sábado, 30 de novembro de 2019

[Dorama] Coffee and Vanilla

Original: コーヒー&バニラ
Direção: Smith
Ano: 2019
Roteiro: Yuko Shimoda
País: Japão
Episódios: 10
Gênero: Romance
Elenco: Haruka Fukuhara, Sakurada Dori, Mario Kuroba, Yuuki Ogoe, Shogo Hama e Noa Kita

Sinopse: Risa Shiroki com vinte anos de idade, chega a Tóquio de sua cidade natal no interior para frequentar a universidade. Bonita e popular entre os estudantes do sexo masculino, ela nunca teve um namorado e sonha em ter um lindo romance (aqueles tipos que só existe em mangás e dramas... coitada, que nem a gente.. kk)
Um dia, Hiroto Fukami (tal homem que vai fazer a gente suspirar a cada cena...), de trinta anos, aparece em sua frente. Ele é um homem de negócios que parece ser gentil e parece perfeito.
E enquanto o romance floresce entre eles, Risa vai descobrindo um passado sombrio de Hiroto.

Que dorama mais fofo, gente! É tão curtinho que se juntasse os dez episódios dava um filme. Fiquei, inclusive, interessada no mangá, infelizmente, em inglês só tem seis dos doze volumes traduzidos. Confesso que só assisti por causa do Sakurada Dori, amo esse ator desde Kuzu no Honkai e ele leva o maior jeito em enlouquecer a gente sem muito esforço. Só que aqui eu vi um lado diferente dele, tanto em Kuzu no Honkai quanto em Perfect Crime ele fazia o estilo frio, não me importo muito e era mais o apelo sexual que caracterizava sua personagem, contudo, em Coffee and Vanilla foi um viés totalmente novo, ele encarnou com perfeição um personagem doce, protetor (até um pouco possessivo hahaha) e apaixonado, deixando a gente não apenas morrendo de calor, mas ainda mais apaixonadas por ele.

Risa é uma jovem universitária que tem extrema dificuldade em conversar com garotos. Ela sempre arruma desculpas quando a convidam para sair, não consegue olhá-los nos olhos ou manter uma conversa. Ainda assim, sua beleza a torna popular entre os homens onde quer que ela vá. Um dia, ao ir até seu café favorito, ela é abordada por um rapaz e tenta fugir, mas ele insiste, é quando entra em cena um belo homem que finge ser seu namorado e a "salva" do jovem insistente. Impressionada com ele, ela aceita seu convite para jantar e descobre que ele tem trinta anos. Inebriada pelo interesse que ele demonstra nela, após beber Risa acaba acordando na casa dele, preocupada se algo aconteceu.

O homem, Fukami Hiroto, diz que ela apenas desmaiou no restaurante por causa do vinho e ele a levou para casa por não saber onde ela morava. Assim, ele confessa estar apaixonado por ela e a convida para sair com ele. Sem acreditar que alguém como ele lhe olharia, mas fascinada por ele, Risa acaba aceitando. Assim, não demora muito para que eles comecem a namorar e logo ela descobrir que Hiroto é, na verdade, o CEO de uma grande empresa. Ela descobre quando ele vai dar uma palestra em sua sala na faculdade e mais, diz na frente de todo mundo, quando perguntado, que tem namorada referindo-se a ela.

Porém, no início, tudo parece bom demais para ser verdade e, aos poucos, vão surgindo dificuldades em seu caminho que começam a mostrar a Risa que é preciso mais que amor para permanecer ao lado de Hiroto, além de se tornar mais forte, precisa acreditar em si mesma e nos sentimentos que um nutre pelo outro, mas será que ela consegue ser forte para enfrentar o que o destino ainda lhe reserva?

Achei o draminha super adorável, logo no início eu ficava pensando que havia algo muito errado com o Hiroto, ele era perfeito demais hahahaha aí ficava sempre esperando a hora que ele ia se revelar um tirano sádico hahahaha, mas não acontecia, ao contrário, ele só ficava mais fofo e ia derretendo a gente igual manteiga na torrada quente, gente, que amor! A forma como ele sempre protegia ela, o jeito como ele lidava com as situações e a estimulava a ser mais firme. A Risa me fez um pouco de raiva, não gostava muito do jeito que ela era passiva às vezes, ainda assim torci muito por eles. O final é fofo e redondinho, sem deixar brechas e sem aquelas passagens de tempo insuportáveis. Amei ter assistido e espero que concluam a tradução do mangá logo pra eu ler! Super recomendado!

[Livro] Enquanto Bela Dormia

Autor: Elizabeth Blackwell
Gêneros: Conto de fadas, Romance de amor, Ficção gótica
Ano: 2014
Páginas: 368

Sinopse: Ambientada em meio ao luxo e às agruras de um reino medieval, esta releitura de A Bela Adormecida consegue ser fiel ao clássico ao mesmo tempo que constrói uma narrativa recheada de elementos contemporâneos. Nessa mescla, os dramas de seus personagens – um casal infértil, uma jovem que não aceita viver em uma redoma e uma família despedaçada pela inveja – tornam-se atemporais. Quando a rainha Lenore não consegue engravidar, recorre aos supostos poderes mágicos da tia do rei, Millicent. Com sua ajuda, nasce Rosa, uma menina linda e saudável. No entanto, a alegria logo dá lugar às sombras: o rei expulsa de suas terras a tia arrogante, que então jura se vingar. Seu ódio se torna a maldição que ameaça a vida de Rosa. Assim, a menina cresce presa entre os muros do castelo, cercada dos cuidados dos pais e de Flora, a tia bondosa e dedicada do rei que encarna a fada boa do conto original. Mas quando todas as tentativas de proteger Rosa falham, é Elise, a dama de companhia e confidente da princesa, sua única chance de se manter viva. E é pelos olhos dessa narradora improvável que conhecemos todos os personagens, nos surpreendemos com o destino de cada um e descobrimos que, quando se guia pelo amor – a magia mais poderosa do mundo –, qualquer pessoa é capaz de criar o próprio final feliz.

Essa foi a escolha do clube do livro esse mês e fui eu mesma que indiquei, baseada em resenhas dizendo que esse livro era excelente e como sou apaixonada pelo conto e quero consumir todas as releituras já feitas acabei optando por ler porque, das que conheço, só estava faltando essa... mas te dizer, pensa em um livro difícil de ler. Não digo difícil por nada específico como a escolha de palavras ou a complexidade do enredo, nada disso, difícil no sentido de ele ser maçante mesmo.

A primeira coisa a ser dita sobre esse livro é que o título não faz o menor sentido. Sério. Nós acompanhamos Elise, que também é a narradora da história, ela começa o livro como uma senhora idosa ouvindo sua bisneta Raimy contando aos irmãos a história da Bela Adormecida, por ser uma conhecedora da história, ela sabe a verdade por trás do conto fantasioso contado por menestréis e repetido por sua bisneta, assim, decide relatar-lhe a verdade por trás da fantasia.

Elise cresceu em uma pequena fazenda com seus cinco irmãos, uma mãe amorosa  e um pai que a odiava - e ela não tinha ideia da razão. Em um dia comum, no mercado com sua mãe, ela acaba ouvindo um grupo de pessoas comentarem que ela era uma bastarda e, mesmo tendo sido educada pela mãe a saber ler e escrever, Elise não sabia o que aquela palavra significava. Ao indagar a mãe a respeito foi recebida com certa brutalidade e descobriu, neste dia, que não era filha do homem que acreditou ser seu pai. Sua mãe, entretanto, não quis entrar em detalhes sobre seu verdadeiro pai além do fato de ele ser um homem sem honra e de como o atual marido lhe salvara a honra e lhe salvara da miséria ainda que Elise soubesse pela história que tudo que o homem queria era uma parideira de filhos para ajudá-lo na fazenda.

Quando um surto de varíola assola a região, a família de Elise que mal conseguia se manter adoece e ela consegue, após longo sofrimento, escapar da doença, mas apenas para descobrir que quatro dos seus cinco irmãos morreram, um outro está muito doente e sua mãe em estágio final de vida. A mãe, em seus últimos momentos, confidencia a filha um futuro no palácio e da-lhe um nome e algum dinheiro que escondeu durante tempos para ela. Assim, logo que o irmão se recupera e a mãe é enterrada, ela deixa a casa na fazenda e parte para procurar Agna, a rica irmã de sua mãe que pode lhe mostrar o caminho para a vida no palácio.

Ao contrário do que esperava, Elise é bem recebida pela tia que lhe dá teto, roupa e sapatos apropriados para sua entrada no castelo, é na compra deste último item que ela conhece Marcus, o filho do sapateiro. Há certo encanto no ar entre os dois, mas a timidez do rapaz e seu próprio desconhecimento sobre a intensidade de sentimentos abafa a proximidade entre eles. O pai do rapaz se oferece para levar Elise ao castelo e ela é orientada por Agna a procurar a senhora Tewkes que vem a descobrir ser a chefe da criadagem do castelo. A mulher, que foi amiga de sua mãe, contrata Elise como criada de quarto no lugar de Petra, uma criada mais experiente que passará a servir mesas enquanto treina Elise em seus afazeres.

Por saber ler, logo Elise se torna criada da rainha Lenore, uma mulher apática e triste que acabara de voltar de uma viagem de peregrinação. Elise acaba descobrindo a desolação da bela mulher por não ter podido dar um filho ao rei cujo trono passaria para o terrível irmão Bowen, um homem cruel, ambicioso e sem escrúpulos. Há também outra figura que intriga a criada, a tia do rei, Millicent, uma mulher imponente com certa aura sombria e de quem o rei Ranolf parece não gostar. Quando o príncipe Bowen chega ao palácio para ser anunciado como herdeiro do trono um acontecimento inesperado ocorre durante a nomeação humilhando-o em público por sua arrogância e crueldade, a gravidez da rainha Lenore é anunciada.

Como a criada da rainha está para se casar com o braço direito de Bowen, Lenore nomeia Elise como sua nova criada pessoal, elevando-a de cargo e demonstrando com isso grande carinho pela menina. Assim, nasce uma relação de amizade sincera entre as duas, embora Elise sempre se ressinta do laço inquebrável entre a rainha e sua antiga criada. Conforme a gravidez avança, Millicent parece querer dominar completamente Lenore sobre tudo, chegando inclusive a confiná-la no quarto. Elise fica paciente ao lado de sua senhora fazendo o que pode para confortá-la e quando finalmente nasce uma menina, o desespero da mulher por não ser um príncipe não podia ser descrito, mas a ternura demonstrada pelo rei em relação a menina amolece o coração de Elise e da própria rainha e assim, Rosa é nomeada oficialmente a herdeira do trono de Ranolf.

Por seu comportamento inconcebível, Millicent é banida do reino, mas aparece no batizado de Rosa apenas para instaurar o terror em todos, condenando os pais da menina a uma existência de medo pela sua vida. A rainha é a mais afetada, ficando noites sem dormir por temer a morte da filha e impedindo a própria menina de ter um sono decente ao ficar acordando-a para ter certeza que ela está viva. Elise assiste a tudo impotente, fazendo o melhor que pode para conforto de mãe e filha. Quando Rosa cresce transformando-se em uma menininha saudável e curiosa, a criada reencontra Marcus, reafirmando o amor que outrora aflorara silencioso entre os dois. Contudo, Elise, agora uma jovem adulta, não está pronta para deixar a rainha e a criança de lado, especialmente quando a vida de Rosa tornou-se algo frágil pela "maldição" de Millicent.

Assim termina seu relacionamento com Marcus, vitimado pelo seu egoísmo em ser incapaz de ver as necessidades do outro e pensar apena nas suas próprias mascaradas por um altruísmo que na verdade não existe. Rosa cresce e se torna uma bela jovenzinha desde os três anos prometida a um príncipe que nunca a visitara e com quem ela não queria se casar. Ansiosa por liberdade, por vezes ela foge do castelo para visitar o vilarejo (bem no estilo a princesa e a plebéia), os anos provocaram mudanças em todos, Elise se tornara uma mulher, recatada e totalmente devotada a rainha e Rosa, Marcus se casara assim como Petra que, arruinada por Dorian o maior don Juan da corte do rei Ranolf, precisou buscar no casamento uma chance de não ser condenada à miséria uma vez que o trabalho na corte não era garantia eterna de moradia.

"As mulheres se uniam em matrimônio para garantir um teto sobre suas cabeças e comida na mesa. Casavam-se por precisarem de um protetor ou desejarem filhos. Todas estas eram razões perfeitamente sensatas, e nenhuma tinha a ver com amor."

Os caminhos de Elise e Dorian se cruzam quando ele solicita a rainha sua mão em casamento, algo pelo qual a jovem não esperava e tampouco conseguia entender. Mas o destino da criada promete ser muito mais sombrio e furioso que um casamento com um homem que ela não ama, quando a peste ameaça voltar na figura de Millicent, a vida de Rosa pode estar nas mãos dela e o desfecho da história da princesa corre o risco de não ter um final feliz.

Como disse no começo, o título desse livro não faz o menor sentido porque não ocorre o período de sono da princesa, durante a história está mais para o contrário, ela não dorme, seja porque está com a cabeça cheia de minhocas, seja porque é assombrada por pesadelos, seja porque está doente ou escrevendo como uma maluca compulsiva. Além disso, a história é maçante, Elise é uma personagem irritante com a sua indecisão, a maneira como ela chega a manipular Marcus, o modo como ela age quase sempre de maneira imprudente, não consegui gostar dela. Na verdade, esse é aquele tipo de livro cujos personagens nao despertam qualquer empatia ou simpatia com o leitor, pelo menos foi o que aconteceu comigo e com as meninas do clube.

Se eu fosse classificar esse livro, não diria que era uma ficção histórica, parece mais um livro de história mesmo, como se uma professora estivesse dando aula.Se existe um ponto minimamente favorável a ele foi o desfecho que acabou se mostrado de certa forma uma surpresa, ainda assim não forte o bastante para compensar o infortúnio da nossa leitura. Os capítulos são grandes demais de modo que se tornam cansativos, a autora tem boa técnica, mas parece não saber usá-la, exagerando em descrições desnecessárias, as personagens se empenham tanto em parecer verossímeis que acabam sendo só chatas mesmo. Foi uma unanimidade no clube o fato de não gostarmos da leitura e não indicarmos. Mesmo eu sendo fã do conto Bela Adormecida, elejo essa como a adaptação mais chata já escrita da história.

[Relendo&Resenhando] Romeu Imortal

Autor: Stacey Jay
Gênero: Romance de amor
Ano: 2012
Páginas: 320


Sinopse: Amaldiçoado a viver por toda a eternidade em seu espectro, Romeu, conhecido por seus modos rudes e assassinos, recebe uma chance de se redimir viajando de volta no tempo para salvar a vida de Ariel Dragland. Sem saber, Ariel é importante para os dois lados, os Mercenários e os Embaixadores, e tem o destino do mundo nas mãos. Romeu deve ganhar seu coração e fazê-la acreditar no amor, levando-a contra seu potencial obscuro antes de ser descoberto pelos Mercenários. Enquanto sua sedução se inicia como outra mentira, logo ela se torna sua única verdade. Romeu jura proteger Ariel de todo o mal, e fazer qualquer coisa que for preciso para ganhar seu coração e sua alma. Mas quando Ariel se decepciona com ele, ela fica vulnerável à manipulação dos Mercenários, e sua escuridão interna poderá separá-los para sempre.

Após atirar em Ariel para salvar Julieta, Romeu foi condenado a vagar no espectro apodrecido de sua alma pela eternidade. Sem esperança, ele aceitou seu destino até a Embaixadora vir procurá-lo com uma oportunidade: trabalhar para a luz. Seu plano é conquistar o coração de Ariel fazendo-a acreditar no amor e, assim, salvando a humanidade do que ela poderá se tornar se for para as trevas. Porém, o que ele não contava era voltar no corpo de Dylan Stroud momentos antes do acidente que o matou com uma Ariel furiosa que o odeia. Pior, ele tem o ridículo espaço de tempo de 3 dias para conquistá-la e sabe que precisará de muito mais que lábia e as mentiras certas.

Enquanto isso, Julieta teve seu passado revogado com a volta de Romeu em uma realidade diferente. A jovem Capuleto que havia encontrado felicidade nos braços de Benvólio e tido seu final feliz em Julieta Imortal, acorda em sua tumba com todas as recordações de um passado de séculos lutando contra o homem que a traiu, sozinha poucas horas antes do momento em que foi enganada por Romeu para cometer suicídio, Julieta tenta se esconder do Frei que está possuído pelo mercenário e, ainda mais, descobre que pode ver em seus sonhos o que está acontecendo com seu marido traidor e Ariel no futuro, agora seu próprio destino depende do papel que Romeu desempenhará no plano de sua enfermeira.

Fazer Ariel se apaixonar, Romeu descobre, não vai ser nada fácil. Não apenas pelo fato de ela odiar Dylan - ainda que sinta uma inegável atração por ele -, mas por ela não acreditar em si mesma. A personalidade dela é totalmente diferente de Julieta, tornando-a irresistível para ele, com uma determinação invejável quando estimulada, uma veia irônica e sarcástica, uma natureza brilhante e uma inteligência sagaz, conforme tenta de todas as maneiras provar para ela que está sendo sincero, ele acaba se pegando fascinado pela beleza e força de caráter da doce e forte Ariel e isso só aumenta conforme ela vai ganhando mais coragem e acreditando mais em si mesma.

Porém, tanto os embaixadores da luz quanto os mercenários tem outros planos para o casal. Não importa se Romeu conseguir ou não o coração de Ariel, é apenas um plano para destruí-lo de uma vez por todas e trazer Julieta de volta como uma escrava da luz. Desesperado para salvar Ariel - e a si mesmo - Romeu decide contar a verdade a ela sobre quem é, seus coração já estão unidos de modo irrevogável, mas a embaixatriz da luz não vai permitir que Ariel tenha seu final feliz. Em meio a intrigas e mentiras, ela será instruída a destruir Romeu.

Julieta tenta salvar a própria vida ao ser torturada por Frei Lourenço, a Embaixatriz da Luz quer destruir Romeu para sempre, Benvólio surge sem qualquer lembrança do seu amor por Julieta e apenas Romeu pode devolver a ordem ao caos, mas será ele capaz de derrotar os mercenários e embaixadores para conseguir libertar a alma de Ariel? E Ariel nutrirá um amor forte o bastante para vencer o controle das mentiras que lhe disseram e salvar Romeu?

Apesar de todo mundo dizer que Romeu Imortal é melhor que Julieta Imortal eu ainda prefiro este último. Mesmo a história de Romeu sendo repleta não apenas de redenção, mas de ação, não há como competir com a fofura de Ben e Julieta, quando li a primeira vez esse foi um dos pontos que não me agradou muito, o "resetar" da história de Julieta, mas nessa releitura, já com um outro olhar, gostei da forma como o ponto de vista de Romeu acrescenta na história do primeiro livro, sobretudo pela própria reconstrução de Ariel como uma personagem destoada de Julieta. A história segue em geral um ritmo bom, como Julieta Imortal, mas peca em alguns pontos pelo excesso tornando-se um pouco maçante, por sorte ocorre poucas vezes. Sempre vou recomendar essa duologia, tanto para os fans da peça de Shakespeare quanto para os que nunca a leram.

domingo, 24 de novembro de 2019

[Livro] Malévola: A Rainha do Mal

Original: Mistress of all evil
Autora: Serena Valentino
Gênero: Literatura fantástica
Ano: 2018

Sinopse:  Era uma vez uma adorável e indefesa donzela que dorme profundamente anos a fio – vítima de uma maldição – antes de ser resgatada pelo belo e corajoso príncipe encantado. Mas essa é apenas a metade da história. E quanto à Fada das Trevas, Malévola? O que a levou de fato a sucumbir à maldade e ao ódio a ponto de desejar o mal de alguém? Por que ela amaldiçoa a princesa inocente? Este é um relato passado ao longo dos séculos. É uma história de amor e de traição, de magia e de fantasia, de perdão e de arrependimento. É a história da Rainha do Mal.

Aconteceu com esse livro o mesmo que houve com Úrsula, apesar de estar habituada já com o universo compartilhado que Valentino criou não consegui gostar das sequencias que li da série excetuando Rainha Má, cujas mudanças na história não só se encaixaram com perfeição, mas tinha uma dinâmica muito fácil de gostar, e também A Fera em Mim que eu ainda não li e desde já digo que tem ordem pra ler esses livros, porque eu pulei o livro da Fera e fiquei voando em um monte de questões nos outros livros. Malévola é, então, o quarto livro dessa série que reconta as histórias por trás dos "vilões" da Disney e digo reconta porque mexe em alguns pontos chave das tramas que conhecendo podendo trazer mudanças grandes, como o fato de Úrsula ser, na verdade, tia de Ariel.

Em Malévola não é´diferente, as circunstâncias que permearam o nascimento de Aurora foram, a meu ver, bem... como direi? Malucas. Na falta de uma palavra melhor. Se deu algum sentido para o ódio que a bruxa/fada teve da menina e dos pais dela, é, até que funcionou em certo ponto, mas achei a saída da versão live action mais lógica que a desse livro (quer dizer, Aurora filha da Malévola? Qual é?!) Os personagens dos demais livros retornam nesse e enquanto Bela dorme, conhecemos a origem de Malévola, sua trajetória para se tornar uma fada e como ela sofreu bullying feérico na escola, além de vermos o desfecho de Branca de Neve, agora com os filhos crescidos e com um artefato muito Once Upon a Time (sim, a série) que pode ter sido a causa de toda a bagunça do "reino encantado".

Rolou aquele CTRL C, CTRL V em algumas partes, da mesma forma que aconteceu com Úrsula, embora os "pontos cegos" do filme da Disney tenham sido preenchidos, como a ida de Aurora para o Mundo dos Sonhos que também ficou muito Once Upon a Time, mas okay. O livro ainda traz uma vibe mais contemporânea e apela até para filosofia em algumas passagens, ainda que isso funcione dentro do texto, ao meu ver ficou meio... não digo forçado, mas óbvio. É, óbvio cabe melhor. No que me diz respeito, fica lado a lado com o livro da Úrsula, não curti muito, mas não é de todo ruim.

"Você até poderia pensar que as fadas teriam planejado algo mais criativo. Praticamente toda princesa em perigo foi salva pelo Beijo do Amor Verdadeiro! Pelo amor de Deus, juntando-se bruxas e fadas não conseguimos pensar em alguma coisa mais original? Estou farta disso. Por que uma jovem precisa de um homem para salvá-la? Por que uma princesa não pode lutar pela própria vida, romper sua própria maldição? Por que tem sempre que ser um príncipe? Por Hades, quero matar o Felipe só por princípio, só para não termos mais um príncipe beijando uma garota adormecida e indefesa, fazendo com que ela sinta que deve se casar com ele por gratidão." 
Eu ri nessa parte.

domingo, 17 de novembro de 2019

[Anime] Rakshasa Street

Original: 镇魂街 Zhèn hún jiē
Direção: Hengyu Lu, Shujie Li
Ano: 2016
País: China
Gênero: Ação, Aventura, Drama, Fantasia

Sinopse: A Rua Réquiem é um local onde espíritos malignos e humanos coexistem. Mas nem todas as pessoas podem adentrar seus limites, apenas aqueles portadores de uma alma rara, os denominados guardiões. Xia Ling era uma recém-graduada a procura de emprego, mas uma noite ela recebeu uma misteriosa mensagem para comparecer a uma entrevista naquele lugar e o que seria uma simples reunião por acaso muda sua vida por completo.

Queria saber o problema dos chineses com histórias felizes. Meu Deus! Quando eu vi o drama desse anime, não imaginava nem de perto que a história era tão triste desse jeito...

O plot é praticamente o mesmo do dorama você pode ler mais informações AQUI, mas o anime oferece uma visão mais restritiva não apenas do início da jornada de Xia Ling, mas nos dá um pano de fundo de Cao Yan Bin e seu irmão Cao Xuan Liang, a dura trajetória deles depois que a rua Requiem é tomada por um cruel e sádico novo general, com os pais mortos eles se veem expulsos de casa, vendidos e, por Xuan Liang não ser um guardião de espírito ele é descartado enquanto Yan Bin faz de tudo para manter o irmão mais novo seguro. Paralelo a esse passado, vamos acompanhando o não progresso de Xia Ling que não consegue alcançar seu espírito guardião enquanto é caçada por uma organização criminosa que quer capturá-la.

Como o dorama saiu depois do anime, acho que funciona como um complemento, já que o drama faz um apanhado por algo dos eventos do anime, mas pelo que me lembro deixa a história dos irmãos de fora além de que o drama tem muitos personagens que não aparecem no anime. Mas achei o anime muito mais triste, a história dos irmãos e especialmente a puta descoberta no final quase me levaram às lágrimas! Nunca poderia imaginar algo daquele tipo. Os episódios são muito curtinhos, coisa de doze a quinze minutos, termina antes que a gente se empolgue hahaha. 

É isso gente, não tem muito o que dizer porque é muito curtinho e se você leu a resenha do drama conhece a história, a diferença principal é que o anime se concentra mais na história dos irmãos Cao e no começo da jornada de Xia Ling enquanto o drama vai um pouco mais além. E o anime é muito mais triste, com menos comédia e mais violência. Outra coisa que vale dizer é que a trilha sonora do anime é muito boa!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

[Livro] Favela Gótica

Autor: Fábio Shiva
ISBN: 978-85-53052-07-3
Ano: 2019
Páginas: 169 (ebook) 276 (físico)
Gênero: Distopia, fantasia

Sinopse: Bem-vindos a uma realidade alternativa, onde a monstruosidade cotidiana da cidade grande é revelada em toda a sua crueza e crueldade. Um lugar onde os policiais se transformam em lobos quando a noite cai, onde os políticos são vampiros centenários e os viciados são zumbis, dominados por uma droga que provoca o irresistível desejo de comer cérebros. Uma metrópole infestada de criaturas sinistras: ogros, gárgulas, vermes do pântano, endemoniados e seres bestiais acometidos pelo Mal de Circe, que faz vir à tona o lado animal de cada um.

É nesse dantesco cenário que vamos encontrar Liana, uma jovem zumbi em sua árdua jornada das trevas da ignorância para a luz do autoconhecimento. Nessa aventura, ela precisa enfrentar os monstros externos e internos se quiser conquistar o grande prêmio: descobrir sua verdadeira natureza; e, assim, cumprir sua missão. Tudo isso em meio a uma trama de assassinato, perseguição e muitas reviravoltas, que envolvem misteriosos seres interdimensionais e um asteroide em rota de colisão com a Terra.
Uma história onde a fantasia é tão apavorante que chega a se confundir com a mais pura realidade.



Essa será, provavelmente, uma das resenhas mais difíceis que já escrevi. Peço desde já desculpa ao autor caso minha sinceridade nas palavras o magoe de alguma forma. Tal como aconteceu com Os Cinco do Ciclo, fui convidada pelo próprio Fábio Shiva a ler sua mais recente obra Favela Gótica, como minha meta de leitura anual estava estabelecida esperei uma brecha para colocá-lo na lista de prioridades e eis que consegui vaga neste mês de novembro. Confesso que, no que me diz respeito, a história deste livro não funcionou por vários fatores e acredito que o principal deles seja o fato de eu não ser muito aberta a distopias. Ainda assim, não estou dizendo de nenhum modo que o livro é ruim, apenas a temática não me agrada muito, contudo vale salientar que, até certo ponto, é um livro necessário em especial na atual situação política e social do nosso país.

"É um lugar abarrotado de indivíduos, que só por zombaria poderia ser chamado de comunidade. As relações humanas são baseadas na competição e na desconfiança."

O enredo nos transporta para uma sociedade desigual com criaturas analógicas que referenciam setores da nossa sociedade em uma alegoria de fatos intrincados que culminam praticamente numa crítica/sátira religiosa. Acompanhamos Liana, uma jovem ali pelos 18, 19 anos que vive numa cabana decrépita com mais alguns "amigos" que partilham do seu vício pelo composto Z (Z-SDA ou zaserdopradre) uma droga poderosa e letal que em seu estágio final transforma o usuário em zumbi (literalmente falando). Ela vive com esses amigos na favela que é comandada pelos crocodilos (ou jacarés não sei bem) que comandam a distribuição de Z pela região. Liana, ou Lica como é chamada, dança em uma casa de striptease e se  prostitui na orla para conseguir dinheiro e comprar droga, no início do livro ela está na fase inicial do vício.

Quando um jovem rico aparece na cabana acompanhado de Tio Biu, o que parece ser o "líder" da "família", atrás de comprar maconha (que ele trata por massa e eu fiquei voando um bom tempo até o autor finalmente dizer que era maconha) o homem faz todo um teatro com Liana para tirar dinheiro dele, contudo o tiro sai pela culatra e o garoto acaba morto por uma das usuárias de Z em estado avançado do vício que come o cérebro dele após rachar-lhe o crânio. Apavorada com a cena, Liana sai correndo da cabana e vai na direção do Cinema Orxxxx onde faz striptease em troca de dinheiro e enquanto isso acontece vamos conhecendo um pouco mais das criaturas alegóricas criadas pelo autor.

"Mesmo a pior monstruosidade acaba tornando-se banal depois de ser repetida à exaustão. (...) Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser monstruoso."

Após conseguir o dinheiro da droga ela acaba sendo atacada, junto de outra dançarina do cinema, por um grupo de jovens que joga ácido na outra dançaria, Priscila, e espanca Liana até ela ficar quase incapaz de se mexer e a teriam matado não fosse a chegada da polícia, aqui chamados de Lobos (literalmente lobisomens). Liana consegue escapar, mas a polícia e os chamados Cinzentos estão na cabana onde ela mora, mataram os demais moradores, um conseguiu fugir e ela foi traída pelo único que restou: tio Biu. Fugindo em busca do comandante da favela, ela consegue escapar por um triz, seguindo para fora da cidade e seguindo a jornada para descobrir mais sobre os fantasmas e a si mesma no que pode ser a chave para salvar o mundo.

Vou me abster de falar muito sobre a história porque ela não é muito grande e embora os capítulos sejam bem longos em sua maior parte, posso acabar soltando alguns spoiler sem querer na minha mania de falar demais. Uma das coisas que me pegou desprevenida nesse livro foi a linguagem bem crua utilizada, às vezes Shiva usava uma mescla da lírica clássica com o coloquialismo que não dava um contraste muito interessante, muitas gírias da favela que, por não conhecer o mundo, me deixavam meio à paisana levando tempo até entender o que ele queria dizer ou passando sem entender mesmo. A forma como o livro foi montado também me causou estranheza, ele parecia um artigo científico, os tais "registros akashicos" ficavam no meio da narrativa como uma citação que apesar de servir como um elemento explanador para o contexto da história, ficava meio que à deriva no enredo. Acho que ele poderia ter sido colocado como um glossário no começo ou fim do livro ou então ter sido incorporado à narrativa de uma forma mais dinâmica de modo a fazer parte da história e não como um apêndice no meio do livro.

Gostei da maneira como ele usou analogias para representar os principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira, a triste decadência dos usuários de droga e como a desigualdade social e a corrupção alimentam a marginalidade que se espalha como um câncer pelo país, o fato de políticos serem representados por um vampiro não poderia ter sido mais inteligente e bem colocado. Contudo, o enredo acaba desembocando numa espécie de ficção científica distópica que na minha concepção não encaixou muito bem com o que foi apresentado na primeira parte da história, mas fez sentido é o que importa. O livro tem um ar de filosofia que pode acabar soando como doutrinária ainda que não seja, creio eu, a intenção do autor, mas a crítica religiosa presente no livro, especialmente o ar satírico utilizado, não me agradou muito, acredito que haja maneiras menos agressivas de se fazer uso da crítica ou do contraponto, como Elias Flamel fez muito bem em seu livro Os Cinco dos Ciclo

Isso pode soar como um spoiler então pule esse parágrafo só por precaução. *De início essas críticas ou contrapontos ficam aparecendo de forma sutil, são mais nítidas na parte das freiras e seu ritual macabro e erótico. Culminam, é claro, no final do livro com o parto de Liana no que seria as sombras que salvariam o mundo do impacto com o corpo celestial que destruiria a terra.* Como autora sei que a literatura é desvinculada de crenças ou mesmo dos grilhões do que temos por real, mas também acredito que existam formas de utilizar os recursos de expressão ideológica sem ferir a crença de ninguém. Contudo, isso é apenas minha opinião.

O livro é pertinente, como já falei, bem escrito e cumpre seu papel. Não foi, infelizmente, prazeroso para mim, mas isso acontece, nem sempre os livros se comunicam com todo mundo. Acho que não faço parte do público alvo do autor, mas foi bom conhecer mais essa voz da literatura brasileira e, no fim, sou das que acredita que toda leitura vale a pena, mesmo as que não gostamos muito nos acrescentam alguma coisa. Desejo muito sucesso para o autor e dou-lhe os parabéns pelo mérito de uma obra tão atual e pautada na nossa realidade mais urgente, além da metáfora analógica usada de modo brilhante (porque não há outra maneira de colocar isso além de brilhante) no enredo. E minhas desculpas pelo fato de não ter apreciado tanto quanto possivelmente esperava.

"Por pior que seja a notícia, se ela for repetida por tempo suficiente todo mundo acaba se acostumando. A maior parte das pessoas só se importa com aquilo que as afeta diretamente, como o preço do pão e o resultado do futebol." Essa foi uma das minhas citações favoritas, tão certeira com relação à alienação da sociedade que minha vontade era colocar num outdoor em todas as cidades do Brasil.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

[Dorama] Survival Wedding

Original: サバイバル ウェディング RR: Sabaibaru Wedinggu (título literal)
Direção: Toya Sato, Itaru Mizuno
Roteiro: Rin Eto
Ano: 2018
País: Japão
Episódios: 10
Gênero: Comédia Romântica
Elenco: Haru, Ryo Yoshizawa, Maryjun Takahashi, Chiemi Blouson, Risa Sudo, Tomoya Maeno, Kazuma Yamane, Yuuki Ogoe, Anna Tsuihiji, Shunsuke Kazama, Toru Nomaguchi, YosiYosi Arakawa, Yusuke Iseya

Sinopse: Sayaka Kuroki (Haru), 29 anos, trabalha em uma editora. Ela está noiva e terá seu casamento em 3 meses. Uma noite, ela chega em casa depois de se demitir de seu emprego. Ela descobre que seu noivo está tendo um caso. Sayaka Kuroki então interrompe o seu noivado.

Sayaka Kuroki agora não tem emprego. Neste momento, Hiroto Usami (Yusuke Iseya) sugere a ela a chance de ser reintegrada. Ele trabalha como editor-chefe de uma revista popular. Hiroto Usami a diz que se ela quer seu emprego de volta, ela deve cumprir duas condições: 1.) Sayaka Kuroki deve encontrar um homem para casar dentro de 6 meses e se casar 2.) Ela deve anotar sua experiência de casamento e publicar sua experiência na revista.

Como os animes que sobraram para assistir são todos bem grandes, decidi apostar em dramas japoneses que são menores. Tinha um tempo que eu queria ver Survival Wedding não apenas pela temática, mas pelo Ryo Yoshizawa que é atualmente um dos atores mais lindos dessa nova geração japonesa.

Mas bem, nós acompanhamos Sayaka Kuroki, uma colunista de 29 anos que está prestes a se casar e por isso pede demissão do trabalho. Porém, nesse mesmo dia ela não apenas descobre que seu noivo, Kazuya, não apenas a traiu, mas não quer se casar com ela. Desolada e desempregada, ela volta para a propria casa sem saber o que fazer. No dia seguinte tenta reaver seu emprego, mas já tem uma pessoa no seu lugar. Vendo seu desespero, seu ex-chefe acaba lhe propondo trabalhar em uma revista de moda chamada Riz e lhe apresenta ao editor chefe Usami um homem excêntrico e com a cabeça totalmente voltada para moda.

Para ter o emprego, ele diz a Sayaka que ela precisa se casar em seis meses, não apenas isso, mas divulgar cada passo do processo de procura de um noivo e preparação do casamento em uma coluna mensal na revista. Inicialmente, Sayaka pensa em recusar o emprego, mas a necessidade fala mais alto e ela acaba aceitando com o intuito de reconquistar o ex-noivo, contudo, no meio desse processo ela conhece Kashiwagi Yuichi, o herdeiro de um homem poderoso no Japão. Lindo, gentil e super inteligente, ele consegue aos poucos atrair a atenção de Sayaka que finda por deixar Kazuya para trás e focar nele, mas o processo de se apaixonar pode ser moldado pelas estratégias assertivas de Usami?

Com uma mistura bem dosada de comédia e romance, Survival Wedding oferece uma experiência mais que divertida ao longo dos seus dez episódios. Vi como a cultura japonesa é complicada em relação a idade, do jeito que fala no drama, uma mulher com 30 anos que ainda não é casada é como uma velhinha de 90, encalhou para sempre e não tem mais chance na vida, esse tema foi abordado  também em We Married as a Job, ainda que num contexto diferente. No começo, foi difícil continuar assistindo por causa da passividade da Sayaka em relação ao ex cretino dela, ela sabia que ele não prestava e mesmo assim insistiu nele porque era incapaz de dar valor a si mesma.

Amei a forma como Yuichi começou a ver a pessoa incrível que ela era antes mesmo de ela se dar conta hahaha, e conforme o drama avança e ela vai aprendendo a se amar e se valorizar, a gente vai aprendendo um monte de coisa nesse processo e se divertindo horrores com a disputa dela e da Kurihara pela atenção do Yuichi. Mas não resta qualquer dúvida que a estrela desse drama é o editor chefe Usami! Irreverente, engraçadíssimo e super inteligente, ele rouba a cena durante o drama enquanto ensina a Sayaka que não importa a idade que ela tenha ou o que digam que ela não pode fazer, desde que ela queira e confie em si mesma o mundo é um brinquedo nas suas mãos e falhar faz parte da brincadeira.

Esse é aquele tipo de drama que a gente se diverte e termina com uma visão diferente de nós mesmos. Eu me identifiquei com muita coisa, em especial porque tenho quase a idade dela no drama hahaha, foi muito divertido torcer e sofrer junto com ela durante esses dez episódios, a evolução da personagem e o rumo que o romance dela com o Yuichi tomou me deixou super animada e apaixonada. Vale muito a pena assistir e eu recomendo demais!

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

[Livro] A Garota dos Pesadelos

Original: Girl of Nightmares
Ano: 2018
Autora: Kendare Blake
Gênero: Literatura fantástica
Série: Anna #2
Páginas: 266

Sinopse: Já se passaram meses desde que o fantasma de Anna Korlov abriu uma porta para o inferno no porão e desapareceu, mas o caçador de fantasmas Cas Lowood não consegue seguir em frente. Os amigos de Cas o fazem lembrar que Anna se sacrificou para que ele pudesse viver — e não ficar perambulando por aí feito um zumbi, perseguindo-a. Ele sabe que seus amigos têm razão, mas aos olhos de Cas nenhuma garota viva se compara à morta pela qual ele se apaixonou. Agora ele vê Anna por todos os lados: às vezes quando está dormindo, às vezes em pesadelos reais. Mas algo está muito errado — não são apenas devaneios. Anna parece atormentada, despedaçada de um jeito diferente e ainda mais horripilante a cada aparição. Cas não sabe o que aconteceu quando ela desapareceu, mas sabe que a garota não merece o que está acontecendo agora. Anna salvou Cas em mais de uma oportunidade; agora chegou a vez de ele retribuir o favor.

Quando li Anna Vestida de Sangue fiquei apaixonada pela história, o tom sombrio, cruel e até mesmo gore do livro me fascinou, a certeza que eu tinha era que se ele virasse um filme eu nunca assistiria, mas mal cheguei a última frase e já estava sedenta por uma continuação.

Meses após Anna ter pulado com o Obhaeman numa fenda para o inferno, Cas ainda não se sente pronto para deixá-la ir. Por mais que ele tenha tentado continuar sua vida normalmente, nada parece fazer sentido sem Anna. Ele a ama. Thomas e Carmel continuam indo com ele na caça aos fantasmas, os três se aproximaram mais depois do que aconteceu no porão da velha casa vitoriana de Anna Korlov, mas quando Cas quase falha em matar um fantasma assassino colocando a vida dos amigos em risco, Carmel sente que aquele é o fim.

Quando ele achava que não podia ficar pior, visões de Anna torturada começam a assombrar Cas em todo lugar, como se ela estivesse lhe pedindo socorro. Desesperado, ele busca ajuda em Morfram, avô de Thomas, e Gideon, com uma maneira de tirar Anna de onde está e trazê-la de volta. Porém, ambos se recusam a ouvi-lo e parecem estar escondendo alguma coisa, Carmel começa a se afastar cada vez mais do grupo até que Thomas é o único realmente ao lado de Cas, de modo fiel, buscando uma maneira de ajudar o amigo a atingir seu objetivo mesmo contrariando o preocupado avô.

Quanto mais cavam uma forma de trazer Anna de volta, mais segredos sombrios envolvendo o athame de Cas vem à tona, uma ordem secreta que provavelmente criou a arma pode estar vigiando-o todo o tempo e ser a única saída para conseguir seu objetivo, mas que preço Cas está disposto a pagar para viajar até o inferno sem a certeza de poder trazer Anna de volta consigo? E mais, que garantias ele tem que a Ordem vai realmente permitir que ele viva? 

A conclusão de Anna Vestida de Sangue não me encantou tanto quanto o primeiro, ainda que eu tenha ficado presa ao livro o tempo todo. Conforme a leitura avançava e eu via o caminho que as coisas tomavam, ficava cada vez mais convencida que o final ia ser triste, embora ainda me agarrasse aquela esperançazinha inútil de que poderia haver uma reviravolta, mas, não houve. Apesar de crível, não posso deixar de ficar desapontada com o desfecho, quer dizer, tanto trabalho, tanta energia e no fim só aquilo. Pareceu meio sem sentido, sabe? Apesar de ter feito todo o sentido lógico, mas a gente meio que perde a lógica quando quer alguma coisa de um livro de fantasia.

Mesmo assim é um livro excelente, consegue ser muito sombrio, até grotesco algumas vezes, e mexe com alguns temas sensíveis que não cabem discutir aqui.  Valeu sim a experiência e a duologia Anna figura entre meus livros favoritos.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

[Filme] Combo de Filmes vistos

Oi, gente! 

Eu tive um tempo meio louco ultimamente, minha saúde sofreu uma nova recaída e passei o dia ontem no hospital, dessa vez com um possível problema renal, ainda não foi confirmado, mas cuidar da saúde agora é primordial, sem contar que estamos no mês do Nanowrimo! Então, eu tenho tentado me organizar melhor para que nada fique fora do comum no blog, mas nem sempre consigo escrever as resenhas a tempo, foi o que aconteceu no final do mês passado. Esses foram os últimos filmes que assisti com a minha irmã, como não tinha muita coisa para falar sobre eles, decidi juntá-los num post só, espero que vocês curtam!

Original: 超时空同居 pinyin: Chāo shíkōng tóngjū lit. coabitação de espaço tempo
Direção e roteiro: Lun Su
Ano: 2018
Elenco: Lei Jiayin, Tong Liya
Gênero: comédia romântica, mistério
País: China

Sinopse: Um casal consegue abrir uma fenda no tempo que liga 2018 a 1999 de acordo com a porta de cada um. Assim, seus apartamentos se fundem e, enquanto ela quer tentar impedir a morte do pai, ele quer descobrir o que fazer para garantir o melhor futuro, mas o que acontecerá quando um tenta mudar o passado e o outro descobre um futuro não tão feliz?

O roteiro desse filme me lembrou Meet me @ 1006 (que já resenhei aqui e se você não viu super recomendo!) por isso fiquei com mais vontade ainda de assistir. Confesso que em matéria de filme as últimas produções asiáticas (que é o que eu mais consumo nos últimos anos) tem deixado um pouco a desejar, poucos são os que despertam meu interesse e, quando o fazem, geralmente me decepcionam de algum modo.

A premissa é parecida apenas de leve com Meet me @ 1006, um homem e uma mulher que moram no mesmo apartamento em tempos diferentes (ele em 1999 e ela em 2018) tem esse apartamento fundido por uma fenda temporal aberta em 2018 por um cientista a pedido do CEO de uma empresa de construções. Quando o fenômeno acontece, Lu Ming, um habilidoso desinger não reconhecido pela empresa que trabalha tem que dividir o espaço com Gu Xiaojiao uma ex-milionária que agora trabalha em uma loja de joias.

Como era de se esperar, no começo as coisas não dão muito certo, especialmente enquanto eles não descobrem a dinâmica das portas e cada vez mais o apartamento vai se fundindo. Vendo nisso a oportunidade de salvar seu pai, falecido em um acidente de carro em 1999, vai até sua antiga casa, mas só consegue desestabilizar o tempo sem sequer se aproximar do pai. Assim, eles descobrem que não pode mexer no passado ou interferir no futuro, a escolha vem a ser de cada um em seu próprio tempo. 

E tudo se torna ainda mais complicado quando Xiaojiao começa a se apaixonar por Ming, mas o "eu" dele do futuro não é nada doce, vívido e simples, o que começa a mudar quando ela do futuro convive com o ele do passado, fazendo com que sua personalidade e tudo que ele conseguiu no futuro esteja em risco. Lu Ming então começa a cavar o próprio futuro apenas para descobrir a pessoa que se tornou e o preço que pagará por toda a fortuna que tanto desejou.

Achei o filme legal, é bem divertido e rende umas boas risadas, ao contrário do drama, o apartamento deles não volta ao normal em um horário fixo, mas fica fundido até que a fenda aberta no tempo se feche. O plot twist foi muito bom e nos deixou cheias de apreensão. O final é bonitinho, mas confesso que esperava mais, a coisa de "deixar subtendido" sempre me irrita um pouco, ainda assim recomendo. A trilha sonora também é muito boa, abaixo o trailer e minha música favorita.



Original: 원더풀 고스트 Wondeopool Goseuteu
Direção: o Won-hee
Roteiro: Sung Jin Kim
Ano: 2018
País: Coréia do Sul
Elenco: Ma Dong-seok
Kim Young-kwang
Lee Yoo-young

Sinopse: Após perder a esposa, um instrutor de judô cuida sozinha da sua filha doente, a menina precisa de um transplante de coração que está prestes a ser feito graças a um doador que apareceu. É bem nesse momento da sua vida que ele conhece Tae Jin um policial de patrulha que desconfia que ele é um traficante de mulheres. Quando os dois sofrem um atentado juntos vão precisar um do outro para resolver um caso perigoso envolvendo tráfico humano e corrupção.

De todos os filmes resenhados nessa lista esse foi o que menos gostamos. O trailer dessa produção vende algo que destoa quase totalmente da realidade, gente. O que era pra ser uma comédia acaba se tornando um puta dramalhão com um final meio difícil de engolir mascarado de bonitinho.

Tae Jin (Kim Young Kwang - Hello Monster) é um policial de patrulha honesto e competente que está para se casar com Hyo Jin (Lee Yoo Young - Tunnel) sua namorada de longa data que está grávida do primeiro filho deles. Em uma de suas patrulhas perto do cais, ele acaba vendo jovens mulheres sendo arrastadas a força para uma van, ao seguir o veículo ele acaba perdendo-o em um túnel onde o confunde com a van de Jang Su (Ma Dong Seok) um instrutor de judô antipático que não se importa nem um pouco em ajudar os outros.

Quando começa a investigar melhor o caso das mulheres, Jang Su parece estar em todos os lugares, o que só aumenta a suspeita de Tae Jin, uma das meninas raptada joga um celular no meio de arbustos próximo ao local onde elas são mantidas reféns para prostituição, Tae Jin acha o celular e descobre o que acontece e quem são os bandidos envolvidos o que ele não contava é que não pode confiar em ninguém à sua volta, assim, acaba sendo emboscado e muito ferido especialmente na cabeça.

Em estado grave, Tae Jin acaba se tornando um fantasma que só pode ser visto por Jang Su, ele fora atrás do policial acreditando que este tinha rebocado sua van e acabou sendo pego pelos bandidos também. Recusando-se a ajudar Tae Jin, Jang Su acaba vendo sua vida correr grave perigo e o tempo da sua filha se esvaindo quando os doadores de coração mudaram de ideia no último minuto. Tudo que lhe resta é ajudar Tae Jin a recuperar sua noiva grávida que foi raptada e torcer pela chance de um final feliz.

Apesar do filme ter seus momentos divertidos, os pontos contra acabaram superando os prós. Em especial pela decisão do roteiro em fazer um final triste mascarado de bonito. Ainda assim, mesmo que não tenhamos gostado muito, acho uma indicação válida para quem procura um filme policial com uma dose de comédia e suspense. Há ação, mas em bem menor medida. Acredito que o foco tenha se convertido realmente na evolução pessoal do Jang Su, que vai superando não apenas o que aconteceu no seu passado, mas 


Original: น้องพี่ที่รัก; น้อง.พี่.ที่รัก;Nong, Pee, Teerak lit. irmão, irmã; querido
Direção: Witthaya Thongyooyong
Roteiro:Witthaya Thongyooyong, Adisorn Tresirikasem, Tossaphon Riantong, Nontra Kumwong
Ano: 2018
Gênero: Comédia, Romance, Família
País: Tailândia
Elenco: Nichkhun Horvejkul Moji
Sunny Suwanmethanon Chad
Urassaya Sperbund Jane

Sinopse: Quando ele era criança, Chut pensava que ganharia um irmão mas sua mãe deu à luz uma menina. Seus sonhos de brincar de robôs e jogar futebol com seu irmão mais novo foram destruídos sempre que ele brincava com Jane, pois ela acabava chorando e fazendo birra.
Desde que eles eram crianças, Chut e Jane brigam sobre tudo, pois Jane prefere agir como mãe de Chut ao invés de sua irmã mais nova e Chad prefere ser o fardo de Jane do que seu irmão mais velho. Sem falar que a ''perfeita'' Jane é considerada melhor do que Chut em tudo: inteligência, esportes, aparência, comportamento e até financeiramente.
A única oportunidade que Chut tem para se exibir como irmão mais velho é quando alguém tenta ficar com Jane. Chut afasta qualquer homem interessado nela, para se vingar. Por isso Jane esconde seu relacionamento com Moji, um homem mais que perfeito. Jane não quer que esse amor seja arruinado por Chut como antes. Mas amor não é um segredo. Chut eventualmente descobre que ela está namorando Moji. Como Chut poderia aceitar isso? O que quer que a faça feliz, um irmão mais velho decente como Chut definitivamente nunca vai deixar acontecer!

Todo mundo que tem irmãos devia ver esse filme. Apesar de ele ser classificado como comédia, grande parte do que se passa em tela está mais para um bom drama familiar. Desde criança, Jane sempre foi melhor em tudo do que seu irmão mais velho, Chut. Isso fez com que o garoto sofresse uma espécie de complexo de inferioridade quando estava perto da irmã, pelo menos até Jane viajar para o Japão e Chut poder aproveitar a vida como bem queria, sozinho na casa que compartilhava com ela, sem qualquer espécie de neura dela por parte da limpeza ou mesmo o limite de nunca levar mulheres para casa.

Além disso, Chut é um dos diretores de marketing gráfico de uma empresa e está muito bem de vida. Pelo menos até Jane voltar do Japão para ocupar seu espaço na casa, o que em parte é bom uma vez que ela cozinha e cuida da limpeza e, por outro lado, ruim porque ele precisa não apenas se policiar com as mulheres como aturar a irmã mais nova mandona e perfeccionista. E as coisas pioram quando Chut, que está envolvido em um grande projeto de marketing para uma empresa japonesa, descobre que Jane será sua supervisora. Ainda mais, que ela está namorando o diretor executivo dessa empresa.

Como seu "trabalho" de irmão mais velho implica principalmente em tentar ferrar os relacionamentos da irmã, ele logo trata de tentar manipular Moji, o namorado em questão, o que traz sérios problemas para o rapaz e para Jane uma vez que, por culpa de Chut, ele vai ser transferido de volta para o Japão arruinando os planos dos dois. Mas quando Moji pede Jane em casamento e ela fica dividida entre ficar com o amor de sua vida ou cuidar do mimado irmão mais velho o que pode acontecer?

Tanto minha irmã quanto eu amamos esse filme, não apenas por ele ser tocante e engraçado na medida certa, sobretudo no que se refere a evolução da relação do Chut com a Jane, como um sempre foi cego com os sentimentos do outro, em especial o Chut que, na sua raiva, não conseguia ver o quanto a irmã mais nova o amava e cuidava dele. Todo mundo que tem um irmão ou irmã devia ver esse filme e quem não tem também!



Original: L・DK ひとつ屋根の下、「スキ」がふたつ。
Direção: Yasuhiro Kawamura
Roteiro:  Michiru Egashira
Ano: 2019
Gênero: romance, escolar
País: Japão

Sinopse: Aoi Nishimori ( Mone Kamishiraishi ) e Shusei Kugayama ( Yosuke Sugino ) estão apaixonados e eles começam a viver juntos secretamente. De repente, o primo de Shusei Reon Kugayama ( Ryusei Yokohama ) vem até eles. Seu segredo é descoberto por Reon. Agora, Aoi, Shusei e Reon começam a viver juntos.


E vamos pra esse filme que é um remake de um outro com quase o mesmo título de 2014. Acredito que já tenha resenhado esse outro filme aqui e as diferenças entre ele e esse remake não são muitas. A introdução é praticamente a mesma coisa do outro filme, um par de vizinhos adolescentes de uma espécie de condomínio (não é exatamente um condomínio, mas a ideia é essa) acaba tendo que dividir um apartamento quando a garota, Aoi, comete um acidente que faz o apartamento de Shusei precisar de uma reforma. No filme de 2014 com Kento Yamazaki e Ayame Gouriki a gente acompanha tudo que pode dar muito errado e muito certo nessa divisão de apartamento e como os dois vão se apaixonando gradualmente conforme se conhecem melhor, mas precisam manter em segredo que estão coabitando para não serem expulsos da escola.  

Até aí tudo bem, o negócio é que esse remake de 2019 já começa com os dois apaixonados, dividindo um apartamento juntinhos, como se fosse uma continuação do filme de 2014 só que com um elenco bem mais fraco. Aqui, a paz de Shusei e Aoi é testada quando Reon, primo de Shusei, vem dos EUA para o Japão com o intuito de levá-lo de volta para assumir os negócios do pai dele, então ele começa a colocar minhocas na cabeça de Shusei sobre não ser capaz de proteger Aoi e sobre ele desperdiçar a vida por uma garota, minhocas essas que o garoto só vai colocando mais fertilizante. Assim, para impedir que o namorado vá embora por quatro looooongos anos, Aoi faz um trato com Reon, se ela conseguir a aprovação dele, Shusei fica no Japão com ela. Mas o que pode dar mais errado do que Reon começar a se apaixonar pela namorada do primo?

Te confessar que o filme é daqueles clichezinhos que conhecemos e amamos, mas eu achei o elenco bem fraco. Ryusei Yokohama eu conhecia de AniTomo e acho que foi o único que quase se safou aqui, mas ainda assim pelo que eu vi dele no outro filme deixou um pouco a desejar. Mone Kamishiraishi é a atriz japonesa mais sem sal que eu já vi na minha vida desde que entrei nesse mundo de dorama, gente, a menina não passava uma gota de emoção, como se ela tivesse acabado de sair da escola de teatro e entrado nesse filme. Ruim assim eu só vi a Nana Eikura em Boku wa Imouto ni Koi Wo Suru, disseram que ela era uma atriz maravilhosa, mas nesse live action a atuação dela foi ladeira a baixo. 

Yosuke Sugino entrega um Shusei meio indeciso bem ao contrário de Kento Yamazaki que nos deu um personagem cheio de determinação e meio taciturno típico da sua natureza rebelde. É um filme regular, vale pra passar o tempo, é bonitinho, mas na minha não funciona tão bem quanto o original.


Original: คิดถึงวิทยา Khit Thueng Witthaya
Direção e roteiro: Nithiwat Tharathorn
Ano: 2014
País: Tailândia
Elenco: Laila Boonyasak, Sukrit Wisetkaew, Sukollawat Kanaros, Chutima Teepanat

Sinopse: Uma professora é contratada para lecionar em uma escola rural. A solitária professora tem um diário, em que escreve seus pensamentos mais íntimos. Um dia, ela é transferida para outra escola. Um professor é contratado para substituí-la. Ele encontra o diário esquecido pela professora, lê,  e se apaixona pela autora desconhecida. Ele passa a escrever seus pensamentos no diário. A professora encontra seu diário com os escritos do desconhecido e igualmente se apaixona.

Está aí um filme que o trailer parecia fofo, mas não estava dando muito e acabei me surpreendendo. Em alguns pontos me lembrou The Lake House, mas as histórias são bem diferentes. Bem, acompanhamos dois personagens de modo quase simultâneo, alguns anos antes, Ann foi "exilada" pelo diretor da escola onde lecionava por ter feito uma tatuagem no pulso, ela teria de ficar cumprindo "pena" na escola barco, junto com uma amiga. Contudo, fora as dificuldades de um lugar tão remoto e literalmente no meio da água, a liberdade de usar as metodologias que lhe fossem viáveis e mesmo a estima dos alunos que tanto se apegaram a ela acabou fazendo com que o exílio na verdade se tornasse uma benção, exceto, talvez, pelo fato de seu namorado, Nui, que não gostou nem um pouco da mudança.

Paralelo a Ann, nós conhecemos Song, um lutador que está desesperado por emprego e aceita se tornar professor na escola barco onde Ann lecionava, uma vez que ela saiu de lá. Sem qualquer experiência didática, ele aceita o emprego e se muda para lá, conhecendo as mesmas dificuldades que ela conheceu no início, mas a sua experiência é amenizada quando ele encontra o diário dela, descobrindo como ela foi parar ali, seus sentimentos nos primeiros dias, as dificuldades enfrentadas (falta de energia, sem sinal de celular, água por todos os lados, fora as tempestades que passavam levando tudo literalmente). Song, ao contrário de Ann que tinha sete, tem apenas quatro alunos, que foram os que voltaram à escola, os quatro em séries diferentes. Sem qualquer noção do que fazer ele se inspira no diário para se aproximar deles, mas no começo não dá muito certo.

Quanto mais lê o diário e conhece o interior de Ann, mais fascinado Song se sente por ela, mesmo quando descobre que sua namorada o traía e o fim do relacionamento chega, nas passagens do diário ele encontra o conforto que precisava. Aos poucos, vai descobrindo a essência do trabalho docente e aprendendo a amar aqueles alunos e aquela escola como Ann amava, até decidir procurar por ela. Mas quando Song descobre que ela está prestes a se casar, terá seu destino preparado seu coração para aceitar a perda de alguém que ele nunca conheceu?

Achei o filme lindo demais, Sukrit Wisetkaew eu conhecia da versão tailandesa de Fated To Love You, aqui sua atuação não foi nada diferente, entregando uma personagem engraçada, carismática, com quem a gente consegue se apegar facilmente. Os demais atores, que eu não conheço, também fizeram muito bem, em especial Ann, interpretada por Laila Boonyasak que mostra uma mulher forte, segura de si, que ama o que faz, ainda que ela oscile bastante em um relacionamento que tá na cara não tem nenhum futuro e isso irrite a gente um pouco. É um filme levinho pra rir, refletir sobre algumas coisas e torcer muito pro casal ficar junto. Vale muito a pena!