sábado, 29 de junho de 2019

[Livro] O Mistério dos Cavalos Alados

Original: Secret Horses Briar Hill
Ano: 2017
Autora: Megan Shepherd
Gênero: Ficção juvenil

Sinopse: Nosso mundo tem cores. Você só precisa saber onde procurar. Existem cavalos alados nos espelhos do Hospital Briar Hill – esses espelhos refletem os elegantes quartos que já pertenceram a uma princesa, mas que agora são o lar de crianças doentes. Somente Emmaline pode enxergá-los. Este é o seu segredo. Certa manhã, a menina escala o muro dos jardins abandonados do hospital e descobre algo incrível: um cavalo branco com a asa quebrada que deixou o mundo dos espelhos e invadiu a realidade. Esse cavalo branco – uma égua chamada Lume de Luar – está se escondendo de uma força sombria e sinistra: o Corcel Negro. Para Emmaline mantê-lo longe de sua nova amiga, ela precisa rodear Lume de Luar com tesouros de tons brilhantes. Mas como a menina encontrará cor em um mundo tão cinzento? Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, O mistério dos cavalos alados traz uma prosa que se aproxima do lirismo e, assim como O jardim secreto e A princesinha, já pode ser considerado um clássico. Um livro que será amado por muitas gerações.

Esse foi o livro selecionado no clube do livro desse mês e eu mesma fui a responsável pela escolha. Por ser um livro muito curto, vou tentar resumir a história sem grandes detalhes que possam spoilar ou diminuir a qualidade da leitura de vocês.

Seguimos Emmaline May, uma garotinha cuja idade não é expressa, que vive em um hospital usado para abrigar crianças doentes durante o período do segunda guerra mundial. Briar Hill abriga, sobretudo, crianças com "águas paradas" como é descrito pela própria Emmaline e que sabemos, depois, se tratar de tuberculose. Nesse hospital, Briar Hill, ela é a melhor amiga de Ana, uma garota já muito debilitada pela doença que está presa a cama. O médico que as atende usa um sistema de cor para classificar o grau da doença das crianças, azul para as controladas e leves, vermelho para as graves. Ana tem a cor vermelha. Nesse hospital também vive Benny, um garoto mais velho cujo pai está na guerra e age, na maior parte do tempo, como o inimigo de Emmaline, provocando-a e dificultando sua vida.

Há também, vivendo em um casebre próximo, Thomas, um jovem que foi dispensado da guerra por ter apenas um braço. Ele trabalha no cultivo, na criação dos animais e ajuda as freiras que cuidam das crianças. Um dia, após ser intimidada por Benny, Emmaline foge além dos muros da escola e encontra, em um jardim, uma égua alada linda cuja asa está gravemente ferida. Ela vê então um bilhete de alguém que se intitula Lorde dos Cavalos e este pede que ela cuide da égua, que se chama Lume de Luar, fazendo uma espécie de escudo com todas as cores do arco-iris de modo que o corcel negro que a está perseguindo não consiga alcançá-la.

Desse modo, enquanto tenta reunir as cores e lidar com os pequenos percalços que aparecem no seu caminho, além de precisar enfrentar a progressão da própria doença, Emmaline vai desvendando o mundo que a cerca e as memórias que até então estão embaçadas na sua mente.

O livro é cheio de simbologias e metáforas que são, no fim, "configuradas" pela mente de Emmaline para lidar com a situação que vive e o trauma pelo qual passou. Achei essa parte mais psicológica da história muito interessante, todo o simbolismo dos cavalos e das cores (e onde elas eram encontradas) foi muito bacana e levanta uma série de reflexões válidas. Além disso, o "mundo refletido" onde os cavalos residiam e as poucas pessoas capazes de vê-los também foi uma simbologia interessante ainda que, a princípio, tenha me soado complexa, quando finalmente compreendi seu significado (e aqui não digo qual para não ser um spoiler) me dei conta de como o livro fora bem montado.

Ainda assim, a história careceu de elementos para me cativar ou emocionar. A narrativa é feita pela Emmaline e lembra, em alguns aspectos, Passarinha, mas carece do mesmo encanto e desenvoltura e a Emmaline não tem o mesmo carisma e doçura da Caitilin, de modo que não nos apegamos muito a ela, pelo menos não aconteceu comigo. Mesmo que, reconheço, a sensibilidade do livro está nos seus simbolismos e nas sutilezas do enredo. É, inclusive, uma leitura muito rápida (daria para terminar em um dia sem problemas, mas separamos a leitura para o mês no clube de modo que levamos o mês para lê-lo e, assim, discuti-lo mais profundamente).

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