Autor: Camilo Castelo Branco
Gênero: Ficção
País: Portugal
Páginas: 182 (ed. da foto)
Sinopse: O centro da intriga de Amor de perdição, uma das obras de maior destaque do Romantismo em Portugal, é o conflito entre os Albuquerque e os Botelho, a partir do momento em que Simão Botelho demonstra sua paixão avassaladora por Teresa Albuquerque. Baseado em um amor impossível e trágico, o romance de Camilo Castelo Branco retoma o antigo tema dos amantes separados pelo destino.
Ganhei esse livro no aniversário do ano passado, já havia ouvido falar dele, creio que na faculdade, mas pelo conteúdo trágico da geração ultrarromântica acabei deixando passar. É uma novela clássica de Camilo Castelo Branco, escritor português e o que me levou a lê-la de fato foi o fato de já no seu primeiro prefácio o autor confidenciar que o livro foi escrito sobre a história real de um tio seu.
É impossível não comparar a obra à peça dramática de Shakespeare escrita entre 1591 e 1595 (271 a 267 anos de diferença) e, ao imaginar que tal história realmente fugiu das páginas teatrais de um dos maiores dramaturgos para realizar-se em Portugal é quase irreal. Basicamente, a novela segue o foco da família Botelho desde seus primórdios quando o patriarca cortejava a indiferente dama da imperatriz até a construção de sua família. Um dos filhos, Simão, era um jovem rebelde que vivia praticamente sem propósito apenas para brigar e dar desgosto aos pais. Pelo menos até ver Teresa pela primeira vez.
Contudo, o pai de Teresa, um Albuquerque, era um inimigo declarado da sua família de modo que era impossível aos dois ficarem juntos. Ainda assim, com o plano de fugir com ela, Simão foi para Coimbra dedicar-se aos estudos com todo o afinco que pôde uma vez que havia perdido o prestígio com seu pai e nunca fora amado pela mãe. Porém, os planos do casal entra em xeque quando o pai da menina planeja casá-la com o primo Baltazar que descobre o afeto dela pelo inimigo e passa a tramar com o tio para separá-los.
Simão então volta para a cidade e se hospeda em casa de João da Cruz que tem uma filha chamada Mariana. A menina logo se apaixona pelo rapaz, mas não é de longe tratada como alguém além de uma irmã. Teresa é mandada para um convento e Simão fica na mira de Baltazar sendo quase morto, no dia que a menina estava para ser transferida para um outro convento, Simão vai buscá-la e ao enfrentar o primo desta acaba matando-o o que lhe rende a condenação à forca. Teresa cai doente ao ouvir a sentença e, já no convento, é ajudada por sua tia que é freira.
O pai de Simão, ainda que meio contrariado, recorre pelo filho e este tem a sentença abrandada para trabalho forçado nas Índias por dez anos. Mariana se compromete a ir com ele mesmo sob os protestos deste e, como na tragédia de Shakespeare (isso nem é spoiler né? Eu to dizendo desde o começo que era igualzinha) Teresa finda por morrer de uma doença no convento e Simão cai febril e morre no caminho da sua pena. Mariana, incapaz de viver sem o amado, atira-se com seu corpo na água e é o fim do livro. A diferença deste pra Romeu e Julieta é que as famílias continuam se odiando.
Não há muito o que dizer, enquanto lia ficava sempre me remetendo à obra de Shakespeare, acho que qualquer pessoa que pegue esse livro "às cegas" vai dizer que é uma fanfic de Romeu e Julieta ou quase um plágio. A linguagem, além de ser o português de Portugal, é muito rebuscada o que pode ser um entrave para pessoas que não gostam ou não tem costume de ler clássicos. Te contar que não me fascinou não, o tempo todo eu só pensava nas imprudências dos personagens, na irresponsabilidade familiar desde a sua formação e em como o 'amor' dos dois era moldado em um ideal uma vez que nunca se falaram além das cartas. Até Romeu e Julieta que é basicamente formado no "amor à primeira vista" conversaram mais que esses dois. Simão era imprudente e Teresa fraca de espírito. Não repetiria a leitura.
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