Direção: Kim Dae-seung
Ano: 2015
Gênero: Fantasia, História
País: Coréia do Sul
Elenco: Yoo Seung-ho
Go Ara
Kwak Do-won
Sinopse: A princesa Cheong Myung (Go Ara), da dinastia Joseon viaja para a dinastia Qing para se casar com o Príncipe uma vez que seu país perdeu a guerra e uma princesa deve ser "oferecida" em casamento para selar a paz. No caminho para lá, ela conhece um jovem mago inspirador e se apaixona por ele.
Estou em uma sincera luta para entender por que os asiáticos são tão avessos a coisas conclusivas. 99,9% dos dramas e filmes (e aqui me restrinjo aos coreanos e japoneses que assisto mais) tem finais inconclusivos (você não sabe com certeza o que houve), abertos ou ruins. E os 1% que tem final considerado bom ainda se dividem em 0,5% insatisfatório (daqueles que o casal acaba se olhando só com a ideia de que vai ficar junto) e 0,5% bom de verdade.
The Magician se encaixa na primeira categoria, dos finais inconclusivos. Mas, vamos ao enredo para que você entenda a história. A princesa Cheong Myung foi escolhida para se casar com o príncipe da dinastia Qing, a verdade é que, por nascimento, ela não é uma princesa e tudo não passou de uma farsa da rainha para que não mandasse uma de suas filhas de verdade. Não se diz nada ao certo sobre o nascimento dela, mas é provável que seja apenas a filha de algum homem rico ou coisa assim. De todo modo, ela é "vendida" como princesa para ser oferecida para o príncipe da dinastia Qing em nome de um povo e de uma família que não hesitou em sacrificá-la. Depois de cinco dias de viagem muito difícil pelas condições do tempo, eles param em uma cidadezinha onde há um espetáculo muito famoso de um mágico.
Hwan-hee é um belo e jovem mágico ilusionista que é famoso na cidade, ele mora em um bairro meretrício (cheio de prostíbulos) com a irmã cega que é cortesã. Quando crianças, eles trabalhavam para um mago chamado Gwi-mol que abusava fisicamente deles e de outras crianças, chegando a matar uma infinidade de meninas em seus shows de ilusionismo. Hwan-Hee consegue fugir com a irmã depois de enfrentar e expor para o público o assassinato do mago, mas vive sob o trauma da sua infância e das mortes que presenciou. Além da ameaça de Gwi-mol que ainda os persegue.
Depois de uma apresentação em que seus traumas ressurgiram em sua mente, Hwan Hee sai para as montanhas para esfriar a cabeça. Nesse entremeio, a princesa Myung - que havia dado uma escapada do palácio provisório em que estava hospedada - acaba indo parar na mesma montanha após ser abordada por miseráveis na beira da estrada morrendo de fome. Assustada com tudo, ela acaba fugindo após perder os sapatos e o manto se vendo na beirada do precipício quando Hwan Hee aparece e, pensando que ela ia se matar, começa a conversar com ela, mas Myung se assusta e no meio dos mal entendidos eles acabam tendo um péssimo primeiro encontro ainda que tenham ficado marcados na mente um do outro. Mais importante: ela não conta a ele que é a princesa.
Após esse encontro, a moça decide ver o espetáculo que as criadas tanto falam, lá ela é escolhida como assistente de Hwan Hee que pede que ela o encontre na mesma montanha onde se viram pela primeira vez, Ela acaba indo no fim de tudo e os dois começam a conversar, aos poucos a princesa, que já estava encantada com ele, vai se encantando mais principalmente pelo fato de ele tratá-la como uma pessoa comum e não uma princesa frágil que nunca pode errar. Os encontros acabam se estendendo para as próximas noites e no coração um do outro eles começam a se conhecer e a se aproximar cada vez mais, porém Gwi-mol chega a cidade e, com ele, uma ameaça para a vida de Hwan-Hee, sua irmã e a princesa.
Enquanto está dividida entre o dever e o seu coração, Myung vai ter que fazer uma escolha que poderá mudar os rumos da sua vida, Hwan Hee, disposto a não perdê-la vai arriscar a vida para tirá-la das mãos de seu inimigo, mas será que os dois poderão encontrar o caminho para um final feliz?
Bem, de um modo geral, a história do filme é muito bem elaborada, uma das coisas que eu mais gosto nas fantasias históricas orientais é que elas sempre se aproximam muito da realidade da época, e não há - até o final - nenhum problema em The Magician, as atuações foram impecáveis, a história realmente te prende e a melhor parte é que mesmo as cenas mais pesadas de violência foram veladas de modo que não ficasse meio "filme de terror". A fotografia do filme é de tirar o fôlego, paisagens belíssimas cheias de cor e vida. Duas personagens que anseiam por uma vida melhor do que a que levam, ávidos por mudar seu destino se encontram e se apaixonam, mas o final inconclusivo me deixou meio pé atrás. Há dois roteiros que podemos interpretar:
1. Eles sobreviveram e o velhinho contando a história é Hwan Hee
2. Eles não sobreviveram e a história deles era apenas uma invenção do velhinho
De alguma forma, parece meio ilógico acreditar que eles escaparam de uma queda daquela altura! Posso - e quero - pensar que ele buscou uma rota alternativa. Ainda assim, não há como ter certeza ainda que o final queira te fazer acreditar que sim. Mesmo assim, recomendo muito o filme, é tenso, lindo e fofo ao mesmo tempo. Vale muito a pena!
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