Sinopse:
Neste livro, jovem e talentoso pianista, recupera suas memórias e as de seus parentes no Gueto de Varsóvia, durante a Segunda Guerra. O autor narra a deportação e morte de toda a sua família, construindo um documento emocionante sobre o Holocausto.
Eu ganhei o livro de presente da minha irmã. Estávamos de passagem nas Americanas e o meu professor de linguística já tinha indicado o filme pra gente, mas eu não tinha coragem de assistir. Quando vi o livro, único volume disponível na loja, decidi que talvez fosse melhor ler e dependendo do indice de violencia ver o filme ou não. Não encaixei o livro na meta de leitura do ano passado, então esse ano finalmente consegui ler, foi o quarto livro do mês de Janeiro e eis aqui minha resenha para vocês:
Ainda estou me
perguntando o que falar sobre O Pianista. Quando eu terminei de ler a última
frase eu parei por um momento no vazio encarando a parede amarela sobre o sofá
da minha sala e imaginando não apenas os horrores passados por Szpilman, mas
também pelo oficial alemão Hosenfeld que passara seus últimos minutos sofrendo
horrores que não merecia. Ai me pego na contradição de sentimentos que se
dividem entre o profundo ódio por Hitler e seus seguidores, e o estranho
carinho e simpatia que nutri pelo oficial Hosenfeld. Quando paro para pensar
nos horrores presenciados e vividos por Szpilman, e durante toda a leitura do
livro, fui remetida a profundas reflexões sobre a humanidade, sobre o que é ser humano e
sobre tudo que ainda hoje acontece no mundo, muitas e incontáveis passagens do
livro chegaram a se marcantes e chocantes enquanto eu lia, mas eu não consegui
reproduzi-las no skoob. Não conseguiria reproduzi-las em nenhum outro lugar,
elas ficaram gravadas na minha alma em forma de emoções dos mais diversos tipos
e intensidades. A melancolia e a serenidade que é narrada essa história não
apenas me comoveu ao ponto de um choro profundo e de um repúdio intenso pela
humanidade, mas me colocou em contradição com muitas das minhas convicções,
respondendo inclusive vários questionamentos que eu levantei durante os dois
dias a que me dediquei intensamente a essa leitura e reflexão.
“Qual é a razão desta guerra? Porque Deus permite tudo isso? [...] Deus permite tudo isso, não inibe as ações das forças governantes e permite que muitas pessoas inocentes sejam assassinadas, provavelmente para que a humanidade se dê conta de que, sem Ele, somos um bando de animais que se aniquilam uns aos outros.”Wilm Hosenfeld
Quando terminei de ler,
não pude deixar de fazer algumas pontes com A Menina que Roubava Livros.
Enquanto Marcus Suzac nos remete ao lado alemão pobre da guerra, de uma maneira
realista e ao mesmo tempo fantástica, O Pianista nos leva a uma atormentada e
tensa viagem pelo lado judeu e real da guerra. Em ambos os livros nós somos
levados a nos questionar sobre o nosso papel com relação ao nosso semelhante,
ao valor da vida e das pequenas coisas rotineiras que são tão importantes quando
passamos a ser privadas delas. Não entendo como um mundo que tem acesso a esse
livro, que lê esse livro não passa a pensar em quanto o dinheiro é
insignificante perto da vida, perto da felicidade de estar com quem se ama, em
como o conforto é frágil. Quando passamos a ver as privações pelos quais
Szpilman passou temos que parar e dar valor ao que temos e sobretudo as pessoas
que estão a nossa volta, dar valor a cada amanhecer e por do sol. Mesmo em
momentos de maior tensão, de maior desespero, a família dele se manteve unida,
junta, independente de qualquer coisa, e eles foram brutalmente separados, há
quem julgue e desacredite na existência de Deus, mas não há uma explicação mais
lógica e perfeita do que um milagre operado por Ele para que Szpilman se
salvasse e assim ensinasse essa lição de vida tão dura e ao mesmo tempo tão
emocionante que dá um tapa na nossa cara acomodada diante da primeira
dificuldade, quando nos entregamos ao pessimismo. Foi um dos livros mais lindos
e ao mesmo tempo chocantes e reflexivos que já li, eu chorei muito e não tive
condições de encarar a adaptação cinematográfica porque ver o que foi relatado
seria demais pra mim.
Em 2002 foi feita a adaptação do livro O Pianista. Estrelado por Adrien Brody no papel de Wlandislaw Szpilman. Segue resenha:
"O Pianista é um relato da experiência de vida real de um pianista polonês durante a 2 ª Guerra Mundial, no contexto da deportação da comunidade judaica para o Gueto de Varsóvia. Vai ficar na história do cinema, como um dos retratos mais comoventes e realistas do holocausto já feito. É um dos filmes com mais detalhes, com cenas chocantes, do tratamento dos judeus pelos nazistas, com a atmosfera de Varsóvia bem capturada. O pianista é mais do que muitas vezes é um personagem a parte, é contada sua història através dos testemunhos de outras pessoas, sobre seus próprios horrores. Ele parece flutuar e flutua ao longo do filme como uma alma perdida, e as pessoas rapidamente aparecem e desaparecem de sua vida, alguns ajudando generosamente, outros aproveitando seu desespero, mas ele sempre mantendo um comportamento distante, como uma lembrança dos acontecimentos. Este é também um maravilhoso tributo a artistas poloneses, através da música de Chopin, maravilhosa!!!'
Eu não tive coragem de ver o filme, como disse acima. Mas vi algumas cenas perdidas no youtube e tenho a certeza de que é muito fiel ao livro, pelo menos as cenas chocantes que eu vi eram. Não entendi o papel da mulher loira com ele, mas não tive a coragem de assistir para constatar. É isso gente.
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