sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vida


Começa na dor
do rasgar do corpo
no suor da angústia
nos gritos de morte
que chamam a vida.
E no resplandecer das lágrimas
o respirar se faz, acordando os sonhos
que encontram na pele
o cheiro da calma.

Vida que se manifesta na inocência
da criança que brinca
correndo em liberdade
pelas ruas dos seus sonhos
os encontros do destino
em um céu arroxeado com pássaros azuis
estrelas prateadas que encantam com seu brilho

São vias de esperança
nos olhos da criança, sinceros sem malícia
que expressam a verdade
conhecem a liberdade
do mais profundo desejo
são essas as certezas da vida que começa
do futuro desejado.

Vida que prossegue, na rebeldia adolescente
onde se fazem presentes
os tropeços em lições
a negação de si mesmo, no renunciar do desejo
de aceitar o espelho da alma
na tentativa fracassa de igualhar-se
à seus próprios sonhos.

Num pensamento propenso
que tudo é imediato, que não há o seguinte
que paixão converte em tragédia
a recusa de uma rédea, um sonho que é desfeito
no pensamento imperfeito
que a perfeição tenta alcançar
em um breve respirar
onde tudo é desfeito.

Vida que se renova
no amor se é encontrada, com a calma maturidade
que à faces duras é imposta
e no ventre se faz a continuação
da concretização do que já foi começado
e o passado começa a ir
passando apenas na lembrança, num filme chamado vida
que em morte deixa saudades.

Vida convertida em rugas
marcas expressas de sofrimento e alegrias que se misturam
em um conectar perfeito
que na imperfeição se comunicam
transformando a vida sem nexo
em um propósito fixo.
Que finda-se com o fechar dos olhos
igualhando maus e bons
trancados em um mesmo som
que se abrem em outros gritos.

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