dois não fica certa. É um dos que mais dá força a Makino para lutar por Doumyoji, pois acredita que ela é o melhor para o amigo. Em sua versão coreana, So Yi Jung é o casanova dos F4, causa comoção onde chega em todas as mulheres, além de lindo, é um ceramista dono do maior museu da Coréia, assim como Soujiro, Yi Jung também teve uma decepção amorosa no passado que influenciou seu estilo de vida "destruidor de coração" ou como seu melhor amigo  Woo Bin o chama "morte em 5 segundos" ( e eu rachei de rir com isso). Em BOF ele tem problemas familiares, principalmente com o pai que é muito infiel e provoca dor à sua mãe, o irmão mais velho sem mão para cerâmica, decidiu abandonar a herança e viver por conta própria jogando o fardo de herdeiro para So Yi Jung o que também contribuiu para torná-lo um pouco frio e não querer relacionamentos longos. Mesmo assim, ele acaba se apaixonando por Ga Eul, a melhor amiga de Jan Di e, além do relacionamento de Jan Di com Ji Hoo esse é o segundo romance mais fofo do dorama *U*, apesar do medo que tem de machucar Ga Eul, e depois de ter a mão quebrada, aparentemente, ao contrário da versão Japonesa, o Yi Jung vai dar uma chance pra amiga da Jan Di. A minha cena preferida deles foi quando ele deu um troco no ex-namorado cretino dela. Nas duas versões eu gostei mais na versão Coreana em que o Yi Jung além de tocar sax (o que fez ele ficar ainda mais lindo) ainda posou de apaixonado pela Ga Eul e eu desconfio que já estava mesmo, assim como a cena que ele salva ela de ser "atropelada por um cara fazendo snowboarding. Fofo demais!
 
Foi outro casal pra quem eu torci muito em BOF, porque me chamou mais atenção do que na versão Japonesa. Embora a cena do Soujiro com a Yukki no telhado me arrancou boas lágrimas!

Mimasaka Akira - Ele aparece mais na versão Japonesa que na Coreana. É herdeiro da máfia Japonesa, mas por incrível que pareça é o mediador dos F4, quem sempre mantem a "paz" no grupo. Extremamente gentil, é o Don Juan formando dupla com Soujiro, mas só sai com mulheres casadas, isso porque sua mãe, graças as suas irmãs mais novas e gêmeas, acha que é uma criança também. Está sempre tentando manter a harmonia no grupo e junto com Soujiro faz o possível para que Makino e Tsukasa façam as pazes. Em sua versão coreana, Song Woo Bin é herdeiro de uma grande empresa de construção, mas tem conexões com a máfia sendo herdeiro do chefão mesmo que isso fique implícito na trama Coreana. Dos quatro ele é o que aparece menos. Uma das cenas dele que eu mais gostei foi uma que a Jan Di chega desesperada na casa do Jun Pyo baka, por causa de um plano que o próprio Woo Bin traçou com o Yi Jung e a Ga Eul. Ela pergunta onde está Jun Pyo e ele aponta para o quarto dele, quando ela chega ele está trocando de roupa, vermelha de vergonha ela volta para reclamar e ele diz a ela: "Você perguntou onde estava não o que estava fazendo." morri de rir disso.

Ele é engraçado, dos quatro parece ser o mais vulnerável por sua condição com a máfia, é mais próximo de Yi Jung, assim como Akira é mais próximo de Soujiro.

Matsuoka Yuki - Yuki é a melhor amiga de infância de Makino, as duas trabalham em uma loja de dangos. É uma garota doce e determinada assim como a amiga, acaba se apaixonando por Soujiro e faz de tudo para conhecê-lo melhor e vê-o feliz chegando, inclusive, a matricular-se em uma escola de chás. Tão fofa quanto sua versão Japonesa é a versão Coreana, Ga Eul, que é fofa, dócil, mas tem um gênio forte quando precisa proteger Jan Di, é uma sonhadora romântica e acaba se apaixonando por Yi Jung, assim como Yuki, ela se inscreve em uma escola de cerâmica a fim de entender melhor o amado. Ela é mais presente ao lado de Jan Di do que Yuki de Makino, pois na versão Coreana sempre que os F4 arrastam Jan Di para algum lugar levam Ga Eul junto e eu gostei muito.

Shizuka Todo - O amor não correspondido de Rui é uma mulher forte, de decisões firmes e bem sucedida, herdeira de um império que dispensa sem pensar duas vezes para andar com as próprias pernas. Assim como sua versão coreana, Min Seo Hyung. Das duas, Shizuka foi a que simpatizei mais, pela sua atitude com relação a Makino e também pela sua personalidade.

Shigeru - é a noiva escolhida pela mãe de Doumyoji, ela é herdeira do maior portador de petróleo do mundo e com isso a mãe de Tsukasa pensa em casá-los para salvar sua empresa. Ela acaba se apaixonando verdadeiramente por ele e, mesmo ao saber do passado romântico dele com Makino, adota-a como melhor amiga. É uma garota meio pirada e muito solitária, por mais que seja rival de Makino, você não consegue ficar com raiva dela. Assim é também sua versão Coreana, Ha Jae Kyung, uma garota super pra cima filha de um CEO de sucesso e prometida de Jun Pyo, ao contrário de Shigeru, ela é mais competitiva com relação ao noivo e faz de tudo para separar os dois, mas não consegue parar de gostar de Jan Di. Eu particularmente torci muito pra ela ficar com o Jun Pyo e deixar a Jan Di pro Ji Hoo *-*


Outra coisa que merece um comentário é a amizade do F4, que no drama Coreano ficou bem mais explícita que no Japonês. Os quatro passam por momentos bem difíceis, principalmente Ji Hoo e Jun Pyo, mas nem assim a amizade deles se abala, continuam juntos e unidos não importa o que aconteça. Esse quarteto nos conquista de tal forma, que no começo a gente acha um exagero todo aquele alvoroço que as garotas fazem quando eles chegam na escola ou em uma festa. Mas por trás da fachada de garotos afortunados com beleza e riqueza, vai-se descobrindo pouco a pouco o passado de cada um e as razões que tiveram para terem se tornado o que são. Inclusive, outro ponto muito forte da versão Coreana foi mostrar partes da infância dos quatro o que só faz aumentar nosso amor.

Então é isso, gente. O post ficou mesmo enorme, mas vale a pena ver esse dorama fantástico, tanto a versão Japonesa quanto a Coreana, expus os prós e os contras e falei dos meus personagens favoritos. Tenho certeza que cê vai se apaixonar pelo dorama! Logo volto com um novo pra vocês :) espero que tenham curtido o post!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O Cortiço - Aluísio Azevedo

Título: O Cortiço
Autor: Aluísio Azevedo
Ano de Publicação: 1980
Editora: B.L. Garnier
Gênero: Romance, Realismo, Naturalismo, Social

E aí, pessoas? Como estão? Eu na verdade não muito bem, então, o livro da vez é da nossa terra, assim como Dom Casmurro que eu falei no post passado que eu precisei ler pra um trabalho na Faculdade, também este teve a mesma finalidade. Vocês viram que eu comecei a ler Julieta, mas parei porque o livro realmente não ajuda (mas vou terminar, tá? É só eu ter um tempo.) e depois comecei a ler O assassinato de Acroyd de Agatha, mas precisei parar justamente em razão desse monte de trabalho infernal da faculdade, eu vou terminar ele primeiro antes de voltar para Julieta. Então, vamos começar a falar um pouco desse livro, O Cortiço, do Aluísio Azevedo que é um retrato do Brasil no finalzinho do século XIX, em que se retrata a vida em um cortiço, o que eu imagino que hoje seria mais ou menos como uma favela ou uma vila "like Chaves", em que se moravam pessoas pobres, portugueses que vieram tentar a sorte no Brasil em busca de melhores condições de vida e negros alforriados ou fugitivos mesmo.
Começamos conhecendo a história do personagem principal da trama, João Romão (principal se contarmos que ele é o "pai" do cortiço no fim das contas) e sua sede por tornar-se um homem rico, e também, logo no início vemos sua relação com a escrava Bertoleza a quem ele compra com uma lsa carta de alforria sob o pretexto de deixá-la livre que, na realidade, não acontece. Bertoleza passa a ser companheira de João Romão e é quem lhe ajuda a começar o que será mais tarde seu Cortiço, por meios não honestos, porque uma das principais características desse livro é retratar personagens isentos de qualquer fantasia ligada ao romantismo e, se por um lado expõe-se aqui ou ali uma qualidade, seus defeitos são mais e mais evidenciados. A sede de dinheiro de João Romão é sem precedentes, e logo que seu cortiço vai tomando forma, chega na vizinhança o rico Miranda, que compra um sobrado próximo ao Cortiço desde sempre um inveja algo no outro e ao longo do livro essa inveja mútua vai se tornando uma competição entre os dois, um querendo superar o outro, um querendo mais e mais sobressair-se e nós vamos imergindo no dia a dia dos personagens sofridos do cortiço, com suas vidas duras que começam junto com o sol, homens que vão para a pedreira de João Romão, mulheres que lavam roupa para fora afim de sustentar seus filhos, e alguns personagens que foram parar ali por simples acaso do destino, como acontece com Pombinha e sua mãe que, a espera da "regra" da filha chegar para enfim casa-la com seu protegido e tirar ambas de seu estado de miséria, vivem em meio à promiscuidade e libertinagem do cortiço e, aos poucos, vão sendo inevitavelmente "contaminados" por ela. Essa é a grande deixa do livro, que tem caráter determinista e tenta mostrar de forma clara, através dos personagens Pombinha e Jerônimo que o meio influencia sim o homem guiando suas ações e toldando seu pensamento. A primeira antes retida e centrada, a partir do momento em que começa a adentrar no mundo daquelas pessoas, pois era quem redigia as cartas dos inquilinos, começa a mudar seus pensamentos e suas atitudes chegando, inclusive, a ser alvo de uma prostituta como "sua". O segundo, português cheio de costumes rígidos, honesto, batalhador e fiel às suas raizes, encontrou na sensualidade da mulata Rita Baiana o caminho para a perdição brasileira, deixando de lado, inclusive, as coisas de sua terra e adequando-se totalmente a vida libertina, adúltera e despreocupada do cortiço, para desespero de sua pobre esposa que não sabe como salvar seu casamento. 
Outra coisa que me marcou muito nesse livro foi o apreço que todos no cortiço tem pela personagem Léonie, uma prostituta a quem todos os habitantes do cortiço exaltavam como uma estrela. A filha do casal Alexandre e Augusta era afilhada dela e era criada pela cortesã, sem a menor preocupação por parte deles de a filha crescer em meio ao ambiente imoral da madrinha, mas ao contrário, agradecendo infinitamente pela sorte abastada da filha em ter tal amadrinhamento. É o mais presente no cortiço, personagens que se entregam aos sentimentos de momento, esposas cansadas de seus casamentos que encontram no adultério a falta para o vazio que tem em casa, ou mesmo mulheres que livres por seu instinto ou para conquistar algo que desejam, entregam o corpo. Homens cheios de cobiça que não se importam em passar por cima de qualquer um para chegarem onde querem chegar, uma vida dura e explorada principalmente por João Romão que em seus momentos de cólera, pela inveja aguda que sente do vizinho Miranda, maltrata os moradores e trabalhadores que lhe sustentam. Nisso, se desenrolam no cortiço várias tramas de diferentes qualidades e de inesperados desfechos, o surgimento de um novo cortiço "rival" ao de João Romão vem para apimentar ainda mais a história, Jerônimo se desgraça de vez por causa de Rita Baiana, Pombinha, após ser desejada por Leónie e viver em meio a contaminação do cortiço, tem um desfecho surpreendente e promete repetir na filha de Piedade e Jerônimo o seu destino, morte, traição, ironias de revirar o estômago, crueldade e ambição sem precedentes é o que traz essa obra naturalista que retrata a vida carioca em finais do século XIX, A pergunta que fica é: Será mesmo que o meio que você vive determina o seu caráter? Será que você é suscetível a tal ponto a adaptação, passando por cima de ideais e personalidade?  As pessoas do cortiço são sofridas, ganham o pão às custas, maridos abandonam esposas e filhos por amantes, matam-se homens por cobiça, perdem-se força de vontade e senso por abandono, uma coisa muito marcante pra mim durante a história foi a escrava Bertoleza, ficou ao lado de João Romão desde o início, paciente, serviente, dando seu sangue pela prosperidade do homem para, no final, ser brutalmente traída por ele que lhe virou as costas sem a menor hesitação, de todos os personagens que conheci até hoje, sem dúvida, João Romão é o retrato vivo de uma coisa que não pode ser considerada humana, é de um ambição e frieza cegas que dá nos nervos e nos leva a vários questionamentos também, quando imagino que há pessoas como ele no mundo fico cada vez mais assustada.
O cortiço foi um livro de certa forma interessante, eu que não costumo ler clássicos brasileiros com frequência me vi perdida naquele mundo estranho e promíscuo cheio de violência, exploração e crueldade, indignada com alguns personagens, penalizada por outros e vendo o retrato de um Brasil que, desde muito antes, já cresce banhado em corrupção. Se você não conhece, vale a pena conferir.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Emma Bovary e Capitu - Dois livros e uma traição

Então gente, como eu não tenho vindo muito no blog por causa da faculdade e, por isso, parei de ler o que estava lendo, decidi trazer então as duas leituras que fiz para um trabalho na faculdade e é o que vou postar, não vai ser, exatamente, uma resenha, mas vai falar um pouco dos dois livros e do que eu achei deles isso até eu conseguir voltar a ler normalmente, minhas férias estão pertinho já, logo vou estar livre de novo! Então, vamos lá.

O CASAMENTO COMO ESTOPIM PARA O FIM DA VIDA

Emma e Capitu são, sem dúvida, duas personagens que vieram para desafiar os bons costumes de uma igreja que prega a harmonia matrimonial, o entendimento entre casal e, sobretudo, a fidelidade. Duas mulheres que se casaram visando a uma vida perfeita e confortável, envoltas na ilusão de uma felicidade toldada em utopia e, diante de suas decepções, buscaram no adultério o caminho para preencher o vazio monótono no qual suas vidas se tornaram. Comparando Emma Bovary e a dissimulada Capitu, o desenvolvimento do presente trabalho consistirá em uma análise de suas condutas como mulheres e esposas e as possíveis razões que as levaram a ir contra a “boa moral” social burguesa e religiosa.
Começando com Emma Bovary, uma mulher sonhadora, que tinha em mente viver como nos romances que lia, uma vida perfeita, confortável, coroada de luxo e caprichos satisfeitos, assim, ela acaba se casando com Charles Bovary, um médico que prometia um futuro promissor. Emma não amava Charles, e se vê dentro de um casamento sem amor, contraído apenas para satisfazer seus caprichos fúteis, mesmo que o marido a idolatre ela não consegue encontrar felicidade alguma em sua condição de casada que em nada se assemelha aos livros de vida abastada e cheia dos requintes da burguesia, muito embora Charles se esforce para cobrir todos os seus caprichos.
Com o tédio da sua vida de casada, surge o convite para um baile oferecido pelo Marquês d'Andervilliers, lá, ao ouvir as pessoas reclamando de seu tedioso marido, Emma desenvolve por ele uma repulsa ainda maior, reclama a ele de tédio e os dois decidem se mudar, ao mesmo tempo em que descobrem que ela está grávida. Lá, Emma conhece Léon Dupuis, escrevente do advogado. Logo, dá à luz  Berta e sua amizade com Léon cresce consideravelmente, até que ele vai para Paris. É quando a mãe de Charles proíbe Emma de ler e ela conhece Rodolphe, que a corteja e o caso começa, fazendo com que ela tenha, inclusive, planos de fugir com ele já que as brigas com a mãe de Charles estão cada vez maiores. Rodolphe foge sozinho e Emma cai doente. Charles fica assolado por contas, Emma se torna religiosa, quando então reencontra Léon na apresentação da peça Lucia di Lammermoor.
Ela começa então suas “lições de piano” às quintas-feiras, e começa a mexer nas contas, as coisas começam a sair do controle e ela começa a pedir dinheiro emprestado a várias pessoas, Rodolphe não pode ajudá-la, então Emma se suicida com arsênico. Charles descobre as traições da mulher e morre. A filha do casal vai morar com uma tia e passa a trabalhar pelo seu sustento.
Percebemos que nada parece satisfazer Emma, o que muitas vezes nos faz perder a paciência com o livro, mas é quando começamos a analisar seu comportamento que percebemos que ela nada mais é que um recipiente vazio. As únicas coisas que existem em Emma são a ambição sem limites e a pretensão de acreditar merecer tudo que seu pobre marido não pode lhe dar. O amor sincero e a devoção de Charles não são suficientes para ela, porque ela própria não conhece esse tipo de sentimento, é uma mulher fria e presa a emoções envoltas em uma utopia que ela sequer entende. Fazendo um paralelo às “Emmas” de hoje, vale destacar o ponto em que ela se torna religiosa, hoje em dia é algo muito comum as pessoas viverem uma vida desregrada e sem escrúpulos e, de uma hora para outra, se abrigarem sob os braços da religião a fim de expiar suas escolhas mal-faladas e apontadas pela sociedade. Afinal, assim como o romance de Flaubert critica o modo de vida burguês e seus valores, além do clero, uma ponte com a hipocrisia da sociedade atual também é válida, pois as pessoas se prendem à religião para refrear os desejos que nutrem no seu íntimo, mas que são condenáveis aos olhos da sociedade e do “deus” autoritário e impiedoso que é pregado por ela.
Assim, também como Emma, temos a história de Capitu, célebre personagem de Machado de Assis cujo mistério da traição permeia diversas teorias. Na trama, narrada por Bentinho, vemos o nascer do amor advindo da amizade de infância que floresce às portas da ida de Bentinho para o seminário. Desde a adolescência, Capitu se mostra uma garota determinada e meticulosa, astuta e com ideias bem à frente do recato de sua época. Enquanto Bentinho está no seminário, suportando a falta dela e apoiando-se na amizade com Escobar, a menina ganha terreno no coração de sua futura sogra enquanto maquina seu futuro ao lado do homem desejado. Já casada com ele, cumpre o dever de mostrar-se à sociedade, se há algo na trama de Dom Casmurro que Bentinho deixa bem claro é que Capitu gostava de se mostrar, gostava de ser vista e, sobretudo, apreciada. Logo, Escobar casa-se com a melhor amiga de Capitu, e ambos têm uma filha. Invejosos, Bentinho e sua esposa oram a Deus por um filho que nunca vem, até um dia, misteriosamente, após Bentinho voltar para casa, depois de sair para ver uma peça, uma saída em que deixara a esposa doente, encontra o amigo Escobar à sua espera e uma Capitu muito bem disposta aparentemente, não muito depois de algumas tentativas, ambos, Bentinho e Capitu, têm um filho. Não dá para afirmar de certeza que Capitu fora infiel, mesmo que haja evidências que apontem isso, além do fato de o filho de Capitu se parecer, inevitavelmente, com Escobar. O fato de que a própria esposa de Escobar passou a tratar a amiga com certa distância, o fato de Capitu chorar a morte de um homem que, a princípio sequer queria conhecer, mas precisamos ver que a semelhança que ele vê entre seu filho Ezequiel e seu finado amigo Escobar pode ser, simplesmente, fruto de sua mente deturpada pelo ciúme doentio que tinha de Capitu.
A narrativa de Bentinho é toda moldada pelos seus próprios pensamentos, conclusões e visão possessiva sobre a esposa. Muitas vezes, a prosa em Dom Casmurro se perde em eventos distantes que tornam a trama ainda mais complexa de ser entendida, o narrador Bentinho é confuso quanto ao deslocamento de sua própria trama ou isso é feito propositalmente para nos confundir ainda mais. Os desfechos se seguem semelhantes ao de Madame Bovary, muitas mortes no final, a diferença está no modo como as obras são contadas. Enquanto Flaubert é direto e explícito quanto à infidelidade de Emma, Machado é sutil tornando a possível traição de Capitu um total mistério, mas em comparação à composição de ambas, enquanto Emma é uma mulher frívola totalmente voltada ao egoísmo e seus desejos desconsiderando as consequencias dos envolvidos, Capitu é mais sensível, centrada, meio misteriosa, é verdade, e enquanto astuta e, mesmo como diz o próprio autor, dissimulada, em certas ocasiões, não é vazia como Emma Bovary, tampouco ambiciosa ou egoísta.
Desde o começo da trama de Flaubert, o narrador deixa clara a insatisfação de Emma com o casamento; como exemplo, a cena do almoço, em que Charles come devagar e obriga Emma a aturá-lo à mesa. Ao contrário de Capitu que tanto lutou por seu casamento, mas nada fez para que ele não findasse. É um contraste a ser visto em ambas as obras, Charles adorava a esposa com veneração submissa, mas era meio cego quanto à sua conduta. Bentinho era devoto a Capitu de igual modo, mas seu ciúme doentio era o principal problema da relação de ambos o que mostra que ele era de tal forma inseguro, tivesse motivos ou não, que era incapaz de confiar na esposa. Com isso, vemos que o casamento, para ambas as personagens, tornou-se tedioso, em Flaubert isso é escancarado, em Machado é sutil, dissimulado.  Está nítido que Emma vai arrumar um amante que supra seus desejos e sonhos, mas em nenhum momento você tem certeza sobre o que Capitu vai fazer. Nos dois casos, os romancistas deixam impresso que o casamento para elas é um tédio, curiosamente, para os maridos não, mesmo que Bentinho viva às voltas com seus solilóquios doentios. Concluímos, por fim, que os autores compreendem a traição, mas não a perdoam, uma vez que as duas personagens têm fins trágicos, Emma se mata com arsênico e Capitu é exilada do lugar onde nasceu junto com o filho, que morre depois dela de febre tifóide. O casamento é uma instituição tão enfadonha que leva ao adultério, e do prazer ao suplício é apenas um passo.
Algo também fortemente presente nas obras é a crítica à moral religiosa. Emma é uma verdadeira afronta à igreja, enquanto a narrativa de Machado é sarcástica quanto à fé e o rito católico. Ele brinca com as passagens bíblicas de modo cínico tanto na voz de Bentinho, quanto do infame José Dias ou mesmo de Capitu. O que nos fica impressos dessas obras é que o casamento é uma instituição fadada ao fracasso, a moral religiosa, tal qual a crença, é um modo de tolher-nos as vontades  e, dessa forma, impedir-nos de dar voz aos pequenos prazeres que poderiam nos tornar mais felizes. Não importa quanto se ame e se devote a alguém, o amor é uma utopia e uma via de mão única, uma forma “maquiada” de se obter de alguém algo que queremos. Ambas as obras nos mostram que o mundo das aparências é uma máscara que encobre o da essência: o ser humano é frágil e contraditório, vive para dar “explicações” sociais do que faz e do que deixa de fazer, vive em função de opiniões que não lhe apetecem, se dobra diante de utopias e ilusões que trilham o caminho de sua ruína.  Emma e Capitu são reflexos da complexidade que é a natureza humana, moldada em um sentimento inexistente que, agregado a convenções sociais, tem o trágico desfecho da infelicidade. Não afirmo que Capitu traiu Bentinho, quem garante, no fim, que não é ele o traidor? Que história conta Bentinho,  a de Capitu? Ele passa a trama fazendo-se coitado, levando-nos no seu jogo de verdades mascaradas, posa de personagem romântico contemplador das estrelas enquanto pinta uma Capitu habilidosa, sutil e prática, que calcula os objetivos a atingir, mas esconde essas características - que também lhe pertencem - ao traçar o próprio perfil. Enfatiza a objetividade do que conta, mas como pode ele ser imparcial tendo em conta que é o foco principal do “suplício”? Podemos dizer que Bentinho é, como pinta de Capitu, o próprio mentiroso da obra, essa teoria também é válida, as pessoas ficam de tal forma centradas nos “pecados” femininos que não param para pensar que o Dom Casmurro pode ser simplesmente um jogador usando de sua retórica para nos fazer crer na sua verdade.

Então, é isso o próximo livro que eu tenho que ler é O Cortiço do Aluísio de Azevedo, provavelmente quando eu terminar eu traga ele aqui também... Me desejem sorte nos trabalhos e nas provas que vem por aí. A propósito, não que seja importante, mas eu tirei 9,5 com esse trabalho, Beijocas, lindos, até a volta!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Machado de. – Dom Casmurro, 192 páginas. Editora Ciranda Cultural. 2008.
FLAUBERT, Gustave. – Madame Bovary, 282 páginas. Coleção Novis. Biblioteca Visão – 28, Publicações Europa-America (Digitalizado). Agosto de 2000. Editora Abril (Impresso).
NOGUEIRA, Paulo. - Emma, Capitu & Ana: um olhar comparativo para o supertrio das adúlteras da literatura mundial (blog):
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/emma-capitu-ana-2/