segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

[BL] WHY R U? KR

Título original: 와이알유

Diretor: Kim Eun Hye

Roteirista: Seo Ji Eun

Gêneros: Romance, Juventude, Drama

País: Coreia do Sul

Episódios: 8

Ano: 2023

Sinopse: Jung Lee Won é aluno de uma importante universidade sul-coreana. Ele está se formando em teatro e espera se tornar uma estrela no futuro. Seu rival é Kim Ji Oh, um aluno do mesmo ano letivo que está se formando em direção. Eles discutem sempre que se encontram, e constantemente se acusam de atrapalhar um ao outro. A natureza de suas especializações, no entanto, significa que muitas vezes eles têm que trabalhar juntos.

No entanto, Jung Lee Won mal sabia que sua irmã mais nova está escrevendo um romance gay on-line onde ele e Kim Ji Oh são amantes! Um dia, Jung Lee Won descobre os textos secretos de sua irmã e fica indignado. Ele jura que, se houver alguma verdade no fato de que ele gosta secretamente de Kim Ji Oh, o enredo fantástico do romance deverá se tornar realidade. Ele pode em breve se arrepender desse juramento, no entanto! Na universidade, ele descobre que deve passar mais tempo com Kim Ji Oh do que nunca, e começa a se perguntar se realmente está começando a sentir atração por seu pior inimigo…

Ao contrário de outros remakes coreanos que já assisti antes, dessa vez posso finalmente dizer que eles acertaram em cheio! Lembro que a primeira vez que vi Why R U? original, tailandês, eu gostei muito. Revendo depois não gostei tanto, pois consegui ver algumas falhas que a euforia do meu momento fujoshi havia deixado escapar. Mas é um drama bacaninha que mescla bem humor e romance com umas cenas NC bem mal feitas, mas que entretem.

Fazendo um apanhado geral para quem não lembra da série tailandesa, a história acompanhava Zol e Saifah como casal principal (que acabou ficando tão ofuscado que precisou de uma temporada só pra eles) e Tutor e Fighter. Em si, a série acabou focando mais nesse segundo casal. Tutor era um jovem muito pobre que precisava ficar em vários empregos para conseguir se manter e bancar os custos da faculdade. Sua melhor amiga, Yhwa namora com Fighter, o veterano que ele mais detesta desde o seu dia de admissão. Contudo, circunstâncias acabam aproximando os dois e levando Fighter a descobrir sua própria sexualidade, algo que é muito difícil para ele aceitar a princípio.

Do outro lado, Zon enfrenta sua irmã Zol que é uma escritora amadora de fanfics. Ela cria histórias usando as pessoas da universidade e, após um incidente, acaba formando um casal na sua novel com seu irmão Zon e o pior inimigo dele Saifah, um dos garotos mais populares da escola. Por causa de um concurso, os dois acabam se vendo obrigados a trabalhar juntos e a fanfic os torna um casal shippado em toda universidade. Enquanto tenta escapar do que acredita ser o universo da fanfic criada pela irmã que se tornou realizade, Zon luta contra os sentimentos que começa a nutrir por Saifah.

O remake coreano remodelou a história inteira para melhor. Além de suavizar bastante a história, tirando os arcos mais pesados e as cenas NC (que, convenhamos, até são bacanas quando bem coreografadas, mas não fazem realmente falta na narrativa), deu um equilíbrio acertado entre comédia e romance. Kim Ji Oh e Jung Lee Won formam o casal brigão e cômico da história em alusão a Zon e Saifah, enquanto Go Yoo Gyeom e Woo Sunwoo formam o casal fofinho em contraponto a Tutor e Fighter na série original que, além de ser uma tentativa de enemy to lovers, também era o  "casal foguinho". Aqui, eles têm uma relação muito mais adorável de fazer a gente torcer.

Além disso, saímos do mundo da engenharia padrão dos BL's tailandeses, para uma faculdade de artes cênicas e isso foi muito incrível. Além de passar por todas as etapas do processo, como Ji Oh estudante de direção, Lee Won estudante de atuação, temos Sunwoo como estudante de roteiro e Yoo Gyeom como diretor de fotografia. Fantástico. Sai da mesmice, trazendo não só um ambiente totalmente novo, mas uma gama de novas possibilidades de conflito e, especialmente, usando com maestria as aulas de atuação para criar a aproximação e a tensão cômica entre o primeiro casal.

O progresso de Yoo Gyeom e Sunwoo é tão delicado e gradual, além daquele plot twist super fofo que a gente fica com um calorzinho no coração enquanto torce por eles. Não apenas pela personalidade do Sunwoo, que guarda do sua versão original a aversão a pedir ajuda aos outros e a perseverança de dar tudo de si, como a versão muito melhorada do Fighter em Yoo Gyeom que é um garoto rico, mas sem uma ambição real na vida. Passando pelos dias sem um propósito, buscando alguma coisa que não sabe o que é, enquanto tenta se entender. Esses dois juntos são pura fofura.

Outra coisa que me surpreendeu bastante nesse drama foram os beijos. Vi uma cota razoável de BL coreano desde a estreia de Where Your Eyes Linger que simplesmente sacudiu o mundo da produção do gênero e desafiou a mente fechada desse que ainda é um país muito preconceituoso, até Color Rush que conta com ângulos de câmera muito bacanas. Mas foi a primeira vez para mim vendo quatro atores que não tem medo da boca um do outro hahahaha. Achei bonito, as cenas foram pontuais, ofereceram o que precisava de uma maneira singela e que convenceu a gente do que os personagens estavam sentindo. Foi uma evolução muito bacana dessa parte.

Dou meus parabéns para a Coréia por esse remake tão acertado. O único defeito desse BL é não ter mais episódios, merecia e dava muito pano pra manga aí. Mas desenvolveu bem em oito episódios entregando duas histórias excelentes e fechando-as com chave de ouro. Mais que recomendado.


[BL] Love In The Air

Título original: บรรยากาศรัก เดอะซีรีส์
Diretor: Neti Suwanjinda
Gêneros: Comédia, Romance, Vida, Drama
País: Tailândia
Episódios: 13 + especial
Ano: 2022
Sinopse: Considerado por muitas um cara fofo, Rain não deveria ter problemas para arrumar uma namorada. Infelizmente, a única garota que realmente o conquistou está com o coração comprometido para com Phayu. Com a sua beleza devastadora e a sua personalidade de motociclista mau, não é de admirar que Phayu seja o aluno do último ano da escola que toda garota sonha em namorar; o que significa que Rain não tem chance com a garota dos seus sonhos.

Quando o destino traz Phayu para a vida de Rain de uma forma quase cruel e inesperada, Rain decide que é hora de colocar Phayu em seu lugar. Na esperança de arruinar a reputação de Phayu entre as meninas da escola, Rain decide fazer Phayu se apaixonar perdidamente por ele.

Enquanto apoia Rain em sua tentativa de vingança, o seu melhor amigo Sky luta com os seus próprios problemas. Tendo estado em um relacionamento tóxico, Sky não deseja encontrar o amor novamente. Mas quando ele cruza o caminho de Prapai, ele parece incapaz de escapar do destino que parece prendê-los inexplicavelmente.

Oprimidos pela onda de sentimentos que os inundam, toda vez que Phayu e Prapai estão por perto, Rain e Sky fazem o possível para buscar entender o sentido de tudo isso. Mas algum deles está disposto a aceitar o que esses sentimentos podem significar?

Onde ver: Meow Fansub, Lianhua, Viki, DorameirasOn

Olha, fazia muito tempo que eu não ficava presa num BL, na verdade, havia mesmo parado de assistir porque não achava nenhum que prendesse minha atenção de verdade. Contudo, ultimamente eu ando sem vontade de nada mesmo, então voltei ao mundo fujoshi para ver se encontrava algo que me atraísse. Comecei pelo remake de Why R U? feito pela Coréia (vou resenhar depois), então lembrei de ter visto uma cena desse BL no instagram e decidi tentar a sorte e qual não foi minha surpresa por ficar presa nele do início ao fim?

A história é baseada em duas novels da MAME, autora de TharnType e mais uma porrada de série famosa por aí, a mulher parece ter o trono do BL sob o traseiro, mesmo que as histórias dela sigam um certo padrão, ninguém pode duvidar da capacidade dela de criar personagens. E aqui, seguimos com dois arcos, o primeiro acompanhando Rain e Payu e o segundo Sky e Prapai. Uma das coisas que mais gosto é como ela usa os nomes para fazer sentido. Payu significa tempestade o que combina perfeitamente com Rain que é chuva. E Prapai é o nome tailandês do senhor dos ventos, tudo a ver com Sky que é céu. Tal como seus nomes, os personagens foram moldados à perfeição um para o outro.

Payu é considerado o deus do curso de arquitetura. Formado com honras, é o veterano mais admirado da faculdade. Ele trabalha em uma firma e sua família é dona de uma oficina que cuida de veículos de figurões. Rain, por sua vez, é um calouro do primeiro ano animado e um tanto ingênuo. Numa noite, na volta para casa, seu carro acaba quebrando no meio da pista sob uma pesada chuva. Um motoqueiro se oferece para ajudar e, fascinado pela beleza dele, o garoto não faz ideia que aquele é o jovem mais amado pela faculdade.

Seus destinos voltam a se cruzar não nas melhores oportunidades e as provocações de Payu, sempre conseguindo tirar Rain do sério, culminam numa aproximação cada vez maior entre eles. Quanto mais brigam, mais se gostam e o garoto se dá conta que deseja mais e mais a companhia do seu veterano. Mas o mundo de Payu pode ter um lado sombrio no qual o garoto não consiga sobreviver.

Enquanto isso, Sky, o melhor amigo de Rain, acaba atraindo a atenção de Prapai, o melhor corredor de motocicleta da corrida da noite. Lindo, rico, despreocupado e dono de um charme irresistível, ao salvar Sky de ser pego pelos seguranças da corrida, ele o força indiretamente a passar a noite com ele sem saber que, após isso, sua vida nunca mais seria a mesma. Ele é o melhor amigo de Payu e usa Rain para conseguir o nome e o telefone de Sky uma vez que o garoto foi embora sem dizer nada.

Com um passado traumático, a última coisa que Sky quer é alguém perseguindo-o. Ele não deseja se apaixonar de novo porque não acredita que os homens sejam diferentes do seu péssimo ex-namorado abusivo. Assim, quando se vê na mira de Prapai tenta de todas as formas manter o irresistível jovem o mais longe possível, pois tem certeza que alguém como ele nunca firmará compromisso ou terá fidelidade com ninguém. Além disso, Sky é alguém que não acredita que pode ser verdadeiramente amado por ninguém.

Por sua vez, Prapai se vê mais e mais curioso e obstinado em conquistar o frio coração de Sky e descobrir o motivo da tristeza por trás dos seus olhos. Persistente e louco por desafios, ele continua tentando e insistindo mesmo sob as recusas do garoto. Sua oportunidade surge quando Sky fica muito doente e Rain, impedido de cuidar dele, concede-lhe o benefício da dúvida. Naquele momento, o despreocupado jovem percebe existir alguém capaz de dobrar sua vida libertina. Mas como convencer Sky dos seus sentimentos?

Uma coisa que me deixou super contrariada foi que esse drama ofereceu dois super casais protagonizados por atores excelentes que explodem química em tela só de se olhar, mas a Tailândia apenas não usou isso ao seu favor. Enquanto casais como Ohm e Fluke foram usados até o desgaste, quase não tem produções com esses atores, para alguns é o primeiro BL e isso é bem triste porque eles são muito bons. Eu gostei muito das histórias, shippei horrores os dois casais e não consegui ter paz enquanto não terminei o último minuto do especial e de todos os bastidores que encontrei.

As bed scenes estão muito melhor filmadas ultimamente, ângulos de câmera mais convincentes e, com a habilidade dos atores, a gente quase se convence que não é tão atuação assim hahahaa. Tem vários momentos hilários, fofíssimos e a gente termina o drama com um sorriso de idiota no rosto e o coração quentinho querendo mais episódios. Recomendo loucamente quem ainda não viu assistir isso. Vou caçar as novels pra ler porque me sinto viciada.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

[Livro] Uma Canção nas Trevas

Original: Big Foot

Autor: Edgar Wallace

Ano: 1927

Gênero: suspense

Sinopse: Em sua motocicleta barulhenta, que chama carinhosamente de Pirilampo, Patrick J. Minter, mais conhecido como Sooper, movimenta-se pelos arredores de Londres. É superintendente da Polícia Metropolitana e está na pista de um assassino sagaz e perigoso. Assim se delineia a trama intrincada que Edgar Wallace cria em Uma Canção nas Trevas, um de seus romances policiais mais famosos, em que se combinam, magistralmente, mistério, humor e suspense.

Esse foi meu primeiro contato com Wallace, achei esse livro em um sebo de passagem pela cidade e com a opinião da minha irmã decidi trazer pra casa. Talvez por estar acostumada com a prosa policial de Agatha Christie demorei bastante para engajar a leitura desse livro, ele só se tornou parcialmente interessante pra mim lá pelo capítulo nove ou dez.

A história, praticamente, gira em torno do assassinato da governanta de um advogado metido a criminalista chamada Hanna Shawn. Ela é morta a tiros na casa de campo do seu patrão e não há qualquer pista de por onde o assassino possa ter entrado já que ela foi encontrada em uma cozinha fechada por dentro, com todas as janelas trancadas também por dentro e sem qualquer espécie de alçapão ou passagem secreta à vista.

O detetive Sooper, contudo, parece muito confiante sobre quem é o assassino e, se não o prende de imediato, é por não ter provas suficientes para incriminá-lo, tudo que está a seu alcance é um nome: Big Foot, além de um monte de pistas confusas que a princípio parecem não fazer o menor sentido. Enquanto investiga a morte da governanta mal-humorada, o detetive se depara com uma série de mortes misteriosas que podem estar ligadas à primeira e precisa correr contra o tempo antes de se tornar a próxima vítima.

Devo dizer que, a meu ver, a escrita do livro é melhor que a história que em si. Não consegui me conectar com as personagens e a maioria das partes de humor tiveram muito pouco efeito comigo. Ainda assim, o mistério me instigou o bastante para querer terminar a história e, confesso, foi um pouco frustrante quando revelaram quem era Big Foot hahaha, ao mesmo tempo foi também um bom plot twist porque em momento algum a gente desconfia desse personagem.

Todavia, a explicação por trás da motivação do assassino foi tão plausível e conectou tão bem com os demais personagens e seus eventos, que a aceitação foi válida. Não foi o melhor livro de suspense que eu já li, mas pesando prós e contras, gostei. Seria um livro que eu pegaria para ler de novo quando quisesse me distrair. Então, sim, recomendo para quem gosta do gênero.

domingo, 29 de outubro de 2023

[Livro] Jane de Lantern Hill

Original: Jane of Lantern Hill

Autora: L. M. Montgomery

Gêneros: Romance, Ficção, Literatura infantil

publicação: 1937

Sinopse: Desde que conseguia se lembrar, Jane Stuart e a mãe viveram com a avó em uma mansão sombria em Toronto. Jane sempre acreditou que seu pai estava morto, até que ela acidentalmente soube que ele estava vivo, bem e morando na Ilha do Príncipe Edward. Depois de passar o verão na casa dele em Lantern Hill, fazendo todas as coisas maravilhosas que sua avó considera impróprias para uma dama, Jane ousa sonhar que poderia haver uma casa assim em Toronto... Uma casa onde ela, a mãe e o pai pudessem morar juntos sem a avó dirigindo suas vidas. Uma casa que poderia ser chamada de lar.

Encerrando com esse os livros que ganhei de aniversário, no começo eu não estava muito empolgada com a história, sendo bem franca, mas aos poucos ela foi se tornando cativante. Demorei muito para ler esse livro, bem mais do que demoraria normalmente, porque, como disse antes, ando numa maré de pessimismo e desânimo tão grandes que não tenho vontade de fazer nada. Também estão acontecendo algumas mudanças no momento e, por melhores que venham a ser, não gosto de mudanças. 

Bem, para quem nunca leu, seguimos Jane Victoria, uma menina de doze anos que vive com a mãe e a avó na irônica Rua da Alegria onde ninguém é feliz. Jane não gosta da avó, da mansão pomposa e da maneira como ela envenena tudo que a menina faz. Sua mãe, a quem ela ama, é completamente submissa à avó muitas vezes oprimindo a própria filha mesmo se sentindo mal por isso. Nessa existência lamentosa, ela ainda tem de lidar com uma família que sempre a coloca para baixo, ser torturada com os momentos tenebrosos em que precisa ler a bíblia para a avó e a tia, além de ir para uma escola onde ninguém gosta dela. Seu único alento era uma vizinha chamada Jody, menina órfã que vivia da caridade de uma mulher. Caridade essa mascarada de trabalho escravo e humilhação.

Tudo começa a mudar para Jane quando ela encontra um artigo de jornal escrito por Kenneth Howard, cuja foto, por algum motivo desconhecido, lhe encanta. Ela recorta e guarda consigo. Um dia, uma carta chega na rua da alegria do pai que ela acreditou estar morto reivindicando sua presença pelo verão com ele na Ilha do Príncipe Edward. De início, Jane ficou horrorizada, odiando o pai por aparecer do nada e forçá-la a se separar de mamãe. Todavia, tão logo o encontra pela primeira vez e descobre ser ele o mesmo autor do artigo cuja foto ela cortou, todas as suas preocupações se esvaem.

Junto ao pai, Jane descobre uma nova parte de si mesma e do mundo que achou odiar. Aprende o prazer nas pequenas coisas e ganha autoridade e autoconfiança em tarefas que lhe eram vetadas na casa da avó ou sempre repreendidas ao tentá-las. Conhecendo novas pessoas, fazendo novos amigos, a menina mergulha no passado dos pais numa tentativa de descobrir o motivo de sua separação, enquanto se afeiçoa mais e mais ao pai e ao mundo que construiu para si em Lantern Hill.

Maud tem um talento para criar antagonistas "gentis" tal qual Jane Austen, completamente odiosos, mas presos em uma fachada de civilidade e simpatia. A avó de Victória é intragável, lembra muito a outra mãe em Coraline, uma mulher que quer tudo do seu jeito, ludibria a filha para engaiolá-la em uma prisão de luxo mesmo que isso a faça infeliz. A tia de Jane é outro ser monstruoso, querendo manipular o irmão ao seu bel prazer para fazer suas vontades mesmo que isso o faça infeliz. Acompanhar a evolução da menina começa a se tornar muito gostosinho, a maneira como ela passa a se transformar e não ser mais intimidada ou envenenada pela avó, como o amor e autoconfiança que o pai lhe forneceu a fizeram alguém diferente da mãe, mais forte e mais independente.

Se conseguir aguentar os cinco primeiros capítulos, vai se divertir um bocado. Tem uma adaptação de 1989, mas não consegui encontrar pra ver.

[Filme] My Happy Marriage

Título original: わたしの幸せな結婚

Diretor: Tsukahara Ayuko

Roteirista: Kanno Tomoe

Gêneros: Histórico, Romance, Drama, Fantasia

País: Japão

Data de Lançamento: Mar 17, 2023

Sinopse: Depois de anos sendo tratada como lixo, Miyo aprendeu a manter a cabeça baixa, esconder sua dor e obedecer a todas as ordens. Então, não é surpresa que ela esteja casada com Kudo Kiyoka, um capitão militar que dizem ser tão cruel que ele afastou todas as suas esposas em potencial até agora.

De uma educação dolorosa a um casamento doloroso, esse é o futuro que aguarda Miyo – ou assim ela pensa. Ao contrário de suas expectativas, seu novo marido é realmente bondoso. O que realmente espera por Miyo é um casamento feliz e eterno cheio de felicidade!

Comecei a ver o anime desse filme antes de saber que teria filme, mas por alguma razão nunca terminei, ando com uma dificuldade enorme em finalizar coisas. No fim, gostei muito da animação até onde vi, a história é envolvente e os personagens muito carismáticos, acho que por isso quando soube do filme fiquei tão curiosa e com vontade de ver. Vi duas vezes, uma sozinha e outra com a minha irmã. Gostei? Sim. Superou minhas expectativas? Não.

Para quem está totalmente por fora, a história segue Saimori Miyo, uma jovem garota que é tratada como empregada pela sua própria família. Desde a morte de sua mãe, quando criança, o pai logo se casou com sua amante e tiveram sua própria filha. Além de ignorada pelo pai, que não a trata melhor que os demais criados, a madrasta realmente a odeia por alguma razão que Miyo nem sonha e qualquer resquício de afeto do pai morreu no instante que ele descobriu sobre a ausência de poderes da filha. Assim, Kaya, meio-irmã mais nova de Miyo, ganha todo o carinho e mimos da família e tem como passatempo diminuir e humilhar a jovem.

Em um ambiente como esse, Miyo cresceu sem amigos, sem auto-estima nenhuma e desejando ardentemente que a morte a levasse para onde sua mãe estava. Seu único consolo eram as breves visitas de Koji, o filho de outra família proeminente que mostrava interesse por ela, por um ínifimo momento, ela acreditou que haveria uma saída para sua vida infeliz. Contudo, seu pai frustrou seus planos ao arranjar um casamento entre ele e Kaya, dando Miyo para a família Kudou. Há rumores que Kiyoka Kudou é um homem perverso que mata todas as suas pretendentes e, assim, nenhuma delas sobrevive mais de um dia na sua mansão. Ainda assim, Miyo aceita seu destino e vai obediente para a casa Kudou.

Lá chegando, o que encontra é o completo oposto do que esperava. Apesar de frio, Kiyoka é um homem íntegro e afetuoso que, percebendo algo inusitado nas maneiras de sua noiva, decide tentar se aproximar dela e desvendar o que se esconde por trás do seu olhar tão triste. Assim, conforme se aproximam, ambos precisam lidar com as intrigas da família Saimori e uma ameaça letal que lentamente toma conta de toda a cidade imperial.

Por ser um filme, já imaginava que os eventos iam ser comprimidos e muita coisa ia ficar de fora, mas mesmo as cenas que eu mais queria ver, por melhor coreografadas, deixaram um pouco a desejar. Como o resgate da Miyo, na animação é uma cena incrível e vibrante, mostrando a habilidade do Kiyoka e seu carinho pela noiva. No filme isso ficou tão vago e superficial que nem deu pra sentir. Era um homem bonito cumprindo um papel. Pelo menos foi o que senti. As interações entre os atores foram boas também, a química deles me convenceu, cenas fofas e interações bem arquitetadas. 

Como não terminei o anime não sei como rolou essa coisa toda da traição e do clã perdido da Miyo, no filme fica muito vago. Inclusive, as interações familiares foram algo de que senti muita falta. Quem tem a memória afetiva da animação consegue se apegar aos personagens com mais facilidade, mas no filme eles são apenas empurrados na gente com um punhado de informações espalhadas esperando que juntemos o quebra-cabeça a tempo de se importar mesmo com eles. Bem, como um material isolado, não funciona. Se eu não tivesse visto o anime antes, seria muito difícil me importar de verdade com a Miyo e ser convencida que tudo na atitude dela era fruto de uma cadeia de traumas.

Ainda assim, acho muito válido ver o filme, tem seu encanto próprio e surte uma boa diversão.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

[Drama] Love at Second Sight (Crush on my ex-husband)

Título nativo: 只是离婚的关系

Gêneros: Romance , Drama

País: China

Episódios: 22 (10 minutos)

Sinopse: Durante o período de reflexão do divórcio, o casamento rico que originalmente desmoronou, quando sua esposa Jiang Shi Shi de repente acordou e começou um caminho de vingança para lutar contra Bailian e eliminar a conspiração. A partir disso, Qi Jun Ye sentiu o encanto único de sua esposa, e os dois uniram forças, derrubaram o vilão, encenaram a perseguição do tirano a sua esposa e finalmente se reuniram.

Onde achar: Phoenix Fansub

Segunda decepçãozinha do mês. Confessar, quando vi o trailer desse drama fiquei muito ansiosa para assistir, tinha todo o pacote para ser uma história boa, mas não saiu como eu esperava em praticamente nada. Como estou nessa vibe de mini-drama, eu sei que dá para contar albo bom em pouco tempo. Já que não entendo de roteiro, vou fazer uma analogia dentro da minha própria área, um mini-drama é como um conto, para ler numa sentada só e tudo ali precisa ser conciso para fazer sentido e gerar sentimento. Não à toa é um dos gêneros mais difíceis de escrever direito e por isso a maioria dos professores indica começar por eles.

Além disso, poderia indicar pelo menos quatro mini-dramas que acertam onde esse errou. Não estou dizendo que era para entregar uma superprodução em um conjunto de duas horas, mas trabalhar esses pontos teria tornado a experiência muito melhor. Vamos começar pelo enredo.

A história segue Jiang Shi Shi, apesar de muito talentosa na sua área, o design, ela deixou sua carreira de lado ao se casar com Qi Jun Ye, o herdeiro da poderosa família Qi, por quem ela era apaixonada desde a faculdade. O pai dela havia falecido em um acidente numa fábrica que pegou fogo e tanto sua mãe quanto seu irmão são dependentes do dinheiro dela. Todavia, a vida de Shi Shi não é fácil, ela é constantemente pressionada pela sogra para engravidar e, não importa o que faça, nunca é bom o suficiente. Seu marido é frio e distante com ela mesmo sendo dedicada e atenciosa. 

Para piorar, em uma visita surpresa à empresa, ela o pega aparentemente lhe traindo com a filha de outra família rica. Decepcionada e magoada, Shi Shi pede o divórcio já no dia seguinte e exige um emprego na empresa do marido para se sustentar, contudo, seu real intuito é pesquisar sobre a morte do pai. Ela desconfia, por uma conversa ouvida sem querer, que Qi Jun Ye pode estar por trás do acidente que vitimou seu pai. 

Durante o divórcio, antes de ser formalizado, há o período de reflexão, então ambos fingem que ainda são casados e é nesse período que Qi Jun Ye começa a perceber-se apaixonado pela ex-esposa. Ele não sabe também que Shi Shi está grávida, com a ajuda de seus amigos ela tenta manter isso em segredo enquanto sofre pela separação e começa a enfrentar a sogra. Paralelo a isso, ela investiga a morte do pai e a ligação ou não com o ex-marido. Com os sentimentos se tornando cada vez mais fortes um pelo outro, os dois vão precisar vencer os obstáculos para conseguir sustentar sua relação.

O enredo é bom, mas não foi bem utilizado. Para começar, não há background algum de Shi Shi e Jun Ye, isso só vem aparecer no final do drama como um breve flashback que não influencia em nada. Então, já começamos o drama dentro do tornado sem criar nenhum tipo de conexão afetiva com as personagens. A relação dos dois até vai se sustentando ao longo do drama quando a gente os vê se apaixonando de novo, mas não é forte o bastante para tornar a trama interessante.

Além disso, algumas coisas ficaram bem mal feitas, como, por exemplo, logo após descobrir que o marido não a traiu de jeito nenhum, mesmo ele demonstrando querer reatar a relação, Shi Shi fica fazendo manha desnecessária para atrasar a trama e não fez sentido nenhum para o enredo. De cara a gente já sabe quem é o verdadeiro vilão, nem direito ao plot twist a gente teve. A antagonista que era para ser o caroço no angu dos personagens é a típica menina mimada com trejeitos infantis que irrita mais do que cumpre seu papel de atrapalhar o casal, ela é infantil. Nem pra ser vilã serve.

Praticamente no final do drama eles soltaram toda aquela história da Shi Shi não ser filha do pai falecido, isso ficou jogado do nada e foi resolvido da forma mais ridícula que eu já vi, sem peso, sem drama e sem sentido. A família dela ficou esquecida no churrasco, a sogra cretina não teve nenhuma evolução, aquela armação do último episódio foi risível, a conclusão de tudo bem rasa, e o desenvolvimento cheio de buracos.

O drama foi insosso, para dizer o mínimo. Dá até para passar o tempo quando não se quer ver nada grande, mas como história para torcer por um casal, não recomendo.

domingo, 15 de outubro de 2023

[Drama] Forever Love

Título original: 盲心千金

Gêneros: Mistério, Romance, Drama

País: China

Episódios: 30 (10 min)

Ano: 2023

Sinopse: Lin Xin Tong é uma jovem linda, alegre, inteligente, direta e a herdeira do Grupo Li. Ela tem tudo aquilo que alguém pode querer, incluindo um namorado totalmente dedicado.

Mas quando sua família passa a enfrentar mudanças, precisa se tornar ainda mais forte não apenas para enfrentar as adversidades, mas também a traição de seu namorado, Chi Shan, e de sua suposta melhor amiga, Xia Yu Wei. Mesmo que por fora trate Xin Tong como uma irmã, por dentro ela é hipócrita e traiçoeira, uma invejosa quer roubar tudo que Xin Tong tem.

Qin Mo Yao é um estudante de medicina, ele é brilhante e tem sucesso em tudo que faz. É bonito, perspicaz, frio e misterioso e está disposto a fazer de tudo ao seu alcance para proteger Lin Xin Tong e ajudá-la sem que ela saiba.

Tudo que nós queríamos era Dai Gao Zheng e Chen Fang Tong explodindo química na nossa cara de novo e eis que nossas preces foram ouvidas! Só que ao contrário de Maid's Revenge, não me deixei levar pela ansiedade de uma história muito boa e esperei completar para ter certeza que não ia terminar trinta episódios querendo assassinar um roteirista.

A história é bem parecida com Maid's Revenge se a gente observar o lado da narrativa. Lin Xin Tong teve sua casa invadida e seu pai morreu em condições misteriosas, por mais que os médicos tenham alegado que ele sofreu uma parada cardíaca, ela nunca acreditou nisso. A pior parte é que no dia que seu pai morreu, ela sofreu um acidente e acabou perdendo a visão provisoriamente.

Xin Tong tem um noivo que ela não sabe estar tendo um caso com sua melhor amiga, além de roubar da sua empresa. E tem também Xiao Mo, seu guarda-costas em quem ela não confia e inclusive suspeita ter assassinado seu pai. Contudo, quanto mais sua vida corre perigo, mais ele é eficiente em protegê-la, não importa quão perto da morte fique. 

Quando recupera a visão e descobre que seu noivo a está traindo, ela mantém a farsa por algum tempo enquanto junta forças com Xiao Mo para conseguir reunir provas contra ele e a falsiane. Porém, quanto mais se aproxima da verdade e tem seus sentimentos pelo guarda-costas se tornando mais intensos, mais ela descobre que os segredos envolvendo Xiao Mo e seu pai são profundos. Assim, sem saber em quem pode confiar, só resta a Xin Tong seguir seu próprio coração.

Gostei do drama, sim. Ele não é ruim. Mas a meu ver faltou tempero no enredo. Se houve algum problema ali foi o roteiro e não as atuações, embora nem todas tenham sido espetaculares. Nosso casal esbanjando química nas telas (e eu passava o drama todo imaginando o Gao Zheng chamando a Fang Tong de jiejie nos bastidores hahahaha], mas se a gente prestar bem atenção vai notar que a história é praticamente a mesma de Maid's Revenge só que com um final melhorzinho.

De um lado, um noivo prometido tramando planos para roubar a família da noiva ingênua. Do outro, um homem tentando proteger a mulher a todo custo colocando a vida em risco e tendo de aturar uma criatura no escuro que coloca a maioria dos seus planos a perder. O acréscimo veio na "melhor amiga" falsa que usava aquele penteado infantil e agia como adolescente. Um casal que não se comunica e isso cria diversos mal-entendidos que poderiam ser evitados e uma revanche melhor aproveitada se eles apenas colocassem os pratos limpos na mesa.

Então a gente tem 30 episódios de um homem lindo brigando e escondendo segredos, uma guria desconfiando até da própria sombra e moscando porque não mata um mosquito (pelo menos como empregada ela era mais proativa) e um par de vilões que só late, mas quando a coisa aperta começa a ganir. Se dessem um drama longo e um roteiro decente pra esse casal o sucesso estava garantido. Ele ia dobrar o orçamento na audiência sem nem piscar. Ainda assim eu gostei, dá pra passar o tempo e só do final não ter sido ridículo como o de Maid's Revenge já é um lucro.

domingo, 17 de setembro de 2023

[Drama] What's Wrong With My Princess

Título original: 皇妃为何那样

Diretor: Tony Tang

Gêneros: Histórico, Romance

Ano: 2023

País: China

Episódios: 32 (10 min)

Onde Achar: Cidade Proibida Fansub; Youtube

Sinopse: A general Murong Qiu Yu se apaixonou pelo segundo príncipe Li Mo e o ajudou a chegar ao trono. Contudo, ela foi traída e morta por Li Mo e sua irmã Murong Xin Er. Após renascer, Qiu Yu se encontra de volta à noite do seu casamento com o sétimo príncipe Li Jian. Qiu Yu decide unir forças com o rival de Li Mo, Li Jian, para garantir que Murong Xin Er e Li Mo encarem a punição que merecem.

Fui dormir quatro da manhã maratonando esse negócio? Fui. Me arrependi depois? Do drama não, mas de dormir tão tarde com certeza hahaha. A sinopse é bem reveladora e com um drama tão curto, não dá para dizer muita coisa sem soltar um esplêndido spoiler, mas vou me ater a fatos que são mostrados de cara nos primeiros episódios e não comprometem a trama, okay?

Qiu Yu era a filha do primeiro casamento de um poderoso general. A segunda esposa dele causou a morte de sua mãe e, por causa disso, ela sempre viveu no ostracismo, só conseguindo alguma aprovação do seu pai nos campos de batalha onde era habilidosa e implacável. Por fim, conseguiu tudo que queria. Ela agora era a imperatriz, a mulher mais poderosa de toda a China, estava casada com o homem que amava e quem ela mesma havia colocado no trono, estava também grávida do seu primeiro filho.

Porém, toda a sua felicidade ruiu quando ela descobre que Li Mo, seu marido, sempre foi apaixonado por sua irmã mais nova Xin Er e a usou todo o tempo para eliminar seu irmão mais velho e conseguir o trono. Assim, quando estava em trabalho de parto, eles matam o feto ainda dentro da barriga dela e depois a assassinam, ela jura que se pudesse recomeçar faria eles pagarem com sangue o que lhe fizeram e, para sua surpresa, acorda na noite de núpcias com o sétimo príncipe, Li Jian.

Determinada a se vingar, ela une forças com ele mesmo sabendo que Li Jian não se interessa por política devido a seu próprio passado problemático e, ainda mais, por saber que ela era uma espiã do seu irmão. Qiu Yu decide provar para ele que pode confiar nela e os dois dão as mãos rumo a destruição do casal traidor, frustrando todos os seus planos, enquanto descobrem sentimentos um pelo outro.

Contar para vocês, me surpreendi com o quanto eu gostei desse drama. Ótimas atuações, um casal com química decente e muito esperto, shippei horrores! É daquele tipo de história que dá satisfação, sabe? Você fica vendo os vilões se dando mal e quando pensa que eles vão acertar, o plot twist vem e você vibra. Sério, é muito bom. Por ser um mini drama a história não tem lá um desenvolvimento extraordinário, mas achei bem composta e só de ter um final feliz já é um avanço pra China. Recomendo demais!

domingo, 10 de setembro de 2023

[Livro] O Conde Enfeitiçado — Bridgerton #6

Original: When he was wicked

Publicação: 2006

Autora: Julia Quinn

Gêneros: Romance de amor, Ficção histórica, Romance Histórico - Regência, Ficção urbana

Sinopse: Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton.

Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele.

Mas isso foi no passado. Quatro anos depois, Francesca está livre, embora só pense em Michael como amigo e confidente. E ele não ousa falar com ela sobre seus sentimentos – a culpa por amar a viúva de John, praticamente um irmão para ele, não permite.

Em um encontro inesperado, porém, Francesca começa a ver Michael de outro modo. Quando ela cai nos braços dele, a paixão e o desejo provam ser mais fortes do que a culpa. Agora o ex-devasso precisa convencê-la de que nenhum homem além dele a fará mais feliz.

Sendo bem franca, depois dos quatro livros dessa série que li, não tinha planos de ler os outros quatro, mas quando recebi a visita de uma amiga de Macapá que me recomendou tão bem esse volume, acabei comprando na primeira oportunidade. Ela fez uma propaganda tão boa desse livro que despertou todas as sinapses da minha curiosidade, especialmente porque eu amo o plot friends to lovers.

Francesca estava em um casamento feliz com John, o conde de Kilmartin na Escócia. Ela amava o marido e era a melhor amiga do primo dele, Michael, com quem tinha uma proximidade permitida apenas a uma mulher casada. Tudo na sua vida ia bem até o dia que ela chegou em casa e encontrou o marido morto. Não suficiente, ainda sofreu um aborto espontâneo num intervalo de tempo curtíssimo da morte do marido. Os dois golpes vieram de uma vez e a destruíram e, não suficiente, ainda precisou lidar com o afastamento repentino e sem explicação de Michael, a única pessoa em quem esperava encontrar segurança.

Se havia duas certezas concretas na vida de Michael Stirling eram: 1- ele jamais quis o título de conde. 2 - Ele amava Francesca com um desespero silencioso desde que a vira pela primeira vez. Agora que seu primo havia morrido, o coração de Michael estava destruído e, de repente, ele não sabia lidar com nada. Era como se tivesse sendo forçado a ocupar o lugar de Jonh. De uma hora para outra ele era o conde, o dono das propriedades, um homem extremamente rico e, o mais desesperador, a pessoa em quem Francesca procurava se apoiar para ter estabilidade. Ela jamais desconfiou dos seus sentimentos e, se não quisesse enlouquecer, precisava se afastar dela o mais rápido possível.

Quatro anos depois, os dois se reencontram. Ele disposto a esquecer tudo. Ela tentando reconstruir sua vida. Mas a amizade dos dois, por mais que se esforcem, não é mais a mesma. Os sentimentos de Michael só aumentaram com o passar do tempo, enquanto Francesca tenta com todas as forças ignorar os sentimentos conflitantes que parecem surgir quando está perto de Michael, de repente, é como se não se conhecessem mais. Mas há uma centelha. Algo que explode dentro deles quando estão juntos e contra o qual os dois tentam desesperadamente resistir, usando a memória de Jonh como uma desculpa.

Todavia, um beijo inesperado muda tudo. A partir do toque de seus lábios, Michael sabe que jamais conseguirá amar outra mulher e Francesca se dá conta do quanto o deseja, mesmo acreditando que nunca voltaria a sentir algo tão profundo quanto o que sentiu por Jonh. O que poderão fazer, contudo, quando os medos que impõem a si mesmos se transformam nos obstáculos mais difíceis de vencer?

Se algum escritor desejar um exemplo claro de antagonismo interno, esse é o livro mais indicado. Nos quatro livros que li dessa série, Francesca é sempre mencionada de modo tão raro que parece sequer existir. Não me lembro se ela chega a aparecer mesmo que brevemente em algum dos primeiros volumes, pois já tem um bom tempo que li. 

Ao contrário dos demais volumes com jovenzinhas virginais descobrindo a própria sensualidade, aqui Quinn explora um pouco mais de liberdade mostrando o papel da jovem viúva em uma sociedade patriarcal. Francesca praticamente não tem mais nada a perder, então isso lhe dá mais liberdade que as debutantes de sua época. Por isso, creio, o livro é o que mais explora o erotismo se comparado aos outros. 

Sendo sincera, gostei mais da ideia que da execução em si.  De início dá super para entender a hesitação dos dois em admitir seus sentimentos. Em Michael isso fica mais latente que em Francesca. Ele realmente temia estar usurpando o lugar que era de um primo que ele amava como um irmão e a culpa por estar apaixonado pela esposa dele por tantos anos chegava a ser sufocante. Mas no caso de Francesca, apesar de ter sido normal até certo ponto a dúvida por ter se apaixonado pelo seu melhor amigo, isso se torna bem irritante quando ela fica apenas relutando em aceitar o fato que gosta dele e usando-o porque o sexo é bom.

Me senti cansada por ele. Foi um alívio quando Michael finalmente explodiu e jogou as coisas na cara dela. Toda aquela relutância não fazia o menor sentido e a autora ainda deixava isso claro como se nem mesmo ela soubesse porque diabos a personagem estava tão hesitante em fazer algo que queria. Só por isso o livro já perdeu pontos comigo. Mas ainda teve o final. Não foi redondinho e fofo como os outros livros que li. Parece que o foco desse foi mais a tensão sexual entre os personagens que realmente seu desenvolvimento amoroso. Michael teve um final incerto, a gente tenta imaginar que ele superou a doença, mas isso é subtendido. Além disso, Francesca martelando pregos com uma folha o livro todo, não conseguiu o intuito inicial quando se casou de novo. Então, o livro termina inconcluso.

Talvez nos próximos volumes isso seja mostrado de relance, mas particularmente, estragou um pouco a minha experiência porque parece que o Michael sofreu o pão que o diabo amassou o livro todo pra ter uma meia recompensa no final. Visão minha, apenas. No demais o livro é bom, como os outros (excetuando o da Daphne que eu não gosto), mas acho que poderia ter sido melhor, porque a ideia era tão boa, tinha muita coisa melhor pra explorar e a história podia ter sido fofa. Anthony e Kate seguem sendo meu casal favorito e o melhor livro da série pra mim.

sábado, 2 de setembro de 2023

[Livro] Kilmeny do Pomar

Original: kilmeny of the orchard

Autora: L. M. Montgomery

Página: 144

País: Canadá

Ano: 1910

Gêneros: Ficção, Romance de amor

Sinopse: Kilmeny Gordon é doce, inteligente e bonita, mas não consegue falar. Ela foi protegida por toda a vida devido a sua deficiência e ao escândalo em torno de seu nascimento. Quando não está ajudando os tios, ela preenche o tempo tocando violino em seu lugar favorito, isolado do mundo. O encontro de Eric com Kilmeny no pomar abre as portas de um mundo totalmente novo para ele, e uma amizade que o assusta e o emociona. À medida que os dias de verão ficam mais longos e a amizade dos dois floresce, a doce e silenciosa Kilmeny, com seu entusiasmo ensolarado e música obsessiva, consegue fazer o que nem as alunas do Queenslea College nem as moças da vila de Lindsay foram capazes de fazer: capturar o coração de Eric.


Após se formar na universidade, Eric decide aceitar o pedido de ajuda de um amigo para lecionar por um mês na Ilha do Príncipe Edward ao invés de assumir os negócios do seu pai. Sendo um jovem herdeiro bonito e inteligente, ele deseja apenas tirar umas férias enquanto pensa no que realmente quer da vida. Como todo "heroi romântico", Eric não conhecia o amor e não ligava muito para ele, independente da pressão do seu pai e do seu mentor para que se casasse.

Chegando à ilha, ele rapidamente faz amizade com seus senhorios e ganha o carinho da comunidade simples e antiquada, pois além de bastante carismático, ele também é muito bom em lecionar. 

Em um dia sem aula, Eric decide explorar um lado da vila que ainda não viu e acaba em um pomar abandonado. Encantado com o lugar, ele entra para ver mais de perto, quando escuta um violino tocando em algum lugar por ali. Curioso, se aproxima na direção do som e encontra uma jovem garota tocando com perfeição. Mas ela foge tão logo o vê. Eric se sente mal e intrigado com isso e volta para casa com várias perguntas na cabeça.

Decidido a descobrir a verdade por trás daquela garota, ele argui sua senhoria a respeito dela e do pomar e fica a par da sua triste história. Isso só o torna mais determinado a se aproximar de Kilmeny aquém de todas os conselhos da velha senhora. No final da tarde seguinte ele retorna ao pomar e encontra-a mais uma vez e agora conseguem conversar através de uma lousa que ela usa já que não consegue falar.

A proximidade entre Eric e Kilmeny faz nascer uma amizade profunda que começa a se desenvolver em outros sentimentos podendo ser impedidos pela família dela e pelo maior empecilho de todos: a própria Kilmeny.

Depois de ler O Castelo Azul eu acho que vim com muita sede ao pote em Kilmeny, por isso me decepcionei muito. Comparado com ele, Kilmeny do Pomar é insosso, para dizer o mínimo. Não tem metade do carisma, doçura e envolvimento do outro.

No meu ponto de vista a história até tinha um potencial bom, mas oferece personagens rasos, sem qualquer tipo de carisma e mesmo sendo bem fácil de ler é rasa. Falta emoção. É ainda mais notável quando se compara ao Castelo Azul. Kilmeny é insossa e não satisfeita com isso a autora salienta tanto a beleza dela que parece ser esse o único atributo dela. Como se toda a trama girasse em torno da personagem bonita. 

Não sei se é impressão minha, mas a autora parece não dar muita importância aos personagens masculinos, desde o Castelo Azul eu tenho notado isso, o foco está sempre nas mulheres. Talvez seja proposital, contudo, esses são os primeiros trabalhos dela que eu leio, não posso afirmar. Eric, assim, ocupa espaço como uma espécie de elemento extra, está ali apenas complementar a história e fazer Kilmeny supostamente "brilhar" ao engatar o romance.

Tudo é muito rápido e superficial, não dá nem tempo a gente torcer por eles. Parece que ela tentou aplicar a mesma fórmula do Castelo Azul, mas não funcionou aqui. Além da questão da mudez psicológica ter sido tratada muito mal na obra (quem sabe até pela época mesmo) a resolução dela se tornou tão estapafúrdia e inverossímil que arruinou ainda mais uma história que já não estava com muito gás.

Enfim, o livro não é ruim. Tem boas descrições, a escrita é poética, mas para mim não foi tão gostoso e encantador de ler como O Castelo Azul, soou fraca demais e mesmo tendo potencial, ela não foi explorada com todo o potencial que tinha para oferecer. Acontece.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

[Novel] Transmigration of Mian - Livro 1: Esforçar-se para se tornar este homem

Título original: 穿越之勉为其男 

 Autor (a): 怜惜凝眸 Liánxī Níngmóu 

Tipo: webnovel

Gêneros: transmigração, vida na fazenda, sobrenatural, romance, BL, histórico, xianxia 

Ano de lançamento: 2017

Quantidade de capítulos: 222 Vol. 1 cap 1-66

Tradução: Gracilariopsis

Revisão: Joy Alana

Suporte: Miss Sw

Sinopse da tradutora:

Qin Mian é um homem contemporâneo e fã de obras de Cultivo que, de repente, transmigra para um tempo antigo! Nada de Seitas de Cultivadores, Imperadores e glamour! Ele acaba acordando como esposa masculina de um rapaz pobre numa vila rural, no corpo de um jovem fraco e doente. E, se já não fosse ruim ser esposa de um homem que ele nem conhece, a madrasta e o pai de seu novo marido são absurdamente mesquinhos! Mas pelo menos o marido parece ser uma boa pessoa. E muito bonito, apesar da cicatriz feia em sua bochecha esquerda.

Transmigration of Mian é uma novel sobre começar uma nova vida do zero, onde o casamento vem antes e o romance depois, à medida que o casal se conhece melhor e decide dar um basta nos abusos da família e melhorar de vida. 

É, principalmente, a história de um relacionamento saudável, igualitário (apesar de Qin Mian ser, perante a sociedade, aquele que se casou como esposa), e que mostra como um casal de homens pode superar todas as dificuldades que a sociedade impõe a eles e prosperar juntos. 

Em um tom otimista, é uma novel que dá aquele calorzinho no coração que a gente tanto precisa. Um slice of life com um pouquinho de sobrenatural.

Onde ler: Mo Dao Zu Shi BR blog e wattpad

Após ser empurrado da escada por seu primo, Qin Mian acorda no corpo de um garoto em plena Dinastia Xia (2070 a.C. – 1600 a.C), historicamente, é dito que essa é a primeira dinastia registrada na história da China, alguns, inclusive, dizem que é um tanto mitológica. Mas, supostamente foi fundada por Yu, O Grande. De início, Qin Mian não entende muito bem o que está acontecendo, mas se sente muito fraco e sedento, notando logo um homem deitado na mesma cama ao seu lado que lhe oferece, com gentileza, um copo de água. O choque, contudo, dura pouco, pois ele acaba caindo no sono de novo.

No dia seguinte, é acordado bruscamente por uma velha mulher. Ele descobre, então, que se tornou esposa de um homem pobre numa época passada. Tudo na mente de Qin Mian está nublado, as informações não fazem sentido e ele só sabe que é um homem adulto da idade moderna preso no corpo de um adolescente doente vários milênios atrás. E que a mulher diante dele é autoritária e violenta. Salvo de uma surra pelo seu "marido", ele começa a investigar as coisas no lugar onde está e tenta encontrar respostas.

Para sua sorte, o corpo que ele habita também se chama Qin Mian. Ele não sabe nada sobre o passado do garoto, mas descobre que ele foi forçado a se casar com o filho mais velho da família Lei devido a uma predição feita por um adivinho. E, pasmem, o menino tem apenas 14 anos! Avaliando sua condição física, o mundo em que se encontra e a situação em que está, não há muita saída além de continuar vivendo com Lei Tie até conseguir uma forma de voltar para sua era. Contudo, não por isso ele vai se sujeitar a abusiva família de seu marido.

Quando começa a sondar a situação, Qin Mian percebe que precisará usar toda a sua experiência e conhecimento da modernidade se quiser prosperar naquele mundo. Primeiro, porque ele não quer ser pobre e tudo o que sabe pode lhe garantir muito futuro num mundo atrasado como aquele se ele souber usar da maneira certa. Segundo, porque ele percebe que Lei Tie é tão vítima de toda aquela história quanto ele mesmo. Por mais que não sinta qualquer afeto pelo marido, sendo também um homem, Qin Mian tem alguma compaixão pela vida dura e injusta que ele levou até então.

A primeira providência é sair da casa daquela família interesseira e sovina. Especialmente longe da segunda esposa do pai de Lei Tie, uma mulher desprezível e gananciosa. Embora não entenda o motivo, o marido se mostra muito solícito em atender todos os seus pedidos e, não muito depois, os dois alugam uma casa e se separam da família com todos os trâmites legais envolvidos. Qin Mian também se esforça para nutrir o corpo doente do seu hospedeiro enquanto bola meios de conseguir dinheiro para melhorar a vida, já que todas as propostas de divórcio com Lei Tie foram terminantemente recusadas por este.

Conforme prosperam e precisam lidar com a falsidade da família e a língua cruel das pessoas, Qin Mian aprende a viver naquele mundo retrógrado enquanto desenvolve carinho e respeito reais pelo seu companheiro. Mas a jornada de volta para casa parece cada dia mais distante.

Esse é um resumo bem grosseiro dos 66 capítulos que compõem o primeiro volume dessa novel. Comecei a lê-la porque, além de ter muitas informações sobre a cultura Chinesa (algo que eu estava precisando para a história que estou escrevendo agora), também me deu certa curiosidade a respeito do romancinho de aquecer o coração que a tradutora prometeu. Sem contar que essa novel foi traduzida direto do mandarim.

Posso dizer, antes de qualquer coisa, que essa foi uma grata surpresa. Após reler Mo Dao Zu Shi e cair numa séria DPL (de novo!), gostei de encontrar outra novel que atraísse igualmente minha atenção ao ponto de voar pelos capítulos sem perceber. E é o que acontece. São 66 capítulos, mas parecem muito 10 de tão rápido que a gente lê. E as notas sobre a cultura chinesa são fascinantes e muito instrutivas, uma verdadeira aula que não é chata.

Algo que preciso dizer sobre a idade do Qin Mian na novel é que de modo algum a história se trata de pedofilia. Mesmo sendo casado com ele, Lei Tie nunca ultrapassou o limite (eles não consumaram o casamento), seja pela condição de saúde de Qin Mian ou por respeitar que o garoto não nutria sentimentos por ele (e eu acho mesmo que foi pelos dois, dado o que vi dele na história). Ele respeita e protege seu xifu com esmero e dedicação e mesmo o beijo entre eles quando acontece é consensual. Então, não há nenhum tipo de romantização de estupro ou pedofilia na história. Além do mais, embora esteja no corpo de um adolescente, Qin Mian é um homem adulto da era moderna, ele entende bem o que está acontecendo com ele e todo o ambiente à sua volta.

Para um primeiro livro, gostei muito da história, parece ser daqueles romances bem lentos, com muito desenvolvimento dos personagens e o mistério por trás de Lei Tie torna tudo ainda mais instigante. Já no primeiro capítulo, os obstáculos que os dois vencem com cooperação mútua e entendimento é muito gostosinho de acompanhar. Mesmo em uma época como aquela, Lei Tie nunca trata Qin Mian como alguém abaixo dele por estar no papel de "esposa", mas como um igual, que pode tomar decisões e ter opinião, e ele o escuta. Há diálogo entre eles. E a gente shippa os dois com cada capítulo mais desespero.

Recomendo muito, é um romance levinho, dá para tirar umas boas risadas e tem personagens muito interessantes, além de ser um prato cheio para quem gosta de história da China e cultura chinesa. A tradução está maravilhosa!

domingo, 20 de agosto de 2023

[Livro] O Castelo Azul

Original: The blue castle

Ano: 1926

Autora: L. M. Montgomery

Gêneros: Romance, Ficção, Romance de amor

Páginas: 256

Sinopse: Valancy Stirling tem 29 anos, é solteira e nunca se apaixonou. Sua vida é um marasmo. Vive com a mãe autoritária e a tia intrometida, numa rotina exasperante. Sua fuga é ler os livros proibidos de John Foster e seus devaneios sobre o Castelo Azul um lugar onde todos os seus sonhos se tornam realidade e ela pode ser quem realmente quer ser. Depois de receber do médico o diagnóstico de que tem uma doença terminal, ela se rebela contra a família e descobre um mundo novo e surpreendente, cheio de amor, alegria e aventuras, muito além de seus sonhos mais secretos.

Me surpreendi com o quanto eu gostei desse livro. Foi um dos meus presentes de aniversário — e já aproveitei para trocar alguns ebooks da minha meta de leitura como uma forma de poupar minha visão — e também meu primeiro contato com essa autora. Gente, que livro gostosinho, passa tão depressa que a gente nem sente que está lendo, fica envolvido na história e na torcida por aquela personagem.

Valancy é uma jovem de vinte e nove anos que perdeu completamente a esperança de se casar. Relegada ao ostracismo, ela precisa sofrer a repressão de uma família hipócrita, rígida e cruel, que não lhe permite se expressar e nem viver. Tudo que Valancy conheceu foi a amargura de ser rejeitada e sempre comparada com sua bela e brilhante prima Olive. 

Porém, toda a sua vida monótona e triste muda quando ela recebe a notícia de uma angina com aneurisma no seu coração que lhe dará, no máximo, um ano de vida se ela evitar emoções extremas. Repensando toda a sua trajetória naqueles vinte e nove anos, Valancy se depara com uma existência vazia onde ela nunca fez nada por si mesma. Assim, como já não tem mais nada a perder, gente, essa mulher chuta o pau da barraca bonito e a gente aplaude de pé, porque a família dela era escrotíssima.

Livre, Valancy decide ir ajudar uma velha amiga de escola que está morrendo e, nessa nova vida, descobre coisas importantes sobre si mesma, além de se aproximar de Barney Snaith, um jovem rebelde que mora numa ilha e tem péssima reputação na cidade. Contudo, ela nunca acreditou nos rumores sobre ele e estava mais do que feliz por poder conhecê-lo melhor.

Quando sua amiga morre, Valancy não vê outra alternativa a não ser pedir a Barney que se case com ela. Era a única maneira de não voltar para casa. Ele aceita, ciente da sua condição. Mas a vida tem outros planos para os dois e mesmo a morte pode ser um gatilho muito válido para o amor.

Sabe aqueles livros docinhos e bem humorados que parecem ter entrado em extinção? Pois é, esse é um deles. Eu gostei tanto de ler, é gostosinho, faz a gente pensar sobre um bocado de coisas sem ser pedante e tem aquele quê de Jane Austen, só que menos ácido e mais suave. Eu gostei tanto do romance, consegui desvendar boa parte do mistério antes, mas não interrompeu minha euforia.

Gente, sério, se tiver a oportunidade de lerem esse livro, leiam! Vocês não vão se arrepender.

[Donghua] Love Between Fairy and Devil

 Original: 苍兰诀

Ano: 2022

Gênero: Comédia, Fantasia

Episódios: 24

Sinopse: O antigo demônio, Dongfang Qingcang, que foi suprimido por mil anos, volta aos três mundos e inicia uma guerra entre imortais e demônios no momento em que renasce. Para escapar, o lorde demônio troca de almas com a imortal Lan Hua, que tem dificuldade em controlar seu poder mágico e acidentalmente mata seu corpo imortal. Desesperados, os dois embarcaram em uma jornada para encontrar um novo corpo. Ao longo do caminho, os dois experimentaram todos os tipos de coisas, brigas e brincadeiras, e Lan Hua começou a desenvolver sentimentos por Dongfang Qingcang, mas mal ela sabia que, durante todo esse tempo, Dongfang QingCang apenas a usou como uma ferramenta para ressuscitar o antigo deus. da guerra Chi Di, e sob a calma uma conspiração maior também é silenciosamente realizada...

Onde encontrar: Wei Fansub

Quando saiu o drama desse anime eu não podia entrar em nenhuma rede social que estava todo mundo falando. Longe de mim dar spoiler aqui, mas o negócio é que eu esperei ele terminar e fui lá ver o final porque não sou obrigada. E, não gostei. Pois é, não interessa se a história é toda boa, se eu não gostar do final não vou ver. Simples assim. 

Contudo, quando vi que o Wei tinha traduzido o donghua desse drama decidi dar uma chance, tanto pela curiosidade com a história quanto para ver se o final da animação ia ser tão ruim quanto o do drama. Bem, não foi, mas também está longe de ser bom. Isso porque o donghua não tem final. Claro que não tem, já que vai ter outra temporada.

A história, para alguém que como eu não surtou para ver nem drama nem anime, gira em torno do lorde demônio Dongfang Qingcang, ele estava tocando o terror nos reinos e acabou sendo suprimido e selado pela deusa Chidi, que deu sua vida para trancar o causador de encrenca multipoderoso. Só que esse selo tem prazo de validade, e quando está prestes a enfraquecer, galera dos céus se unem para fortalecer, mas é claro que dá errado e ele escapa com sucesso, voltando a causar o caos, embora seus poderes ainda não tenham se recuperado totalmente.

No meio da briga, o espírito de flor chamado Lan Hua, que havia finalmente conseguido chegar à forma humana, por algumas circunstâncias acaba bem no meio da batalha e é atacada pelo lorde demônio que, na tentativa de roubar sua vitalidade, morde ela (sim, like a vampire), mas o negócio acaba dando muito errado e os dois são presos. Quando finalmente acordam da surra, Lan Hua descobre que eles trocaram de corpo.

Para resolver a situação bem ruim, eles precisam escapar da prisão. Para isso, Dongfang solta outro prisioneiro que pode ajudá-los a sair se esperar o momento certo. Mas de novo, algo dá muito errado e Lan Hua acaba perdendo seu corpo e ficando trancada com Dongfang no corpo do lorde demônio. Não fosse ruim o suficiente ele ainda acaba perdendo o corpo dela. Agora, na busca de fazer um novo corpo para ela, os dois embarcam em uma jornada para reunir algumas coisas enquanto enfrentam algumas dificuldades pelo caminho e se aproximam.

Vou ser sincera com vocês, o anime em si não é ruim, até deu para dar umas risadas em alguns momentos, mas meu problema foi com a protagonista, gente, tinha hora que eu só queria que o Dongfang queimasse essa menina e jogasse as cinzas dela no oceano. Sério, ela era muito chata. Não sei se por eu estar pouco acostumada a ver donghua (isso porque a maioria é em 3D e eu não suporto), mas os poucos que vi não tinham garotas tão chatas.

O anime não me deu a menor vontade de ir atrás do drama. Então poucas chances de eu assistir. Até porque ultimamente não tenho tido vontade de assistir nada. Tem umas cenas boas, vale o entretenimento, mas já vi melhores. Então deixo a recomendação a cargo de vocês.


sábado, 5 de agosto de 2023

[Livro] A Maldição do Mar

Original: The Wicked Deep

Autora: Shea Ernshaw

Gêneros: Ficção, Fantasia sombria, Fantasia paranormal

Ano: 2021

Sinopse: Quando corpos de garotos começam a aparecer no litoral da cidade de Sparrow, alguns moradores se perguntam se a antiga lenda sobre as bruxas vingativas seria verdade. Mas até onde essa caça às bruxas pode levar?

Há dois séculos, três irmãs foram condenadas à morte por, supostamente, cometerem bruxaria. Pedras foram amarradas em seus tornozelos, e elas morreram afogadas nas águas profundas que margeiam a cidade. Agora, por um breve período de tempo – a cada dia primeiro de junho até o solstício de verão –, diz a lenda que as irmãs retornam, roubando os corpos de três meninas para que, por meio deles, possam buscar sua vingança, seduzindo e afogando meninos até a morte. Como muitos habitantes locais, Penny Talbot, conhece a lenda de cor.

Mas, neste ano, quando a cidade se prepara para o anual retorno das irmãs, um rapaz desconhecido, Bo Carter, chega à cidade buscando suas próprias respostas. E Penny o acolhe. Mas quando corpos de meninos locais começam a aparecer no litoral, o clima de desconfiança e medo atinge a cidade, dando início a uma verdadeira caça às bruxas.


"O amor é uma feiticeira insidiosa e selvagem. Ela espreita, suave e gentil e silenciosa, antes de cortar a sua garganta."

Minha irmã comprou esse livro despretensiosamente pela capa nas Americanas em nossa última visita lá. Como estava um pouco deficiente de livros físicos na meta desse ano e não sou adepta de e-books (mas com o preço dos livros é o jeito), acabei substituindo por um dos e-livros na minha lista. Confesso, foi a melhor decisão que tomei!

No começo, foi muito difícil me concentrar e mergulhar na leitura porque eu tinha acabado de ler Mo Dao Zu Shi e, meus queridos, depois que se lê essa novel você não quer saber de nada além de pegar o primeiro livro e começar tudo de novo sem se cansar. Então, os primeiros capítulos passaram meio como uma névoa diante da minha ressaca literária (raríssimo ter ressaca duas vezes com o mesmo livro, mas aconteceu, amo essa novel).

Então, a história é narrada por Penny Talbot, uma garota que vive numa ilha próxima à cidade costeira de Sparrow no Óregon. Todo ano, essa cidade promove um festival relembrando um sombrio acontecimento duzentos anos atrás quando três jovens foram acusadas de bruxaria e condenadas a morte por afogamento. A partir daí, todos os anos, incapazes de descansar em paz, elas voltam para se vingar, afogando garotos na baía. Vários turistas se reunem em Sparrow todos os anos para presenciar o mortal acontecimento, mesmo com suas próprias vidas correndo risco.

Penny não gosta de nada disso. Pior, ela teme mais que qualquer coisa ser uma das possuídas por uma das irmãs Swan e, com isso, acabar matando alguém. O pai de Penny desapareceu anos atrás e, desde então, ela cuida de sua mãe com saúde instável pela dor da perda. Nesse ano, por insistência de sua melhor amiga, ela acaba indo à abertura do festival e acaba encontrando Bo, um misterioso garoto que apareceu na cidade em busca de trabalho. Por fim, após um incidente, ela decide admiti-lo na ilha para cuidar do Farol.

Conforme as mortes vão acontecendo e Penny vai escondendo mais e mais segredos de Bo, que igualmente mantêm suas intenções ocultas, ambos começam a investigar as mortes e uma verdadeira caça as bruxas recomeça para descobrir quais garotas estão possuídas. Nenhum garoto está a salvo e todas as meninas são suspeitas. Bo e Penny se sentem mais atraídos um pelo outro, mas talvez esses sentimentos não sobrevivam aos segredos que ambos escondem.

A narrativa é simples, poética e fluida, os acontecimentos vão e vem entre passado e presente enquanto as verdades se descortinam à nossa volta e a autora soube usar muito bem a subjetividade da primeira pessoa para fazer plot twists realmente impactantes. O desenrolar é instigante e apesar de ter achado o final um pouco agridoce, gostei muito do desenrolar da trama.

Personagens cinza que nos despertam sentimentos duais. Nesses momentos fico pensando quão importante é estudar ética, diante de alguns dilemas, somos colocados como juízes de quem vive e quem morre. Como mulheres foram julgadas porque os homens de uma cidade tinham caráter ruim o bastante para trair suas esposas e, por não se conformarem numa época que desquite era abominável, muito mais fácil acusar forasteiras de bruxaria por serem bonitas e inteligentes. Ainda assim, o fato em si seria justificável para tirar outras vidas inocentes sem qualquer ligação com aquelas pessoas?

Sério, vale muito a pena a leitura. Romances trágicos, suspense, mitologia e mistério. A combinação perfeita para um livro.

[Filme] Suzume no Tojimari

Original: すずめの戸締まり

Diretor: Makoto Shinkai

Ano: 2023

Gênero: Aventura, Drama, Fantasia

Sinopse: Conta a história duma adolescente de 17 anos e a sua jornada através de um Japão devastado por várias calamidades e onde ela terá de fechar as portas que causaram estes desastres.

Quando anunciaram esse filme, do mesmo diretor de Kimi no Nawa, fiquei curiosa, mas não estava com muitas expectativas porque fui com muita sede ao pote no outro e não achei isso tudo além da fotografia espetacular. Demorou um bocado para conseguir achar um e, como esperado, foi muito bom, mas prometeram mais do que ofereceram. Isso, claro, analogias a parte.

Não vou entrar no mérito das metáforas usadas no filme, mas falar dele como história, minha experiência como expectadora. A história acompanha Suzume, uma adolescente que, em seu caminho para a escola, encontra um misterioso e belo rapaz. Este lhe pergunta se sabe onde fica alguma ruína na cidade, ela lhe indica uma direção e segue seu caminho, mas, incapaz de tirá-lo da cabeça, e curiosa a respeito, acaba seguindo-o até as ruínas. Contudo, ao invés dele, ela encontra uma porta. 

Curiosa, Suzume abre a porta e, sem saber, liberta o selo que a manteria fechada, liberando um mal terrível sobre o Japão. Ao tentar fechar a porta, o rapaz acaba ferido e é amaldiçoado pelo selo, se transformando em uma cadeira que a falecida mãe de Suzume havia feito para ela na infância. Agora, para ajudá-lo a quebrar o sortilégio, ela vai embarcar em uma jornada buscando todas as portas para trancá-las enquanto persegue o selo e descobre mais sobre o dia que sua mãe se foi.

Apesar de parecer bem a cara daqueles filmes japoneses de jornada e autoconhecimento, Suzume no Tojimari é, sobretudo, um filme sobre luto. O sentimento de perder alguém importante para nós e o que acontece quando reprimimos esses sentimentos, afastando-os para os fundos da nossa mente ao invés de encará-los, nos permitir vivenciar o momento e entendê-lo. A porta de Suzume era o medo de encarar a perda da mãe, como ela se fez esquecer os eventos daquele dia, trancando-os dentro de si e alimentando um monstro muito maior.

Se pensarmos que o diretor afirmou ter escrito o roteiro durante o período de isolamento social da COVID-19, podemos ter uma visão ainda mais clara das metáforas do "monstro" e do luto que é invisível para todos aqueles que não o sentem ou apenas o ignoram. Obviamente essa é uma leitura minha, o filme permite e abre margem para várias interpretações e possibilidades. 

Embora não tenha sido nada do que eu estava esperando, Suzume no Tojimari é um filme marcante, tem uma trilha sonora irretocável tal como a fotografia sublime de Shinkai, além de toda a magia poética de sua narrativa sensível que dosa bem comédia, drama, romance e fantasia puxando reflexões enquanto encantam nossos olhos. Recomendo.

domingo, 16 de julho de 2023

[BL] Kissable Lips (TEM SPOILER)

Original:  깨물고 싶은

Ano: 2022

Diretor: Yang Kyung Hee

Roteirista: Lee Yeon Joo

Gêneros: Romance , Juventude , Sobrenatural

País:Coreia do Sul

Episódios: 8

Sinopse: Um romance doce e sangrento no campus entre Jun Ho, um vampiro que está trilhando o caminho da extinção, e Min Hyun, um humano de sangue puro. Jun Ho é um vampiro que está prestes a morrer. Para sobreviver, ele precisará beber sangue puro e assim se tornar um humano. Um dia, enquanto procurava por esse sangue puro, ele conheceu Min Hyun, um humano de sangue puro. Mas outro vampiro chamado Hae Soo, que sabe sobre os traumas do passado de Jun Ho, faz com que Min Hyun e Jun Ho se desentendam. Vivendo uma vida normal como humano e protegendo Min Hyun, o que Jun Ho terá que enfrentar?

Esse BL foi uma puta decepção. Fui ver por causa da sinopse que parecia boa e porque eu queria ver outro romancinho açucarado com fantasia, mas fui trolada. A história acompanha Jun Ho, um vampiro que está morrendo por ter matado seu namorado. Se ele não beber o sangue de um humano de sangue puro e conquistar seu coração, vai morrer em pouco tempo. Até aí okay. Coincidentemente há um humano desse na mesma universidade (e pasmem) mesma sala que ele. De início, Jun Ho até tenta conquistar o coração de Min Hyun com a intenção de tomar o sangue dele, mas quanto mais se aproxima, mais sentimentos começa a desenvolver por ele e, com medo da história se repetir, ele abandona o plano.

Já vou de cara soltar o spoiler putoso aqui: esse filho da mãe morre! A raiva que eu senti não podia ser medida, fui atrás de açúcar e tomei rícino. Que ódio! Gente, o que custava ter tomado um pouco do sangue, sei lá. A gente não vai atrás de uma história de fantasia ver final ruim, eu pelo menos não vou. Senti ter perdido o meu tempo vendo isso. Desnecessário.

[Drama] Love Starts from Marriage 1 e 2

Original: 夏小姐的先婚后爱
Gênero: Romance
Ano: 2022
Episódios: 24 (5min)
País: China
Sinopse: Gu Chengze e Xia Qiange já foram totalmente estranhos. Mas, após um encontro inesperado, eles embarcam em uma jornada de estereotipar um ao outro, depois abandonando preconceitos e se conhecendo, e finalmente se tornando a escolha do coração um do outro. Xia Qiange já relutou em seguir uma nova vida pessoal devido a um profundo senso de responsabilidade e dever. No entanto, seu eu interior foi despertado por sua natureza expressiva e busca por uma vida e uma carreira melhores. Depois de repetidos contratempos, ela continuou lutando e finalmente está prestes a quebrar os grilhões de um destino imposto.


Bem no dia do casamento, a irmã gêmea de Xia Qian Ge some sem dar explicações. Forçada pelos pais, ela assume o lugar dela e se casa com Gu Cheng Ze já que o futuro financeiro da família dependia do enlace. A coisa que Gu Cheng Ze era apaixonado pela namorada, e ela não era sua namorada. Desse modo, ela se casou com ele, mas o ficava evitando ao máximo enquanto tentava encontrar pistas do paradeiro da irmã.

Desconfiado da atitude de sua esposa relutante, Gu Cheng Ze começou a investigá-la e passa a desconfiar ainda mais que ela não é quem diz ser, mas o que fazer quando lentamente ele começa a se apaixonar por ela também?

Esse drama é mais um daquele plot de troca de identidade que até funcionou em Romance with Blind Master, mas que foi péssimo usado aqui. Os atores não tinham a menor química, as atuações não convenciam e a história é tão mal feita que você ri pra não chorar. A única vantagem é, de fato, ser curto mesmo. Coisa de uma hora e meia dá pra terminar tudo. Ainda tem aquele final que eu achei que ia ser desenvolvido na segunda temporada, mas não foi, a história é outra, então ficaram as pontas sem explicação e é isso. Não gostei.


Original: 夏小姐的先婚后爱 第二季
País: China
Episódios: 24 (5min)
Gênero: Romance, Drama
Sinopse: Uma deles é uma diretora executiva ardilosa e dominadora, o outro é um jovem gentil e introvertido. Devido a um encontro fortuito às cegas, eles fazem uma promessa e caminham de mãos dadas, embarcando em uma vida conjugal hilariante e imprevisível.

Para assumir a empresa da família, Xia Qian Ge tem que aceitar o casamento arranjado que seu pai fez com a família Gu. Contudo, no dia do encontro com o noivo quem vai no seu lugar é o irmão mais novo Gu Cheng que ela havia conhecido em um bar na noite anterior e lhe deixou uma primeira impressão nada amigável.

No dia do noivado, ela diz na frente de todo mundo que aceita se casar com a família Gu, se o noivo for o filho mais novo e não o mais velho. Embora estarrecidos, eles concordam quando Gu Cheng aceita, deixando seu irmão mais velho furioso. A coisa é que a mãe de Gu Cheng era a segunda esposa do seu pai, que acabou escolhendo voltar para a primeira esposa e a abannonou, os dois sofreram um acidente de carro e ela acabou falecendo. Desde então, a relação dele com o pai não era boa. Mas o pai tinha algo da mãe que ele queria.

Fazendo um acordo com Xia Ge, Gu Cheng monta um plano para conseguir o que quer e ao mesmo tempo ajudá-la a manter a empresa da família longe das mãos incompetentes do seu irmão mais velho. Assim, com o casamento de fachada, eles seguem mantendo uma boa amizade enquanto, gradualmente, seus sentimentos evoluem junto com eles.

Essa temporada foi infinitamente superior à primeira! Chega a ser ofensivo chamar de sequência. A impressão que me dá é que se deram conta da ca**da que fizeram na primeira temporada e criaram essa para fingir que a outra não existe. A interação entre as personagens foi muito melhor e os atores se não tinham uma química explosiva pelo menos agiam com sincronia em tela. Rendeu umas boas risadas e até deu pra shippar o casal. As atuações também foram bem melhores e a história em si, apesar de algumas falhinhas, foi muito superior. Vale a conferida.

terça-feira, 11 de julho de 2023

[BL] Cherry Blossoms After Winter

Título original: 겨울 지나 벚꽃

Diretor: Yoon Joon Ho

Gêneros: Romance, Juventude, Drama

País: Coreia do Sul

Episódios: 8

Exibido: 2022

Sinopse: Seo Hae Bom (Ok Jin Uk) é um garotinho de sete anos que perdeu os pais e foi morar com uma família adotiva. Nesse novo lar, ele conhece seu irmão adotivo, Jo Tae Seong (Kang Hee), que tem a mesma idade que ele. Seo Hae Bom ficou muito impressionado com seu novo irmão – ele vê em Jo Tae Seong tudo o que não tem: o menino é alto, bonito, popular, atencioso e digno de amor e atenção. O pequenino Seo Hae Bom se vê como inferior e se sente realmente tocado pela bondade da família que o acolheu.

As coisas mudam um pouco para a dupla quando eles passam a estudar na mesma turma no ensino médio. Agora eles estão passando muito mais tempo juntos, em casa e na escola. Apesar de eles já se amarem quase como irmãos, com toda essa proximidade, uma inesperada fagulha de romance começa a surgir entre os dois – mas será que o Cupido vai cooperar com isso?

Depois de um bom tempo sem ver nenhum BL pelo simples motivo que nenhum deles estava mais chamando a minha atenção, finalmente consegui achar um. Eu estou naquela fase que não quero ver nada comprido demais, sabe? Sem a menor paciência para drama longo. O que me atraiu nesse drama foi a história, gosto desse tipo de plot amigos que se apaixonam.

A história segue Hae Bom, um garoto órfão que foi adotado quando criança pela melhor amiga da sua mãe. Essa mulher também tinha um filho chamadoTae Seong (que no começo não curtiu a ideia do irmão novo), um garoto que estava passando pelo complicado divórcio dos pais e, após ouvir uma conversa da mãe ao telefone, cresceu acreditando que ela não o amava. No começo, a relação dos dois era uma amizade despretensiosa e inocente, contudo, em determinado momento, Tae Seong começou a se sentir diferente em relação a Hae Bom e, por isso, se afastou dele.

Tímido e introvertido, Hae Bom nunca entendeu a razão da sua amizade com Tae Seong ter acabado daquele jeito e tentou seguir a vida. Ele não tinha amigos e era intimidado na escola. No último ano, contudo, ele acaba ficando na mesma sala que Tae Seong e, incapaz de esconder mais os seus sentimentos, decide lutar pelo coração de Hae Bom e fechar o capítulo da sua solidão.

Algo que eu gosto nos BLs coreanos é que, pelo menos por enquanto, eles continuam fofinhos e não apelativos. Às vezes você só quer ver algo doce, sem qualquer tipo de pimenta, e o universo BL pós KinnPorshe parece ter imergido ainda mais na onda hot. Além disso, nesse drama em específico, por ser curto, não sobra muito espaço para enrolação desnecessária, então ele acabou ficando fofo, dramático e doce na medida certa. Mesmo o problema da mãe do Tae Seong foi abordado de maneira simples, a gente entendia o lado dela, mas em contrapartida ela não se tornou um empecilho real, considerando como a homossexualidade é vista na sociedade coreana, foi até gentil.

Não tenho do que reclamar em questão de atuação, eles ainda conseguem ser mais naturais que a maioria dos tailandeses. A química do casal foi boa, pelo menos ao ponto de me convencer a shippar os dois. Quem estiver a fim de um romancezinho fofo acho uma boa pedida, em especial por ser curtinho.