quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Apática

Eu não consigo abandonar a sensação de que falhei comigo mesma, com os planos que havia feito para mim, com as metas que eu planejava alcançar e que parecem agora tão distantes e impossíveis. Novamente a paranóia com a morte voltou a me perturbar, quando a minha mãe ou irmã sai de casa eu fico inquieta até que voltem como se algo dentro de mim constantemente me dissesse que isso não vai acontecer, a sensação de pânico e medo me acompanham todos os segundos e parece que não há lugar para se esconder, nem mesmo o livro está conseguindo absorver os meus pensamentos - e pudera! O livro é ainda pior que a minha realidade! - e o que deixa tudo ainda mais frustrante é que ninguém parece perceber isso, encaram como se fosse algo característico meu, como se fosse eu novamente me trancando no meu mundo do qual todos insistem arduamente em me tirar. Eu queria realmente arrumar uma forma de me privar da realidade de uma vez por todas, parece que ela está me engolindo, sinto seus dentes mastigando e perfurando a minha pele, lentamente.
Hoje meu pensamento estava voltado em grande parte para a volta às aulas, ver aquelas pessoas de novo, passar mais dois períodos sendo criticada, tendo a terra embaixo dos meus pés tentando me engolir, entre outras coisinhas muito agradáveis *momento sarcasmo*. Isso sem contar nos professores que são, a cada período, um novo e pior pesadelo! Agora tem essa história da bolsa pra piorar ainda mais o que já não vai muito bem. Não sei. Para mim, ter ganhado essa bolsa não foi nenhum motivo de alegria ou mesmo orgulho, na verdade foi mais uma dor de cabeça e um motivo novo para todo mundo me ver como uma nota. E por sinal minhas notas nem são tão boas assim. Eu queria dormir por um mês. Um mês inteiro para esquecer de tudo e de todo mundo. Eu não gosto da realidade, não gosto do mundo de pessoas frias que só querem se sobressair e pisam em cima de outras para isso, não gosto do mundo competitivo e selvagem. Eu quero calma e olhos distantes de mim. Não quero que as pessoas fiquem prestando atenção a cada passo que eu dou, não quero ninguém apontando o dedo pra mim como se não tivessem nenhum defeito. Não quero ser vista como a menina das notas boas, a garota que entrou na faculdade, a CDF, eu não sou isso. Ninguém percebe que eu não sirvo para ser professora? Que eu não quero isso? Ninguém para pra perceber que eu não sei fazer nada? Tá difícil.

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