Você é um reflexo do que você viveu, do que você fez, do que você sonhou ser e nunca conseguiu. Você é um reflexo de você mesmo.
- Conto de Falhas
Se há uma coisa na qual eu, felizmente, nunca fui realmente boa é mentir. No entanto, alguns anos para cá eu andei muito boa em esconder meus sentimentos o que para mim é quase o mesmo que mentir. Acho que Elena tem razão quando diz em Diários de um vampiro que, quando alguém pergunta se você está bem não quer realmente uma resposta. Concordo com ela, por isso, quando alguém me faz essa pergunta, se eu não me recusar terminantemente a responder, digo a verdade, respondo que não. A diferença é que eu vou embora antes que venha a próxima pergunta: por quê?
Esse é o mesmo X da questão. Por que? Não existe, de fato, um porque. Estou me preparando para viajar com a minha irmã no domingo, é um pequeno evento de animes e nós nunca fomos a um, na verdade nós nunca fomos a nada em lugar nenhum... inicialmente eu não ia, mas meu medo de deixar ela ir sozinha se sobrepôs ao meu medo de ir. Já faz uma semana que eu não consigo dormir por causa disso, antecipando medos com essa viagem, medos, inclusive, que podem parecer normais para uma pessoa normal, mas que são extremos para alguém como eu. Minha mãe, que é mãe, está menos preocupada com isso do que eu... e a pior parte é que ela vem me perguntando há dias o motivo de eu estar parecendo um enterro ambulante e eu continuo respondendo: なんでもない (nan demo nai), como se ela fosse mesmo acreditar nisso. Já usei tanto essa desculpa que está batida, mas em cima da hora não posso simplesmente dizer "Não quero ir", eu sei que a possibilidade de eu enlouquecer vai ser maior se ela for e eu não, porque não vou ter um só minuto de sossego imaginando se ela está bem e pensando em todas as piores possibilidades que a maldita mente humana é capaz de produzir. As coisas desse tipo nunca são fáceis para mim, uma pessoa normal estaria pensando: Nossa, que legal, um dia diferente, uma viagem com alguns "amigos" (dela não meus), um evento com coisas que eu gosto (porque, de fato, eu gosto desse universo. Amo na verdade.). E o que eu estou pensando? E se algo der errado? E se estiver chovendo e a estrada estiver perigosa? E se o motorista estiver com sono? Entre outro bilhão de idiotices. Talvez seja porque eu não tenho costume de viajar, minha vida é viver enfiada no meu quarto e o mais longe que eu vou no mundo é através do google imagens ou do google maps.
Nesse intervalo de dias já tive três crises nervosas. Pelo menos consegui voltar a ler, e marquei minha meta de novo, li quatro livros em duas semanas. Voltei pro bendito Julieta (dinheiro mal gasto na minha vida!) não lembro onde eu vi a indicação desse livro, queria lembrar pra ir lá e dizer que era uma droga. Massante, pra dizer o mínimo.
Continuamos aqui, né? Com medo de tudo - porque essa viagem é só o mínimo, eu tenho medo até da minha sombra. - tentando sobreviver ao dia e rezar para que realmente venha o próximo. Chorando de vez em quando, sorrindo pra disfarçar, vivendo uma dor de cada vez. Espero mesmo que dê tudo certo. Vejo vocês na volta, blogueiros (porque eu duvido muito que vá terminar esse livro até Segunda!) quando voltar da viagem posto fotos ;)
Até a volta!
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