terça-feira, 18 de outubro de 2016

O Vilarejo - Raphael Montes (Tradutor) e a "igreja" do diabo na Colômbia

Quero começar dizendo que este não é um livro do Raphael Montes, mas um livro traduzido pelo Raphael Montes. Entendam a diferença. Bem, no prefácio o próprio autor esclarece isso, dizendo que chegou a suas mãos um caderno com textos e ilustrações em um idioma que ele não conhecia e que, mais tarde, ele descobriu ser cimério. Ele traduziu os textos e pediu autorização a descendente da pessoa cujo caderno pertencia para publicá-los. Não há muito que eu possa dizer a respeito deles sem spoilar, por isso vou tentar ser bem sucinta. São 7 contos, cada um representando um demônio que, por conseguinte, representa um pecado capital. Esses contos não estão dispostos em ordem cronológica, mas foram organizados pelo Raphael de modo que se costurem de uma maneira que no final deixe você meio com a certeza de que não está lendo só uma historinha de terror. Em um vilarejo afastado na civilização - não se tem uma data específica ou um ponto geográfico - seus habitantes têm em comum apenas uma coisa: pecado. Esse é o foco principal dos contos, cada qual ao seu modo envolve-se com um dos sete pecados capitais que vai desencadear consequências para todos os demais habitantes. De tudo, você só tem uma única certeza: com exceção de uma única pessoas, todos os habitantes daquele lugar vão morrer, isso fica claro no primeiro conto que é complementado pelo último. O cerne desse mal é revelado no final também, mas não é exatamente isso que deixa você com a sensação de "pulga atrás da orelha", se você leu o prefácio com atenção e acompanhou atentamente cada conto, quando ler o posfácio vai ficar de cabelo em pé. E é apenas isso que posso lhe dizer. O livro explora os sete pecados desde a sua forma mais branda até alcançar os pontos mais "gores" possíveis, com direito a desmembramentos e canibalismo. Não é algo para estômagos fraquinhos, isso eu garanto.
O que acabou me remetendo a um assunto que eu não comentei aqui no blog, mas que me pareceu oportuno expressar minha opinião. Recentemente, foi inaugurado na Colômbia, um "templo" para adoração de Lúcifer. Fiquei sabendo disso através da minha irmã que viu na sua timeline do facebook, eu não ia me pronunciar com relação a isso, não publicamente, mas depois que li esse livro me pus a refletir sobre o assunto, principalmente tendo em vista o livro A História também resenhado aqui no blog. Eu sou católica, cresci nessa religião e em nenhum momento da minha vida me senti inclinada a abandonar minha fé por qualquer outra, tenho assistido a decadência do mundo desde a virada do século, nasci em 1990 e mesmo que não possa ter tido consciência clara de grande parte dessas mudanças, tomei conhecimento sobre elas quando me tornei madura o bastante para entender e tendo passado por todos os "fins do mundo"pelos quais passei. Desde 1999 até hoje. Pela primeira vez, em muito tempo, eu vejo reais sinais do prenúncio do fim dos tempos e sem dúvida esse é um deles, como católica eu tenho que falar e expressar minha opinião a respeito. 
Enquanto debruçava-me sobre a trajetória dos hebreus e de quantas vezes eles deram as costas para Deus, me perguntava como ainda podia haver redenção sobre a terra, mas sempre em algum momento aparecia uma pessoa com fé o bastante para despertar a fé em mais alguns e assim, chegamos aqui hoje, foi feito o maior de todos os sacrifícios do modo mais cruel possível para que, hoje, pudéssemos respirar. Somos bombardeados todos os dias com mostras do que o mal é capaz de fazer, um mal que, naturalmente, já nasce arraigado dentro de nós e cuja missão diária que temos é combatê-lo. Invocação do Mal, que está tão em alta, é apenas uma dessas mostras, uma mostra do que a nossa fraqueza e submissão ao mal pode fazer. Das consequências que isso causa. E não falo aqui em nome da religião, falo em nome da integridade espiritual. Guerras, holocaustos, desigualdades, preconceitos são tudo gerado pela nossa incapacidade de agirmos pelo bem do próximo, o mundo de hoje caminha cada dia mais rumo a apatia e isso me preocupa. Estamos criando um ambiente de robôs incapazes de pensar por si mesmos, governados por irresponsáveis e tiranos, por mais que eu tente, fica cada vez mais difícil manter o mínimo de fé nessa humanidade.
Mas nunca poderia imaginar que alguém poderia descer baixo desse jeito. Um lugar para adorar uma entidade demoníaca é realmente a gora d'água, a prova definitiva que esse mundo chegou ao seu limite e que, muito em breve, se tornará um monte de cinzas. Só queria esclarecer uma pequena coisinha: a cruz invertida, como o senso comum faz acreditar e que os satanistas gostam muito de utilizar é, na verdade, um símbolo cristão e não demoníaco. É conhecida como Cruz de São Pedro que foi martirizado com a mesma pena de morte de Cristo, mas se recusou a morrer como o Mestre dos Mestres e, portanto, foi virado de cabeça para baixo. Ela pode, inclusive, ser vista entalhada na cadeira do papa. Então, além de serem totalmente insanos, ainda é uma prova total de que são burros e não sabem realmente o que estão fazendo. O criador, pela minha pesquisa, é o energúmeno Victor Damian Rozo de 40 anos que provavelmente está cansado de trabalhar como uma pessoa honesta e nenhuma mulher quer então decidiu criar esse alvoroço para aparecer na mídia e levar com ele um milhão de imbecis que ajudaram a construir essa blasfêmia concreta. E se eu realmente posso sentir algo por uma pessoa assim, é pena. 
Na matéria do site que li "Segundo Victor Rozo, que também se intitula feiticeiro, espiritualista, bruxo de magia negra, de vodu e de macumba," ou seja, ele acha que é Valdermort, uma versão ridícula de Xico Xavier, com aquele carinha que aparece no desenho A princesa e o sapo. Por favor, órgãos responsáveis por pessoas insanas, é mais que hora de cuidar desse infeliz que aparentemente não tem uma família que se digne a dar a assistência que ele precisa. E com esse lamentável acontecimento e a pena que dirijo a este ser e ao milhão de pessoas que o acompanham, eu dou este post por encerrado.

Que Deus esteja com vocês.

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