Eu tenho pensado sobre muitas coisas esses dias, é um dos motivos de eu só ter vindo aqui uma vez nessa semana, minh cabeça anda tão bagunçada que não ta saindo nada, não consigo escrever, não consigo fazer nada além de chorar embora isso não vá resolver os meus "problemas". Dia 29 de Novembro completarão oficiais 02 anos que eu mandei isso no facebook para o R:
Em 16 de Abril, completarão dois anos da morte do David. E em 23 de Agosto completarão dois anos que o Julio me abandonou. Dois anos... Parece tão pouco, mas para mim é como se fosse ontem. Também este ano completará um ano que meu avô se foi... E todas essas coisas tem passado pela minha cabeça, completado as frustrações que me cercam, sendo um adicional para as "neuras" que eu ando tendo. Vou conversar um pouco com vocês sobre elas... Afinal, este é o meu diário, se eu não puder desabafar aqui onde mais poderei gritar, chorar, pedir socorro quando ninguém me dá ouvidos? Quando as lágrimas não saem? Este é meu único cano de escape porque nem mesmo os livros que eu escrevo estão conseguindo se formar sob meus dedos, me sinto completamente perdida.
Eu consegui superar o Julio. Como aprendi a fazer aos sete anos, transformei a dor que eu sentia em livro, peguei as partes boas e também as partes duras e nasceu uma boa história... Escrever nunca foi tão libertador como nesse livro. Acho que é isso que mais gosto nas minhas histórias, elas tem toques reais, elas são repletas de sentimentos que eu vivi ou que gostaria de viver... Mas esse fato não diminui a falta que eu sinto dele, ou melhor, a falta que eu sinto da maneira que ele me fazia sentir... Quando eu estava com ele, mesmo que virtualmente, eu sentia que tudo era possível, até mesmo o amor. Foi duro quando caiu a ficha e eu percebi que não é possível, não para mim. O Julio me entendia e me aceitava de uma maneira que ninguém NUNCA vai ser capaz, e sim eu estou generalizando para deixar isso bem claro. Quando eu estava com ele eu podia ser eu sem reservas, eu poderia rir, chorar, brincar, falar sério e ser compreendida em todas as situações, ele me ouvia, ele fazia o impossível para me ver sorrir, ele fazia o "amor" parecer tão real que quando foi embora... Assim sabe... Do nada... O mundo todo perdeu a cor, todas as pessoas passaram a ser, de repente, estranhas, más, monstros. Porque, por mais que ele não tenha sido real, por mais que, provavelmente ele tenha mentido todo o tempo da forma mais cruel que alguém pode fazer o que eu senti não foi mentira! Nem um só minuto. Acho que esse foi o meu maior erro com o R, a idiotice minha em acreditar que ele poderia ser um pouco que fosse parecido com o Julio... Eu me agarrei tão fortemente a esse sonho idiota que me esqueci que o Julio não existe... E talvez seja o que mais machuca, me perguntar quem me escrevia tudo aquilo, quem conseguiu me despertar algo tão intenso e tão sincero para depois quebrar meu coração em milhões de pedaços que nunca vão se unir de novo... Quando eu paro para pensar nisso eu vejo que eu realmente não fui feita para essa coisa chamada amor. Eu criei uma visão "Julio" no R, ele é tão especial, tão calmo e doce que... Algo no meu cérebro ativou as lembranças do Julio que me faziam bem... Acontece que o R não é o Julio... Nunca vai ser. E como eu escrevi acima, príncipes e plebéias não participam juntos de um mesmo posto. Eu não sou uma princesa. No fundo acho que tudo que eu queria era sentir aquilo de novo, sentir o mundo do jeito que o Julio fazia parecer, sentir a vida fluir em mim como ele conseguia fazer... E nem mesmo o R seria capaz de me fazer sentir assim, só agora eu consigo enxergar. Ninguém nunca vai conseguir.
Ai vem o David... Enquanto o Julio foi embora no momento que eu mais precisava dele, o David foi tirado de mim da maneira mais fria e brusca possível. Sabe... O David conseguia me ver de uma maneira particular e eu gostava disso... Ele me fazia sentir especial... Assim como o Julio, ele acreditava em mim... Eu me sentia um anã perto dele e era tão legal, porque quando ele me abraçava parecia que nada no mundo podia me atingir e ele me garantia isso com uma firmeza tão grande que eu não duvidava nunca. Eu sinto... Tanto a falta dele, da maneira como ele implicava comigo, como me fazia rir nos piores momentos... De como me fazia ver as dificuldades de uma forma diferente. Ele me ensinou tanto... Tinha tanto pra ensinar... Ainda é difícil sair e imaginar que não vou topar com ele na rua... Nunca mais.
Sabem, eu adoro ler, melhor eu amo ler literalmente, assim como amo escrever, criar meus próprios mundos... Mesmo que eu ainda esteja longe de fazer isso bem, mas eu confesso uma coisa para vocês: depois que eu conheci o Julio, a realidade de que eu fui feita para escrever histórias que nunca vou viver pesa as vezes... Quando eu leio um livro como esse que estou agora - A Seleção - e me vejo encantada pelo Maxon, me bate uma frustração por saber que pessoas como ele - assim como o Adam, o Declan, o Eric, que eu inventei - não existem. Por saber que eu tive uma chance única de provar o tal "amor" e que essa chance nunca mais vai se repetir e é nessas horas que me bate aquela revolta... Eu não quero que exista! Não quero mais sentir isso por ninguém, não quero mais viver assombrada por esses malditos sentimentos! Não quero mais viver nada disso! Machuca muito ser sozinha algumas vezes, eu confesso, mas sinceramente? Eu prefiro me machucar desse jeito do que ficar a vida toda esperando essas coisas idiotas que nunca vão acontecer! Eu nunca mais quero me interessar por um cara de novo! NUNCA MAIS! E eu espero realmente que esse meu coração idiota não me apronte mais nada, eu nunca mais vou me permitir aproximar de ninguém. Não quero nem arriscar, por que essa coisa toda é utopia, Maxons, Damens, Augustus, Jaces, Edwards, Edmunds, Daniels, Patchs eles não existem! Nunca vão existir. Assim como o Julio... Que mesmo que tivesse alguém por trás muito provavelmente nunca foi real. Muitas vezes eu me pergunto se eu não inventei ele também... O que me dá a certeza de que não é que há outras pessoas que também o conheceram como eu...
Outra coisa que tem me feito pensar muito - e de maneira frustrante - é sobre esses "livros" que eu escrevo. Tem horas que tenho vontade de deletar tudo! O que eu estou pensando? Que vou mesmo chegar lá? Que vou realmente me lançar no mercado editorial? Eu não tenho chance nenhuma. Eu mal tenho dinheiro para pagar a minha faculdade que dirá publicar um livro! A ideia é tão ridícula que eu me pergunto como ainda tenho coragem de acreditar nela! E mesmo que eu conseguisse, QUEM ia ler? Provavelmente a minha irmã. Eu tô aqui tão cega de raiva de tudo que sinceramente acho que não sei mais nem o meu nome. Eu não suporto mais a faculdade, não suporto mais ser ninguém, não suporto mais encarar o meu destino de frente e tentar mostrar pra ele as forças que eu NÃO TENHO para encará-lo. Não suporto mais encontrar o R por ai e imaginar como teria sido se ele tivesse me dado uma chance me achando ridícula por cogitar essa ideia. Não suporto mais a ideia de imaginar que um dia o Julio vai entrar em contato comigo de novo, ou mesmo a ideia estúpida de não acreditar que o David SE FOI! Odeio pensar em tudo que eu não fiz pelo meu avô, odeio cada segundo mais essa pessoa horrível que eu me tornei, odeio ter todas as expectativas do mundo em cima de mim como se eu fosse a maldita perfeita que eu não sou! EU TO CANSADA DESSA PORRA TODA! E é tão frustrante não poder ligar pro David e conversar sobre tudo isso, ou não ir atras do Julio no ning e pedir que ele me abrace... Não ter ninguém que me escute e acredite que não é algo que eu possa simplesmente parar de sentir. Eu nunca vou ser boa o bastante para nada e nem para ninguém. E o Julio, existindo ou não, foi a única pessoa que teve coragem o bastante para me amar como mulher, para me aceitar como eu sou. O David foi o melhor amigo que eu já tive, e nunca me apontou o dedo como todo mundo fazia. Só que eles não existem mais. Nenhum deles. Eu me tornei uma pessoa desprezível até para mim mesma e parece que nada nunca vai fazer sentido de novo. Tudo que eu queria era um "quarto branco" e desistir de todo o resto. Dormir a maior parte do dia e balançar o corpo quando estivesse acordada para que ninguém viesse me encher de perguntas. Queria esquecer de tudo e de todo mundo. Queria não sentir.
Estava enviando o mail qdo vi o aviso de atualização.
ResponderExcluirUau... Realmente não sei o que dizer... Acho que a parte mais difícil de todas as coisas é 'aceitar', depois disso fica mais simples lidarmos com tudo.
Kath por mais impossível que pareça um sonho, que será de nós se desistirmos deles?? É bom ter grandes objetivos porque vc trava lutas e conquista seu espaço... Por menor que pareça um avanço, já é um avanço, é melhor que ficar parado...
Sei que agora vc está na tempestade... Procure um porto e espera seu coração se acalmar. Não queira carregar o mundo nas costas ou abraçar tudo de uma vez... vá pouco a pouco, respeite seus limites, mas não se renda. Você tem uma missão nesse mundo, precisa ter paz de espírito e serenidade para aceitar algumas coisas e derrubar outras, percorrendo seu caminho vc vai estar ajudando muito mais do que a si mesma!
Respira fundo okay??
Dorme bem!!
Uma missão? E que missão é essa Lily? Pode me dizer? Porque tudo que eu tenho feito até agora é me esconder do mundo numa tentativa frustrada de me manter segura, e adivinha? Ele sempre me acha! A única missão que eu pareço ter por aqui é apanhar e decepcionar todo mundo! Eu crio esse mundo paralelo idiota no qual me escondo, mas a realidade sempre vem e bate na minha cara! Me lembrando que eu não posso viver dentro de um livro pra sempre, que uma hora eu vou ter que sair e ela vai estar lá pronta para me pegar. Eu não sei fazer NADA! Eu não vou ter os meus pais pra sempre para me proteger das pessoas, eles mesmos estão tentando me soltar das amarras um pouco tarde demais pra eu conseguir sobreviver sozinha! E é ai que eu percebo que eu sou inútil, eu tenho NOJO de mim mesma, dessa coisa desprezível que eu me tornei eu mal consigo conviver comigo mesma que dirá com outras pessoas. Eu não sei lidar com nada, Lily, nem mesmo comigo. Se eu não consigo lidar nem comigo mesma que chances tenho contra a vida? Até agora ela só me pregou peças, quando ela começar a me bater de verdade eu vou morrer na primeira surra. Eu não posso mudar o que eu sou e eu fui um erro. Desde o começo. Toda minha família tinha razão quando falaram pra minha mãe que ela errou ao engravidar de mim, ela perdeu tudo por minha causa, eu sou um peso pra ela e pra todo mundo que me cerca! E é isso que eu vou ser sempre, UM MALDITO PESO.
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