domingo, 7 de janeiro de 2024

[Livro] As Luzes de Setembro (Releitura)


Original:
 Las Luces de Septiembre

publicação: 1995

Gênero: Ficção

páginas: 232

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Sinopse: Durante o verão de 1937, Simone Sauvelle fica de repente viúva e abandona Paris junto com os filhos, Irene e Dorian. Eles se mudam para uma cidadezinha no litoral da Normandia, e Simone começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente. Lazarus demonstra ser um homem agradável, trata com consideração Simone e os filhos, a quem mostra os estranhos seres mecânicos que criou: objetos tão bem-feitos que parecem poder se mover por conta própria. Já Irene, fica encantada com a beleza do lugar e por Ismael, o pescador primo de Hannah, cozinheira da casa. Os dois logo se apaixonam. Todos estão animados com a nova vida quando acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia de Cravenmoore: Hannah é encontrada morta, e uma sombra misteriosa toma conta da propriedade. Juntos, Irene e Ismael, desvendam o segredo da espetacular mansão repleta de seres mecânicos e sombras do passado, enfrentam o medo e investigam as estranhas luzes que brilham através da névoa em torno do farol de uma ilha. Em As luzes de setembro, aquele mágico verão na Baía Azul será para sempre a aventura mais emocionante de suas vidas, num labirinto de amor, luzes e sombras.


Nove anos depois, revisito esse que foi meu primeiro contato com a prosa hipnótica de Zafón. Lembro que minha irmã comprou esse livro devido ao título, já que ela nasceu em setembro. Lá em 2016, curiosa (porque ela só compra livros, mas não lê) decidi me aventurar nas páginas daquela história desconhecida e, embora seja o último livro da trilogia da névoa, fico feliz por começar por aí, talvez se fosse diferente eu não tivesse mais investido no autor posteriormente dados os finais trágicos de Palácio da Meia-Noite e Príncipe da Névoa.

Após o falecimento do marido que deixou para trás um sem número de dívidas, Simone Sauvelle e seus dois filhos passam pelas mais árduas dificuldades, além de perder tudo que tinham, são forçados a sobreviver da bondade de outros e é quando descobrem seus verdadeiros amigos. Devastada com tudo, ela vê na proposta de emprego oferecida por Lazarus Jann em uma terra distante da Normandia como a verdadeira definição de milagre. Sem pensar duas vezes, deixa a vida em Paris para trás e abraça esse renascimento com todas as suas forças.

O emprego não era muito exigente, o salário mais que generoso, seu patrão um verdadeiro cavalheiro e sua nova casa charmosa e confortável. Nem mesmo as estranhas histórias correndo na cidade a respeito de Lazarus seriam capazes de demover o coração agradecido da viúva vendo seu futuro e dos filhos seguro após tantos meses de tristeza e amargura. Sua filha mais velha, Irene, faz amizade com a cozinheira da mansão Cravenmoore, Hannah, uma jovem agitada e simpática que tem um primo bonito e fascinante chamado Ismael por quem seu interesse é imediatamente desperto.

Entre passeios de barco e conversas profundas sobre lendas locais, Ismael e Irene se apaixonam gradualmente enquanto, na mansão, uma faísca se acende entre Simone e seu patrão, mas é sempre apagada pela presença fantasmagórica da esposa doente de Lazarus, Alexandra. Porém, a lenda das luzes de setembro parece estar intimamente ligada à Cravenmoore e quando começam a investigar o assunto após a sombria morte de Hannah, o jovem casal desenterra um passado obscuro entranhado nas paredes da mansão do fabricante de brinquedos que vai mudar suas vidas para sempre.

Misturando suspense, terror e romance de maneira fabulosa, Zafón tece sua teia de intrigas tão perfeitamente nas nossas mentes que uma vez com seu livro nas mãos a gente não consegue mais largar até descobrir o desfecho. Dono de uma prosa poética única, ele cria personagens tão profundos que nos esquecemos de estar lendo um livro e mergulhamos naquele mundo criado por ele. Revisitar esse livro tanto tempo depois me fez abrir novas portas esquecidas, relembrar personagens que gostei muito de ter conhecido e me transportar para um período da minha vida em que eu estava serena e despreocupada com o futuro. 

Nem preciso dizer que está mais que recomendado!

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