segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

The Lost Tomb (Série)


Título Original: 盗墓笔记  Dàomù bǐjì
Ano: 2015
Gênero: Aventura, Ação, Mistério
Episódios: 10
País: China
Nota: ****

Sinopse: Wu Xie (Li Yi Feng) é um proprietário de uma loja de antiguidades que vêm de uma família de escavadores de tumbas. Quando ele encontra um misterioso mapa ele o leva para seu tio Wu Sang Xing (Ken Chang Tzu-Yao), que é um experiente escavador de tumbas. Sang Xing percebe que o mapa pode levá-los aos tesouros dos Reinos Combatentes e decide formar uma equipe para embarcar em uma viagem em busca dos tesouros. Wu Xie insiste em ir junto na viagem com medo de que seu tio fique com o tesouro para si mesmo. Mas nenhum deles pensou que eles poderiam ficar presos a um mistério insondável. 
"The Lost Tomb", é uma série de drama chinês dirrigido por Law Wing Cheong. Baseado em uma série de romances com o mesmo título (também conhecido como DAOMU) escrito por Kenny Xu Lei. Fonte

Olá, pessoinhas!
Eu tenho sumido com o desafio esses dias, é simplesmente porque quando eu voltei de viagem aconteceu uma coisa que me deixou muito pra baixo, desde então eu tenho estado em um momento de crise bem feio, não consigo trabalhar já a uma semana, vim conseguir me animar um pouquinho pra assistir e ler de ontem para hoje, e como esse dorama era o mais perto de completar, decidi finalizá-lo logo, mas não resenhei porque tava com tanta dor de cabeça que quando terminou fui dormir. A mesma coisa com os desafios e as histórias postadas, não tenho conseguido fazer nada esses dias, só respiro porque é involuntário. Mas já estou providenciando coisas para ver se me animo um pouco mais, não dá pra ficar presa na letargia, então vamos ao que interessa.

O dorama segue Wu Xie que, após o falecimento do avô, herda seu diário de pesquisas e anos como explorador de tumbas antigas, através deste diário ele encontra um mapa que vai levá-lo a uma antiga tumba com um segredo que pode remontar a época dos reinos combatentes da China. O primeiro capítulo é meio confuso, de cara vemos Wu Xie e seu melhor amigo San Sheng estão sendo perseguidos por um grupo de perigosos ladrões de tumbas que planejam roubar deles um precioso artefato que eles resgataram para um museu, eles são ajudados por um misterioso e poderoso jovem que vai embora após salvar-lhes a vida.

Semanas depois, eles se reencontram quando Wu Xie é atacado em um assalto e o jovem mestre o salva novamente, mais uma vez sem dizer-lhe o nome. O garoto descobre que ele é amigo de um amigo do seu tio e que irá com eles numa expedição inédita ao túmulo do mapa que ele encontrou no caderno do avô. Junto a Pan Zi, o amigo de seu tio, o jovem mestre e San Sheng, Wu Xie embarca numa aventura que vai mudar toda a sua vida. Uma vez dentro da tumba, os segredos de um passado misterioso de um império vem a tona, Wu Xie e seu grupo se dão conta que sair da tumba pode não ser tão simples como imaginaram.

Eu sei que é uma resenha bem vaga, mas qualquer coisa que eu diga a mais pode ser considerada um spoiler ou tirar a graça pra quem gosta de ver os pormenores. Apenas quando terminei de ver percebi que o final é inconcluso, a gente termina o drama com mil perguntas sem resposta, simplesmente porque a previsão é de 8 temporadas! Sim, amiguinhos, 8! E não tem nem estimativa para a segunda ainda, ou seja, se você é daqueles que não gosta de ficar curioso eu aconselho a nem tentar ver. Pra quem curte Indiana Jones e O Mito (Jackie Chan) vai amar essa série, túmulos antigos, história, códigos hieróglifos, magia e mistério é só o que tem o drama inteiro. Tinha umas horas que eu ficava sem respirar no meio das cenas hahaha. Tirando a parte de não ter final, achei que valeu muito a pena sim ver. Só o último episódio que ficou muito desconectado do resto a meu ver, mas deve fazer parte.

Essa série é baseada numa série de livros que eu não consegui achar de jeito nenhum, se vocês sabem onde encontrar me deixem aí nos comentários! Tem também um filme baseado nesses livros chamado Time Raiders que tem o Luhan (The Witness) e o Jin Boran (Love 020 the movie) no elenco, o filme é mais conhecido que o drama, foi lançado em 2016, mas infelizmente nenhum fansub pegou ainda, eu tentei procurar na internet pra ver, mas além de só encontrar em 1 site legendado a legenda estava tão mal feita que eu não tava entendendo nada. Pedi as meninas do Movie Asian para porem na lista de projetos, vamos ver se sai. O drama, assim como o filme, nenhum fansub pegou também, mas você pode vê-lo de graça na VIKI.

Li Yi Feng interpreta Wu Xie, um garoto que herda o diário do avô e começa uma jornada de resgatar artefatos históricos para dá-los a locais de preservação. Seu avô foi um grande explorador assim como seu tio, que o monitora, é. A tumba da era dos combatentes é a primeira que ele vai explorar, contudo, conforma avança não apenas na história da tumba e conhece melhor seus companheiros de expedição, Wu Xie acaba descobrindo um passado de sua família que não condiz com sua versão. É um especialista em línguas e cabe a ele decifrar grande parte dos códigos encontrados na tumba.

Yang Yang (também conhecido como o homem mais lindo da China, meu marido, sonho de toda garota e deus grego) interpreta Kylin Zhang, mas esse não é seu nome de verdade, não se sabe nada sobre o personagem dele, além de ser um espadachim competente, um exímio lutador e muito inteligente e habilidoso, seu sangue tem propriedades especiais. Ele passa a maior parte do drama muito quieto, observando tudo que acontece à sua volta.
Não temos informações a respeito dele, sua origem e tudo que o cerca é um mistério que não é resolvido no final do drama por causa da continuação. Ainda assim, eu recomendo ver por cauda da parte que ele aparece glorioso com aquela tatuagem de dragão sem camisa *U* a coreografia das lutas dele também é excelente e nem mesmo esse cabelo de emo conseguiu tirar a beleza dessa criatura esculpida em mármore por Deus!

Eles são os personagens centrais do dorama. Não há muito que dizer dos outros, pelo menos a meu ver. Tem o Pang Zi (gordinho) que é um ladrão de túmulos, verdade seja dita. O tio de Wu Xie, um explorador exímio de tumbas, Pan Zi amigo do tio de Wu Xie, um explorador que também é acostumado a vender artefatos que retira das tumbas. San Sheng (que foi traduzido como High Jr. na viki) um falsificador e mestre em computadores, amigo de Wu Xie e a prima dele a meio irritante Chen Cheng Cheng. Não é revelado muito a respeito de ninguém na série, o que nos deixa meio com um zilhão de perguntas sem resposta.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dias de atraso (13,14,15, 16 e 17)

Olá, pessoal!

Como devem ter percebido, não postei nada esses dias de desafio, simplesmente porque os dias que antecederam a viagem de ontem foram uma total confusão de coisas, acabei fazendo os desafios meio aos atropelos e não tive tempo para postar, uma das minhas metas esse ano é tentar me organizar. Então vou postar aqui os dias de atraso até o dia de hoje.

Dia 13: Deixe um comentário em 3 partes dos textos de outros escritores.

Fiz isso nas postagens da minha amiga de desafio cujo blog deixei no post passado.

Dia 14: Escreva uma descrição usando os 5 sentidos.

O som da sua voz... é como fechar os olhos e sentir a brisa pela janela do carro num dia quente, ou como aquela parte favorita do livro que você lê duas ou três vezes para chorar ou rir de novo, é o cheiro de terra molhada, como o toque da seda deslizando na pele, como o gosto do mel denso e doce a encher a boca, é como... meu Deus, nem sei como pôr isso em palavras. É poesia, música, é simplesmente uma sinfonia. 

Essa foi difícil... espero que tenha valido.

Dia 15: Escreva uma história baseada em cinco coisas que você encontrou nos seus bolsos ou bolsa.

O que tem sempre na minha bolsa: livro, fones de ouvido, celular, canetas, caderno.

Estava tensa. Cada pessoa que se juntava à pequena multidão no ponto de ônibus naquela noite chuvosa fazia com que segurasse o cabo do guarda-chuva com cada vez mais força. Concentrava-se em manter sua respiração em ordem uma vez que a mesma insistia em descontrolar-se conforme o nó em sua garganta apertava forçando as lágrimas, que ela lutava para reprimir, para fora. Pessoas, pensava, por que é uma obrigação viver no meio delas? Ficaria feliz em se tornar um monge eremita, livre de falar ou mesmo ver qualquer tipo de pessoa. 
A chuva não cessava e aquilo era a única coisa que ela apreciava naquela noite, o doce som da água martelando o chão, a cobertura parca de metal do ponto de ônibus e as sombrinhas e guarda-chuvas das pessoas que se amontoavam na espera que parecia alongar-se com o passar dos minutos. Havia um jovem a alguns passos que, vez ou outra, lançava olhares em sua direção, aquilo não a ajudava a se tranquilizar, piorava consideravelmente a situação.
Abriu a bolsa com a mão trêmula que estava livre e puxou para fora os fones de ouvido, música era tudo que precisava antes que o ataque de ansiedade assumisse uma proporção incontrolável ao ponto de ela precisar ligar para pedir ajuda. Plugou o fone no celular que também estava dentro da bolsa a tiracolo que levava, abriu a pasta de música e clicou em uma qualquer sem realmente ver qual era, apenas quando começou a explodir nos seus ouvidos pelos fones e acabar com o barulho do mundo à sua volta, ela percebeu que era Universal Death Squad. 
O ônibus finalmente chegou, ela se apressou a entrar e pegar um dos assentos do final, próximo a janela, onde pudesse respirar, tirou de dentro da bolsa o livro que estava lendo, mas seu coração agitado e sua mente perturbada pelas pessoas que enchiam a condução cada vez mais depressa a faziam tremular as páginas e sua perna direita não parava de balançar. As mãos começavam a suar de modo que ela, prestes a se render ao pânico, tirou o caderno e a caneta de dentro da bolsa e, sobre o livro mesmo começou a rasbiscar o que sentia, aquilo ajudava. Não viu quando o rapaz que a observava, e que estava sentado na outra ponta do banco ao lado da janela oposta a dela, percebeu sua agitação e se aproximou sentando-se ao lado dela, bem a tempo de impedir que outros 3 garotos o fizessem, pois o espaço do ônibus diminuía cada vez mais.
— Está tudo bem? — Perguntou ele tocando de leve no ombro dela.
A garota estremeceu e anuiu rapidamente com a cabeça baixando-a para o caderno, as mãos dela tremiam a um ponto que as palavras não saíam sequer legíveis, mas ele percebeu que ela tinha uma letra muito bonita. Em um gesto de ousadia — após ponderar bastante — ele puxou o fone do ouvido esquerdo dela e sussurrou.
— Respire, tente fechar os olhos e imaginar que está sozinha aqui dentro. Concentre-se apenas na sua respiração, nas batidas do seu próprio coração, respire devagar e pausadamente, quanto mais se entregar ao nervosismo, mais a crise vai piorar.
Ela o olhou, visivelmente chocada, mas ele simplesmente sorriu docemente encorajando-a. Aturdida e confusa, ela baixou novamente a cabeça e fez o que ele disse, sentindo a crise ir diminuindo ao ponto de se tornar tolerável.
— Isso mesmo. — Encorajou ele. — Melhor? Desculpe me intrometer, percebi que estava tendo uma crise de ansiedade, quis ajudar.
— Obrigada... — Sussurrou ela. — Mas como sabia?
— Meu irmão mais novo tem esse problema também, li muito sobre o assunto e o psiquiatra dele conversou conosco. — Explicou ele, sorrindo. — Para onde está indo?
— Hmm... para a faculdade.
— Ah, ótimo! Vou para lá também. — Alegrou-se. — O que você cursa?
— Língua e Literatura inglesa
— Faço psicologia. — Nesse momento sua voz desanimou um pouco. — Blocos um pouco longe. Mas posso ver você na hora do intervalo entre as aulas? 
— Por que? — Quis saber ela.
— Só pra me certificar que você está bem. — Sorriu ele. — Não precisa sair da sala se isso te assusta, posso ir até lá, só me dar o número.
— 36. — Anuiu ela. 
— Legal. — Sorriu ele. — Estarei lá então.
O ônibus parou no ponto da faculdade, os dois desceram e ele fez questão de levá-la até a sala, para aprender o caminho e para ajudá-la a andar no meio da multidão de alunos, fez algumas perguntas enquanto andavam para distraí-la e descobriram alguns gostos em comum. Enfim despediram-se na sala dela com a promessa de se ver no intervalo.
Ele não fazia ideia de onde aquilo ia dar, mas estava curioso para descobrir.

Dia 16: Escreva uma descrição do que você vê pela sua janela.

É tarde, o céu escuro cobre a cidade como um manto negro sobre a cabeça do mundo. Há algumas estrelas que não são ofuscadas pelas luzes abundantes da cidade, as casas, aos poucos, apagam suas luzes, carros e caminhões passam a todo tempo na estrada ao longe, do outro lado as luzes de motéis piscam, casinhas escuras e monotonamente iguais são silhuetas longínquas no lado leste, assim como as árvores frondosas salpicadas pelo bairro tomam formas sombrias na escuridão. A rua calçada vai se estendendo enfileirada de casas de diferentes tamanhos dos dois lados, prédios se destacam destoando-se em meio às casinhas de classe média construídas humildemente por seus próprios donos. 

Dia 17: Coloque o seu leitor de música no modo aleatório ou ligue o rádio. Escreva enquanto durarem duas músicas e escreva de acordo com o que você ouve.

O mundo explode. Sinto as faíscas abrasadoras caindo e queimando minha pele enquanto continuo buscando pelo meu destino, para o fim. O universo implode enquanto todos os sonhos queimam, o código sagrado que faz com que a vida caminhe ainda não foi decifrado, eu me sentia realmente vivo? Aquela realidade desaparece enquanto me torno apenas uma parte do nada que a vida engoliu, grito enquanto sou consumido, continuo acreditando em ilusões, andando em círculos, enquanto o fim do mundo que conheci acontece diante dos meus olhos, a ascensão começa. Continuo procurando meu legado, mas as respostas indubitáveis ainda não vieram, continuo como um pedaço queimado desse mundo em ruínas. É o armagedom do meu estado de sonhador.
Abro os olhos. Tudo continua como sempre esteve, o quarto de paredes azuis, os móveis inanimados no mesmo lugar de horas atrás, a música saindo baixinho do celular que deixei ligado na esperança de dormir mais facilmente, um suor frio escorre pelo meu rosto e nuca, a respiração agitada vai aos poucos se normalizando e vou me afundando naquela realidade triste. Estou sozinha. Relâmpagos iluminam o interior do quarto com feixes de luz sombrios e mortais, as janelas da minha alma se escancaram para o medo que acelera meu coração e se alimenta da minha alma. Me sinto preso nessa noite sombria tal qual o pesadelo que me despertou para a realidade.
Sinto o calor abrasador que consome meu coração.Um silêncio opressor ecoa dentro de mim, fecho a janela, fecho as portas, as vidas que foram destruídas caminham com passos abafados pela casa, choro. Soluço. É o único som que me cerca. A escuridão me engole, a dor aumenta, sufoco.
Era uma vez... um pesadelo.

Nossa, essa também foi MUITO difícil de fazer! '-' abri minha playlist do Epica e, por sorte, sairam duas das minhas favoritas, ainda assim foi complicadíssimo de escrever, de acordo com o que eu ouvia e com o que eu sentia ao mesmo tempo. Espero que tenha ficado razoável. Pode parecer sem sentido, mas o significado está nas entrelinhas.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Úrsula - Serena Valentino

Título Original: Poor Unfortunate Soul: A Tale of the Sea Witch
Série: Vilões #3
Autor: Serena Valentino
Ano: 2016
Páginas: 176
Sinopse: Descubra neste livro todos os segredos do passado de Úrsula. Desvende qual era o seu papel no reino de Tritão, o motivo de sua expulsão das dependências reais e, principalmente, como ela se transformou na temida Bruxa do Mar, que enfeitiçou a encantadora princesa Ariel. Toda história tem dois pontos de vista, não é mesmo? De que lado você está?

Primeiramente, peço desculpas por demorar a postar, acabei bagunçando meus horários e não tive tempo de postar. Bem, eu me dei conta agora que os livros seguem uma ordem apesar de abordarem vilões diferentes. Contudo, dá pra entender muito bem, apenas uma conexão ficou nublada para mim que foi a história da tal Circe que aparece no segundo livro, o da Fera, que eu ainda não li. De verdade estou ansiosa que lancem logo o livro de Malévola dessa autora, vocês sabem que eu sou muito louca pela Bela Adormecida. Bem, passando para Úrsula, o livro foi bem diferente da história da rainha Má, apesar de ter o background da Úrsula, no meu ponto de vista muitas partes foram um fiel copia e cola do filme, inclusive, se você também é fão de "Corações Infelizes" vai poder cantar a música quase toda pelo livro. 
Serena Valentino faz um trabalho realmente brilhante ligando os três livros com outros vilões da Disney, eu não sei quem é A Fada das Lendas, mas imagino que dê para descobrir em A Fera ou no livro de Malévola, achei muito interessante essa ponte que ela fez entre as história dando a todas elas vilãos em comum de algum jeito. Ela mescla os personagens da história com personagens originais que se encaixam perfeitamente na trama, além de dar uma vida ao vilão de modo que a gente seja capaz de compreender as razões que o levaram às ações nas histórias que conhecemos e amamos. Contudo, ficou meio que um buraco na história dessa vez.
Nós sabemos que A Pequena Seria tem uma condição, nela nós conhecemos a irmã de Úrsula (cujo nome esqueci agora) e ela vai usar Melody, filha de Ariel, para se vingar, certo? Contudo, Valentino teceu uma trama que segue um viés oposto ao do filme da Disney, isso pode soar como um spoiler então eu vou marcar para quem não quiser ler SPOILER *Ao colocar Úrsula como irmã de Tritão, irmão legítima, inclusive, ela nega completamente a existência da irmã do segundo livro, assim como os eventos que sucederiam A Pequena Seria dois,* FIM DO SPOILER e isso me deixou meio pensativa. quer dizer, não faz sentido. Pelo menos pra mim não fez. Essa descontinuação me fez ficar com um pé meio atrás com o livro, ainda assim, em um balanço geral a história não me impactou tanto como aconteceu com a Rainha Má, se há um ponto no livro que eu tiro como uma boa razão para indicá-lo é a questão central abordada: a rejeição da imagem.
Nesse ponto, a história é usada de maneira brilhante para demonstrar o complexo de inferioridade de Úrsula construído ao longo da vida por não se enquadrar nos padrões de beleza do reino de Tritão que exigia que ela usasse uma imagem ilusória para conviver no seu reino, essa rejeição fez com que ela nutrisse, internamente um complexo de inferioridade que ela usava como arma contra as outras pessoas, as "pobre almas infelizes" nesse quesito o livro é uma verdadeira jóia, a importância da aceitação pelo que você é, a mensagem de que a vingança só transforma você no monstro que você tenta evitar e, principalmente, que somos nosso maior inimigo, mensagens que a Disney sempre se preocupou em manter nos seus filmes (pelo menos antes) e eu gostei muito dessa parte.

O próximo livro que eu vou ler é meio grande e eu vou perder a terça porque vou viajar aí só vou ter o tempo de carro pra ler, mas vou me esforçar pra finalizar numa semana. Palavra. Então, até a próxima!

Desafio 365 Dia #12 Reblogue 3 textos de outros participantes

Dia #12: Reblogue 3 textos de outros participantes

Como sabem, não estou fazendo esse desafio no tumblr como é a proposta, mas apenas aqui no blog, procurei por pessoas que estivessem fazendo o desafio lá, mas só achei uma menina que está participando e mesmo assim é em inglês. Então, decidi "reblogar" aqui mesmo três textos de uma amiga minha que está participando num blog também.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dia #11 Faça uma playlist para sua história

Dia #11: Faça uma playlist para sua história

Então povo, vamos falar de música no desafio de hoje! Fazer playlists, apesar de parecer simples, dá um trabalho do cacildes. Achar as músicas que definam o roteiro que você está escrevendo é dose. Eu sofri um bocadinho escolhendo as músicas que delineavam realmente Congelada. Espero que vocês gostem!

Congelada - Playlist

1. Amaranthine - Amarante
2. Castle of Glass - Linkin Park
3. Our Destiny - Epica
4. Your Star- Evanescence
5. Side Effects - Mariah Carey
6. Storm The Sorrow - Epica
7. Memories - Within Temptation
8. Safe and Sound - Taylor Swift feat. Civil Wars
9. Burn to a Cinder - Epica
10. Savin' me - Nickelback
11. Someday - Nickelback
12. Frozen - Within Temptation
13. Darkling - Sirenia
14. Forgiven - Within Temptation
15. I am Only One - We Are The Fallen
16. What I've Done - Linkin Park
17. Powerless - Linkin Park
18. Blood on My Hands - Xandria
19. My Destiny Coming To Pass - Sirenia

Você pode ouvi-la AQUI

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Desafio 365 dia #10 Faça um Moodboard para sua história ou um de seus personagens

Dia #10: Faça um Moodboard para sua história ou um de seus personagens

Gente, eu pesquisei o que era um moodboard porque eu juro que nunca ouvi essa palavra na vida! Pelo que consegui entender, é mais ou menos um aesthetic, uma combinação de imagens e textos que representem aquele livro ou aquela personagem. Eu não sou versada em montagem não, mas pesquisei sites para montagem de fotos e consegui fazer uma montagem para a Bella de Congelada, no processo de tentativa e erro mesmo rsrsrs. Eis o resultado para vocês!


Para mim foi bem difícil achar coisas que conseguissem expressar quem é a Bella, muitas coisas dela são cegas até mesmo pra mim, confesso. Contudo, a ideia aqui foi mais para o cumprimento do desafio do que para realmente usar de divulgação. Foi interessante tentar criar essa imagem e pensar um pouquinho em coisas que representassem essa personagem que foi um marco na minha vida de autora e de jogadora de RPG. E já aproveitando a deixa, Congelada está sendo postada no wattpad por enquanto!

Desafio 365 Dia #9 Escreva uma história em terceira pessoa


Dia #9: Escreva uma história em terceira pessoa

Não consegui postar ontem porque passei o dia quase todo fazendo faxina no meu quarto depois que o meu pai terminou de pintar as paredes mais escuras e, aí, fui fazer o trabalho da energúmena que me mandou fazer um texto de cinco laudas nas férias! Ninguém merece. Então, vou postar o de ontem e o de hoje no mesmo dia (fazer o quê?).

Solitária

Não via as horas. O tempo  parecia ter deixado de existir ou se resumido naquela existência de exatidão. O relógio deixou de ser importante, não ligava mais para o minuto seguinte. Não doía mais. O mundo se resumia em um montante de palavras que se assomavam na folha branca, a letra garranchada tentando acompanhar o pensamento. Inútil. Não existia pressão, não havia os desejos ou as expectativas de outrem, só as folhas, só as palavras, só seus inseparáveis amigos silenciosos que falavam com o íntimo do seus pensamentos.

O mundo finalmente alinhou-se aos seus sonhos, tornou-se tinta, imprimiu seu mundo, protegeu seu coração. Em um canto da mesa as cartas ainda por abrir, a foto solitária no porta-retrato de vidro e a imaginação que voava solta pelas paredes do quarto branco, simples, sem detalhes demais, tranquilo como seu espírito. Todos os seus medos abrigaram-se do lado de fora da porta de ferro, assim como as pessoas. Os estranhos ali não lhe notavam e os que o faziam não lhe apontavam dedos críticos, não exigiam suas expectativas frustradas, não lhe tratavam como um objeto defeituoso. Para eles, ela era uma pessoa; para ela, no âmago do seu ser escondida na paz da alcova alva, uma criadora.

As palavras eram suas ferramentas, a folha o alicerce de sua construção, o seu mundo, o seu eu. Eram um só, ela e as palavras, naquele mundo de loucos que precisava de abrigo, naquele lugar onde as esperanças pareciam perdidas, naquele campo branco de bonecas feridas, ela encontrara o descanso para seu espírito, a liberdade para suas palavras, a quietude para seu coração, a calma para sua doe, a segurança para os seus medos.

E na clínica de bonecas, com damas de branco e almas dolorosas, uma nova história acabava de ser criada.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Desafio 365 dia #8 Escreva uma história em segunda pessoa


Dia #8 Escreva uma história em segunda pessoa


Gente, vou confessar pra vocês, eu definitivamente penei horrores pra cumprir o desafio de hoje, sério. Pesquisei um monte pra conseguir tentar construir esse texto! Não é uma coisa que eu seja acostumada a fazer e, mais ainda, não é algo que a gente seja acostumado a ver, mas foi realmente interessante tentar! Espero que tenha valido.

Você fecha os olhos. O mundo à sua volta vai lentamente desaparecendo conforme seus sentidos são submersos no planeta que você traz dentro de si. O nó aperta a sua garganta provocando uma dor incômoda e latente, o gosto amargo preenche sua boca e você se sente enjoado, a vontade de se encolher aumenta, mas você não se mexe, não se atreve. Se o fizer a realidade te engolirá e você sabe que não é capaz de lidar com ela.
            Um som. Você pode ouvir nitidamente, são passos rápidos e leves como a chuva que cai do lado de fora. Você espera, imóvel, a porta sendo aberta e os passos se tornando mais próximos, parte de você já sabe o que vai acontecer, o que a pessoa recém-chegada dirá quando o vir.
— Ah, de novo! — Exclama ela.
            Um sorriso arqueia-se no seu rosto. Você não precisa olhar para ela para ver a expressão de frustração, o revirar de olhos e a careta de desagrado. Lentamente, seus braços relaxam e seus olhos se abrem de encontro ao rosto da sua mãe. O olhar reprovador dela causa uma enorme vontade de rir no íntimo do seu ser, mas você se controla.
— Kiara, quantas vezes já falei para não fazer isso? — Ela aponta para você.
— Parei de contar a meses. — Você responde ignorando completamente a raiva na voz dela.
— Não me teste. — A ameaça te faz querer rir mais. — Desça para o jantar.
— Cinco minutos. — Sua promessa é vazia e você sabe que ela tem conhecimento disso.
— Já ouvi isso antes.
            A porta fecha e você volta a fechar os olhos. O som da chuva do lado de fora guia sua mente para o quarto que lhe cerca, a velha escrivaninha, o papel de parede verde, o armário de portas vazadas por onde uma vez você viu sua irmã mais velha transar com o namorado durante uma festa que você não deveria participar. A cômoda cheia de perfumes e maquiagem que não são seus, mas sim furtados da mãe e da irmã, além da caixa de cerâmica que você ganhou no seu último aniversário e que guarda a relíquia: o relógio digital do homem aranha que Mark te deu antes de se mudar para São Paulo.
Mark.
            Sua cabeça oscila. Você comprime os olhos para evitar as lágrimas, sabe que vai demorar horrível e dolorosamente até se verem outra vez. Mas não importa, você confia na promessa que fizeram. Sabe que ele virá até você. A cama está próxima à janela, por isso você ouve a chuva tão bem, e, ao seu lado, os vários pôsteres de bandas que a sua mãe odeia que você goste, mas você continua ouvindo principalmente como uma forma de provoca-la. Faz parte da sua natureza.
            Então o grito irrompe. Seus olhos se abrem e seu corpo se move sozinho até a porta, no andar de baixo sua mãe grita de desespero, algo quebra. A voz da sua irmã mais velha soa, e logo outro grito vem. O som de vidro se quebrando vem, as vozes da sua mãe e irmã soam na rua e você alcança a janela a tempo de vê-las correndo ao longo da rua, mas no andar de baixo o som de coisas quebrando permanece. Vidro estilhaçado, móveis chocando-se contra a parede, você ouve tudo com uma mistura de terror e frustração. Sua família se foi, a salvo na rua, mas você estava ali dentro, sozinha.
            Você se vira para porta mais uma vez e o silêncio te envolve. Não há um único ruído além do som da chuva do lado de fora. Seus passos são cautelosos enquanto se movem sem som até a porta e sua mão trêmula segura a maçaneta gélida, mas, para sua surpresa, está trancada. Você não consegue abrir. Uma espécie de pânico lhe devora, você está presa. Sua melhor alternativa é ligar para Mark, mas não importa o que você faça, seu telefone não está em parte alguma.
Passos.
            Vozes sussurradas vem pelo corredor. Seu corpo retesa enquanto você tenta reconhece-las ou compreender o que dizem, sem sucesso.  Seus olhos vasculham o quarto em busca de algo para se defender, onde seus saltos agulha haviam ido parar?  Os sussurros se aproximam, a porta do armário está aberta e é lá que você se esconde, na segurança da escuridão parcial, os olhos assustados fitam o lado de fora do quarto quando uma chave é girada e ele entra no quarto. Você tem a impressão de já tê-lo visto antes, mas é incapaz de pôr seus pensamentos em ordem, ele suspira e começa a chamar o seu nome, você põe a mão na boca para abafar sua respiração audível.
            Algo gélido encosta na sua nuca e você fecha os olhos para conter o impulso de gritar, a adrenalina correndo pelo seu corpo, ele levanta e você se encolhe, a pulsação como tambores nos seus ouvidos.
— Vamos lá, Kiara, saia logo daí. — Ordena ele, impaciente. — Não me obrigue a tirá-la de novo.
            Lágrimas enchem seus olhos. Logo ele vai começar a contar mentiras para fazer com que você saia, mas você é mais esperta, sabe que se ele a descobrir, você está morta. A voz dele resmunga algo que você não compreende, seus olhos se abrem outra vez, não é mais seu quarto ali, o papel de parede verde desapareceu, a cama na qual ele está sentado não é de jacarandá, mas tem a armação de ferro cuja tinta está saindo em vários lugares.
— Ouça... — Você tenta não prestar atenção ao que ele diz. Como fora parar ali é a pergunta que toma mais espaço na sua mente. — Posso imaginar o trauma que você passou, mas eu não vou te fazer mal.
            Aí vem as imagens. Sua mente é tomada por elas. A porta se abre e o homem entra, mas não aquele que está sentado naquela cama estranha, alguém do qual sua mente se força a esquecer, o rosto está borrado, mas você consegue distinguir os olhos azuis, braços te agarram com força jogando-a contra a parede, sua cabeça bate e a dor preenche todo o seu crânio, a visão fica embaçada, seus sentidos enfraquecem. Ele se abaixa diante de você e começa a te estrangular com a mão poderosa, o ar desaparece e o desespero cresce, uma das suas mãos tenta puxar o braço dele dali, a dor cresce, sua outra mão vasculha o chão atrás de qualquer coisa.
Então a mão toca as correias finas da sandália.
            Você a havia usado no dia anterior, na festa de formatura de Mark. Foram semanas implorando para que sua mãe lhe deixasse compra-las. As tiras finas cruzavam-se até uma mais grossa que contornava o tornozelo, a parte da frente era plataforma até o peito do pé, o salto agulha crescia sete centímetros e meio atrás em uma fina linha prateada. Desesperada por oxigênio sua mão agarrou aquele sapato lindo e caro, com uma força que você desconhecia e levemente cega pela dor, você investiu o salto contra o estranho.
            O ar finalmente voltou ao seu corpo, guinadas dolorosas penetrando pela sua garganta, o pescoço vermelho machucado que você acariciava naquele momento, sua mãe gritou na porta do quarto desesperada, você ergueu os olhos aquosos para ela, o homem estava diante de você, a poça de sangue se formando do seu pescoço perfurado, a imagem fez com que você se encolhesse, você queria dizer que não fora sua culpa, que ele a havia atacado, mas sua voz desapareceu. Sua irmã mais velha aparece logo depois e cai assustada, os olhos tomados de terror.
            Seu corpo treme. A realidade aos poucos vai recaindo sobre você, quando seus olhos focalizam novamente o rapaz não está mais na cama, mas abaixado diante de você. As mãos seguram delicadamente seus braços, ele a ajuda a levantar, não está mais escuro, você não está mais no seu armário, mas em um banheiro. Agora você sabe.
Aquele é o purgatório onde você cumpre a pena do seu crime.
— Muito bem... — O rapaz sorri quando você o acompanha até a cama. Tudo é branco, não há mais móveis além da cama e de uma cômoda e uma cadeira de plástico próxima a uma janela.
Chove.
— Isso mesmo. — Ele a encoraja. — Agora tome o seu remédio.
            Gritos vem do lado de fora, abafados por mais portas de metal que ocupam a extensão do corredor. Você aceita o comprimido e observa o rapaz. Ele é alto, os cabelos curtos e pretos, a pele amorenada, os olhos castanhos e os braços fortes. Traja uma roupa branca com jaleco e tem um sorriso pacificador. Há mais uma coisa que seus olhos captam rapidamente, bordado com linha azul-escuro no bolso do seu jaleco está escrito um nome.

Mark.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dia #7 Escreva uma história em primeira pessoa

Dia #7 Escreva uma história em primeira pessoa


BEM VINDO DE VOLTA!
Eu me habituara ao silêncio.
Por isso, quando girei a chave na fechadura do apartamento onde morava, estranhei ouvir o choro de Alice, quase como um prenúncio de que algo estava muito errado. Fechei a porta e avancei rapidamente para o quarto dela, no berço branco, mesmo com o móbile de bichinhos balançando, ela movia os bracinhos inquieta enquanto desabava em um pranto de cortar o coração. Lágrimas de compaixão brotaram em meus olhos enquanto, por um minuto, fiquei imóvel observando-a até finalmente pegar seu corpinho diminuto com cuidado nos braços e lhe afagar as costas.
Tudo bem, meu amor. Sussurrei mesmo sabendo que ela não entenderia minhas palavras. Papai está aqui.
Aos poucos, ela aquietou-se, o coraçãozinho batendo em um ritmo suave que eu podia sentir pulsar pelas suas costas, o calor do seu corpinho invadindo cada célula do meu corpo e preenchendo espaços que eu nem sabia que existiam. Ouvi um barulho vindo da cozinha e segui com Alice nos braços até lá, tinha certeza de que era Cristina, me perguntava o que ela fazia que não foi imediatamente ao quarto pegar a nossa filha e acalentá-la. Encontrei-a vestindo sua camisola de seda de sempre, os cabelos castanhos desgrenhados enquanto, com uma cara inchada pelo sono, testava a temperatura do leite na mão.
Imaginei que tinha chegado. Disse. A voz cansada e profundas olheiras escuras quando sorriu para mim. Ninguém consegue acalmá-la tão rápido, principalmente quando está com fome.
Estava dormindo? Inquiri mesmo que já soubesse a resposta.
Sim. Me senti indisposta de novo. Comentou.
Você deveria ver um médico, já disse. Adverti-a. Está cansada, amor, por que não vai deitar?
Deve ter razão. Concordou, por fim. Você cuida disso?
Claro. Sorri pegando a mamadeira que ela me oferecia.
            Segui com Alice para a sala enquanto Cristina voltava para o nosso quarto a fim de retomar o sono interrompido pelo choro da nossa filha. Alice sugava o leite com avidez, era tão tranquila e linda quando me olhava com aqueles pequenos olhinhos de avelã até, por fim, conseguir dormir e me lembrar do cansaço do meu corpo. Tentei não pensar muito, entrei no quarto sem fazer barulho e fui ao banheiro tomar banho, ignorei a dor intensa na minha cabeça, abri o armário do banheiro e tomei dois analgésicos antes de me aconchegar sob os lençóis, mesmo apesar do calor insuportável. O silêncio instaurou-se novamente, o mesmo silêncio com o qual eu me habituara a tanto tempo, como se não houvesse mais nada à minha volta, até mesmo a respiração de Cristina ia se tornando mais distante.
            Quando o despertador me acordou às oito horas do dia seguinte, desliguei-o rapidamente e percebi que já estava sozinho outra vez. Apressei-me em tomar um banho e trocar de roupa, não importava o que acontecesse, não podia chegar atrasado no trabalho. Passei pelo quarto de Alice e o berço estava vazio, fechei a porta do apartamento e desci as escadas para o térreo, topei com minha vizinha Adriana e cumprimentei-a rapidamente, peguei o carro no estacionamento do prédio e segui para o escritório de advocacia onde trabalhava. Apesar de estar cedo o calor já era grande, cumprimentei minha secretária e entrei na minha sala contemplando sobre a mesa a foto de Cristina e Alice no dia em que saímos do hospital, havia sido tirada por Geovana, minha sogra.
— Doutor Caio. — Minha secretária, Paula, deu duas leves batidas antes de aparecer por uma brecha na porta. — Sua sogra está na linha, devo dizer que está ocupado?
— Não, Paula, por favor, pode passar. — Massageei as têmporas antes de pegar o telefone. — Alô?
— Caio, filho, como você está? — A voz dela era trêmula e carinhosa.
— Estou bem, Geovana, e você?
— Vivendo como Deus quer. — Quase podia ver o sorriso em seu rosto. — Eu soube que você não está indo ver o doutor Fernando ultimamente.
— Não há mais necessidade disso... não vejo como ele possa ajudar em algo. — Disse tentando não soar tão irritado.
— Já faz um ano, filho, você também precisa superar.
            Na foto sobre minha mesa, Cristina tinha a cabeça baixa, os longos cabelos castanhos caíam sobre os seios e o pequeno embrulho que ela trazia nos braços. Nossa filha, Alice, nascida morta naquele dia. O velório aconteceu na casa de Geovana, pois nosso apartamento era muito pequeno, depois do enterro, minha esposa passou três dias sem falar ou comer nada, quando cheguei em casa do trabalho, uma semana depois, encontrei-a em um lago de sangue no banheiro de casa com os pulsos abertos em profundos cortes em formato de cruz, mesmo sendo levada ao hospital não havia mais nada a ser feito. O violento choque me deixou quase louco e passei a ver — a pedido de Geovana, um psiquiatra chamado Fernando, cujo consultório ficava próximo ao meu escritório de advocacia.
— Ainda está aí? — Perguntou ela do outro lado.
— Sim, tenho um cliente agora e preciso desligar. Obrigado, Geovana.
— Se cuide, Caio... Cristina gostaria disso.

            Quando cheguei em casa novamente, horas mais tarde, o silêncio tão conhecido se instalava em todo prédio. Era tarde, por volta de nove horas da noite, minha cabeça doía, fechei a porta do apartamento e segui o pequeno corredor a tempo de ver Cristina sentada na sala ninando Alice em seus braços e vestindo a mesma camisola de seda de sempre. 

sábado, 6 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dia #6 Escreva uma história no estilo de um autor que você odeia


Dia #6 Escreva uma história no estilo de um autor que você odeia

Esse dia vai ser mesmo difícil pra mim, porque não tem um autor ou autora que eu realmente odeie, há histórias que eu realmente detesto por alguma razão, por exemplo, eu não gosto da escrita da Paula Pimenta de jeito nenhum, eu detesto a série Imortais da Allison Noel, tenho um trauma da Paula Hawkins e aquela maldita garota no trem, nunca mais ou ler um livro do James Patterson porque a escrita dele, pra mim, é muito insípida ou mesmo o vazio quase total da E.L. James, mas não odeio nenhum deles, na verdade, acho que a minha vida inteira a única pessoa que eu cheguei a odiar realmente foi a mim mesma. Então, escolher escrever como um deles é realmente uma tarefa que eu não me sinto na capacidade de fazer porque, apesar de não gostar das histórias deles, nenhum deles (com exceção da James) escreve mal. O problema da James, como eu disse, não é nem tanto a escrita dela ser realmente ruim, é ser... como direi, insípida e infantil. Mas eu não sou nenhuma crítica literária para estar apontando isso de um best seller, né? É só minha inútil opinião. Então, para o desafio de hoje, o que eu escolhi fazer, pegar um desses autores e tentar, e vejam que eu disse tentar reproduzir em uma cena ou um conto o que eu não gosto na história dele. Mas isso é difícil porque eu tenho aquela mania inconsciente de consertar as coisas enquanto as faço. Por isso, há uma grande possibilidade desse desafio de hoje sair muito frustante. Mas, não seria desafio se fosse fácil, né? Vamos lá...

Beijo Técnico

            Roberta caminhava de um lado para outro com as folhas de cena em mãos. Qualquer um podia ver que ela estava tensa e mesmo sem saber a razão de toda aquela agonia era difícil não se compadecer com a angústia da jovem. Impaciente, Amanda, a mãe de Roberta, caminhou até a filha a passos rápidos e precisos para saber finalmente o motivo de tamanho desespero.
— Que há Roberta? — Perguntou cruzando os braços sobre o peito.
— Nada, mãe, só estou nervosa com um teste. — Deu de ombros.
— Acha mesmo que nasci ontem? Você nunca fica nervosa com cenas! — Disparou a mãe com a sobrancelha erguida na expressão incrédula. — Que tem essa cena de tão especial?
— Hmmm... Nada demais. — Roberta pôs as folhas nas costas apertando-as com as mãos suadas.
— Deixe-me ver. — Amanda falou com uma voz autoritária.
— Mas...
Antes de completar o protesto a mãe tirou-lhe o papel das mãos e se pôs a observar:
Cena 09 – Ato I
Casa de Amélia – Dia
[Luna entra afobada no apartamento de Amélia esperando encontrá-la, mas é Diegu que está lá, ao vê-lo ela para estática.]
LUNA
Não sabia que...
DIEGU
É bom ver você, Luna.
LUNA
Volto depois...
[Luna se prepara para sair, Diegu a impede indo atrás dela e segurando-a pelo pulso.]
DIEGU
Não vá agora, por favor.
LUNA
É que eu...
DIEGU
Até quando vai fingir que não sente a mesma coisa?
LUNA
De que esta falando?
DIEGU
Disto...
[Os dois se beijam.]
            Os lábios de Amanda curvaram-se com um sorriso travesso ao ver a última frase da cena grifada com um marcador de texto. Ela simplesmente devolveu o roteiro para a filha e lhe sorriu dando um beijo delicado na testa e saindo em seguida para seus afazeres anteriores. Roberta a olhou sem entender e pegando a mochila saiu de casa sem falar nada. Era fim de tarde e o teste seria no dia seguinte, Roberta estava mais que acostumada com aquilo, fizera teatro desde os nove anos, amava estar sobre o palco, viver milhões de personagens diferentes, mas nunca, nunca enfrentara este dilema antes. Sempre pegava papéis secundários, mesmo antagonistas no caso das peças mais longas, mas nunca passara por isso antes.
            A peça fora escrita por Marco, um dos seus melhores amigos e por isso ela fora escolhida para ser a protagonista, era sua grande chance e Marco escrevera a personagem para ela, mas nunca imaginara que precisaria passar por isso. Era constrangedor. Aos dezessete anos de idade, Roberta nunca havia beijado um garoto, o que era comum para as outras garotas, para ela era apavorante só de imaginar! Só havia uma pessoa que poderia ajuda-la naquele momento: Anna. Quando avistou a casa da amiga ela bateu apressada sendo recebida pela mãe da garota, Emma.
— Anna está, senhora Perkins?
— Sim, querida, pode subir ela está no quarto.
Erguendo uma sobrancelha ao fitar o semblante tenso de Roberta, Emma sorriu ao fechar a porta e ver a menina subir os degraus de dois por vez. Sem bater, Roberta abriu a porta do quarto da amiga que, calmamente, passava sua falas diante do espelho.
— Rob! — Ela falou sob efeito do susto. — Onde ficaram seus modos?
— No mesmo lugar que minha coragem! — Replicou a adolescente com a voz trêmula.
— Que aconteceu? — Anna largou o roteiro sobre a cômoda e sentou ao lado da amiga na cama.
— Há uma cena de beijo na peça, a mesma cena que farei no teste amanhã! — Anunciou com pesar na voz.
— Ora e o que tem isso demais?
— Como posso interpretar um beijo técnico se nem ao menos sei como um beijo de verdade funciona?!
— Quer me dizer que é BV?! — Anna olhou a outra, incrédula.
— Sim, quero dizer... — Admitiu Roberta, apavorada e envergonhada.
— Não acredito! — A amiga falou com surpresa e entusiasmo. — Como assim nunca beijou um garoto?
— Não houve oportunidade! — Mentiu.
— Roberta! — Censurou Anna sabendo que a amiga mentia.
— Ta bom... Isso me apavora! Por isso não arrisco namorados. — Disse a verdade por fim.
— E quem faz o par com você? Ainda não me inteirei de todo o elenco.
— Não acreditaria se eu dissesse...
— Bom, então tente.
— É o Antony Prist.
— Você vai perder o BV com Antony Prist?! — A expressão entusiástica de Anna só aumentou o nervosismo de Roberta ainda mais. — Menina você não tem que estar em pânico, tem que estar eufórica! É o garoto mais lindo, popular e inteligente de toda companhia!
— Não é tão simples, Anna... amanhã vou falar com ele antes do teste e... dizer que não posso fazer a cena.
— Não pode simplesmente desistir de um papel principal, não por uma bobagem, Rob! No beijo técnico os lábios mal se encostam! Apenas fique tranquila! E sempre achei que o Tony tinha uma quedinha por você.
— Não está ajudando muito! E não diga bobagens!

Dia do Teste
            Roberta olhou no relógio pela milésima vez. Mal dormira na noite anterior e sua cabeça doía insuportavelmente. Antony ainda não havia chegado o que aumentava mais sua ansiedade. Ele era um cara legal, mais velho que ela dois anos e mesmo que tivessem se falado poucas vezes não havia como negar a atração que havia entre os dois. Uma química inegável nos palcos e fora deles. Antony era o ator mais talentoso da companhia de Artes Cênicas da Carolina do Norte, inteligente, cavalheiro, sério e inegavelmente lindo. ‘Bom demais para ser real’ pensava Roberta, quando ele finalmente apareceu, faltando apenas vinte minutos para o teste de cena. Ele lançou um olhar confuso para a garota que parecia tremer mais que o normal:
— Oi, Roberta, você está bem?
— Tony, eu não posso... — Disse ela, lívida, sem conseguir encará-lo.
— Roberta, sério acho melhor você sentar... Vem comigo. — Ele falou puxando-a para um pufe que havia no cenário e abaixando-se em sua frente. — Aconteceu alguma coisa? Você está pálida como um fantasma.
— Sei que... A gente não se conhece direito e tals, mas eu não posso fazer o teste com você. Não essa cena que escolheram. — As palavras saíam atropeladas e Roberta tremia.
— Algo errado? — Ele tentava em vão fazê-la encará-lo.
— Eu... Não dá. — Roberta fechou os olhos com a cabeça baixa. A voz trêmula e um nó de ansiedade comprimindo sua garganta.
— Quando eu escolhi a cena do teste achei que te passaria confiança, afinal eu já a vi em inúmeros testes antes.
— Espera... — Ela falou reavaliando mentalmente o que ouvira. — Você escolheu a cena?!
— Sim. Quando Marco me disse que você seria a Luna eu...
— Então você sabia...
— Claro que sim! Acha que eu escolheria essa cena pro teste com a Anna ou a Vanessa?
— Mas...
— Ora, Rob, pensei que já havia percebido que gosto de você. — Os olhos dela encararam os cabelos negros, os olhos azuis e o sorriso perfeito de Tony, sentiu seu rosto queimar e imaginou que estava vermelha.
— Não sei beijar... — A revelação saiu sem que ela percebesse, um sussurro solto como se ela estivesse hipnotizada pelo semblante de Tony.
— Sério? — Os olhos dele se iluminaram e um sorriso brilhou em seu rosto.
— Antony, Roberta! A vez de vocês. — Marco anunciou gritando.
            Roberta estava estática, Tony a puxou para sua posição e lhe olhou nos olhos docemente:
— Ei, apenas faça a cena como uma cena qualquer, deixe que eu a guie e não tenha medo. Confie em mim, Rob, nunca faria nada que machucasse você.
Foi difícil para Roberta segurar o coração palpitante ao ouvir essas palavras, Tony se posicionou sentado em um sofá no cenário quando, depois de respirar e encorajar-se mentalmente por dez vezes, ela entrou em ação.
— Desculpe... Eu... Não sabia que... — Roberta não precisava fingir, seu nervosismo era real.
— É bom ver você, Luna. — Tony sorriu, tentando acalmá-la.
— Volto depois... — Ela virou-se na posição errada do palco, ansiosa para fugir dali.
— Não vá agora, por favor.
— É que... eu...
— Até quando vai fingir que não sente a mesma coisa? — O sorriso doce de Tony abalou-a, ele estava sendo sincero. Não estava atuando.
— De... Que esta falando? — As palavras quase não saíram.
— Disto...
            Segurando seu rosto entre as mãos, calmamente, Antony aproximou o rosto de Roberta acariciando levemente as maçãs de sua face delicada, os lábios se encontraram delicadamente, ele a guiou com paciência em cada movimento e desceu as mãos pelas costas dela apertando-a de encontro ao seu corpo em um abraço completo e protetor, Marco levantou batendo palmas junto com os demais atores que assistiam ao teste e quando os lábios de Tony desgrudaram dos seus Roberta sentiu-se tonta.
— Perfeito! — Exclamou Marco. — Qualquer um que visse, pensaria que estavam em uma situação real.
Tony abraçou Roberta e apenas riu. Sem jeito, ela simplesmente o olhou e sorriu, mal sabia Marco que escrevera a cena perfeita para o momento certo.

Não vou dizer quem foi o autor (a) que eu escolhi pra ser base desse conto, mas foi um dos citados lá em cima. Foi bem complicado pensar como um autor que eu não gosto, de todos até agora esse foi o desafio mais difícil... mas espero que tenha ficado legal mesmo assim. Até amanhã!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Desafio 365 Dia #5 Escreva no estilo do seu autor favorito

Dia #5 Escreva no estilo do seu autor favorito

Esse vai ser um pouquinho difícil de cumprir, minha autora favorita por razões óbvias é a Cassandra Clare, eu vou seguir (ou tentar) um estilo de narrativa em terceira pessoa que foca o ponto de vista de personagens alternadamente. Vou tentar, pelo menos kkkk. Essa é uma cena que pensei agora e vai entrar em Queimando, segundo livro da duologia Fogo e Gelo. Espero que gostem!


— O que falar da pessoa que solta de forma despretensiosa que escreveu um livro de 600 páginas como se dissesse que fez uma lição de escola? — Cass sorria de forma despojada, sentindo-se à vontade com sua amiga Sarah como se não precisasse usar de subterfúgios para ter uma conversa divertida.
— Alguns chamariam de “maluca” talvez. — Sorriu ela, divertida. — Aceita algo para beber? Minha adega é abastecida com qualquer bebida que queira. Sabe, tenho amigos de muitas espécies.
— Uma vodca seria ótimo! — Piscou.
— Saindo uma vodca!
            A conjuradora espalmou a mão no ar em direção a adega e uma garra de vodca veio flutuando no ar velozmente até sua mão. Cass olhava aquilo admirado, ainda não havia se acostumado com os poderes da amiga, ela não era uma bruxa, também não era uma fada, a espécie dela era algo totalmente novo, algo que ele nunca vira antes em suas andanças pelo mundo. Sarah era, para ele, alguém fascinante. Agradeceu pela bebida sorvendo o líquido quase de imediato. Talvez fosse a sede ou o costume adquiro nos bares que frequentava, mas então, ao pensar no que a amiga disse, decidiu testá-la.
— Vem cá, me diz , tem sangue de unicórnio? — Na tentativa de não rir pela pergunta Cass apenas de dedicou a preparar outra dose de vodca, mas realmente era movido pela curiosidade sobre o peculiar liquido carmim. — Ah, eu ando por muitos lugares.  Um pouco aqui e outro ali.  Curto ler bastante, então pretendo aumentar a quantidade de livros na estante e, em minhas leituras, recentemente fui pego por esse líquido peculiar, fiquei imaginando se você teria algo do tipo em sua adega.
            Cass deslizava o dedo na borda do copo, parecia organizar bem o que falava ou quem sabe apenas pensava em sua coleção abarrotada na estante velha do quarto alugado.

Sarah deu uma risada ao ouvir a pergunta. Erguendo a mão ela girou o pulso delicadamente fazendo a geladeira abrir e levitando a garrafa de vidro no ar até sua mão. Pelo vidro via-se um líquido rubro brilhante e acetinado, a garrafa era tampada com uma espécie de cortiça de vidro vermelha que parecia uma pedra preciosa. Ela piscou para Cassel apontando a garrafa.
— Fresquinho. Importado da Normândia, mas não me diga que quer uma dose!
            Ela prestava atenção enquanto ele falava. A sensação de proximidade e naturalidade lhe trouxeram à mente as agradáveis conversas que tivera com o amigo antes de ele partir. Estava sinceramente feliz de revê-lo. A reação de Cass foi realmente curiosa ao ver a garrafa pela primeira vez, Sarah podia perceber que ele estava perplexo, inicialmente levou um tempo até que ele recuperasse a voz.
— E se eu disse que sim?  Vai me dar? — Inquiriu ele e a conjuradora ergueu uma sobrancelha, desafiadora.
            Sarah observava Cass menear a cabeça para o lado, seu riso invadia o pequeno espaço da sala preenchendo-a de vida.  A aguçada curiosidade do caído estava em evidência, por um lado achava infantil o ímpeto por experimentar, por outro, dizia para si mesma que poderia ser divertido observá-lo naquela empreitada. Apesar de já ter passado por aquilo diversas vezes com seus convidados, ela sabia, nunca se cansava da experiência.
— Claro que sim. — Deu de ombros com uma risada baixa. — Mas advirto, o gosto pode te deixar um pouco "enjoado". E os efeitos eu não posso prever, geralmente essa bebida é pedida por demônios do caos e seguidores de asmodeus... não sei que tipo de efeito colateral poderá causar em anjos caídos.
— Deixe que eu descubra por mim mesmo! — Piscou ele.
            Ela se lembrava do gosto. O sangue de unicórnio era mais denso que o sangue comum de humanos e animais, engoli-lo era quase como colocar o dedo na garganta. O sabor era ácido e agridoce com um fundo amargo e algumas nuances apimentadas. Da primeira vez que provou se perguntou como os demônios conseguiam beber aquilo. Nela, os efeitos colaterais se reduziram a vômito e alucinações. Não sabia que efeitos teria no amigo, ainda assim, deixá-lo-ia experimentar, afinal, por bem ou por mal o sangue de unicórnio só era mortal para hospedeiros. Assim, pousou a mão espalmada sobre a mesa de centro e concentrou-se, erguendo-a delicadamente e bem devagar enquanto uma taça de cristal se materializava como que saindo da sua mão. Sarah dispôs uns dois dedos da bebida dentro da taça e entregou-a a Cass.


Não está completa, é claro, mas eu já terminei ela toda e ficou muito divertida a reação do Cass ao sangue. O efeito que eu dei à cena, de usar a terceira pessoa para as duas personagens, é mais ou menos o da tia Cassie, mas, meus queridos, eu estou longe do patamar dela. Ainda assim, fica valendo eu acho. Os sábados geralmente são ruins para escrever porque é meu dia de faxina, ainda assim vou tentar pôr em dia, então até amanha!