Olá, pessoas!
Se você acompanha meu blog sabe que eu detesto abandonar livros. Até então, só havia abandonado a leitura de um que foi A Última Imperatriz, se me lembro ano passado. Contudo, esse ano me tornei adepta do angustiante e libertador direito de abandonar uma leitura. No meu caso, duas. Contudo, ao contrário do que fiz com A Última Imperatriz, que pouco me lembro do que li, em ebook, no meu celular, gostaria de me justificar quanto aos dois abandonos deste ano.
Primeiramente, vale ressaltar que já comentei aqui no post Oito Passos Para Escrever Um Romance sobre Os Dez Direitos do Leitor e, um deles, era o direito de abandonar um livro. Não sei se assim como eu você nunca experimentou isso, mas é um fato que há livros que não foram escritos para nós. Sou daquelas que acredita que cada literatura tem seu leitor, mesmo aqueles mais aventureiros que gostam de passear por todos os gêneros, não conseguem conversar tão bem com eles quanto os de sua própria literatura. Contudo, é sempre válido ler de tudo, entender como os autores contam suas narrativas e como estas se costuram enquanto tecem as aventuras e desventuras de seus protagonistas.
Todavia, nem sempre essa viagem funciona muito bem, e nos vemos presos em um livro cuja leitura não está fluindo, no final vamos acabar detestando uma história que podia ser boa simplesmente porque a lemos no momento errado. Já experimentei isso algumas vezes, quando li alguns livros, em especial clássicos, pela primeira vez, não gostei muito. Contudo, anos depois, quando os revisitei me vi fascinada por eles. Um excelente exemplo disso foi Dom Casmurro que li desobrigada na escola por pura curiosidade e não gostei, achei a narrativa maçante e não consegui entender a complexidade das personagens, pudera, eu tinha 16 anos! Mal havia saído dos livros infantis e dos romances de banca. Quando o revisitei na faculdade, aos 24 anos, achei a leitura maravilhosa, me vi imersa na loucura de Bentinho e no mistério que permeia Capitu. Há um tempo para as leituras e uma maturidade exigida para compreendê-las também, pelo menos é o que penso.
Sem mais delongas, vamos aos livros:
O Preço de Uma Lição (Gutti Mendonça e Federico Devito) Vocês aqui sabem que o único preconceito que tenho com os autores nacionais é o fato de as editoras colocarem os preços tão absurdos. Já resenhei nacionais aqui, sempre que tenho oportunidade de ler, leio. Como autora nacional, sei como é horrível quando alguém mete pau no teu livro porque, ou não entendeu a história, ou leu no momento errado. Por isso odeio falar mal de livros nacionais, porque isso pesa no crescimento do preconceito que existe em torno da nossa literatura que é tão rica! Um excelente exemplo disso é Nova Jaguaruara resenhado aqui recentemente.
O negócio é que, muito provavelmente, O Preço de uma Lição me pegou no momento errado. É aquele tipo de livro claramente para adolescentes, Eu li 94 páginas e senti que não era o momento dele, então achei por bem abandonar e tentar outra coisa, desisti dele em 24 de agosto.
A história gira basicamente em torno de um casanova que teve algumas namoradas que não deram certo até, por fim, conhecer uma guria bem mais nova por quem se apaixona como um louco. A narrativa não me cativou, achei arrastada, as personagens não me chamaram atenção e nem causaram simpatia ou empatia. O narrador também não me despertou interesse de modo que percebi ser inútil insistir na leitura nesse momento. Talvez por estar habituada com outros tipos de literatura, talvez por não ter me comunicado com a história mesmo o livro não dialogou comigo e decidi que o deixaria para uma posterior revisita e, quem sabe, dessa próxima vez não consigamos nos entender.
As Boas Fadas de Nova York (Martin Millar) Essa então era a minha leitura recente, até que hoje eu vi que não ia funcionar e optei por abandonar o livro.
Martin Millar é um autor britânico que, segundo li no prefácio do Neil Gailman, decidiu brincar com Sonho de Uma Noite de Verão, do Shakespeare. Esse livro então seria como uma releitura dessa peça e, talvez por esse motivo, talvez por não ter rolado empatia mesmo, não consegui continuar lendo a história.
Na verdade, esse livro é um bocado confuso. Duas fadas escocesas que foram expulsas de seu país, junto com outras fadas de nacionalidades diferentes, fogem juntas e acabam caindo em um caminhão de bebidas. Nas discussões e bebedeiras, acabam parando em Nova Iorque, duas delas, Heather e Morag, acabam indo parar no apartamento de Dinnie, o pior violinista da cidade. Após uma dicussão, Morag vai embora e acaba encontrando Kerry, uma jovem que sofre da doença de Crohn e está montando um alfabeto celta de flores.
Nessa confusão toda, histórias paralelas se atrelam a esses quatro personagens e você acaba no meio de uma história que parece sem pé e nem cabeça, cheia de palavrões e conotações sexuais. Nem mesmo o prefácio do Gailman me deu gás para continuar lendo esse livro, acabei deixando de lado. Espero que tenha mais sorte com a minha próxima leitura.
E é isso, gente. Vocês abandonaram algum livro esse ano? Vou procurar alguns para substituir esses na meta desse ano. Até agora foram 29 livros lidos! (Fora mangás).
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