Dia #9: Escreva uma história em terceira pessoa
Não consegui postar ontem porque passei o dia quase todo fazendo faxina no meu quarto depois que o meu pai terminou de pintar as paredes mais escuras e, aí, fui fazer o trabalho da energúmena que me mandou fazer um texto de cinco laudas nas férias! Ninguém merece. Então, vou postar o de ontem e o de hoje no mesmo dia (fazer o quê?).
Solitária
Não
via as horas. O tempo parecia ter
deixado de existir ou se resumido naquela existência de exatidão. O relógio
deixou de ser importante, não ligava mais para o minuto seguinte. Não doía
mais. O mundo se resumia em um montante de palavras que se assomavam na folha
branca, a letra garranchada tentando acompanhar o pensamento. Inútil. Não
existia pressão, não havia os desejos ou as expectativas de outrem, só as
folhas, só as palavras, só seus inseparáveis amigos silenciosos que falavam com
o íntimo do seus pensamentos.
O
mundo finalmente alinhou-se aos seus sonhos, tornou-se tinta, imprimiu seu
mundo, protegeu seu coração. Em um canto da mesa as cartas ainda por abrir, a
foto solitária no porta-retrato de vidro e a imaginação que voava solta pelas
paredes do quarto branco, simples, sem detalhes demais, tranquilo como seu
espírito. Todos os seus medos abrigaram-se do lado de fora da porta de ferro,
assim como as pessoas. Os estranhos ali não lhe notavam e os que o faziam não
lhe apontavam dedos críticos, não exigiam suas expectativas frustradas, não lhe
tratavam como um objeto defeituoso. Para eles, ela era uma pessoa; para ela, no
âmago do seu ser escondida na paz da alcova alva, uma criadora.
As
palavras eram suas ferramentas, a folha o alicerce de sua construção, o seu
mundo, o seu eu. Eram um só, ela e as palavras, naquele mundo de loucos que
precisava de abrigo, naquele lugar onde as esperanças pareciam perdidas,
naquele campo branco de bonecas feridas, ela encontrara o descanso para seu
espírito, a liberdade para suas palavras, a quietude para seu coração, a calma
para sua doe, a segurança para os seus medos.
E
na clínica de bonecas, com damas de branco e almas dolorosas, uma nova história
acabava de ser criada.
Me lembrou Rozen Maiden, gostei. Um clima meio tenso, mas ao mesmo tempo libertador que traduz bem o que é escrever <3
ResponderExcluirRozen Maiden? Por que? kkkk. Tipo isso, tão contraditório que dói a cabeça.
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