Ano: 2013
Autora: Cate Tiernan
Gênero: Literatura fantástica
Série: Imortal #1
Sinopse: Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro.
Em parte, esse livro é tudo que aquela maldita série Imortais devia ter sido e não foi. Acompanhamos Natasya (que eu vou chamas de Nas porque facilita) uma imortal com passado sombrio que, há séculos, anda com um grupo de quatro outros imortais vivendo de festas, desperdício e despreocupação. Boz, Innocencio, Caty e a outra guria que esqueci o nome, são parte tão comum da vida de Nas que ela não para mais para pensar aonde eles vão ou o que fazem, apenas "segue o fluxo" e isso já tem muito tempo. Ela não se importa, não tem mais nada a perder.
Pelo menos até aquela noite.
Bêbados e vivendo na cidade de Londres, eles estavam em um táxi a caminho de uma boate quando os amigos decidem provocar o motorista que, irado, tira todos eles do carro sem muita gentileza o que desperta a fúria de Incy (Innocencio) provocando-o a usar magick (e não mágica, pelo que entendi, é toda uma tal ciência específica que não deve ser confundida com a mágica instantânea que conhecemos) para paralisá-lo. Furiosa com a atitude do melhor amigo, Nas manda ele desfazer o feitiço, mas aquilo só provoca o garoto ainda mais e ele quebra a coluna do homem sem qualquer espécie de piedade para horror de Nas.
Isso faz com que ela acorde e comece a se questionar desde quando ela parou de notar a mudança no comportamento dos amigos, desde quando ela começou a se tornar indiferente ao que faziam. Então se vê com medo, especialmente de Incy. Esse medo a leva a fugir, ela se lembra de River, uma mulher que conheceu há vários anos e lhe ofereceu uma nova vida, longe de Incy e do modo desregrado e sem propósito que ela vivia, na época, Nas recusou dizendo que ela não sabia nada sobre a vida dela, mas agora percebia quão tola fora.
Escondido de todo mundo, ela junta peças de roupa em uma mala e parte para os EUA com um passaporte falso que os amigos não conheciam. Desde que descobrira do que a magick era capaz e o que fazia com a vida em volta, Nas decidira que nunca faria uso do seu poder, sempre que o acessava era para feitiços simples que causavam pouco dano e, mesmo assim, sempre se sentia muito mal quando o utilizava. Juntara-se aquele grupo porque acreditou que eles tivessem o mesmo propósito, não utilizar a magick, mas pelo visto estava errada.
No seu caminho para encontrar River's Edge, a residência indicada por River anos antes, ela acaba se perdendo e topando com um belo homem de ascendência nórdica taciturno e antipático, mas que ela decide de cara que é exatamente o seu tipo. Ele lhe indica, meio a contragosto, o caminho até a mansão e Nas segue até lá sendo recebida calorosamente por River, conhece os demais moradores, descobrindo que o lugar é uma espécie de escola para imortais que desejam reabilitação.
Logo de cara Nas vê que aquele não é o seu lugar. Acostumada com luxo e uma vida de facilidades, ela tem certeza que nunca vai se acostumar com aquele lugar cheio de tarefas e regras rígidas, aulas e responsabilidades. Não parece com ela. E quando Reyn, o imortal antipático, manda ela ir embora para não atrapalhar a vida na casa, parece a gota d'água. Assim ela decide ir embora para outro canto nos EUA, onde reencontra algumas amigas e pede, com mentiras, que não contem a Incy e os outros que ela esteve ali, já planejando uma rota de fuga e sentindo um gelo na espinha ao descobrir que os amigos a estavam procurando ainda sem sucesso. Quando presencia uma das amigas usar magick de uma maneira horrenda, Nas percebe que nenhum dos imortais que já conheceu se encaixam com ela, em especial depois de conhecer uma vida como a que River lhe mostrou, por isso ela decide voltar.
Porém, não apenas a convivência problemática com Reyn se torna seu problema, sua natureza rebelde e a implicância de Nell (uma verdadeira fake ass bitch!) que é apaixonada por Reyn e se sente ameaçada pela química que parece explodir entre os dois. Não bastasse tudo isso, alguém dentro da casa está tentando matá-la, ela descobre que seu passado esconde muito mais segredos do que imaginava e que os amigos que ela achava conhecer são mais perigosos do que podiam imaginar e tinham um propósito sombrio para sua presença ao lado deles.
Confesso que achei a protagonista insuportável. Gente, como assim essa mulher tem fucking 450 anos, mas age como uma adolescente de 17? Ela não aprendeu nada esse tempo todo?! Tinha atitudes dela que não podiam ser consideradas nada além de infantis e o modo como a autora escolheu fazer a narração só deixava isso ainda mais claro. Não que eu me oponha a certos vícios de linguagem e expressões quando isso combina com a personagem, mas o negócio é que aqui ficou destoada, eu não acho que ela tinha que falar como alguém de 1551, mas sei lá, mesmo que ela estivesse "vestindo o personagem de uma época" isso não me convenceu mesmo.
O livro não é ruim, de modo algum, a história é até certo ponto interessante, há alguns mistérios que deixam a gente preso até o final, mas não são fortes o bastante para competir com a chatice irritante dessa protagonista. A escolha do clímax do livro foi, no mínimo, decepcionante. Okay que primeiros livros de trilogia são para apresentar personagens, mas usar a biscoiteira nojenta de clímax foi quase apelativo e me deixou com aquela sensação de final sem sal. Quer dizer, final não, né? O livro dá abertura para a continuação, mas eu fiquei sentindo um espaço não compensado na conclusão desse primeiro arco.
As personagens, no geral, são boas embora não possa dizer muita coisa sobre elas uma vez que todas são vista pela ótica da Nastasya e isso não nos dá muito espaço para julgá-las por si mesmas. Também não comprei essa de que ela não percebia que os amigos sociopatas dela eram encrenca, eu acho mais que ela não queria notar, não queria se importar. Logo nas primeiras páginas eu via que aquele povo era problema. O livro flerta com o terror, embora sempre volte para aquela cara de ficção adolescente, não fiquei lá muito empolgada para ler a continuação quando lembro que é narrado por essa mulher irritante. E é isso. Primeira leitura de julho. Espero ter mais sorte com as próximas.
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