Ano: 1938
País: Reino Unido
Gênero: Mistério, suspense, policial
Páginas: 224 (edição da foto)
Sinopse: O multimilionário Simeon Lee convida os membros de sua família para passar o Natal em sua propriedade. Este convite é visto com desconfiança por vários parentes, porque Simeon nunca deu provas de que se importasse com eles. Foram convidados, inclusive, Harry, uma espécie de ovelha negra, e Pilar, uma neta que ninguém conhecia. Na verdade, o objetivo de Simeon é desenvolver um jogo sádico com seus familiares. Porém, um convidado inesperado bate à porta: a morte.
De cara isso pode parecer um spoiler, mas eu não considero assim, então, bem vou dizer apenas que esse livro me remeteu muito ao Assassinato de Roger Ackroyd, dito isso tirem suas próprias conclusões. Ao contrário do que aconteceu com o citado, eu não fiquei tipo, muito "Meu Deus" quando o assassino foi revelado, lembro que quando li Roger eu estava na faculdade, em uma sala vazia, na hora da revelação eu soltei um grito de "Não Acredito" que meu professor saiu da outra sala pra ver se estava tudo bem kkkk, foi a maior jogada de mestre que já li da Agatha desde Os Quatro Grandes. No Natal de Poirot (e, gente, apenas recentemente eu descobri que o nome desse se pronuncia Puárrô) uma rica família se prepara para se reencontrar na comemoração, alguns estão voltando para casa muitos anos depois em ocasião de um pedido do patriarca da família Simoeon Lee.
O velho Lee, já de idade avançada e parcialmente inválido, é um homem nada fácil. Amante de uma vida luxuriosa e ativa, sua única diversão no final da vida é atormentar os filhos a quem considera medíocres e covardes. Em sua casa, fora os filhos David e a esposa Hilda, George e a esposa Magdalene, Alfred e a esposa Lydia, Harry, único filho solteiro, encontram-se Stephen Farr o filho de um amigo de juventude do velho e Pilar Estravados, única neta de Lee, filha de Jennyfer, a única filha mulher que morrera anos antes. Além destes, destacam-se Horbury, o suspeito criado do velho Lee que tem o péssimo costume de ouvir atrás das portas e o bom e fiel mordomo Tressiliam. Agatha nos apresenta as personagens de maneira isolada e magistral, costurando as desavenças familiares e nos levando para todos os caminhos possíveis de cada um matar o velho senhor, fazendo crer até mesmo nos mais improváveis e essa é a mágica que ela consegue fazer.
Conforme o livro vai avançando e vamos conhecendo os motivos que cada um tem para findar a vida de Simeon Lee, vamos imergindo também nos mistérios que cercam o paradeiro de cada um desses personagens na hora do assassinato. Mas, assim como em Roger Ackroyd, a última pessoa de quem sequer desconfiaríamos, fez um jogo magistral com nossas mentes desde o início e, sério, na revelação eu fiquei realmente surpresa. Hercule Poirot é a minha criação favorita de Agatha, tanto que não consegui finalizar Cai o Pano porque sabia que aquele seria também seu final. Aqui, um pouquinho menos pretensioso que de costume, ele dá um show de inteligência ao costurar a morte do velho senhor Lee em um desfecho realmente incrível. Com sua maneira simples, direta até, Agatha nos mostra que no mundo do crime floreios não são precisos para ser um bom contador de histórias, um trabalho novamente magistral da rainha do romance policial.
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