Autor: Kimberly McCreight
Ano: 2014
Páginas: 352 (físico) 600 (ebook)
Gênero: Drama, Thriller, mistério, investigação, suspense
Sinopse: Kate Baron, uma bem-sucedida advogada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda. Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição?
Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas.
Amelia está morta.
Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia.
Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora?
Suas convicções sobre a tragédia e a própria filha estão prestes a mudar quando, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular:
Amelia não pulou.
Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Facebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página.
Quanto da sua vida você conta para sua mãe? Você realmente sabe o que se passa na cabeça da sua filha?
A promessa do final da sinopse não é em vão, você realmente vai ficar preso nesse livro até terminar. Foi o que aconteceu comigo, era com muito custo que eu tinha de largá-lo para cuidar das outras obrigações, mas o tempo todo ficava me perguntando o que aconteceria a seguir e quem estava por trás de tudo aquilo.
A história é alternada entre Amélia e Kate, sua mãe, além de contar com mensagens de celular e posts no facebook. Cada um desses elementos vai montando um complicado quebra-cabeças que a cada página fica mais intrigante. De um lado temos Kate, uma advogada que foi mãe muito jovem, tem pais muito insensíveis e distantes (principalmente a mãe monstruosa e assustadora dela!), mas faz o impossível para ser a melhor mãe que pode para sua filha Amélia. Contudo, é daquelas que acha que precisa trabalhar muito para compensar mais financeiramente que afetivamente a filha, e mesmo que se esforce para passar mais tempo com Amélia, na minha concepção Kate foi sim muito negligente.
De outro, temos Amélia, a adolescente modelo, estudiosa, inteligentíssima, linda sonhava ser escritora. Inicialmente, sabemos pelo ponto de vista de Kate que Amélia caiu do telhado da escola, aparentemente um suicídio uma vez que a palavra "perdão" fora escrita na parede. No desenrolar da história com os pontos de vista de Amélia e as mensagens, vamos descobrindo sua relação com Ben, um garoto gay que ela conheceu online e nunca se viram, com Sylvia sua melhor amiga egocêntrica e carente, a complicada e afetuosa relação com a mãe e a entrada em um dos clubes secretos da escola, as magpies.
Assim como Sylvia, Amélia achava idiotice a ideia dos grupos até ser convidada para entrar em um deles, só de meninas as magpies eram o clube mais cobiçado da Grace Hall e o mais perigoso. O sentimento de exclusividade que o convite despertou a fez aceitar o primeiro desafio para entrar, a figura de Dylan Crosby garantiu sua permanência. Mesmo sendo contra os critérios de seleção e as provas impostas pelas magpies, Amélia se sujeita a tudo por causa de Dylan que parece enxergá-la de maneira especial e, com isso, vai descobrindo sua sexualidade lentamente, mas por mais que tente se abrir, parece que Kate nunca tem tempo para ouvi-la.
Em contrapartida, no presente, Kate tenta de todos os modos entender a atitude da filha, até que uma mensagem anônima muda tudo: Amélia não pulou. Desesperada para descobrir a verdade ela vai atrás de ajuda e envereda pela vida de uma filha que ela pensou conhecer, mas de cuja a vida nada sabia. Quanto mais adentra no mistério que envolve Amélia e seu trágico fim, segredos do seu passado ressurgem trazendo a tona a perigosa relação da filha com o clube de Grace Hall, a negligência por parte da escola e a manipulação do conselho de pais.
Durante toda a leitura a gente vai criando expectativas que vão sendo superadas a cada nova revelação, a leitura intercalada só aumenta nossas expectativas deixando os nossos nervos á flor da pele todo o tempo, quem matou Amélia? Por quê? O tempo todo nos fazemos essa questão e o tempo todo a resposta parece mais e mais complicada de ser encontrada em meio à novas pistas que surgem e encaminham nossas indagações para o lado oposto. Se por um lado encaramos o sofrimento de Kate por se admitir uma mãe negligente em relação à filha, por outro acompanhamos o comportamento imprudente de Amélia que, apesar da idade, era madura o suficiente para escolher um caminho mais sóbrio ao invés de deixar suas emoções por Dylan cegarem seu bom senso.
Confesso que fiquei um pouco irritada por ela ter meio que se sacrificado por causa de Sylvia, (isso não é um spoiler tá?) okay que ambas eram amigas, mas acho que se a situação fosse invertida a outra não faria o mesmo. Não concordei nem um pouco com a atitude de Amélia em entrar para o clube e se sujeitar à tudo aquilo por uma garota que claramente não dava a mínima para ela, reforçando o que eu já acredito faz tempo: se apaixonar torna você um idiota, apenas. Quando as revelações começaram a surgir eu fiquei perplexa, não esperava o desfecho e, de algum modo, senti que a situação quebrou um pouco da magia que construímos ao longo do livro, mesmo assim achei um plot twist muito muito bom! Fiquei vidrada em cada segundo e presa em cada página de Reconstruindo Amélia e me convenci com ele que nem só de livros ruins vivem os best-sellers americanos. Leitura mais que recomendada!
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