Querido diário,
é bem assim que quero começar, há muito tempo eu preciso escrever o que sinto, mas por alguma razão as palavras nunca saem... Nunca os sentimentos de raiva me tomaram com tanta intensidade! E parece que, quanto mais furiosa você está, mais as coisas rumam para que você exploda! Hoje eu não quis sair para nada, não fui para o curso de inglês, não fui para faculdade, acho que não iria nem mesmo até a esquina se o papa estivesse lá promovendo algo sacro, e o cliente que mais me enche saco decidiu vir justamente no dia que o meu extra de paciência se esgotou encher meu ouvido de mpb e ficar me atrapalhando de cinco em cinco minutos! Definitivamente meu estresse e minha dor de cabeça não agradecem! E nessas horas parece que o tempo estaciona. Tem tanto choro entalado na minha garganta que acho que na hora que eu colocar pra fora eu provoco uma inundação!
Meu avô continua igual, algumas partes do seu corpo ainda estão muito inchadas, muito fraco e ontem quando fui visitá-lo ele quase não conseguia ficar acordado, agora eu estou aqui de novo na droga da lan house e minha cabeça parece estar igual ou maior que a minha casa - e a minha casa é suficientemente grande. - parece que não restou em mim uma só gota de paciência, e sinceramente possivelmente eu mataria uma pessoa. Ontem meu avô teve outra piora, por mais que a gente sempre esteja tentando se preparar mentalmente, nunca nos sentimos prontos quando acontece... Ontem eu tive novamente a sensação aterradora de que o chão havia fugido dos meus pés. Eu tenho tentando me refugiar onde posso, tentado ignorar a realidade de todas as formas possíveis, mas parece tão complicado, tão pior do que enfrentá-la!
Os dias passam e eu fico cada vez mais irritada, não sei de onde tiro tanta raiva, nem mesmo porque. Apenas sinto e isso não é nem um pouco bom ou mesmo saudável. Mas também, eu não ando me importando muito com isso, é só respirar fundo para aguentar os dias passarem e torcer para que minha vontade de desistir e minha raiva não me permitam cometer nenhuma besteira. Eu sei que meu pai precisa dormir, eu sei que ele provavelmente passa a maior parte do tempo e que por algum infeliz motivo que não vou citar aqui, a lan house precisa ficar aberta. E é nessa hora que eu me sinto ainda mais egoísta, porque eu não gosto de ficar aqui, não gosto disso, não quero mesmo que a obrigação me force. Nessas horas eu me convenço que simpatia nunca foi e nem nunca será um dos meus fortes, eu sou geneticamente antissocial e antipática só não tenho certeza se isso é pelo fato de eu não gostar mesmo de me relacionar com as pessoas simplesmente pelo fato de não ser boa em fazê-lo ou se pelo fato de querer desesperadamente ficar isolada do mundo trancada no meu adorável quarto ouvindo Brooke Fraser repetidas vezes e tendo como companhia meus livros e notebook.
Agora estou tentando, paralelamente às fics que estou escrevendo, trabalhar em Seven Keys and Nine Doors o plano inicial seria mesmo escrever Silent Voice, mas achei que esse é um "projeto morto" depois da partida do Julio... Afinal era algo que eu estava construindo com ele e para ele. E nesse momento eu comecei a me deparar com o número de decepções que eu sofri por causa disso... Sinceramente, não acredito que valha mesmo a pena na vida real lutar por isso ou mesmo buscar tão incansavelmente como a maioria das pessoas faz.
Eu tenho desejado fortemente ter a minha cabeça de quinze anos de volta, uma cabeça fechada para determinados assuntos, convicta do que eu queria e, mesmo acuada quanto a fazê-lo, esperançosa. Possivelmente, quando eu chorava sem motivo, me isolava do mundo, me escondia e ignorava cruelmente as pessoas a minha volta, mantinha o silêncio como resposta para tudo, me recusava a participar do mundo, eu era absurdamente mais feliz que agora, e acho que o que me frustra mais é buscar tão incansavelmente um motivo para ter passado por tudo isso, uma razão que explique ou justifique tudo que aconteceu de 2011 para cá, algum indício que me diga que no fim de tudo isso algo valerá a pena, que eu ficarei "mais forte". Mas não, tudo diante de mim está escuro e sem sentido algum e isso é tão revoltante que me faz desejar ardentemente acabar com essa vida ordinária. Eu estou cansada, e somente cansada. Com medo. E não há nada no mundo que consiga fazer essa sensação desaparecer, talvez nem no inferno e nem no céu. Pelo menos eu acredito cada dia menos.
Os dias passam e eu fico cada vez mais irritada, não sei de onde tiro tanta raiva, nem mesmo porque. Apenas sinto e isso não é nem um pouco bom ou mesmo saudável. Mas também, eu não ando me importando muito com isso, é só respirar fundo para aguentar os dias passarem e torcer para que minha vontade de desistir e minha raiva não me permitam cometer nenhuma besteira. Eu sei que meu pai precisa dormir, eu sei que ele provavelmente passa a maior parte do tempo e que por algum infeliz motivo que não vou citar aqui, a lan house precisa ficar aberta. E é nessa hora que eu me sinto ainda mais egoísta, porque eu não gosto de ficar aqui, não gosto disso, não quero mesmo que a obrigação me force. Nessas horas eu me convenço que simpatia nunca foi e nem nunca será um dos meus fortes, eu sou geneticamente antissocial e antipática só não tenho certeza se isso é pelo fato de eu não gostar mesmo de me relacionar com as pessoas simplesmente pelo fato de não ser boa em fazê-lo ou se pelo fato de querer desesperadamente ficar isolada do mundo trancada no meu adorável quarto ouvindo Brooke Fraser repetidas vezes e tendo como companhia meus livros e notebook.
Agora estou tentando, paralelamente às fics que estou escrevendo, trabalhar em Seven Keys and Nine Doors o plano inicial seria mesmo escrever Silent Voice, mas achei que esse é um "projeto morto" depois da partida do Julio... Afinal era algo que eu estava construindo com ele e para ele. E nesse momento eu comecei a me deparar com o número de decepções que eu sofri por causa disso... Sinceramente, não acredito que valha mesmo a pena na vida real lutar por isso ou mesmo buscar tão incansavelmente como a maioria das pessoas faz.
Eu tenho desejado fortemente ter a minha cabeça de quinze anos de volta, uma cabeça fechada para determinados assuntos, convicta do que eu queria e, mesmo acuada quanto a fazê-lo, esperançosa. Possivelmente, quando eu chorava sem motivo, me isolava do mundo, me escondia e ignorava cruelmente as pessoas a minha volta, mantinha o silêncio como resposta para tudo, me recusava a participar do mundo, eu era absurdamente mais feliz que agora, e acho que o que me frustra mais é buscar tão incansavelmente um motivo para ter passado por tudo isso, uma razão que explique ou justifique tudo que aconteceu de 2011 para cá, algum indício que me diga que no fim de tudo isso algo valerá a pena, que eu ficarei "mais forte". Mas não, tudo diante de mim está escuro e sem sentido algum e isso é tão revoltante que me faz desejar ardentemente acabar com essa vida ordinária. Eu estou cansada, e somente cansada. Com medo. E não há nada no mundo que consiga fazer essa sensação desaparecer, talvez nem no inferno e nem no céu. Pelo menos eu acredito cada dia menos.
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