Series: The Kingkiller Chronicle #1
Gênero: Fantasia
Ano: 2007
Páginas: 662
Sinopse: Em seu primeiro romance - ambientado em um mundo medieval alternativo - Rothfuss conta história de Kvothe, dono da hospedaria Marco do Percurso - que leva uma vida pacata, em um vilarejo sem grandes agitações. Até o dia em que salva a vida de um cronista durante o ataque noturno de “criaturas sombrias” e o abriga em sua hospedaria. Conhecendo uma misteriosa história sobre Kvothe, o cronista se oferece para escrever uma biografia do estaleiro, que exige então três dias para contá-la e afirma que dirá “nada além da verdade”.
“O Nome Do Vento” corresponde ao primeiro dia desta narrativa, iniciando o leitor na trajetória do jovem Kvothe, um rapaz pertencente a trupe de artistas itinerantes Edema Ruh, que se envolve com um misterioso grupo chamado Chandriano, e passa a perseguir o mesmo tentando compreender a causa e os segredos envolvidos no assassinato.
Além disso, Kvothe narra o início de sua trajetória na Universidade, onde segue o seu sonho de se tornar um grande arcanista e grande nomeador, enquanto busca informações sobre o perigoso Chandriano, vivendo inúmeras aventuras paralelas.
"Quando crianças, raramente pensamos no futuro. Essa inocência nos deixa livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguem."
Esse é um daqueles livros que eu não aconselho ninguém ler digital, eu penei para terminar, mas ao contrário do que aconteceu com Os Sete do André Vianco, não foi exatamente por desgostar da história, pelo menos como um todo. Meu erro com esse livro foi não pesquisar a respeito antes de começar a ler, primeiro por não ter visto que ele tinha 600 páginas, não entendam errado, eu não tenho problemas com livros grandes, sério, mas quando esses livros grandes são e-books aí sim, eu me incomodo muito. Eu não gosto de e-books, leio porque não tenho como comprar o livro físico, mas se puder evitar não leio em e-book de jeito nenhum.
Quando acabei e vi alguns comentários a respeito, percebi que esse é um daqueles livros que divide opiniões, há quem ame e quem odeie com graus de intensidade equivalentes, contudo em um cômputo geral ele é bem recomendado. Recomendado até demais eu diria. Eu coloquei-o na minha lista pela recomendação de uma amiga narradora que me falou muito bem dele, mas até então eu não tinha podido colocar minhas mãos nele e, quando tive acesso, foi em formato digital. Decidi pôr na lista desse ano junto com A Rainha Vermelha e O Trono de Vidro, ambos também altamente recomendados por amigas próximas que conhecem minhas preferências literárias particulares.
Eu vou procurar não me estender em demasia no que diz respeito ao enredo, até porque ele é enorme e mesmo lido recentemente seria-me impossível recordar todos os detalhes com precisão e logo vocês entenderão o porquê.
Bem, a história segue um dono de taberta chamado Kote, ele faz o tipo misterioso e não tem muitos clientes, mas valoriza os poucos que tem. Um grupo de cinco pessoas estão reunidas no seu estabelecimento e um deles, o mais velho, conta uma lenda antiga para os demais até que um sexto chega ao lugar completamente sujo de sangue e com feridas profundas. Kote e seu ajudante/aprendiz Bast, ao ver o bicho que atacou o sujeito é um conhecido do estaleiro que, após inventar uma história, dá instruções do que fazer com ele e, na mesma noite, desaparece da estalagem.
Nessa mesma noite ele encontra um cronista que caminha cansado a esmo pela estrada depois de ser assaltado por um grupo horas mais cedo. Kote o salva de ser morto pelos monstros e, no dia seguinte, ao confrontá-lo, o cronista percebe que ele é o homem a quem esteve procurando por longo tempo, o lendário Kvothe (que pelo que deu pra entender se lê Kuôde ou Kuôte) o matador do rei, o homem sem sangue, e mesmo que o estaleiro tente de todas as formas dissuadi-lo de sua verdadeira identidade, o homem mantêm-se firme à sua certeza e implora que ele lhe permita escrever sua verdadeira história, ao que Kvothe declina inexoravelmente. Contudo, diante da insistência do cronista, ele impõe-lhe uma condição, contar sua história em 3 dias e sob a promessa de que nenhuma vírgula do que ele disser será alterada sob qualquer licença literária existente ou omitida ao bel prazer do escrivão.
Assim, começa a narrativa da história de Kvothe e ele a conta desde a infância, quando era um menino prodígio que vivia com uma trupe reconhecida chamada Edema Ruh, rápido em aprender e sempre muito curioso, ele cresce com pais disciplinadores e muito amorosos, até conhecer Ben, um arcanista que se torna seu mentor e, por alguns anos, direciona seus estudos nos princípios básicos da magia e dos conhecimentos gerais como matemática, física, geografia, história, etc. Mostrando-se um aluno muito além da média e com uma capacidade de aprendizado e desenvoltura prática superiores para alguém tão jovem, o arcanista alerta os pais que o pequeno Kvothe poderia facilmente ser admitido na universidade se assim quisesse e a própria criança é atraída pela promessa dos mil livros a que teria acesso caso fosse admitido lá.
Contudo, a estadia de Ben com a trupe tem fim quando ele conhece uma mulher pela qual se apaixona e com quem se casa, o golpe é muito duro para o menino que sente falta do mestre e mesmo com o empenho dos amigos da trupe e dos pais em mantê-lo ocupado, a ausência de Ben confere uma lacuna muito grande na vida de Kvothe. Em viagem para uma cidade distante, a trupe acaba tendo que parar para acampar e tirar uma enorme árvore que caíra na estrada, o menino é incumbido pela mãe a buscar algumas ervas e, entendendo o sentido por trás da ordem, sai em busca de distração e silêncio na floresta. Mas quando volta para casa o que encontra são os corpos de todas a sua família e um estranho grupo de encapuzados misteriosos que, aparentemente, os mataram.
Ele fica paralisado pelo terror do que está vendo e sem entender o que aconteceu, o choque nublando sua capacidade de raciocínio, quando um dos homens se aproxima dele e começa uma conversa que, inicialmente, não tem sentido. Mas é o líder, nas sombras, que chama a atenção do menino. Kvothe entende que aqueles sete homens estão ali por causa da música que seu pai estava compondo a respeito do Chandriano, que aparentemente era um grupo de sete magos de uma lenda infantil que atravessava gerações. Por sua suprema sorte ele consegue continuar vivo, mas sua obsessão por vingança e por saber mais sobre a história que permeava a música do pai o levam ao caminho da universidade anos depois.
A história acompanha o desenvolvimento de Kvothe enquanto adolescente e adulto sobrevivendo na fria selva de pedra que é a vida. Sem os pais e a sua trupe, Kvothe se vê sozinho e sem posses além do alaúde que era do seu pai e uma trouxa, ele passa a mendigar nas ruas de uma cidade grande chamada Tarbean, sem qualquer tipo de ambição na vida, atormentado pela dor da perda. Ganha inimigos, prova o amargor da vida e aprende a lei das ruas e da desigualdade que divide as pessoas pela posse. A sua jornada pelo conhecimento da arte de nomear e sua ida como o mais jovem e extraordinário aluno da universidade, os novos inimigos que lá fez e os desafios que precisou percorrer na sua formação como pessoa, músico, amante e, o que viria a ser depois, um assassino.
O problema desse livro, principalmente para quem lê digital, é que ele é muito arrastado. Gente, são 92 capítulos, sério! Ele oscila entre as partes que Kvothe conta sua história e o que acontece no tempo presente, enquanto ele, Bast e o cronista estão na taberna, para mim as partes do presente chegavam a ser mais interessantes que a própria história porque eram, de alguma forma, um pouco mais fluidas. Eu acho que numa história de fantasia é sim importante detalhar as coisas, mas não demais, principalmente se isso vai retardar a ação de alguma forma. Tinha horas que eu ficava pensando que a história não ia dar em lugar nenhum, porque a impressão que se tem conforme os capítulos avançam é que o livro não vai ter fim nunca e algumas partes são tão arrastadas que dá dor de cabeça e você precisa dar um tempo para ver outra coisa.
De uma maneira geral a história é realmente muito boa, as analogias com a sociedade e a criação de mundo e personagens foi realmente muito bem pensada, para quem gosta de uma fantasia elaborada do tipo Tolkien e Martin vai curtir muito, um ponto que eu particularmente gostei - e talvez tenha sido um dos únicos que de fato me chamou a atenção pelo lado positivo - foi o modo como a magia é retratada na história, não é uma coisa simplesmente que existe de modo indeterminado, ela tem regras, leis, fatores que a tornam quase como uma ciência, algo muito perto de ser ou de parecer real, é algo que faz sentido para nós mesmo que saibamos que não é realmente possível. E acho que é esse ponto que faz com que O Nome do Vento não se transforme num livro realmente sofrível de se ler, porque ele é uma fantasia com muita cara de realidade, como se o autor tivesse a intenção de nos fazer acreditar que aquele mundo realmente existiu um dia, ao ponto de em alguns momentos você quase esquecer que está lendo uma fantasia. Acho que a chave do livro é essa.
Particularmente não vou me enveredar pelo segundo livro, o primeiro apesar de ter sido bom não me fisgou ao ponto de querer avançar tanto assim. De todo modo eu recomendo fortemente a leitura não apenas pela história ser boa, mas pelas analogias e reflexões que ele nos leva a ter, coisas que podem muito bem se equiparar com a nossa realidade, pessoas que tem tudo e não se compadecem das que não tem nada, mas, ao contrário, as maltratam e fazem pouco caso delas, do mesmo modo pessoas que não tem quase nada e dividem o pouco que tem ou conseguem com quem tem menos ainda, como é o caso de Trapis, que Kvothe conhece em Tarbean. Mas, volto a ressaltar, não é bom de se ler em e-book, principalmente se você não gosta de e-books como eu, vai sofrer um bocadinho pra terminar. E mais, o começo do livro é realmente bem arrastado, como aconteceu com outros livros que já falei por aqui por exemplo O Clã dos Magos e O Ladrão de Almas, mas apesar disso vale a pena se esforçar pra continuar sim.
"Essa era outra lição que eu havia aprendido, talvez bem demais: as pessoas causavam sofrimento."Eu super concordo com essa afirmativa u.u
"É por isso que as histórias nos atraem. Elas nos dão a clareza e a simplicidade que faltam à vida real."
"olhamos para o fogo porque ele lampeja, porque brilha. É a luz que capta nosso olhar, mas o que faz o homem ficar perto do fogo nada tem a ver com sua forma luminosa. O que nos atrai ara o fogo é o calor que sentimos ao chegar perto dele."Esses foram meus quotes favoritos do livro.
Oi! Já vi a capa desse livro em algum lugar, mas não tinha parado apara ler sobre o que se tratava. Tenho a mesma opinião que você sobre e-books. Também leio, mas prefiro evitar sempre que posso. Apesar de gostar de fantasia não sei se irei me aventurar nessa não, ainda mais se a leitura não é muito fluida. Gosto de sentar pra ler e sem perceber passar umas 100 páginas, sabe. Quando a leitura se arrasta se torna uma tortura e quando termino o trauma é tanto que custo a começar outro livro!! Hahahahaha
ResponderExcluirBeijusss;
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Oi, Helaina! Esse é um daqueles livros que quase todo mundo recomenda, mas que não funciona pra todo mundo. Apesar da história ser boa, ele é realmente muito arrastado e com descrição demais o que acaba tornando a leitura muito cansativa na maior parte do tempo. Então, pra você que gosta de algo mais dinâmico não é uma recomendação não kkkkk. Obrigada pela visita <3 beijinhos!
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