Bom, até que as coisas em casa saíram menos ruins do que eu imaginava, ao invés da minha mãe comer o meu fígado, ela fez uma piada com o meu acidente, é nessa hora que você faz aquela cara de "fuck yeah" porque pra sair de uma dessa você viu toda a sua vida passar diante dos seus olhos.
Na faculdade até que as coisas correram bem, a gente deu uma iniciada no projeto de filosofia e eu já estou me preparando mentalmente para não rasgar o verbo na frente daquele maníaco de mentes u.u' já não sei mais o que escrever para aplacar a minha raiva!
Quem não anda muito bem sou eu, essa droga de antidepressivo não ta fazendo efeito nenhum, é a mesma coisa de estar tomando água sem nada! Em parte tenho que admitir que não quero deixar o David ir embora, e se for verdade mesmo que os espíritos não descansam em paz quando a gente fica assim ele vai se contorcer no túmulo por um bom tempo... Quando voltei da faculdade fiquei na praça, parei um pouco e me deitei em um dos bancos onde a gente costumava ficar, é a prática de não ligar para o que as pessoas acham quando te encontram deitada numa praça parecendo um sem teto, eu sabia o significado de estar ali, eu queria senti-lo... Queria lembrar mais nitidamente dele... Das nossas idiotices. É uma dor que parece aumentar a cada dia, e eu to ficando maluca, fico querendo encontrar com ele, pedindo para ele aparecer pra mim... Não sei, preciso me cuidar ou vou acabar ganhando estadia de luxo em um quarto branco e acolchoado com uma camisa de força!
Bom, eu chorei, acho que ainda vou chorar muito, é difícil não chorar quando a gente perde algo que não pode ser substituído, o David era mais que o meu melhor amigo, era uma parte de mim, uma parte de mim que ainda pulsa no meu corpo mesmo depois da morte, eu consigo ouvir o coração dele batendo na minha mente, ouvir a voz suave sussurrando maluquices no meu ouvido, sentir o cheiro do perfume amadeirado ou o calor dos braços protetores e mesmo quando não há ninguém por perto eu sei que não to sozinha... Ele de alguma forma está comigo...
Continuo achando que não deveria ter levantado hoje, talvez passando o dia na cama eu evitaria sentir tudo isso... Besteira não é? A vida não tem regimento, a dor faz a gente se sentir vivo e levantando ou não não seria minha primeira tragédia na cozinha (nem será a última) e eu sempre vou lembrar dele com os olhos cheios de lágrimas...
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