Gênero: Fantasia, mistério, suspense
Volumes: 08
Público Alvo: Seinen
Sinopse: Satoru Fujinuma, 29 anos e aspirante a mangaká, volta no tempo sempre quando acontece uma tragédia em especial (sequestro / morte): é um fenômeno conhecido como "revival". Certo dia, sua mãe nota e suspeita a presença de um sequestrador - um assassino em série que cometeu crimes contra alguns colegas de infância de Satoru - por ela perceber e ter a mente aguçada, foi assassinada pelo meliante a facadas de forma fria. O incidente despertou o "Revival", fazendo-o regressar 18 anos no tempo. Não apenas para salvar a mãe, como também seus amigos. A história se passa em 2006 e em 1988, quando viaja 18 anos para trás.
Assim que terminei de assistir o anime e o dorama de Erased, precisava ler o mangá porque tinha que saber como a história era no original, sabe? Aproveitei que o mangá era relativamente curto e comecei, mas por causa do período final de faculdade, começaram a surgir trabalho em cima de trabalho e a leitura acabou atrasando um pouco.
Mas bem, como já falei aqui das três adaptações do mangá, vou me limitar as principais diferenças entre elas porque a história em si vocês já conhecem se leram a resenha das adaptações. Posso dizer que até mais ou menos o quinto volume o anime e o dorama fizeram um bom trabalho, na verdade ficou quase um Kuzu No Honkai, tudo que tem no mangá foi reproduzido em tela, mas foi um quase, muitas coisas não entraram, acredito que até hoje Kuzu no Honkai é a obra mais bem adaptada que tem porque se você ler o mangá antes de ver o anime consegue prever o que vem em cada quadro sem problemas.
Porém, o anime meio que se perde um pouco a partir do final do volume cinco e a semelhança com o mangá vai diminuindo consideravelmente ainda que ambas estejam sincronizadas por assim dizer. Mas o dorama não, ele segue quase inteiramente à risca o mangá, com mudanças muito sutis a nível de adaptação mesmo, principalmente no final que acredito ser a diferença mais gritante se comparar o mangá com o anime e o filme. O dorama conseguiu adaptar o final do mangá quase que fielmente em totalidade.
Uma das coisas que mais gostei em Erased sem dúvida foi a evolução do Satoru, apesar de todo o mistério que envolve as mortes e o assassino, na minha concepção o foco da obra não é esse, mas sim sobre a importância das nossas relações interpessoais, do modo como tratamos as pessoas à nossa volta e da significância que elas podem ter na nossa vida. Satoru só se deu conta do valor verdadeiro da sua mãe quando ela morreu e ele começou a repensar toda a vida que ela lhe proporcionou o amor e dedicação que ela lhe deu. Do mesmo modo ele percebeu como fora um amigo vazio para Hiromi e os outros, uma vez que só estava na turma por estar, para não ficar sozinho, ele não se importava de verdade. Do mesmo modo aconteceu com Hinazuki Kayo.
A primeira vez que Satoru tentou salvar Kayo ele falhou simplesmente porque não parou para pensar nela realmente, mas estava focado em impedir a morte da mãe 18 anos a frente. Apenas quando ele voltou e começou a pensar nela, em como ela se sentia e a se importar com isso ele conseguiu prever os passos do assassino e salvar Kayo e Hiromi do seu destino trágico. Do mesmo modo sua relação com Ken'ya e a mãe foi retrabalhado e ele começou a confiar nas pessoas, a dar o valor que elas mereciam e a se importar de verdade com elas e, desse modo, conseguiu salvá-las ao mesmo tempo em que salvava a si mesmo.
Na sua trajetória no passado, Satoru não salvou apenas os amigos e a mãe de morrer, mas ele percebeu e se salvou de uma vida solitária e apática, do medo que sentia de enfrentar a si mesmo por simplesmente não querer lembrar da sua covardia e negligência iniciais. A mesma covardia e negligência que o deixou sozinho no futuro, sem espaço para novas amizades e sem contato com as antigas porque elas não tinham raízes, eram simplesmente convenções sociais. E, com certeza, um ponto que para mim marcou muito foi a relação que o Satoru reconstrói com a mãe, Sachiko que não desistiu do filho quando todo mundo desistiu, um amor tão perfeito e profundo desses é inacreditável e lindo.
Valeu muito a pena ler Boku dake ga inai machi e eu recomendo muito, principalmente para quem não viu o anime ou o dorama, leia o mangá primeiro que o dorama e o anime serão experiências muito mais prazerosas. Para mim foi meio que um complemento uma vez que eu já sabia quem era o assassino.
Os cinco primeiros volumes (até o capítulo 30) você acha em português no Union Mangás. Os três últimos volumes só em inglês por enquanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar seja sempre respeitoso à opinião do outro. Nem todo mundo pensa como você e a diversidade existe para isso. Exponha suas ideias sem ofender a crença ou a opinião de ninguém. Comentários com insultos ou discriminação de qualquer natureza serão excluídos.