Eae, "pessoar"!
Começando hoje a nossa tag nova, vamos conversar um pouco sobre o processo de escrever, indo desde o comecinho. Vale salientar que esse processo é maleável, muda de autor para autor e cada um se adapta ao modo como acha melhor e como dá no seu tempo. Os posts da tag #Escrita vão ser feitos às segundas! Mas como eu falei ontem na tag japonês, enquanto eu não organizo a rotina, vou fazendo assim mesmo.
Hoje a gente vai conversar um pouco sobre os primeiros passos que antecedem a escrita do livro, o primordial deles, é ler rsrsrsrs. Se a gente prestar atenção, 80% dos problemas de ortografia podem ser sanados com a leitura constante, por exemplo, peguemos a palavra assado. Eu sei que essa palavra é escrita com /ss/ e não com /ç/, mas não porque eu conheço a regra que explica isso, mas porque eu já li tanto a palavra que ela se fixou no meu inconsciente, do mesmo modo acontece com outras palavras como flecha, ansiedade, assíduo, vaso e outras mais complicadas. Muitos dos meus iniciais problemas com acentuação também foram sanados pela leitura, não porque eu tenha decorado todas as regras que regem as oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, mas porque a leitura me deixou habituadas a elas.
Bem, para começar vamos falar um pouco sobre o tema. Sempre há aquele tema com o qual a gente se identifica, mas vale ressaltar que é sempre bom tentar se aventurar por outros temas, por exemplo, eu não sei mesmo escrever histórias do gênero sobrenatural, com vampiros, lobisomens, essas coisas, mas eu já tentei e concluí livros com esses temas. Não é algo que você tenha que se prender, por exemplo "Vou fazer um romance", até porque toda história é, de alguma forma, híbrida. Sempre vai ter aquele elemento que traz tua obra para um gênero e para outro. Mas ter em mente um tema é um primeiro passo para começar. Decidido sobre o que queremos escrever, pensamos então nas personagens, quem vai viver essa história por nós? Pensar nas personagens exige certo trabalho à parte, é muito difícil nos deligarmos de nós mesmos para dar vida a elas, e isso é muito importante, a menos que seja uma biografia precisa-se ter em mente que a personagem é uma espécie de "ser vivo", ela tem opinião, caráter, atitudes distintos dos nossos, então vale a pena ressaltar que as personagens:
- Parecem reais, tem uma cadência própria;
- Conversam com você, ou seja, você troca ideias com elas;
- Têm sua própria personalidade e tomas as próprias atitudes;
- Seguem um caminho com várias possibilidades de escolha que determinam seu desfecho.
Montar bem a personalidade da personagem com quem vamos trabalhar é importante para saber que caminho ela escolheria de acordo com as escolhas que ela faria e qual desfecho esse caminho vai levar. Criar alguém completamente alheio à nós é muito difícil, pelo menos para mim é, muitas das coisas que alguns dos meus personagens iniciais faziam era exatamente o que eu faria, agora com o exercício constante é que estou tentando mudar isso, dar a eles uma vitalidade, um espaço próprio. Uma dica muito útil para se desprender do personagem é criar um com o sexo oposto ao seu. O exercício de pensar como um homem ou uma mulher faz com que você comece a medir as atitudes da personagem de acordo com ela mesma e não com o que você é. Eu adotei uma medida chamada Caderno de Fichas para as minhas personagens, nela eu os organizo por história e fica mais fácil quando eu escrevo mais de uma história ao mesmo tempo e esqueço alguma característica daquele personagem. Segue o modelo:
- Livro
- Nome
- Data de nascimento
- Data de transformação (se houver)
- Local de Origem
- Cor dos Olhos
- Cor dos Cabelos
- Altura
- Descrição Física
- Habilidades especiais
- Educação/ocupação
- Hobbies
- Família/clã
- História pessoal
Isso ajuda a deixar as personagens organizadas e me ajuda a ter controle sobre elas quando estou escrevendo mais de uma história para não cometer nenhuma "gafe", sem contar que saber tudo isso da sua personagem também vai fazendo você se separar um pouco dela, você vai imaginando-a de uma forma mais longe de você, com uma luz própria e ela vai nascendo devagar conforme a ficha vai sendo preenchida. Vai se tornando mais real.
Outro ponto é o famoso outline, que eu raramente faço embora todo mundo alegue que é fundamental para quem escreve. Eu costumo fazer esses resumos para histórias que eu ainda não vou escrever, que vão ficar "na gaveta" até eu ter um tempo, para isso eu tenho um caderno para anotar, o chamado "Caderno de ideias" que você certamente deve ou deveria ter. Nele você pode anotar ideias para histórias, diálogos, cenas, etc. O outline seria mais ou menos um resumo detalhado de toda história, um esqueleto do que vai acontecer no enredo, sabendo o que acontece do início ao fim do livro, como um resumão, existem vários autores que planejam seus livros inteiros. Ou seja, fazem um outline da história e só depois começam a escrever cena a cena, capitulo a capítulo. E existem aqueles que simplesmente começam com um personagem ou uma situação e vão descobrindo a história conforme vão escrevendo. É claro que existem também aqueles que usam um meio termo. Aqueles que planejam algumas partes ou começam sabendo apenas aonde querem chegar, mas não os detalhes do trajeto.
Eu faço mais parte do segundo e terceiro grupo. Muitas vezes, uma única palavra me da a ideia de uma história inteira e eu simplesmente sento e escrevo para ver onde vai dar. Outras vezes eu sei onde a história vai terminar, então vou escrevendo e vendo o que acontece até chegar ali. São raras as vezes que eu faço uma outline, mas isso funciona pra mim, há pessoas que não saem do primeiro capítulo se não souberem com precisão, o que vai acontecer. Como eu disse, o processo é variável de autor para autor. Olhando por um ângulo, ter uma outline é positivo para o caso de acontecer o que eu chamo de "enredo trancado" que é quando você chega em um momento que não sabe o que vai acontecer com o personagem, o que ele vai fazer, o que vem a seguir, mais ou menos quando a gente tranca um jogo de dominó. Com a outline poderia se ver um meio de desbloquear a história. Ainda assim, sou daquelas que acha que se eu sei quem é minha personagem e o que ela faria em tal situação, sei o que eu devo fazer com ela. Porém, há certas histórias que eu realmente tenho necessidade de escrever uma outline porque ela me pede isso, vão acontecer processos mais complexos dos quais eu preciso de um controle de apoio, mas isso é bem raro.
Eu faço mais parte do segundo e terceiro grupo. Muitas vezes, uma única palavra me da a ideia de uma história inteira e eu simplesmente sento e escrevo para ver onde vai dar. Outras vezes eu sei onde a história vai terminar, então vou escrevendo e vendo o que acontece até chegar ali. São raras as vezes que eu faço uma outline, mas isso funciona pra mim, há pessoas que não saem do primeiro capítulo se não souberem com precisão, o que vai acontecer. Como eu disse, o processo é variável de autor para autor. Olhando por um ângulo, ter uma outline é positivo para o caso de acontecer o que eu chamo de "enredo trancado" que é quando você chega em um momento que não sabe o que vai acontecer com o personagem, o que ele vai fazer, o que vem a seguir, mais ou menos quando a gente tranca um jogo de dominó. Com a outline poderia se ver um meio de desbloquear a história. Ainda assim, sou daquelas que acha que se eu sei quem é minha personagem e o que ela faria em tal situação, sei o que eu devo fazer com ela. Porém, há certas histórias que eu realmente tenho necessidade de escrever uma outline porque ela me pede isso, vão acontecer processos mais complexos dos quais eu preciso de um controle de apoio, mas isso é bem raro.
Por fim, para fechar o post de hoje, quero salientar a importância da leitura no processo. Todo bom escritor é, antes de mais nada, um ávido leitor. Não há saída. E não digo ler só o seu gênero, mas espalhar-se para todos os gêneros possíveis! Particularmente eu procuro ler sempre de tudo um pouco, mas não consigo ler literatura erótica por escolha minha mesmo. Acho que nunca li um livro desse gênero propriamente dito e não sinto curiosidade, porque não acho que ele vá me acrescentar nada no que diz respeito ao meu próprio gênero. Mas isso é uma opinião minha, não tenho nada contra quem lê ou escreve esse tipo de livro. Outra coisa importante para dizer é que nenhuma história é "pura", sempre, independentemente de quão original ela seja, vai ter algo influenciado por outras histórias, nós pegamos o nosso universo e os quebramos em características, nossos livros são as modificações dos fragmentos dessas características, então nenhuma história nasce sem nenhuma influência, portanto, nenhuma história é "pura" embora todas sejam únicas.
Em um último conselho, faça o que todos os escritores fazem depois de ler: escreva. Esse é o tipo de ofício que aquele ditado popular cai como uma luva: A prática leva à perfeição.
Até Segunda, pessoas! Qualquer dúvida, comentário :)
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